domingo, 15 de março de 2009

Terça-feira, dia 24 - Show em Goiana – Não precisa ser line array. Equipamento bem cuidado, som legal também.

Não deu para fazer só um texto falando de todos os shows do carnaval, pois trava na hora de postar. Vou continuar separando os textos mesmo.

Seguimos de van à tarde para Goiana, que fica a 60 km de Recife. Estava combinado que iríamos passar o som, sairíamos para jantar em algum restaurante próximo e retornaríamos ao palco para começar o show. Pelo menos é isso que lembro vendo as fotos, pois estou escrevendo este texto no sábado, dia 14 de março, enquanto espero uma garrafa de vinho esfriar na geladeira e olho para a sala vazia do apartamento. No lugar dos quadros que a ex-mulher levou, pendurei meus crachás de shows para não ter que ficar olhando para os pregos inertes na parede.

Só teria uma banda antes da gente.

Acabei de abrir o vinho Chileno PKNT, que o chamo de vinho “da pimentinha”, pois tem uma pimenta no rótulo. Legal o vinho. Enquanto isso, o som de um trio elétrico entra pela minha varanda como se eu estivesse no camarote de uma micareta. E o cantor canta: ...chupa, chupa, chupa que é de uva...

Porque só aparece gente da prefeitura pedindo para baixar o som em shows legais? Já são quase 23h.

(risos)

Achei que o som que estaria lá fosse o mesmo que estava em Goiana quando fui fazer o show da A Trombonada, mas o som era de João Pessoa e se chamava Top Som. Pra variar, duas mesas digitais M7CL estavam no local. Rapaz... A Yamaha vendeu muito essas mesas, viu? Já estou enjoando de tanto ver. Como o laptop de Normando “morreu” no show que não teve na Várzea, peguei minha sessão do show do dia 22 na Torre Malakoff e passei para mesa de monitor. Lembram que este show da Malakoff era só uma mesa para fazer P.A. e monitor e eu usei meu laptop? Então a sessão que eu tinha no meu computador já tinha os endereçamentos para os monitores, e era só Normando ajustar detalhes.

Vi no palco que o equipamento era bem cuidado. E tive certeza disso quando o técnico da empresa perguntou num tom não muito satisfeito para seus assistentes quem tinha colocado aquele amplificador inclinado escorado no praticável, pois estava danificando o material que cobria o amplificador que estava roçando nas ferragens do praticável. Eita! Fui eu! (risos) Falei pra ele que tinha sido eu e pedi desculpas, pois não tinha visto que o amplificador tinha duas perninhas atrás embutidas que serviam para esta finalidade.

23:27h... E não é que o som do trio aqui parou!!!! (kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk)

Sabíamos que Silvério Pessoa não viria fazer o sound check, pois tinha compromissos em Recife. Tudo bem. Normando passaria o in-ear dele, pois já estava tudo endereçado. Não me preocupava isso. Mais uma vez os metais não estavam todos presentes, mas como disse anteriormente, já estou ficando calejado neste assunto. Armamos o palco do nosso jeito e a atração antes da gente iria se adaptar ao nosso desenho de palco. Depois da gente, o pessoal armaria do jeito que quisesse. Fui para frente saber como estava meu lado. Fiquei sabendo durante o sound check, que o show cancelado do dia anterior, seria feito amanhã, quarta-feira de cinzas.

Vi logo quando cheguei ao local que não era mais um line array caseiro. Bom sinal. O técnico da empresa, Renato (acho que era este o nome), ligou o sistema, me mostrou onde estava tudo e falou que daria uma saída rápida para resolver um problema. Falou também que conhecia o meu Blog e fiquei feliz com isso. Tá valendo à pena, não é?

Coloquei meu CD para tocar e notei que o sistema estava legal. Nada distorcia. Tudo funcionava. A mesa digital estava perfeita. Não é muito difícil estas mesas M7CL darem problemas nos faders, principalmente quando temos chuva! Para os leigos, fader é o botão deslizante que tem em cada canal e que controla o volume deste canal. Nas mesas digitais, estes faders assumem diversas funções além do volume.

As caixas, mesmo sendo cópias também de sistemas famosos, estavam falando bem. O que pude notar nestes anos, foi que as cópias das caixas do sistema fly P.A. não deram um resultado sonoro tão desesperador como o que encontro com as cópias das caixas do sistema line array. Acredito que isso se deva a uma maior complexidade do projeto do line array comparado ao do fly P.A.. Ou seja, o buraco é mais embaixo.

Sem ter nenhum problema com o sistema, comecei meu sound check, e acabei sem ter nenhum problema. Salvei minha sessão no laptop para garantir e fui jantar.

Voltamos, e a atração anterior ao meu show já estava tocando. Fui lá na frente e já sincronizei meu laptop com a mesa. Pedi a Renato duas vias para gravar o áudio do show e esperei minha hora.

Quando o show anterior acabou, posicionamos nossas coisas. A nossa bateria já estava no lugar. Checamos tudo, peça por peça e começamos o show.

Tudo foi tão tranquilo, que tirei muitas fotos, e até prestei atenção na luz do show, que na grande maioria das vezes não tenho a menor idéia de como está, de tão concentrado que fico só no som. A luz estava muito bonita, e vai dar para notar nas fotos. Léo foi quem estava na luz substituindo o iluminador oficial (e meu amigo) que é Roberto Riegert. Léo só não é meu amigo porque nunca veio aqui em casa e eu nunca fui na casa dele! Tenho esta filosofia. Se eu nunca fui convidado para ir à casa da pessoa fazer uma farrinha, ou a pessoa nunca foi convidada para vir na minha, não somos amigos, somos colegas. E pra mim, existe um abismo entre colega e amigo. Mas sei que falta muito pouco para este upgrade de título entre eu e Léo acontecer.

Toda vez que escrevo para o Blog tomando vinho, meu lado sentimental aflora. Mas acho até legal que descontrai um pouco o texto.

Sobre Roberto Riegert, só posso dizer que me orgulho de trabalhar com ele.

Nem vou desejar sorte no mais novo trabalho que ele vai fazer fora do Brasil com Aurélia Chaplin, pois sei que ele não precisa de sorte pra fazer o trabalho. Competência chegou ali e parou. Ninguém é convidado para fazer a iluminação de um espetáculo da neta de Charles Chaplin sem ter competência, não é? A não ser... Mas eu sei que ele não está pegando a coroa. Kkkkkkkkkkk

Só estou meio puto com ele porque arranjou namorada nova e não quer saber mais dos amigos, mas vou dar um desconto, pois Aninha é minha amiga também! Detalhe da luz programada por Léo.

Voltando ao show...

Não tenho mais o que falar do show. Foi tudo certo. Nem senti interferência dos monitores de chão no som dos metais. Busquei aqui na memória por alguma coisa que eu não gostei do serviço da empresa Top Som de João Pessoa, e só uma coisa eu poderia falar: Ajustar (pois já possuíam) o sistema de comunicação entre o palco e o P.A.. Colocar algum sinal visual (luz piscando) para chamar a atenção quando há uma chamada.

O público foi pequeno, mas gostou e participou do show. Perguntei para Renato se era essa quantidade de gente no local sempre, e ele me falou que se o show não fosse de “arrocha”, não dava público. Com Renato, técnico da empresa de João Pessoa.

Só para finalizar... Se chovesse pra valer, acredito que o lugar onde eu estava seria carregado pela água, com mesa e tudo, pois a estrutura da house mix era muito precária.

Acorda organização!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Um abraço a todos.

4 comentários:

Anônimo disse...

estive na sexta dia 13 de março no marco zero e vi o show de silverio sou amigo de israel que toca baixo vc esta de para ben pelo seu trabalho eu ainda sou um aprendiz e gosto muito quando vejo alguem de alto nível trabalhando pois sei que posso ganhar bastante conhecimento com isso!!!!!!!! um forte abraço e felicidades

Titio disse...

Olá.
Obrigado pelas palavras. É sempre bom ouvir elogios. Isso indica que estamos no caminho certo (como diz Silvério Pessoa).
Somos todos aprendizes. Tudo evolui, e no áudio não é diferente. Não me considero de "alto nível", mas estou sempre buscando chegar lá.
Continue participando do Blog e deixando opiniões, tanto boas como ruins, pois a crítica sempre ajuda. Resta a quem recebeu saber aproveitar e tentar corrigir se ele julgar que tem fundamento.
Um abraço.

marcelo disse...

Não gostei do que o técnico da TOP SOM falou.
Aqui já se apresentam artistas de diferentes estilos, e todos foram bem recebidos e prestigiados.Agora se a PREFEITURA não divulgou o artista é claro que a quantidade de pessoas vai ser pequena indepedente de qual banda vai tocar.Um exemplo é que Alceu Valença tocou em goiana , e só tocou frevo e não tinha espaço, tava todo mundo apertdinho , esse cara da TOP SOM Tá dizendo nada com nada.

Titio disse...

Oi Marcelo.
Não acho que o meu colega da Top Som falou "nada com nada".
O que o técnico da empresa falou não é nada estranho. Isso acontece em qualquer lugar aqui. No Brasil, salvo raríssimas exceções, o público não vai ver um show de um artista que ele não conhece ou gosta das músicas. Isso acontece nos festivais da Europa. Não compare Alceu Valença com Silvério Pessoa, que em termos de reconhecimento (nome) nacional, a diferença é muito grande. Você não precisa divulgar muito um show de Calypso para dar gente. O boca-a-boca já resolve, pois a banda de Joelma & Chimbinha já é reconhecida nacionalmente, as músicas deles estão sempre tocando em algum meio de comunicação e muitas pessoas gostam das músicas da banda.
Por mais que se divulgue um show de carnaval como por exemplo: Hoje show de Silvério Pessoa, Orquestra da Bomba do Hemetério e Orquestra Contemporânea de Olinda, não daria nem 1/10 do público de um show com a banda Chiclete com Banana só divulgada por uns 15 cartazes colados nos muros da cidade. Entende o que falo?
Um abraço e obrigado por participar do Blog.