sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Mudança de Palco 013 - 2011.

Um excelente 2011 para todos.

Que vocês tenham muitos momentos legais em 2011 como estes que eu tive neste finalzinho de ano.








Saúde sempre.
O resto a gente corre atrás.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Baile do Menino Deus 2010 – Quase saio do buraco!

Olá pessoal.
Mais um ano indo embora e mais um ano fazendo o monitor do Baile do Menino Deus em Recife.
Nem estava muito disposto a trabalhar neste Natal, não vou mentir.
E esta pré-disposição me fez quase pular fora no primeiro dia de montagem e sound check. Meu colega Arnaldo, da empresa PA Áudio, teve que aguentar meu mau humor nos dias de montagem e ensaio.
Obrigado Arnaldo pela paciência. Acho que a tristeza de ver um amigo enterrando a mãe dele ajudou nesta minha atitude.
Amanhã vou para uma praia com meu cantor-amigo (ou seria amigo-cantor?) Silvério Pessoa com sua família e mais uns amigos com as respectivas famílias e namoradas. Vai ser nosso dia de Natal.
Já comprei as carnes para os dias de churrasco e os vinhos.
Vai ter Casillero Del Diablo, Reservado, Travessia (todos da Concha y Toro), Gato Negro, Trivento e outros que não me lembro do nome.
Vai ter picanha, maminha, linguiça toscana, coração de galinha, bisteca e lombo de porco.
Neste dois quesitos a gente está bem.
Fiquei muito impressionado com o preço da picanha. A que eu sabia que era muito boa, estava custando mais de 60 reais o quilo!! Peguei uma mais barata, pois meus cachês não seguiram o mesmo percentual de aumento.
O resto a gente combinou de comprar lá mesmo.


Eu não tinha nenhuma cena do monitor do Baile do Menino Deus (BMD) do ano passado. Tive que começar do zero. Ano passado foi disponibilizada uma LS9 da Yamaha. Não lembro porque não guardei uma cena da mesa. Geralmente guardo todas. Mesmo sendo outro modelo de mesa da Yamaha neste ano (M7CL), eu tenho um programinha (que não foi feito pela Yamaha) chamado OpenMix Tools que faz a adaptação da cena de um modelo de mesa para o outro modelo. Ele é um aplicativo para ser rodado no navegador Firefox. Nunca testei na estrada. Só testei em casa brincando. Já falei sobre este aplicativo aqui no Blog. É só procurar.
A Yamaha desenvolveu (acho que demorou muito) um programinha para fazer o mesmo serviço, mas ainda não está disponível.
Mais detalhes: http://gigplace.com.br/blog/?p=168
Rogério (um dos sócios da PA Áudio), que opera o som do PA do BMD, me falou que colocou a M7CL no monitor para eu poder usar meu wireless, me possibilitando fazer todo o trabalho fora do buraco embaixo do palco. Poderia fazer isso também com a LS9, mas acho que eu não tinha ainda meu roteador sem fio em dezembro de 2009.
Logo no primeiro dia tive problemas (mais uma vez!!!!) com meu sinal wireless. Começou até bem. Alinhei os três monitores da frente sem problemas usando meu laptop controlando a mesa que estava embaixo do palco.


Mas quando fui alinhar os monitores que estavam no fundo do palco, comecei a ter problemas com o sinal. Tentei algumas vezes ainda estabilizar o sinal, mas sempre dava o mesmo erro. E era diferente dos problemas que tive antes nos shows de Tom Zé no FITO, onde simplesmente o programa Studio Manager passava para OFFLINE.
Desta vez apareceu uma mensagem na tela que falava que estava existindo uma incompatibilidade do programa com a versão da mesa, e que também poderia ser algum problema na conexão e era bom eu verificar.
Eu estava usando o editor correto para a mesa e as conexões estavam certas. Não perdi mais tempo tentando e conectei a mesa ao laptop via cabo de rede. O problema persistiu. A mensagem continuava aparecendo. Teve um momento que a mesa travou. Não conseguia mudar nada nela. Tive que reiniciá-la.


Resolvi então desligar também o cabo de rede. Tudo indicava que era a ligação via rede que estava dando algum conflito na mesa.
Estes problemas aconteceram no primeiro dia. Ainda tentei no segundo dia usar o wireless, mas o problema apareceu novamente. Desisti de usar o wireless, e tentei usar o laptop ligado diretamente na mesa novamente, pois a mesa estava com um fader central com defeito e este fader poderia causar problemas na mixagem durante o evento. Numa mesa digital, um fader pode ter várias funções, e com o defeito que este fader central apresentava, poderia causar uma realimentação forte quando usado numa destas funções.
Se eu fizesse os ajustes pelo laptop, este risco seria eliminado.


A mensagem de erro não apareceu mais. Não tenho a menor idéia de onde está o problema!
Aproveitei hoje e fui no site da Yamaha ver se eu estava com as versões mais recentes dos editores da mesas (cada mesa tem um editor próprio) e do DME-N Network Driver (que sem ele a conexão via rede ou wireless não pode ser feita).



Tanto o editor da M7CL (Version 3), quanto o DME–N que eu estava usando estavam desatualizados. Baixei os mais recentes e instalei-os. Vamos ver se na próxima vez melhora.
No primeiro dia de espetáculo já cheguei com um sorriso no rosto pedindo desculpas ao amigo Arnaldo. Disse que estava renovado naquele dia e que nada iria me tirar a paciência. Será?


O grande problema na monitoração do BMD é que são poucos monitores para muita gente!
E mesmo assim uso 16 vias de monitoração! Exatamente... São dezesseis vias de monitores! A M7CL vem de fábrica com somente 16 saídas. Eu estava usando todas!
Depois fiquei sabendo que a mesa estava com mais 4 saídas extras, conseguidas através de uma placa que é comprada separadamente. Poderia então fazer 20 vias de monitoração.


Como não dava para que todos no palco usassem fones, alguns monitores serviam para mais de um músico. E estes músicos estavam em distâncias diferentes em relação a estes monitores. Imaginaram o problema? Quando o músico que estava mais longe pedia para aumentar o som do instrumento dele no monitor, este instrumento ficava muito alto para o músico que estava mais perto do monitor. Esta novela já dura desde o primeiro BMD que eu fiz.
Estou falando muito da parte técnica hoje não é?



Quem pensou que eu iria perder a paciência, errou!
Fui decidido a não perder. Em casa, quando estava deitado tentando dormir, falei para mim mesmo (faço muito isso, falo comigo mesmo): --- Você reclama quando não tem trabalho e reclama quando tem. Não pode ser deste jeito não Ildemar.
É Titio falando com Ildemar.
Doido? Pode ser, mas é assim que faço. (risos)
E muitas vezes esta técnica de doido funciona!
Quase quem perdeu a paciência foi Rogério lá na frente. Eu não.
Nem a cabeçada que eu dei na viga de madeira da pequena porta de entrada do meu buraco mudou meu ânimo. Como disse Arnaldo: --- Já tá sem muito cabelo na cabeça, e agora perdeu mais um pouquinho.


Já estou pensando no churrasco e vinho de amanhã, e de depois de amanhã, e de quinta-feira também!
Só sinto de não poder levar meu Filho. Ele está se matando de estudar para ver se recupera o tempo que passou sem estudar direito no ano. Ficou ainda em três matérias para as provas finais. E estas provas acontecem na quarta e quinta-feira que vem.
Vou ver se vou com ele para João Pessoa no réveillon. Recebi um convite de uns amigos de lá para passar a noite numa casa de praia.
Tem também o convite do meu amigo Kalunga (operador de PA de Ivete Sangalo) para tomar um(ns) vinho(s) no réveillon que vai ter o show de Ivete aqui em Recife.
Convites bons eu recebi. Deixa eu ver com meu Filho o que ele acha dos convites.


Como o projeto de controlar a mesa via wireless fora do buraco não deu certo e a PA Áudio não levou a câmera e o monitor de TV para eu poder visualizar o palco como aconteceu nos anos retrasados, fiquei refém do roteiro que fiz previamente com o maestro.
Neste roteiro eu colocava quem cantava em cada música e ia abrindo os canais só na hora para diminuir o risco de realimentação por causa de canais abertos desnecessariamente.



Quanto mais canais abertos, mais risco de microfonia. Se você sabe exatamente onde vai precisar daquele canal aberto, e ele só vai ser usado em poucos momentos, deixe-o fechado.
Pela primeira vez fiquei sentado durante todo um show!



Colei o roteiro no teto improvisado da minha cabine, que era um pedaço de madeira colocado para evitar que água ou areia caíssem na mesa, e fui seguindo este roteiro durante o espetáculo. Abre o coro masculino, fecha o infantil, abre o canal do cantor, fecha o coro masculino, abre o da cantora agora e abre o coro infantil, fecha o coro feminino... Foi assim até o final. Ainda fiz alguns ajustes na equalização dos monitores durante o espetáculo ouvindo as vias pelo meu fone.
Ficava todo o tempo monitorando as vias de monitores pelo meu fone e fazendo ajustes no volume de alguma coisa quando achava necessário.



Quando estávamos armando tudo para o segundo dia de apresentação, Arnaldo me passou que o maestro não estava satisfeito com a monitoração dele. Tem uma via só para ele. Pensei que só a falha que houve no acordeom tinha sido o único ponto negativo do dia anterior.
Conversamos e refizemos a mixagem. Não vou mais falar sobre a parte técnica. Já falei muito.
Nos outros dois dias não teve mais nenhuma observação. Inclusive na montagem do terceiro dia de espetáculo o maestro falou que o dia anterior foi perfeito!
São seis vias de monitores de chão e dez vias de fones. Uma destas vias de fone é de reserva, só usada em caso de emergência.



Usei todos os 48 canais da mesa no espetáculo. Eram 47, mas precisei duplicar a voz de Silvério Pessoa na mesa porque o canal era usado por mais dois cantores e eu precisava de regulagens diferentes entre eles e eu não queria fazer uma cena para cada um. Não estava a fim de ficar mudando cena entre as músicas neste ano. Já fiz isso em anos anteriores.


Mesmo não conseguindo sair do buraco neste ano no BMD (do SERASA eu consegui!), até que não foi muito duro ficar lá embaixo. Fiquei sentado todo tempo.


Duro mesmo foi ver as fotos que Silvério Pessoa tirou de mim enquanto eu fazia o roteiro com o maestro e comprovar que estou completamente careca!
Ou então escrever este texto sem tomar uma tacinha de vinho, sabendo que tenho nove garrafas ao meu alcance aqui no apartamento! Isso sim foi duro.



Que 2011 seja muito legal para todos vocês, como foi 2010 para mim. Mesmo passando por apertos, consegui andar para frente. Os obstáculos fazem parte da vida. Só nos resta ultrapassá-los.


Como minha amiga (e única mulher que pedi em casamento) Adri falou em seu comentário no texto Rapidinha 100 deste Blog, sobre uma coisa que ela ouviu de um amigo dela:
“Não importa o que esteja fazendo, sempre tenha orgulho disso e crie algo especial, porque é nos detalhes que você deixa a sua MARCA. E a qualidade só é percebida quando nos diferenciamos pelos pequenos detalhes. O reconhecimento de um trabalho bem feito aumenta a motivação”.

Achei muito legal o que este amigo dela disse.


E ratificando também o que já falei duas vezes aqui no Blog e não vou cansar de repetir:
“Façam o máximo para preservar a família e os amigos. Aprendi que tudo fica mais complicado sem estas duas coisas”.






Um abraço a todos.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Mudança de Palco 012 - Em busca da felicidade.

O filme não é novo, parece que é de 2006.
Mas nunca vai ficar velho.
São filmes como este que me dão oxigênio nas horas que falta ar.
Normalmente indico filmes baseados em fatos reais, e este não é diferente.



Belo filme.
Uma bela lição de vida.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Mudança de Palco 011 - Os políticos e seus reajustes.

Depois tem gente que me chama de alienado quando falo que troco o dia de eleição por um churrasco.
Continuo só indo votar (NULO) por causa do passaporte. E nem sempre eu vou.
Vou uma sim e outra não.
Como sou acomodado como a grande maioria dos Brasileiros, que dificilmente vão para as ruas protestar, faço meu protesto na hora do voto, e só vou mudar quando ver alguma mudança significativa.
Mais uma vez me envergonho com a galera que está lá decidindo (mal) as coisas. Pelas decisões já dá para chamar de bando?
Aprovaram um reajuste de 61,8% !!!!!!!
Mas este reajuste não foi para o salário mínimo não... Foi (mais uma vez) para os salários deles!
E aprovaram com folga viu?
Fui dar uma olhada na lista da galera (ou bando?) e seus respectivos votos.
No final deste texto tem o endereço onde podem ver a lista completa.
Anotei os de Pernambuco.
Segue abaixo os nomes e seus respectivos votos. SIM é a favor do singelo aumento e NÃO é contra o singelo aumento.

 Parlamentar         Estado     Voto
DEM

José Mendonça Bezerra        PE     Sim
Wolney Queiroz                    PE     Sim
Raul Henry                            PE     Sim
Eduardo da Fonte                 PE     Sim
Raul Jungmann                  PE     Não
Inocêncio Oliveira                 PE     Art. 17 (presidia a sessão; sem voto)
Ana Arraes                           PE     Sim
Fernando Coelho Filho         PE     Sim
Gonzaga Patriota                  PE     Sim
Carlos Eduardo Cadoca       PE     Sim
Bruno Rodrigues                  PE     Sim
Fernando Ferro                    PE     Sim
Maurício Rands                    PE     Sim
Pedro Eugênio                      PE     Sim

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Exatamente!!!!
APENAS UMA ALMA CARIDOSA DO MEU ESTADO VOTOU CONTRA O AUMENTO ABSURDO.
Raul Jungmann

Obrigado Raul (sem ser o Henry) pela consciência.

O endereço para ver a lista completa é:


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

FITO em Brasília (DF) – Saudade sim. Tristeza não.

Olá pessoal.
Pela primeira vez começo um texto em pleno vôo. Estou voltando de Brasília, onde trabalhei no último FITO do ano. Acabei de comer o famoso sanduíche de peito de peru servido nos vôos da TAM.
Pensei em ver um filme no meu laptop, mas a bateria não vai aguentar as quase duas horas necessárias, então resolvi começar este texto aqui, enquanto as pessoas dormem e eu escuto o barulho contínuo da turbina do avião. Também só falta uma hora para a aterrissagem em Recife.
Estava lendo a revista de bordo antes do lanchinho e li uma matéria sobre a primeira... (cacete, esta merda deste avião tá balançando muito... TURBULÊNCIA!). O Sinal de “apertar os cintos” dispara.
Deixa eu apertar o meu! Nunca tiro meu cinto durante o vôo. Já passei por uma lombada na Europa sem aviso nenhum que o coração (para não dizer culhão) veio na boca!
Acalmou...
Estava lendo a revista de bordo e li uma matéria da TAM que falava sobre o dia festivo de um vôo Porto Alegre – São Paulo, onde os passageiros usaram o celular a bordo de um avião.
O sistema permite até oito celulares fazendo ligações simultaneamente. Ainda segundo a reportagem, até o final de 2011, o sistema deve está em outras aeronaves da empresa. Boa notícia. Mas eu prefiro uma conexão na internet ao uso de celular, pois trabalho muito pela internet. Acho que não vai demorar muito não!
Tenho ainda 50 minutos de bateria.
O FITO em Brasília foi como normalmente são os outros. Nada de anormal. Ou quase nada, vamos dizer assim. Só teve uma briguinha rápida na frente do hotel, mas nada de grave.
Gosto mais de fazer o SESI Bonecos do que o FITO. Esta foi minha conclusão durante dois anos fazendo os dois eventos. É uma opinião pessoal.
Fiquei sabendo que teremos muito mais FITO do que Bonecos em 2011. Minha opinião pessoal foi para o espaço!
Operei mais uma vez o som de um show de Tom Zé neste FITO. Foram quatro shows dele neste ano. Ele nem vem mais passar o som. Só os músicos apareceram e tudo foi muito rápido. Mais uma vez, comecei pela cena do show anterior dele no FITO, que foi no Mato Grosso do Sul.
O avião começou a descer aqui... Mais trinta minutinhos e estou em casa.
A novidade neste FITO foi a mudança de Fernando Corbal e o Som dos Cristais para uma sala fechada em vez do palco externo. Mudança mais que acertada. No lugar dele no palco externo entrou um grupo de Brasília chamado Udi Grudi.
http://www.circoudigrudi.com.br/quemsomos.html
A estrutura do grupo lembra o grupo mineiro Uakti.
O Udi Grudi, também como o Uakti, utiliza objetos que usamos no nosso dia-a-dia como instrumentos musicais. A diferença básica que pude notar foi que no Udi Grudi os objetos são mais artesanais (ou mais populares) em relação ao Uakti, como por exemplo: Garrafas PET, pedaços de azulejos, copos plásticos, tampinhas de refrigerante, bacias, arames, cordões, canos de PVC, cabo de vassoura, etc.
Outra diferença logo notada é que o Udi Grudi usa o teatro como ferramenta no show. Como falou um dos integrantes durante o sound check do grupo: --- Somos palhaços fazendo música.
Por ser um show muito dinâmico, onde todos trocam de instrumentos constantemente, eu aconselharia a banda sempre levar seu operador de áudio!
Como foi o primeiro contato que tivemos, acredito que o resultado ficou entre razoável e bom. Dá para ficar bem melhor, mesmo com o tempo do show sendo muito curto.
Acredito que não vai ser difícil eles tocarem novamente no FITO, pois o show deles se encaixa perfeitamente no contexto do evento. Objetos!
Tanta coisa já aconteceu aqui...
Já desci do avião, já fui para casa, já lavei roupa, já fui (infelizmente) para o enterro da mãe de um grande amigo, já passei o som do Baile do Menino Deus...
Estou escrevendo este texto por pedaços.
Daqui a pouco vou para o ensaio geral do Baile. Estou esperando meu filho aqui para ir almoçar com ele. Nem sei quando vou “postar” este texto.
Sinto falta de coisas que não era mais para sentir, como a simples armação da árvore de natal na sala de estar...
Deve ser o final do ano chegando que faz a gente pensar nessas coisas.
O local do show, o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, mesmo sendo bem menor do que o centro de convenções em Campo Grande, reverberava muito mais! O teto era muito alto. Tinha parede próxima a um dos lados do PA.
Deve ter até agora voz de Tom Zé reverberando lá.
Montei minha house mix móvel no centro à frente do palco para fazer o sound check de Tom Zé. Uso sempre um case com rodinhas para colocar meu laptop. Como falei anteriormente, tudo foi muito rápido. Quando a banda chegou, tudo já estava posicionado e ligado. Acredito que não demorou quarenta minutos a passagem de som. A parte mais complicada foi acomodar os equipamentos do show de Tom Zé e os instrumentos do grupo Udi Grudi no mesmo palco. Os instrumentos do Udi Grudi serviram até como cenário para o show de Tom Zé.
Coloram um cercado em volta da minha house mix móvel mais dois seguranças. Senti-me importante mais uma vez. (risos)
Acredito que agora todos os shows no FITO eu vou poder colocar meu laptop no centro. Realmente não atrapalha em nada o evento e não é passado nenhum cabo. Preciso apenas de um cabo de energia para alimentar o laptop.
Notei que alguém poderia tropeçar na extensão de energia que chegava até mim, e solicitei que a produção colasse a mesma no chão com alguma fita adesiva. Fui prontamente atendido. Prenderam toda a extensão no chão com uma fita “zebrada”.
Não sabe o que é uma fita zebrada?
http://www.google.com.br/images?client=firefox-a&rls=org.mozilla:pt-BR:official&channel=s&hl=pt-BR&q=fita+zebrada&lr=lang_pt&um=1&ie=UTF-8&source=univ&ei=gp0TTZPPDcWblgexsNWTDA&sa=X&oi=image_result_group&ct=title&resnum=3&ved=0CE8QsAQwAg&biw=1280&bih=617
O show foi (quase) super tranquilo. Perdi o sinal wireless do meu roteador exatamente na hora em que o locutor anunciava o começo do show! Comuniquei imediatamente a Ítalo (via rádio) que ele estava no comando do show na mesa ao lado do palco. Consegui restabelecer o contato com a mesa rapidamente e avisei-o novamente que o controle estava comigo agora. Isso tudo na primeira música.
Não perdi mais o sinal durante todo show, mas não tenho a mesma confiança que tinha antes com meu wireless. Se não tiver ninguém ao lado da mesa para assumir o controle, é um risco muito grande. Vou ver se consigo resolver este problema. Deve ser alguma coisa no meu laptop que está gerando este problema, pois o sinal do meu roteador vai muito longe.
A reverberação longa no ambiente me incomodou um pouco durante o show, mas paciência...
Nada desesperador.
Tentei deixar as coisas o mais claro possível, principalmente a voz do cantor.
Efeitos? Nem pensar.
Tenho um método de trabalho. Acredito que peguei este vício no estúdio fazendo jingles publicitários, onde a palavra cantada é a coisa mais importante na peça. Se ela não for entendida, a peça não vai ser aprovada.
Uso isso nos shows que faço atualmente. Se tem cantor(a), a voz é a primeira coisa que tento deixar o mais claro possível! Depois vou vendo o resto.
Minha lasanha à bolonhesa da Sadia está pronta aqui. A quatro queijos também é muito legal.
Vou almoçando e escrevendo. E dá? Dá sim.
Deu não.
Meu filho já ligou e eu tive que sair para deixá-lo no colégio. Aulas de reforço para as provas finais (última chance) que começam semana que vem. Ele ficou ainda em três: Física, química e sociologia.
Aproveitei e vim direto para o Marco Zero, onde acontece o Baile do Menino Deus.
Estou nos fundos do palco escrevendo este final de texto, enquanto aguardo a hora de ligar meus equipamentos.
Já chupei três picolés de tangerina, daqueles feitos para crianças. Açúcar e essência para dar o gosto e cor.
Quando o show de Tom Zé acabou, recebi um aviso pelo rádio que Liege, esposa de um dos sócios da produtora Pernambucana que coordena o FITO, a Raio Lazer, estava me esperando atrás do palco para devolver o meu saca-rolha que ela pediu emprestado no início da noite. Ela sempre me pede, pois sabe que sempre o tenho guardado na minha maleta.
Quando cheguei lá atrás, além do meu saca-rolha inox, ela me deu uma garrafa de vinho Casillero Del Diablo da Concha y Toro.
É muito bom ser lembrado.
No final da noite montaram o famoso churrasco na área externa de trás do centro de convenções, onde ficam os caminhões estacionados.
Enquanto comia uma carne de mais um churrasco produzido pela equipe técnica (som e luz) da Bizasom e bebia meu vinho Chileno que ganhei de presente da produção, li na traseira de um dos caminhões estacionados a frase: Saudade sim. Tristeza não.
Achei muito interessante, pois às vezes faço esta confusão nas minhas viagens de trabalho ou na minha vida. Confundo saudade com tristeza!
Enquanto participava da farrinha, decidi colocar esta frase como subtítulo.
Tenho que diferenciar estas duas coisas urgentemente. Muitas vezes me pego triste, mas deve ser saudade.
Fotos?
Não consegui levar a máquina que ficou mais uma vez com meu Filho!
Tentem criar as imagens com a imaginação.
Um abraço a todos.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Rapidinha 100 - Desejos... (Copy - Paste)

O ano acabou mais uma vez...
Pensei em escrever algumas palavras como fiz no ano passado, mas ao ler o texto do final de 2009, vi que penso do mesmo jeito, e tenho os mesmos desejos. Por isso, copiei o texto do final de 2009 e vou colar aqui no final de 2010. Não foi preguiça de escrever não, viu? Foi mesmo porque achei que o texto anterior é ainda o retrato dos meus pensamentos atuais.
Só alterei as datas, onde era 2010 coloquei 2011. E onde eu falava de 44 anos, agora vai ser 45! E modifiquei o valor da cesta básica.
Segue o texto:

Mais um ano acabando. Faço 45 no começo de 2011. Já passei da metade do caminho da vida e isso incomoda um pouco (principalmente para um ateu!). Sofro mais. Nunca estar satisfeito ajuda a querer melhorar sempre. Vou continuar tentando seguir minhas convicções, sempre visando não prejudicar ninguém!
Não sou seguidor de datas (natal, namorados, mãe, pai...). Acho até mais gostoso um encontro, um presente, uma lembrança, uma farrinha, sem qualquer relação com datas! Já pensaram em separar 40 reais por mês para uma cesta básica e presentear alguém na rua, independente de data? Pensem nisso. Deixar de fazer uma farrinha num bar para alimentar uma família? Doar alguma coisa, independente de data, para a AACD, Hospital do Câncer, IMIP, NAAC?
Ir na casa de um amigo num dia qualquer para conversar (se tiver vinho, melhor!) e contar as novidades?
Faço algumas dessas coisas, e me sinto muito bem com isso. Bom seria ter este clima de natal duas vezes por mês, no mínimo!
Obrigado a todos que acham que vale a pena ler o que eu escrevo. Espero que tenha ajudado alguém com meus relatos durante este ano que está acabando. Espero também não cometer os mesmos erros e encontrar com mais amigos para conversar e rir neste 2011.
Façam o máximo para preservar a família e os amigos. Aprendi que tudo fica mais complicado sem estas duas coisas.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

FITO em Campo Grande (MS) – Multa de 250 mil reais se ultrapassasse o nível.

...espero por justiça...eu quero justiça...a mãe da vítima disse que espera por justiça...eu quero que a justiça seja feita...ele tem que pagar pelo que fez...pai chora pedindo por justiça pela morte do filho...justiça...justiça...


Olá pessoal.
Justiça. Justiça? Justiça!
Esta é uma das palavras que mais ouço nos programas jornalísticos em todos os canais na TV.
E isso já faz um bom tempo que está acontecendo!
Ouvi uma frase um dia que concordo plenamente: “A justiça é FORTE para os fracos e FRACA para os fortes”.
E não me venham falar que a justiça é cega, pois de cega ela não tem nada!
Sei que o problema é mais do legislativo do que do judiciário, mas os dois fazem parte do contexto justiça.
Ia até dar um exemplo aqui pensando que o juiz estava solto, mas ele morreu de parada cardiorrespiratória enquanto cumpria a pena de 15 anos (somente?!) pelo assassinato de um vigilante de supermercado em 2005. Lembram do crime? Ele deu um tiro na nuca do vigilante, pois o mesmo não o deixou entrar na loja porque o expediente já estava encerrado. Impressionou-me saber que ele estava cumprindo pena, mesmo em cela especial num quartel do Corpo de Bombeiros, e ainda recebendo 16 mil reais de aposentadoria!
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2008/07/09/morre_juiz_que_matou_vigilante_de_supermercado_com_tiro_queima-roupa_no_ceara_em_2005-547166339.asp


Lembram de Sandra Gomide? Não? Vou refrescar a memória de vocês...
Sandra era jornalista, e foi assassinada em 20 de agosto de 2000 a sangue frio com um tiro nas costas e outro no ouvido.
O autor dos disparos foi o jornalista Pimenta Neves. Ele passou somente sete meses preso. Hoje ele deve estar na casa dele vendo o programa de Ana Maria Braga enquanto toma seu café da manhã.
http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2010/08/19/imprensa37578.shtml


Passaria o dia todo aqui mostrando estes absurdos jurídicos. Incomoda-me muito esta diferença de sentenças de acordo com as posses do réu! Acho muito difícil que aquele “cara” que assassinou com sete tiros a ex-mulher, a cabeleireira Maria Islaine, esteja também agora vendo o programa de Ana Maria Braga enquanto toma o café da manhã.
http://www.novojornal.com/minas/noticia/justica-nega-habeas-corpus-a-borracheiro-que-matou-ex-mulher-07-04-2010.html
Qual a diferença do caso dele para o de Pimenta Neves? Para mim, só a quantidade de tiros! Um deu dois e o outro deu sete! Na reportagem que está no link diz que foram nove, mas foram sete!
Porque a justiça concedeu um habeas corpus para o jornalista Pimenta Neves que matou a jornalista e negou um para o borracheiro Fábio Wiliam que matou a cabeleireira?
Deve ter gente aqui lendo e pensando: --- Titio endoidou. Falando de justiça, tiros, assassinatos... Por quê?
Primeiro, porque este problema no Brasil sempre me incomodou e sempre que eu puder vou mostrar os absurdos jurídicos que acontecem aqui na terrinha, como no Mudança de Palco 010 aqui no Blog onde mostro o pessoal tentando prender um "cara" (ex-procuraDOR) há mais de 30 anos! A mulher que ele tentou matar, coitada, já morreu de câncer e é a filha dela (deles) que ainda clama por justiça.
Segundo, este tema tem ligação com o evento em Campo Grande. No final do texto vocês vão entender.


O local do evento em Campo Grande era enorme. Centro de Convenções e Exposições Albano Franco.
Acredito de foi o maior espaço onde o FITO foi armado. Foi armado um muro com tecido para diminuir o espaço ao público, porque se fosse usar o espaço todo daria para armar dois FITO.
Não teria nem o que falar deste evento. Tudo igual ao anterior. Só as comidas da praça de alimentação é que vão mudando de acordo com a cidade. Em Florianópolis tinha ostra, pastel de camarão, bolinho de mandioca com carne seca... Em Campo Grande tinha hambúrguer, pizza e picolé...


Juntando os quatro dias de evento, devo ter chupado uns vinte picolés! Tinha um de tamarindo que era muito bom! E o de abacate me fez lembrar a minha infância, quando eu aproveitava a vitamina para fazer picolé nas bandejas de gelo. É muito bom relembrar de coisas da infância, não é? Eu acho.

Acho que eu acabo este texto rapidinho. Não tenho realmente muito do que falar, a não ser dos 250 mil reais do título.
Estou até vendo o jogo do Goiás contra um time Argentino aqui na televisão enquanto escrevo. Tudo tranquilo. Três garrafas de vinho repousam no móvel embaixo da TV. Tem amigo querendo fazer happy hour nesta semana aqui em casa.


Meu filho ficou em recuperação em quase todas as matérias. Só passou em duas. Mas estou vendo ele se esforçando ao extremo para recuperar. E fico feliz com isso. Esta semana toda é de provas, e todo dia acordo às 6 da manhã para levá-lo na escola.


Porraaaaaaaaaaaaaaaaa!
Como é que se perde um gol destes???!!!
Tou aqui torcendo pelo Goiás. (risos)
O ano acabou e no próximo mês, se tudo der certo, faço 45 anos.
Nunca me imaginei com quarenta e cinco anos. Quando era jovem, minhas contas iam até o ano 2000. Ficava pensando... Eita... Em 2000 vou ter 34 anos...
Foi tudo tranquilo na montagem dos equipamentos. Estamos chegando um dia depois do que normalmente fazíamos, mas está dando tempo para montar e ligar tudo.
Um dia antes do início do evento, já estava tudo montado e ligado no palco externo.
Foi quando apareceu a produção do FITO para me informar que teríamos um controle de volume do som por causa de um condomínio fechado que ficava ao lado do centro de convenções.
Neste condomínio morava um destes DOR da vida. ProcuraDOR, embaixaDOR, governaDOR... Não lembro qual era a “patente” do morador.
Só não era um simples operaDOR de áudio como eu.
Existia uma liminar que determinava que no limite do muro do condomínio, o nível sonoro não poderia ultrapassar 45 dB.
Quanto? Perguntei, já rindo. Quarenta e cinco?
Se esta liminar não fosse cumprida, a multa seria de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais).
Vamos fazer um teste? Vamos. O produtor estava com um rapaz que era o responsável pela parte jurídica do centro de convenções, e o mesmo já estava com um decibelímetro para fazer o teste. Pediram-me para ligar o som e colocar num volume que eu achava que seria o usado no show de Tom Zé no sábado. No resto dos dias tudo é muito tranquilo.
Exagerei no volume, e a gente foi até o muro para ver quanto marcava. Passou legal dos 80!
O produtor do FITO já estava com a carinha triste... Aí falei que aquele nível que eu coloquei estava bem acima do que deveria ser no show. Fiz só para ter idéia. Pedi para eles ficarem no mesmo lugar para eu fazer mais um teste. Fui à mesa de som e cortei todo o som. Voltei lá e perguntei quanto estava marcando, e o colega do centro de convenções me mostrou o visor, meio que sem jeito, e o mesmo chegava perto dos 60!
Resumindo... Não tinha como dar 45 dB como dizia a liminar! Sem som nenhum ligado já passava do nível determinado. Apenas com os “ruídos” do ambiente o nível já era ultrapassado.
Deixe o abacaxi na mão da nossa produção e do colega do centro de convenções.
Fiz o sound check de Tom Zé normalmente no final da manhã do sábado.
Mais uma vez não comecei do zero. Usei a cena anterior do show dele em Florianópolis.
Diferentemente dos outros shows, Tom Zé não apareceu neste para passar o som. Passamos tudo com a banda e eles até aproveitaram a tranquilidade para ensaiar algumas partes do show. Aproveitei isso para abrir o som na frente com a banda tocando.
Estava legal. O som nem estava “emboloado” como eu achava que poderia acontecer por causa da acústica nada própria para um show. Muito concreto e teto de zinco.
Meu amigo Ricardo, um dos produtores do FITO, veio ao meu lado e perguntou se seria este o volume na hora do show, porque ele estava achando muito bom o volume. Soube também que as portas da entrada seriam fechadas durante o show para segurar mais o som.
Falei que tudo dependeria do nível de ruído do público na hora. Mas deixei bem claro que o volume seria controlado por ele na hora do show, sempre averiguando o decibelímetro ao lado do muro.
Nem deu muita gente neste FITO. Acho que foi o menor público de todas as seis edições que fizemos neste ano.
Chega a hora do show de Tom Zé no sábado.
Mais uma vez levei meu laptop para frente do palco onde controlei a mesa (via wirelesss) que estava ao lado do palco. Nem precisei colocar segurança ao meu lado porque estava tudo muito tranquilo. Não tive nenhum problema com o sinal wireless do meu roteador. Em nenhum momento o perdi, viu Mário Jorge?
Goooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooool do Goiás! Putz! Valeu não. Impedido. Acho que vai ser decidido nos pênaltis.
Ricardo apareceu uma única vez ao meu lado para avisar que estava tudo certo lá fora. Não estava incomodando. A marcação estava em torno dos 60 dB lá fora, mas ele falou que estava tudo ok.
Realmente não tinha como marcar 45!
Segurei neste volume durante todo o show sem problema algum. Não precisei aumentar o volume, e nem iria aumentar!
O show teve que começar mais cedo e só teve uma hora de duração. Tom Zé já tinha sido avisado anteriormente sobre o controle do volume e sobre o tempo do show. Seguiu à risca o que pediram e com uma hora exata de show, ele se despediu do público.
Não tirei nenhuma foto do show.
Desta vez não apareceu nenhuma garrafa de vinho Chileno onde eu estava. Mas nem por isso minha satisfação foi menor por ter dado tudo certo.
Acabou o jogo. Pênaltis! Deixa eu ver.
Poxa... O Goiás perdeu.
Vou dormir, que amanhã levanto às seis da madruga para levar meu Filho no colégio.
Já fui e já voltei. Estou acabando de montar este texto com as fotos agora pela manhã. Oito horas da manhã da quinta-feira dia 09.
Para finalizar, eu pergunto:
--- Se fosse uma favela ao invés daquele condomínio de luxo que estivesse ao lado daquele centro de convenções em Campo Grande, teríamos os mesmos problemas jurídicos?
Acho pouco provável.

Na foto acima, minha garrafa de Concha y Toro (Frontera). Pela segunda vez, tomo meu vinho enquanto desligo todos os equipamentos do meu palco no final do último dia de evento.
Como o churrasco virou data especial no calendário do SESI Bonecos, este vinho no final do FITO está virando rotina também.

Um abraço a todos.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Show de Silvério Pessoa (Portátil) em João Pessoa – Roteiro? Que roteiro?

Olá pessoal. Estava me sentindo em casa quando cheguei a João Pessoa. Seguimos direto para o local do show. Até a repórter da TV que foi falar com Silvério na hora do almoço eu conhecia, pois nos conhecemos num barzinho durante uma farra que fiz na cidade uns dias antes com amigos em comum. Durante o almoço, o pessoal na mesa olhou para mim como quem diz: --- Rapaz, você está vindo muito para esta cidade! O local era muito legal, mesmo fazendo muito calor. Um palco quadrado com cadeiras nos quatro lados. O equipamento ainda estava sendo armado, por isso decidimos almoçar enquanto o pessoal da equipe de som armava tudo. Conversando com eles para ajustar os detalhes, fiquei sabendo que teriam duas mesas de som. Mas não foi isso que me passaram anteriormente. Sabia que seria somente uma mesa para fazer PA e monitor, e por causa disso não levamos o nosso operador de monitor. A princípio pedi para armar as duas mesas e disse que um dos técnicos da empresa teria que fazer o monitor, mas mudei de idéia rapidamente. Estava tudo atrasado, e para não atrasar mais ainda, decidi montar só uma mesa ao lado do palco e eu faria o show do alto da arquibancada usando meu sistema wireless para controlar a mesa. Faria o som do PA e do monitor ao mesmo tempo, como já faço normalmente neste show “Portátil”. Não sei o que faço aqui... Se escrevo, se vejo a TV (aguardo um programa de Ultimate Fighting), se coloco o disco de Ylana para ouvir, se coloco uma taça de vinho para ver se ameniza a dor da gengiva inflamada por causa do caco do dente que não extraí ainda. Desculpa boa para tomar um vinho, não é? Acho que vou fazer tudo ao mesmo tempo! O programa de lutas vai começar aqui na TV. UFC (Ultimate Fighting Championship). Violento? É. Mas são lutadores. Treinados para isso. Essa é uma discussão longa... E não tem nada haver com o show em João Pessoa. Depois acabo este texto. ------ Já fiz tanta coisa depois desta divisória de texto... Hoje já é segunda-feira, dia 06. Comecei este texto no sábado. A gengiva ainda está inflamada. Não tem jeito, vou ter que tomar remédio! Não vou extrair o “caco” de dente esta semana. Tenho planos para esta semana que não combinam com dente extraído. Já estou aqui novamente na sala do apartamento sentado na cadeira nada confortável. Deixa eu ver o texto lá em cima para saber onde parei. Certo... Faria o som do PA e do monitor ao mesmo tempo, como já faço normalmente neste show “Portátil”. Dava para fazer uma arrumação melhor nas caixas do PA, mas isso é para ser visto antes. Ainda perguntei se tinha como pendurar as caixas das laterais, mas não tinham suportes sobressalentes. Chamamos este suporte para caixas de line array de BUMPER. Pronuncia-se BÂMPER. Coloquei mais uma vez Lisa Stansfield para cantar para mim e fui escutar o som no recinto. Dava para fazer tranquilo. Fui nos três lados onde poderia ter público e dava para escutar perfeitamente. Sempre ouvi dizer que 4 era o mínimo de caixas necessárias para que o acoplamento entre as caixas de um line array funcionasse. Aqui tinham duas em cada torre. Esquecendo um pouco deste lado teórico, concluí que dava para escutar perfeitamente, e isso é o que importa pra mim. Nem teria como colocar 4 caixas naquelas torres. Ficaria um exagero pela proximidade das cadeiras. Deixa para lá... O importante é que dava para cobrir o ambiente todo do jeito que as caixas estavam armadas. Quando comecei a fazer o sound check, esbarrei numa dificuldade. Vou tentar explicar para os leigos. Numa mesa de som existe um botão com a função “panorâmico” ou simplesmente PAN. Com este botão, posso posicionar o som de um instrumento um pouco (ou todo) para a esquerda (Left), ou um pouco (ou todo) para a direita (Right). Se logicamente o sistema de som estiver ligado em estéreo. Este sistema aqui estava estéreo, inclusive as torres que cobriam as laterais. Aí foi que não gostei. Para o estéreo ser possível, tem que ter no mínimo duas torres de caixas, onde uma recebe o sinal Left da mesa e a outra recebe o sinal Right da mesa. A torre que cobria a lateral esquerda do palco recebia o mesmo sinal da torre que cobria a esquerda frontal. E a torre que cobria a lateral direita do palco recebia o mesmo sinal da torre que cobria a direita frontal. Viram onde está o problema? Vou tentar explicar. Ouvindo o som da frente, que foi onde fiquei com meu laptop controlando via wireless a mesa que estava ao lado do palco, comecei a posicionar os instrumentos no estéreo. Um violão um pouco para a esquerda e o outro um pouco para a direita. As teclas do acordeom para esquerda e os baixos do acordeom para a direita... O problema é que quando eu posicionava um instrumento para um dos lados do som frontal, este instrumento ia só para um dos lados das laterais do palco. O outro lado da lateral do palco iria ouvir o som deste instrumento bem abaixo do normal porque a maior parte do sinal deste instrumento foi direcionado para o outro lado. Se eu posicionasse um instrumento totalmente para um dos lados do som frontal, este instrumento só iria aparecer num dos lados das laterais do palco. Entenderam? Para resolver isso, pedi para modificar as ligações das laterais do palco. As torres de caixas que estavam nas laterais do palco iriam recebe agora um único sinal da mesa de som que não seria o sinal L/R. Nesta mesa digital da Yamaha, posso endereçar também todos os canais para uma saída chamada MONO. E foi isso que fiz. A saída L/R da mesa passou a alimentar somente as duas torres frontais, e a saída MONO foi enviada para as duas torres das laterais. Agora o posicionamento dos instrumentos no som frontal não iria interferir no som das laterais do palco. Acabei indo comprar o remédio para a inflamação da gengiva. O danado é bom mesmo. Já senti o resultado em menos de vinte minutos. O nome do remédio NIMESULIDA. É um genérico de um famoso anti-inflamatório. Meu quarto está mais inchado do que minha gengiva. Me sinto morando dentro de um barril. É mala, impressora, maletas de trabalho, isopor (grande) térmico, cama, cômoda, criado mudo... No guarda-roupa embutido e na cômoda, as roupas dividem espaço com bolsas, equipamentos eletrônicos, resma de papel, meus documentos, documentos do estúdio, tesoura, calculadora, grampeador, baterias de celular, extensões elétricas... Uma verdadeira ORGIA de objetos! Estou começando a me incomodar. Depois de passar cada canal separadamente no sound check e de ajustar também os monitores dos músicos, pedi para tocarem uma música inteira para fazer os ajustes finais. Em menos de 10 minutos de som aberto (parece piada!), chega um rapaz ao meu lado dizendo que eu não poderia fazer aquele “barulho” porque estava tendo missa ao lado do local onde eu estava! Acreditam? E nem era uma cidade do interior! Aconteceu isso também em Florianópolis, lembram? Baixei o som do PA e comuniquei o acontecido ao artista. Ele falou que precisava ainda de ajustes no monitor dele. Para mim na frente já estava legal. Mas como o cantor não estava ainda satisfeito, pedi para eles tocarem de novo que eu iria abrir novamente o som na frente, e quando o rapaz chegasse para reclamar, eu iria pedir para ele resolver com a nossa produção e a produção do evento. Eu acreditava que do momento que ele chegasse ao meu lado e fosse ainda resolver com a produção, eu teria este tempo para fazer os ajustes. Isso eu não estava levando em consideração a possibilidade de um contato físico, pois ele parecia ser um "coroinha". Em vários casos em cidades do interior, quem chega para este primeiro contato é a polícia! Mas o rapaz em João Pessoa não retornou e conseguimos fazer os ajustes necessários. Finalizamos o sound check e seguimos para o hotel. Não iria ter nada antes do show. Só uma palestra com o próprio Silvério Pessoa, onde só seriam necessários dois microfones. Quando cheguei de volta do hotel, liguei estes dois microfones, enquanto meu amigo iluminador Roberto fazia alguns ajustes na luz e nas projeções que ele iria disparar do seu laptop. O show começou e de imediato eu senti o som pendendo para o lado direito! Como é que pode? Estava tudo certinho! Aí foi uma agonia. Chamei o responsável da empresa de som e mostrei a deficiência. E o show rolando... Ele ainda tentou aumentar o volume do lado com problema, mas mostrei pra ele que não era volume e não resolvia. Era como se o transdutor ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Transdutor ) responsável pelas frequências médias e altas da caixa estivesse parado de funcionar. Estranho. Pedi para ele conferir os cabos que faziam as ligações do sistema. Passei boa parte do show tentando resolver este problema. Tive que voltar o PAN para o meio dos instrumentos que estavam direcionados para a esquerda (que acabaram sumindo) amenizando o problema, enquanto o proprietário da empresa de som tentava achar o defeito. E o show rolando... Só quando finalmente chegou o técnico da empresa de som responsável pelas ligações do sistema, foi que o defeito foi sanado. Segundo o técnico, foi o cabo que saía da saída left da mesa que estava mal encaixado! Alguém deve ter pisado no cabo no palco entre a palestra e o show. Resumindo... Até a metade do show, que não é muito longo, o PA do lado direito mais as torres das laterais do palco seguraram a onda. Na realidade, estas torres das laterais deram uma sustentação sonora disfarçando o problema. Eu só não podia mais usar o posicionamento diferenciado dos instrumentos no estéreo porque o lado esquerdo estava “manco”. Muita gente ali nem notou isso (acredito eu). Perto do final do show, faltando umas duas ou três músicas se eu não me engano, Silvério começou a reclamar do seu monitor. Desci ao palco para ver se conseguia resolver, mas não achei o problema. Chequei o sinal no transmissor do inear e estava tudo certo. Chequei a bateria do receptor na cintura de Silvério e estava tudo certo também. E o show rolando... Como estava perto do final, ele falou que seguíssemos assim mesmo, e cantou as derradeiras músicas sem se ouvir direito. Mesmo com estes problemas, o show foi muito legal. Teve até um fato curioso que Silvério nos contou enquanto estávamos todos (menos o sanfoneiro) no meu quarto bebendo umas garrafas de vinho Chileno enquanto esperávamos o jantar. Uma pessoa (que eu não recordo agora quem era) comentou com ele que tinha adorado o show, que era muito bem feito o roteiro. Achou inclusive muito espontâneo e muito legal a parte do roteiro (pré-determinado) em que ele pediu para parar o show para tirar a base eletrônica que ele achava que estava atrapalhando. Silvério respondeu para a pessoa que aquilo não fazia parte de roteiro nenhum! Foi um erro mesmo! Ele realmente achou que estava muito lenta a base eletrônica e estava atrapalhando! O jantar no quarto do hotel foi muito bom e divertido. Todos os pratos estavam deliciosos. E os vinhos também! Um abraço a todos.