quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Gravação das aulas do Dia T no Conservatório Pernambucano de Música – Para quem ainda acha que Mac não trava!

Olá pessoal.

Nos dias 15 e 16 de agosto fui gravar as aulas e as pequenas apresentações que ocorreram no Conservatório Pernambucano de Música, referentes ao Dia T. O evento foi organizado por Nilsinho, que é um dos idealizadores da A Trombonada (cinco trombones). O T do nome do evento vem exatamente do nome trombone. Seria uma gravação simples em dois canais (pelo menos foi isso que me disseram!), que serviria como um simples registro. O sistema seria simples: um laptop Macintosh MacBook Pro com um HD externo e minha plaquinha de áudio Fast Track Pro com apenas duas entradas analógicas. Seria apenas isso e uma pequena mesa para ligar dois ou quatro microfones no máximo. Faria uma pequena mixagem destes microfones saindo pelo LR da mesa e gravaria um canal estéreo usando o software Pro Tools.

Só resolvi fazer este pequeno texto para brincar com os ferrenhos usuários de Mac/OS X, que ironizam constantemente os usuários do PC/Windows, pois o MacBook TRAVOU nos dois dias de gravação!

Tive saudades do meu laptop com o Windows XP e do meu software Nuendo, que já fez inúmeras gravações deste tipo sem dar problemas. Na realidade, só não usei meu setup de gravação porque meu laptop estava no conserto (depois de 3 anos ininterruptos de uso em terrenos acidentados, como chuva, poeira, praia, sol escaldante, etc).

Continuo achando o sistema operacional da Apple mais estável e confiável do que o de Bill Gates. Esta diferença era monstruosa há quinze anos, quando não agüentamos no estúdio as travadas do PC e trocamos para o Mac. Meu sisteminha de gravação. Com esta placa de áudio (direita) posso gravar no máximo 4 canais simultaneamente. Do lado esquerdo está o HD externo de 500 Gb. Já vendi ele e comprei um mais compacto de 320 Gb. Atualmente usamos no estúdio o PC/Windows XP (muito mais estável que o 98) por questões de custo x benefício e pela facilidade de encontrar programas e plugins de efeitos. Muitos programas só são feitos para PC. Estúdio de jingles Audiomidi. Pro Tools rodando no PC/Windows XP. Meu amigo Roberto, que usa Mac e que faz a luz de Silvério, tem instalado os dois sistemas operacionais no seu laptop, pois o programa que ele usa para simular e programar sua luz só roda no Windows. Alguns dos editores das mesas digitais da Yamaha também não foram feitos para o sistema operacional do Mac e nunca serão feitos, segundo um operador de áudio que usa Mac e que me falou isso recentemente em Gravatá.

Meu primeiro laptop foi um Ibook da Apple, mas tive que vender por questões financeiras, e hoje uso um PC HP com o Windows XP, pois alguns dos programas que acho legal só são feitos para o Windows.

Estou satisfeito com meu laptop PC. Serve perfeitamente para o que eu quero.

Tenho inveja do sistema operacional da Apple quando o assunto é vírus! Realmente é um saco esta vulnerabilidade do sistema operacional Windows.

Mas que o Mac trava...Trava!

Um abraço a todos.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Circuito do Frio em Gravatá – De 01 a 03 de agosto. Diferenças entre trabalhar para um artista e trabalhar para uma empresa de som num evento.

Olá pessoal.

Logo após chegar da Europa, fui convidado por uma empresa de som para trabalhar no palco 2 do Circuito do Frio em Gravatá, Pernambuco. Três dias de evento. Seriam duas mesas digitais da Yamaha neste palco. No monitor seria uma LS9 e no P.A. seria uma 01V96. Por causa disso, só poderíamos ligar 32 canais no máximo. O evento começava na sexta-feira, mas já cheguei ao local um dia antes para participar da montagem.

A principal e GRANDE diferença que existe entre trabalhar para um artista e trabalhar para uma empresa de som, pelo menos aqui na minha região, é que no trabalho que fazemos para a empresa de som ganhamos metade de um cachê por dia de evento (ou até menos) pago por um artista e trabalhamos 10 vezes mais! Estou levando em consideração o valor que recebo dos artistas com quem faço shows, pois este valor de cachê oscila de acordo com os artistas.

Acabaram decidindo que eu ficaria responsável pelo som do P.A. do placo 2. Independente disso, já fui munido do meu laptop para facilitar a operação de qualquer uma das mesas deste palco.

Eu ficaria responsável por operar o som das bandas que não levassem o seu técnico e também teria que auxiliar os técnicos das bandas durante o show.

Achei pouco som para o local, mas me falaram que era isso que pedia a licitação!

Já era noite quando o P.A. do meu palco “falou". Marcamos para ajustar tudo no outro dia logo cedo, inclusive para passar o multi-cabo por via aérea, pois deixando este cabo no chão correríamos o risco de veículos passarem por cima, causando danos nos mesmos.

Achava que eu iria operar o som da maioria dos artistas daquele palco, mas me enganei. Eram 3 atrações por noite e seriam 3 dias, totalizando nove atrações. Dessas nove, seis trouxeram técnicos próprios, mas Renata Rosa, que foi uma das que trouxe técnico, me pediu para operar o som do seu show, pois eu já conhecia por causa dos dois shows que fiz com ela na Europa. Disse que por mim não teria problema e o técnico que ela trouxe foi para o monitor. Por causa disso, operei o som de quatro atrações. A grande maioria não fez sound check. Era feito somente um line check na hora do show. Alguns se deram bem, outros não. Mas o resultado final foi satisfatório.

Uma coisa interessante aconteceu neste evento e que eu nunca tinha feito. Por eu estar com meu laptop e minha internet móvel, pude receber um email contendo um arquivo de uma sessão da mesa 01V96 da banda Rivotril, que me foi enviado pelo seu operador de áudio. Quando o operador chegou para fazer o sound check (foi uma das poucas bandas que fez o sound check), a cena já estava gravada dentro da mesa, ajudando no seu trabalho. Vou começar a fazer isso agora. Ao enviar meus documentos relacionados ao show que vou operar, mando um arquivo com a sessão da mesa digital da Yamaha. Estes arquivos são muito pequenos.

A organização do evento pecou no roteiro das apresentações, marcando o início para bem cedo e não alternou entre o palco 1 e 2, como é o normal. Meu palco começava muito cedo e as atrações se apresentariam seguidamente. No primeiro dia do evento, quando a primeira atração do meu palco começou o show, não tinha ninguém para ver e ainda por cima passavam carros na rua em frente ao palco. Achei de uma falta de respeito sem tamanho. Houve um esboço de reação para modificar este roteiro, mas como eram 3 dias somente, o evento acabou antes de se fazer as mudanças necessárias.

E eu que tinha vindo de um festival no fim de semana anterior absurdamente organizado na Suíça! É um choque muito grande, mesmo sabendo que as realidades são outras, mas acredito que dava pra ser menos ruim! Muitos destes circuitos no interior de Pernambuco não dão nem hospedagem aos artistas (regionais)! O artista e/ou banda tem que chegar, fazer o show e retornar para a cidade de origem. Um dos grandes motivos para ninguém querer fazer o sound check! Detalhe impressionante da quantidade e tamanho dos equipamentos que hoje conseguem fazer um show de médio porte com no máximo 32 canais. O meu laptop não é necessário, é apenas um luxo que eu gosto de usar. Uma coisa muito engraçada que acontece na maioria dos eventos que faço para uma empresa de som, é que a organização do evento monta os horários do sound check sem lembrar que temos que almoçar ou jantar. Dependendo da organização da empresa de som, você fica sem se alimentar mesmo! Não pensem que só existem pontos negativos em trabalhar para uma empresa de som num evento. Posso enumerar alguns pontos positivos, como por exemplo: 1-Oportunidade de conhecer outras bandas, outros artistas, outros sons, outros instrumentos. Tive a grata satisfação de conhecer a banda The Gift (Portugal) e Bumcello (França) quando trabalhei no Porto Musical. 2-Oportunidade de conhecer outros equipamentos mais a fundo e ter tempo para saber como funcionam, pois quando estamos trabalhando com o artista, temos pouco tempo para manuseá-los. 3-Participar das ligações dos equipamentos desde o começo, aprendendo com isso a resolver futuros problemas. 4-Oportunidade de conhecer muitos lugares, pois geralmente estas empresas de som rodam muito. Dia 26 estarei indo para Fernando de Noronha com a mesma empresa de som que fez este evento em Gravatá. E no começo de setembro (de 3 a 7) já me chamaram para trabalhar novamente no M.I.M.O. (Mostra Internacional de Música em Olinda), um grande evento que acontece dentro das igrejas de Olinda.

A empresa de som da qual falei acima é a P.A. Áudio, dos meus amigos Rogério, Mário Jorge e Normando (trabalha comigo fazendo o monitor de Silvério Pessoa). Foram Rogério e Normando que me colocaram no circuito de shows (Alceu Valença, Otto, Silvério Pessoa, etc), e em eventos como o Abril Pro Rock, Porto Musical e Feira Música Brasil. E sempre, quando posso, vou fazer os eventos que eles me chamam. Depois combinamos o cachê. Com certeza não faria a mesma coisa para outras empresas de som. E acho que as outras empresas sabem disso também!

Um abraço a todos.