quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Resumo do Carnaval – Foi água! – Estou começando a odiar os monitores de chão!

Olá pessoal.

Este texto vai ser um só, e eu vou complementando, pois tem muito assunto para comentar desde uma semana antes do carnaval até a quarta de cinzas. Quando eu realmente finalizar o texto, colocarei a minha velha frase de despedida “um abraço a todos”. Enquanto tiver a frase “continua...” no final do texto é porque vem mais assunto outro dia. Não dá pra escrever tudo de uma vez só. Já coloquei até uma dose de vodka aqui, pois estou vendo que este texto vai ser longo.

Estou notando que os textos estão ficando muito técnicos ultimamente. Não sei se é isso que eu quero. No dia que resolvi fazer este Blog, a intenção era falar para o pessoal que não tem acesso aos bastidores, mas acabo entrando na parte técnica para explicar algum ponto de vista. Fiquei até triste um dia desses, pois Silvério Pessoa me falou que não tinha entendido direito minha explicação sobre subgrupos e VCAs no texto anterior. Tento usar um vocabulário bem normal, mas nem sempre consigo. O problema é que tenho notado na estrada que muita gente da minha área está lendo isso aqui também. Operei o som de um show em Goiana na terça-feira. O som era de João Pessoa e o técnico da empresa conhecia meu Blog. Então vou continuar falando as duas línguas. Uma mais simples para os leigos e uma mais técnica para os meus colegas de profissão.

Vamos lá.

Pensei até que o assunto principal deste carnaval para mim seria a chuva que castigou a festa, interditou palcos e cancelou até o primeiro dia do pólo mais importante da cidade que é o palco montado no Marco Zero. Mas ao final do carnaval, quando pensei num começo de assunto, veio outro tema em minha mente: --- Estou começando a odiar os monitores de chão!

Para os leigos, são aquelas caixas de som que ficam perto dos músicos no palco. Servem para eles poderem escutar o som de qualquer instrumento no show, ajudando a manter o ritmo e o tom das músicas corretos. Nestes shows do carnaval precisei colocar alguns monitores desses para os metais e para os convidados que não usariam fones. E a ausência destes monitores de chão ajuda (e muito!) no resultado sonoro do show. Quanto mais monitores no palco, mais sujeira. E quanto mais sujeira, mais difícil é para mixar o som do show. A sujeira que falo aqui é sonora! Imaginem um músico tocando sax. Este saxofone tem um microfone para captar o seu som. O músico está usando um monitor de chão. Ele pede ao técnico que envie o som do bumbo e da caixa da bateria para ele se guiar no ritmo, e pede também um pouco da harmonia (baixo, guitarra e teclado) para ajudá-lo a tocar no tom certo da música. Fora isso, ele pede um pouco da voz do cantor também. Ah! Já ia esquecendo... O som do sax dele está saindo também neste monitor. Pronto! A salada está completa. Então, quando eu levanto o canal do sax lá na frente, não vem só o som do sax. Vem também o som do bumbo e da caixa da bateria, do baixo, da guitarra, do teclado, da voz do cantor e o som do sax que sai também pela caixa! Tudo que sai na caixa de som de monitor é captado pelo microfone que está na boca do sax! Imaginaram agora todos os músicos usando monitores de chão??!!??

Detalhe de 4 monitores de chão para o cantor Cacau Brasil. O músico da flauta usa fones.

(Acabei de entrar na segunda dose de vodka).

Aqueles apitos que acontecem nos shows é exatamente a realimentação do sinal de algum instrumento (ou voz) em algum monitor. O som do sax é captado pelo microfone e enviado para a mesa. Este sinal é enviado novamente para o monitor de chão e é novamente captado pelo microfone. E é neste círculo sem fim (loop) que acontece a realimentação. E evitar esta realimentação é, para mim, uma arte!

Quando não existem monitores de chão no palco, estas realimentações são anuladas! Se você ouvir apitos num show e observar que não existem caixas de monitor no palco, pode ter certeza que a culpa é do técnico que está fazendo o som da frente. O som da frente (P.A.) vaza para o palco e é captado pelos microfones também. Lembro-me de um caso que Rogério me contou uma vez. Se eu não me engano foi num show de Lenine em que ele fazia o monitor e neste show não estavam usando nenhum monitor de chão. Durante o show, houve realimentação e apitou. No final do show, já no camarim, Denilson (operador de P.A.) falou brincando: --- Estava doido pra colocar a culpa dos apitos em Rogério, mas não tinha como eu afirmar isso, pois não tinha monitor de chão no palco (risos).

Este vazamento do som da frente no palco está bem menor hoje em dia (bem menor mesmo!) depois da chegada do sistema de caixas line array. Pois este sistema é muito direcional. Mas ainda temos o problema das telas que se colocam na frente das caixas do P.A.. Estas telas são usadas para esconder as caixas e também servem para colocar as propagandas dos patrocinadores do evento. Esta tela era pra ser ORTOFÔNICA (http://www.iu.art.br/?p=4487), não interferindo (teoricamente) na propagação das ondas sonoras. Ela possui poros (pequenos orifícios) que permitem esta propagação (que mesmo assim não é igual sem nada na frente!). Na realidade, o melhor mesmo era não ter tela nenhuma na frente das caixas do P.A., mas é muito difícil conseguir isso num evento, pois já é um local muito disputado pelos patrocinadores. Se eu não me engano, um dos poucos do ramo que conseguiu isso foi Kalunga (operador de Ivete Sangalo) no show do DVD no Maracanã. Conseguiram fazer isso no principal pólo do carnaval do Recife. As caixas do P.A. do palco montado no Marco Zero ficaram livres das telas, que foram colocadas ao lado das caixas. Parabéns.

Detalhe das caixas do P.A. do palco no Marco Zero livres das telas.

Mesmo sendo ortofônica, quando se “pinta” a logomarca do patrocinador, acredito que vários poros são fechados. E quando chove muito, estes poros são fechados também pela água. A solução que encontramos nestes dias de chuva é dar uma surra na tela com um pedaço de pau para a água sair dos poros. Mas isso funciona quando a tela não é muito grande. No caso de Kalunga no Maracanã, se ele fosse fazer isso, acredito que estava até hoje batendo na tela!

Com estes poros fechados, o som (principalmente os médios e agudos) bate na tela e volta para dentro do palco, podendo causar a realimentação.

No fundo, as telas cobrindo as caixas do P.A. nos dois lados do palco no pólo Várzea. Quando consegui colocar fones em toda a banda de Silvério Pessoa, a diferença foi gritante! Hoje não dispenso o uso de fones no palco. Tudo fica mais fácil para mim e para Normando que faz o monitor.

Dia 18 de fevereiro - Show de Silvério Pessoa no Clube Alemão em Recife. Festa do Bloco De Olho Naquilo.

Obs: Fiz até um trabalho antes desse. Operei o monitor de Silvério Pessoa numa prévia carnavalesca em Recife chamada Bal Masqué no dia 07. Mas acabei nem usando o in-ear dele. A coisa estava meio confusa, sem sound check, e resolvemos fazer tudo na hora com os monitores de chão mesmo. Ele iria cantar só umas 6 músicas acompanhado por uma banda montada para o evento. Deu tudo certo. Como não achei nada interessante para comentar e nem levei a máquina fotográfica, vou pular este evento.

Voltando ao show do Clube Alemão... Já sabia de quem era o som e sabia também que seria um line array (sem ser caseiro!). Seriam duas mesas digitais iguais para o P.A. e monitor. Sempre pensei em não dar nomes aos bois aqui no Blog, mas mudei de idéia. Quando o equipamento for bom, eu falo o nome da marca e da firma de som, pois acredito que ajude alguém que está procurando um bom serviço de sonorização. Quando o equipamento não for legal, eu nem falo a marca nem a empresa de som, pois não sou o dono da verdade e gosto é gosto! E é apenas uma opinião pessoal. Não quero prejudicar o trabalho de ninguém. O que é ruim pra mim, pode não ser para outros.

Essa empresa de som começou alugando equipamentos para DJs aqui em Recife e hoje em dia tem um bom equipamento para pequenos e médios eventos. Se for ver direitinho, já tem um line array muito melhor que antigas empresas da região. Muito legal esta evolução. Parabéns Tomaz. O nome da empresa é Luminário Produções.

Dos nacionais, só tive a oportunidade de trabalhar com duas marcas, e este da FZ Áudio (http://www.fzaudio.com.br/) que estava no Clube Alemão soou bem melhor para meus ouvidos. Estranhei quando estava começando a fazer o sound check, pois um lado estava falando diferente do outro. Isso é muito difícil de acontecer com line array (industrializado!). Depois de um tempo tentando ajustar isso, fiquei sabendo pelo técnico da empresa de som que tinham umas “chavezinhas” atrás das caixas que estavam na posição errada. Depois que ele ajustou estas chaves, tudo ficou normal. Achei um perigo estas chaves! Nem sabia que existiam! Pelo que pude entender pela rápida explicação do meu colega, estas chaves servem para o usuário escolher se vai usar o processamento que vem de fábrica ou vai fazer outra regulagem para este processamento das caixas. Uma explicação superficial para os leigos: alguns modelos de caixas já vem com os amplificadores dentro delas. Chamamos de “caixas amplificadas”. E alguns modelos destas caixas amplificadas já saem da fábrica com ajustes de parâmetros que otimizam o seu funcionamento. Falamos que estas caixas são “processadas”. As caixas da FZ que estavam lá eram amplificadas e processadas. Só que existiam estas “chaves” para o usuário escolher se queria usar o processamento que vinha de fábrica, ou se queria fazer outros ajustes desses parâmetros. Esses novos ajustes poderiam ser feitos simplesmente com uma ligação via cabo de rede (a mesma da internet de casa) entre as caixas e um computador. Muito legal isso, só não tenho certeza se concordo com esta liberdade de escolha, pois dependendo dos novos ajustes, tudo pode ficar pior. No meu caso deu para ajustar as chaves, pois as caixas não estavam muito elevadas. Imaginem num grande P.A. em local aberto em que estas caixas ficam penduradas a muitos metros do chão!

Perdi um tempinho com este ajuste no P.A. que não estava nos planos e o sound check acabou mais tarde do que eu imaginava, mas tudo ficou certinho. Colocamos os monitores de chão para os metais e para os dois convidados de Silvério, que seriam China e Maestro Spok. Todo o resto da banda estava de fones e Silvério usava seu in-ear sem fio que ele não dispensa mais em shows (e até em ensaios!).

O sistema que ele usa é um PSM 600 da Shure (http://www.shure.com/ProAudio/Products/PersonalMonitorSystems/us_pro_PSM600_content) com fones Westone (http://www.westone.com/content/21.html ) moldados sob-medida (Essa nova regra de ortografia está me deixando louco! Pensei que o hífen tinha morrido, mas não morreu não! Pense numa confusão! Tem palavra que não tem mais e palavra que continua a ter. É lasca! Por isso relevem os futuros erros aqui.).

Quem representa estes fones da Westone no Brasil é a Audiocare (http://www.audiocare.com.br/ ).

Fora estes fones moldados, ele ainda possui o fone E5 da Shure, que é usado agora nos ensaios.

O show foi tranquilo e não tive problemas nenhum, a não ser os velhos monitores de chão que interferiram no som da frente, pois as vozes dos convidados ficaram altas no palco. As vozes ficaram com um timbre um pouco metálico, que era um reflexo da captação do som dos monitores pelos microfones das vozes. Se eu tivesse gravado este show, era bem provável que estas vozes dos convidados soassem baixas na gravação, pois eu estava escutando muito o som delas que vinha do palco.

Mas tudo bem... Acredito que só eu notei isso. Sexta-feira, dia 20 de fevereiro - Monitor de Cacau Brasil em Olinda – Quase me complico. Fui contratado para operar o monitor de um artista de Fortaleza chamado Cacau Brasil. Dois músicos de Recife faziam parte da banda. Fui ao ensaio para ter idéia de como era a formação completa da banda e o que eles gostariam de ouvir nos seus monitores. Ninguém possuía sistema pessoal de monitor e Cacau também não usava in-ear. A banda era formada por bateria, baixo, guitarra, teclados, sax/flauta e duas vocalistas. Sabia que o som seria o mesmo que estava no Clube Alemão. Por isso meu amigo Mário Jorge (técnico de P.A. de Elba Ramalho) não teria problemas com o som do P.A.. Não haveria sound check. Faríamos tudo na hora. Marcamos para chegar um bom tempo antes do show para poder ver como faríamos o trabalho. Eu já havia decidido pegar a cena da banda anterior e fazer os ajustes necessários para meu show na hora. Fui ao palco ver quantos fones eu teria à disposição e notei que o sistema da empresa estava desligado. Para não perder tempo, combinei com o técnico da empresa, meu colega Raimundo, que usaria os monitores que estavam já no palco, mas ligaria 3 vias extras de fones, sendo uma para cada vocalista e uma outra para o músico que tocava o sax e flauta. Aproveitaria a equalização que ele já tinha feito para os monitores e no decorrer do show eu faria os ajustes que achasse necessário. Foi com esta filosofia de trabalho que a coisa complicou, pois eu não havia previsto uma coisa. Estava tudo correndo bem, até a antepenúltima banda da noite. Depois desta banda ainda teria mais uma atração e depois para finalizar a noite seria o show de Cacau Brasil. Quando esta antepenúltima banda acabou o show, eu já fui para o palco, pois minha intenção já era sincronizar meu laptop com a mesa e aproveitar a cena da penúltima banda para fazer os ajustes para o meu show. Foi aí que aconteceu o inesperado. O técnico da antepenúltima banda trouxe uma cena já pronta num pendrive e passou para a mesa digital. Todos da sua banda usavam fones, e esta cena era específica para seu show. Só que do jeito que ele passou a cena para a mesa, apagou todas as cenas existentes, inclusive a cena que o técnico da empresa fez para o evento, ou seja, a cena que eu iria usar como ponto de partida. Raimundo teria que salvar antes suas cenas num pendrive antes do técnico passar a cena dele para a mesa, mas ele não fez isso. Fiquei desolado, mas fazer o que, não é? Não tinha solução. Teríamos que começar do zero. Dei uma ajuda para Raimundo refazer o que havia se perdido e já fui vendo o que eu poderia fazer na hora do meu show. Chovia e tivemos que cobrir a mesa e meu laptop, pois existiam goteiras no palco (pra variar).

Aprendi mais uma lição. Nos próximos trabalhos deste tipo, salvo a cena do evento no meu laptop assim que eu chegar.

Quando Raimundo estabilizou o som dos monitores, pedi pra ele ir ligando já as 3 vias extras de fones para o meu show e deixei ligado o microfone sem fio próprio de Cacau Brasil. Combinei como seriam distribuídos os monitores de chão e aguardamos o término do show. Enquanto o show não acabava, eu já fazia alguns ajustes da equalização de alguns monitores pelo meu laptop que estava sincronizado com a mesa LS9 da Yamaha. Raimundo nem sabia que eu estava fazendo isso (risos).

Quando o show acabou, peguei o microfone sem fio de Cacau e fui dar uma escutada nos seus 4 monitores de chão. Fiz uns ajustes ainda de equalização para estes monitores e como os outros monitores eram da mesma marca e eu não poderia perder muito tempo, usei esta mesma equalização para todos eles. Como a mesa é digital, é só copiar a equalização da via 1 (Cacau) e colar nas demais vias. Só faço isso quando não tenho nenhum tempo sobrando, pois mesmo sendo da mesma marca, não quer dizer que eles estão falando do mesmo jeito. Isso se deve a vários fatores, como tempo de uso diferente, uns estão com reparos e outros não, etc. Já tinha feito alguns ajustes na equalização do monitor da bateria que era (geralmente sempre é) diferente dos demais monitores. Fiz alguns ajustes na equalização do SIDE também. Para quem não lembra, “side” são caixas de som que ficam nas duas laterais do palco e fazem parte da monitoração. Nos shows de Silvério Pessoa, não usamos estas caixas, ficam desligadas, mas existem bandas, como Charles Brown Jr, que se virar o side deles para frente, dá pra fazer o som do evento de tão alto que é!

Fizemos um rápido line check e com o microfone de Cacau na minha mão e falando para todos, fui atendendo aos pedidos dos músicos na rápida distribuição dos instrumentos em seus monitores. Tem até um texto aqui no Blog que eu comento como costumo trabalhar operando monitor.

O show começou e levei mais umas cinco (ou seis) músicas para ajustar os detalhes de volume de alguns instrumentos em determinados monitores. Coisa normal de show sem sound check. Na realidade, até com sound check existe este ajuste na hora do show, pois a pegada dos músicos no show é diferente da pegada no sound check.

Cacau Brasil não me pediu nada durante o show, e as vocalistas também não. Depois de tudo estabilizado, não toquei mais na mesa e fiquei tirando fotos.

Ah! A melhor parte: Não houve nenhum apito de realimentação no palco (na frente também). Acabei (Mário também) fazendo o trabalho direitinho.

A pior parte: Já era tarde e eu teria que acordar cedo para fazer o sound check do show de Silvério Pessoa no Marco Zero. Mário também! (risos)

Sábado, dia 21 de fevereiro - Show de Silvério Pessoa no Marco Zero, se o palco não tivesse se desmanchado por causa do vento.

Quando cheguei em casa vindo do show de Cacau Brasil, passava um pouco das 4 da madrugada. E eu tinha que chegar de 10 da manhã no Marco Zero para montar o nosso equipamento e fazer o sound check. Neste período de carnaval, Silvério Pessoa tinha 3 formações diferentes de shows! O show do Clube Alemão era diferente da maioria dos shows do carnaval e também era diferente do show do primeiro dia do carnaval no Marco Zero. Fiz um documento para cada show e enviei para a produção. Fernanda Abreu e Fábio Trummer seriam os convidados neste show. Fernanda usaria in-ear e Fábio usaria monitor de chão mesmo. No dia anterior fiquei sabendo que Lula Queiroga e China também participariam do show como convidados também, mas não dava mais tempo para modificar o input list (Para quem não lembra, input list é a relação dos canais que vão ser usados no show. Esta relação é enviada antecipadamente para o contratante do show ou para a empresa de som do evento).

Tudo bem. Acrescentaria no sound check mais dois microfones sem fio depois dos últimos já existentes, pois eu já tinha feito uma cena para a mesa digital no meu laptop, e se eu colocasse estes microfones no meio onde estavam os ostros microfones de Fernanda e Fábio, todos os canais após não iriam mais combinar com a cena já feita.

Estava acertado também que nem Silvério, nem os convidados e nem os metais estariam no sound check por causa de compromissos no Galo da Madrugada. Ao todo, 15 canais que só iríamos dar uma conferida no sound check. O resto da banda participaria normalmente do sound check.

Normando e Mário Jorge ficaram responsáveis por passar o in-ear de Silvério e de Fernanda. Na realidade esta ausência dos cantores e dos músicos dos sopros dificultaria mais na monitoração do que pra mim lá na frente. Eu teria que estabilizar estes 15 canais em apenas 2 vias, o canal esquerdo e direito do som da frente, mas no palco estes 15 canais vão para 12 vias diferentes!

Quando fui começar a organizar o palco, notei que o técnico da empresa de som estava com os documentos do show errado nas mãos! Fiquei meio chateado, pois fiz “bem direitinho” os documentos, todos com os títulos de acordo com o show, mas sabia que correria este risco com 3 shows diferentes.

Ainda bem que o pessoal era local e eu conhecia todos. Eles brincaram dizendo: --- Até você Titio que sempre é organizadinho...

Brinquei com eles também e passei o mapa de palco e o input list corretos.

Dependendo do evento, do diretor de palco e da equipe de som do palco, estas mudanças não seriam feitas sem um pouco de estress e discussão. Ensaio com Fernanda Abreu para o show no Marco Zero.

Depois de tudo ligado e posicionado corretamente, fizemos o sound check sem maiores problemas. Salvei a sessão da mesa no meu laptop por garantia e fui embora. Quando cheguei em casa para almoçar, o relógio marcava quase 16h. Não perdi tempo, tomei um banho rápido, almocei e fui dormir, pois tinha dormido muito pouco da sexta para o sábado, e com 43 anos este pouco tempo de sono causa um certo desconforto.

Quando já estava quase saindo de casa à noite para ir ao local do show, recebi a informação que o show havia sido cancelado por causa da chuva! Liguei para o nosso iluminador Roberto, e ele já estava no local e me falou que o palco estava interditado. Ninguém podia subir. Fiquei sabendo no outro dia que o cancelamento se deu porque a estrutura do palco não resistiu a um vento e o teto deslocou-se e corria o risco de cair. O show foi transferido para o dia 13 de março, festa de aniversário de Recife.

Por causa deste episódio, numa conversa com a produção de Silvério Pessoa, comentei que o justo para mim seria receber 50% do valor do cachê, pois a culpa de não ter havido o show não foi nossa e sim da estrutura do palco que não aguentou o tempo ruim. Se a estrutura não tivesse cedido, com certeza os shows seriam realizados, mesmo com chuva, como aconteceram em outros palcos da cidade naquele dia. Ensaio com Fábio Trummer para o show no Marco Zero.

O que argumentei foi que eu trabalhei normalmente durante todo o dia para este show, e que se não houvesse show marcado neste dia, seria muito provável que eu fizesse algum show com outro artista, pois sou free-lancer. Mas como já estava marcado em minha agenda este dia 21, não aceitei mais nenhum trabalho para esta data. Resumindo, perdi um dia de trabalho. A produção falou que reza em contrato que havendo um “caso fortuito” como este, o show é cancelado e pode ser transferido para outra data sem nenhum custo extra para a prefeitura. Muito legal... Para prefeitura! Toda uma equipe, entre técnicos e músicos, que não fechou outros trabalhos nesta data foi prejudicada. Coloquei esta discussão em pauta em alguns fóruns de áudio que eu participo e a grande maioria dos técnicos tem o mesmo ponto de vista que o meu. Vou dar outro exemplo: O show foi transferido para o dia 13 de março. E se eu tivesse já marcado antecipadamente um evento neste dia com outro artista, pois esta data estava livre na minha agenda? Quase que isso acontece com Normando, o operador de monitor. Na realidade, pelo que eu soube, o show que ele teria no dia 13 de março com outro artista foi transferido pela produção do artista exatamente por causa deste show que a prefeitura transferiu para o dia. Uma das razões foi que o baterista deste artista local toca com Elba Ramalho, um dos shows transferidos do dia 21.

Um fato parecido ocorreu em Natal com Silvério Pessoa também. Comento este episódio em um texto antigo aqui no Blog, é só procurar. Um evento foi cancelado por causa da chuva, e não conseguiram data para uma futura transferência, pois o artista tinha viagem marcada para a Europa. Logicamente recebemos o cachê deste show mesmo sem ter, pois não tivemos culpa pelo cancelamento. Não comentei nada na época, pois não teve o segundo dia de show e o dia perdido (pois estávamos em Natal) não era data festiva como um carnaval, natal, são joão, réveillon, aonde cresce muito o número de propostas de trabalho para operadores de áudio, iluminadores, etc.

Deixei bem claro para a produção de Silvério Pessoa que não estava cobrando este cachê extra, pois nunca discutimos tal assunto anteriormente. Apenas não acho justo o contrato, e se eu fosse contratado diretamente pela prefeitura, com certeza eu cobraria este extra. Este é meu ponto de vista.

Veio-me umas dúvidas aqui no final do texto...

Se Fernanda Abreu, que era uma das convidadas do show e que estava no dia para participar, não pudesse comparecer ao show do dia 13, ela não receberia o cachê?

O serviço de transporte que foi contratado (van) para o deslocamento da nossa equipe, e que fez todo o serviço, só não levou nenhum músico ou técnico à noite porque o evento foi cancelado, não vai receber por este dia de trabalho?

Boas perguntas para o pessoal da prefeitura, não?

Não vejo diferença entre meu trabalho e Fernanda Abreu e o serviço de transporte.

Domingo, dia 22 de fevereiro - Show de Silvério Pessoa na Torre Malakoff – Enquanto eu fazia o som do P.A., Normando fazia o monitor pelo laptop.

Este show era num local fechado e todo coberto, para convidados do Governo do Estado. O line array não seria “caseiro”! Era um D.A.S.. Sabia que o equipamento era legal. Mano Som é o nome da empresa. Eu já sabia que seria só uma mesa para fazer o P.A. e monitor (nem tudo é perfeito), mesmo assim fizemos questão de levar o nosso operador de monitor. Equipe unida, sempre unida. Gosto dessa filosofia da produção de Silvério Pessoa. Conheço diversos artistas aqui em Recife (pra não falar que seria a maioria) que não levariam de jeito nenhum o seu técnico de monitor, porque não haveria mesa de monitor! Sobre esta questão de sempre andar com seus técnicos... Dêem uma olhada neste vídeo de Tom Zé que eu achei numa comunidade de profissionais do áudio que participo ( http://www.youtube.com/watch?v=LE_045_4T-A&feature=related ). Ele fez coisa parecida aqui em Recife no Abril Pro Rock anos atrás. Ainda bem que não foi no palco em que eu estava trabalhando. Não admito tal tratamento com o técnico da empresa de som, independente da causa. Leve seu técnico de som! Ainda acho estranho uma Spok Frevo Orquestra não andar sempre com um técnico de monitor atualmente. Já falei isso para Delbert, que é o operador de P.A. da Orquestra e que faz muitos eventos sozinho. Já passei até por uma situação um pouco constrangedora, mas quem me conhece sabe que eu falo mesmo o que estou achando. Fui contratado por Silvério Pessoa para fazer seu monitor num evento em que ele iria cantar acompanhado pela Spok Frevo Orquestra. Eu era contratado de Silvério Pessoa. Cheguei cedo ao local do evento, liguei seu in-ear, escolhi seu microfone, equalizei-o e enviei para o seu in-ear. Avisei ao técnico da empresa de som que eu estava ali para fazer o monitor de Silvério e não do show. Neste evento, a Spok Frevo não levou técnico de monitor. Só foi Delbert. Quando começou o sound check, e eu comecei a mixar o som para o in-ear de Silvério, os músicos da Orquestra, que me conheciam, começaram a me pedir ajustes nos seus monitores, e eu falei que não estava ali para fazer o monitor deles e sim o de Silvério. Falei que qualquer ajuste nos monitores da orquestra deveria ser feito ou pelo técnico da empresa de som ou por Delbert que era o técnico da Orquestra. Não foi muito fácil falar isso, mas eles teriam que entender. No começo não entenderam, pois não era comum aquilo em Recife, e eles não estavam acostumados, principalmente porque todos me conheciam. Grosseria? Não. Profissionalismo. Gal Costa trouxe um técnico para fazer exclusivamente seu monitor no Marco Zero, e ninguém pediu nada pra ele, pois ninguém o conhecia. Hoje em dia os músicos aqui em Recife já não se assustam mais quando vou fazer só o monitor de Silvério Pessoa, e até perguntam se estou ali para fazer o evento completo ou não.

Voltando ao show...

O palco era muito apertadinho, mas deu para acomodar todo mundo. A única mesa estava ao lado do palco, e era uma digital M7CL. Já sabia que seria esta mesa e já tinha feito uma sessão do show. Notei no começo do sound check que a sessão não estava “batendo” com o input list. Isso aconteceu porque houve mudanças no input list, e eu não me lembrei de ajustar a sessão no laptop. Tudo bem. Fiz os ajustes na hora.

Com meu laptop sincronizado com a mesa, começamos o sound check. Não contei quantas vezes saltei do palco, ouvi o som na frente e voltei ao palco. Acredito que foram umas vinte descidas e vinte voltas ao palco! E nem estou computando aqui as idas que dei durante o show! Já estou vendo a possibilidade de comprar um roteador sem fio para controlar estas mesas via wireless da frente com meu laptop, já que as próprias empresas de som não tomam a iniciativa (Não é, Normando?). Conversando com Lázzaro, operador de monitor de Ivete Sangalo, comentei esta distância que há entre nossos eventos e os deles. Não vi ainda aqui em Recife gente controlando as mesas via wireless. Acho um absurdo isso. Temos a tecnologia, mas nenhuma firma usa! E é uma ferramenta extraordinária! Sincronizando o laptop com a mesa digital. Usando um roteador sem fio, posso controlar da frente esta mesa que está ao lado do palco via wireless. O grande “barato” aqui neste show (tecnicamente falando), foi que enquanto eu estava fazendo o som da frente, Normando estava com meu laptop distribuindo os instrumentos nos monitores da galera. Foi massa! Primeira vez que fizemos isso. Mais uma vez não deu pra passar todos os metais, mas deixamos tudo encaminhado, e era só ajustar na hora (Já estou ficando craque nisso!). Nesta época de carnaval em Recife, os metais são disputados à tapa! O pessoal faz vários eventos no dia. É que nem sanfoneiro no São João! Passamos um pouquinho de nossa hora no sound check, mas ficou tudo certinho. Fui pra casa esperar pela hora do evento. As caixas do P.A. não estavam posicionadas corretamente, mas não prejudicou muito no resultado final, pois a área estava toda coberta, e as reflexões no ambiente deixaram o som mais homogêneo. As caixas do line array não estavam com as inclinações necessárias para atingir as pessoas que ficaram logo abaixo do palco, mas como eu disse, as reflexões ajudaram neste sentido. Pelo menos foi isso que eu senti durante o show quando eu ia lá na frente.

O show foi perfeito, e o som também. Eu era só sorriso! É muito gratificante, depois de todas as dificuldades, você sentir (ouvir) que está tudo bem. É impagável isso. Se eu não tivesse contas para pagar, nem precisava me pagar nada. Só a sensação de dever cumprido me satisfaria. (risos)

Não senti nenhuma “coloração” no som dos metais por causa dos monitores de chão. O palco pequeno ajuda na monitoração, pois deixa os músicos mais perto uns dos outros, não necessitando de volumes altos nos monitores. Inclusive, o pessoal dos metais no final do show, brincou: --- Tá vendo que a gente não precisa passar o som? Estava muito bom tudo! (risos)

Em palcos grandes, isso não funciona.

No outro dia, conversando com um dos músicos dos metais, ele me falou que depois do nosso show ele ficou no evento e viu outra atração se apresentando. Não gostou do som, e comentando com um amigo dele que viu nosso show, o amigo falou: --- Nem se preocupe, pois o som do show de Silvério não estava assim, estava perfeito!

O pessoal que tocou depois da gente não fez sound check. Foi tudo na hora! E com a mesa ao lado do palco tudo fica mais difícil.

Salve o sound check!

Segunda-feira, dia 23 - Show de Silvério Pessoa no pólo Várzea – Mais um palco que se desmanchou com a água!

OBS: Não tenho fotos deste dia, pois esqueci em casa a máquina e não consegui voltar pra pegar.

Pensei até em colar aqui o texto que fiz acima para o show cancelado do dia 20, mas este dia aqui foi bem mais complicado. Tudo que eu falei acima do dia 20 serve para este dia aqui também. Com duas diferenças: Não usei o transporte da nossa produção, pois moro bem pertinho da praça da Várzea aonde estava o palco. E a estrutura geral (palco, equipamento, mão-de-obra (tem hífen ainda?)) estava muito precária neste pólo. Usaria 39 canais neste show. Só tinham 36 canais disponíveis por causa do multicabo (cabo que vem do palco com os sinais dos instrumentos). Não perdi tempo e eliminei 3 canais pelo critério de importância. O palco era pequeno e não tinha área de escape. Para os leigos, está área fica em um dos lados do palco e serve para ajudar nas mudanças das bandas. Nestas áreas são colocados os instrumentos das bandas já montados em cima de tablados (praticáveis) com rodas, como por exemplo, a bateria ou a percussão. Dependendo do nível da firma de som, estes instrumentos já ficam com seus respectivos microfones posicionados. Quando acaba um show, os praticáveis que estão no palco são empurrados para fora do palco para a área de escape e os que estão lá são empurrados para dentro do palco e posicionados nos lugares pré-definidos, que podem ser totalmente diferentes do show anterior. Sem esta área de escape e sem os praticáveis com rodas, fica muito complicado tais mudanças, e isso prejudica quando se tem dois shows em que estas posições definidas são importantes, com era o caso de Silvério Pessoa e Lenine. Essas posições no palco são informadas antecipadamente com o envio de um documento chamado mapa de palco que vai junto com o input list (relação dos canais usados) e a relação de equipamentos. Quem quiser ter idéia de como são estes documentos, me envie um pedido por email (titioaudiomidi@gmail.com) que eu envio um documento desses. Como não daria para desmontar a bateria do show de Lenine, resolvemos armar a nossa na frente da bateria dele e no chão! Fizemos um novo arranjo nas nossas posições e aguardamos o sound check de Lenine para começar o nosso. O sound check de Lenine estava completamente fora do horário. Fui lá pra frente sentir como estava a coisa e combinar com Denilson (técnico de Lenine) como faríamos. Já encontramos outro problema. A mesa digital que eu sabia que estaria no local, não estava mais. Denilson queria fazer na digital também. Corre pra cá, corre pra lá, reclama aqui, reclama ali, e a mesa chegou. Enquanto Denilson colocava uma música pra tocar, notamos que algumas caixas de sub-graves estavam distorcendo. Decidimos desligar estas caixas para amenizar a coisa, pois era melhor diminuir estes sub-graves do que ficar com eles distorcendo. Não vou negar que senti orgulho de mim mesmo ao escrever a palavra “decidimos” na frase anterior. Minha opinião sendo considerada por um técnico de um artista renomado. Legal. Esta diferença esta cada dia menor, pelo menos pra mim.

Até que Denilson não demorou muito no sound check dele. Não são muitos instrumentos. Basicamente a banda é formada por bateria, baixo, guitarra, violão, voz e vocais. Neste show, Lenine voltou a usar bases pré-gravadas, e não se leva muito tempo para passar estes canais eletrônicos. Nem o próprio Lenine foi passar o som. Eles já andam com a mesa de monitor digital e com os microfones. Lenine usa in-ear.

Comecei a fazer meu sound check com o tempo completamente estourado. A equipe do palco estava tendo dificuldades para religar os canais para a nossa banda, e muita coisa falhava. Tivemos que parar algumas vezes para algumas troças passar. Isso foi deixando o sound check um pouco estressante. Mais uma vez, a maioria dos nossos músicos dos metais não pôde aparecer. Adiantamos o que dava e finalizamos o sound check mesmo sem estar tudo ok. Faríamos os ajustes no show mesmo. Estou ficando calejado. (risos)

A produtora-empresária-estilista-coordenadora-esposa-conselheira de Silvério Pessoa (e minha amiga nas horas vagas fora e dentro do trabalho), Karina, me falou um dia desses que eu era muito radical nas minhas colocações. Falei pra ela que estou mudando neste ponto também. Já fui bem mais radical e este dia na Várzea comprovou isso. Um tempinho atrás numa situação dessas, em que achei de um total desleixo por parte de uma organização de um pólo de carnaval, teria dito minha frase “por mim, não faria este show não”, mas só falo esta frase novamente quando não tiver a mínima condição de fazer. Se Lenine que é Lenine vai fazer, quem sou eu pra dizer não faço, não é?

O grande problema que há nestes pólos descentralizados, e este ano parece que foi pior, pois diminuíram a verba, é que continuam colocando atrações grandes que normalmente tem um show complicado de armar (com muitos detalhes técnicos) em estruturas que não estão preparadas para receberem tais atrações. Pensei numa comparação pra ilustrar este meu pensamento e só me veio isso na cabeça (desculpa Silvério, Bráulio): Seria a mesma coisa que colocar um jogo do Brasil no estádio dos Aflitos ou na Ilha! Dá pra ter o jogo? Dá. Mas imagina a dificuldade que vai ser por causa das estruturas dos estádios e dos gramados! Num show, as estruturas dos estádios são os palcos, e os gramados são os equipamentos. O jogo tem que ser no Arruda! (risos)

Fui contratado também para operar o P.A. do show de Isaar. Não deu tempo para ir em casa e fiquei direto no evento. Já tinha combinado com o pessoal do palco que era pra ligar os canais de Isaar no mesmo canal equivalente de Silvério, ou seja, o baixo de Isaar no canal do baixo de Silvério, etc. E assim fizemos. Aproveitei a cena que tinha feito do show de Silvério Pessoa e adaptei para Isaar. Comecei o show e o começo foi um pouco complicado para ajustar, mas ainda tive a ajuda de Ricardo, técnico amigo meu que estava trabalhando pela prefeitura, e na segunda música já estava estabilizado. A chuva começou a cair, e já estávamos tendo problemas na luz também por causa da água. A house mix (local onde fica a mesa de som da frente e eu) estava bem montada e não tivemos problema com a chuva que aumentava. Só não tinha um segurança sequer e o local foi completamente invadido pelo público! Quando Isaar acabou a última música do show dela (depois era o show de Silvério Pessoa), a chuva ficou torrencial e alguma coberta no palco não aguentou a água e cedeu. Partes elétricas importantes foram atingidas, fazendo com que o palco se tornasse um local perigoso por causa de choques. O sistema de luz ficou completamente louco, e mais uma vez o evento teve que ser cancelado por falta de condições! (risos... pra não chorar)

Volto a perguntar. É justo não receber nada por este dia de trabalho porque o show foi cancelado por falta de condições causada mais uma vez pela estrutura do palco que não aguentou?

Sem ter mais o que fazer, fui para o camarim tomar minha vodka com laranjada (ou limonada), pois estava bem pertinho de casa e seria muito azar que tivesse uma blitz no caminho até minha casa!

Continua...

Terça-feira, dia 24 - Show em Goiana – Não precisa ser line array. Equipamento bem cuidado, som legal também.