quarta-feira, 30 de junho de 2010

Operando o monitor de Alceu Valença em Aliança – Tecnologia ajudando, parte 2.

Olá Pessoal.

Estou a quase duas semanas tentando sair com meu filho... E nada!

Chamei-o para quase todo canto. Cinema, caranguejo, jogo do Brasil, picanha, camarão, sorvete, etc.

Casa de massagem hoje em dia eu acho que não precisa mais. Nem pensei neste convite.

Isso era no meu tempo, onde tudo era mais complicado com a namorada.

Vida de free-lancer é estranha. Tem semana que não conseguimos nem respirar direito, e tem semanas que você fica louco dentro de casa sem ter o que fazer. É como estou me sentindo agora.

Por isso já estou escrevendo mais um texto aqui, depois de comer meu cuscuz com ovo frito com gema dura.

Tentei o cinema agora à noite com Raian, mas não deu. Falei da picanha amanhã e senti um certo interesse. Vamos ver no que vai dar.

Já enviei para Silvério Pessoa umas receitas de cordeiro que meu amigo Janjão me enviou depois de ler o texto anterior. O pernil está na casa do cantor. Foi um presente que ele ganhou. Vamos ver o que a cozinheira dele resolve.

Depois do jogo (jogo?) do Brasil contra Portugal, segui para Aliança, cidade do interior de Pernambuco, distante 79 km de Recife, para operar o monitor de Alceu Valença.

Mas dois dias antes, no show da Praça do Arsenal, peguei com Rogério (operador de monitor de Alceu) a cena de monitor da mesa M7CL de um show de Alceu Valença que ele fez uns dias atrás.

Eu já tinha feito este show de Alceu neste São João no Sítio da Trindade. Lembram? Mas a cena que eu tenho aqui é a da mesa Si3 da Soundcraft. Não servia aqui. Tinha que ser uma cena de M7CL. Peguei a cena com Rogério e coloquei no meu pendrive. Para garantir, deixei uma cópia no meu laptop.

Rogério já tinha entrado em contato com a empresa de som para saber qual era o equipamento disponível. A mesa M7CL estava no PA e uma SL9, também da Yamaha, estava no monitor. Sabendo disso, ele solicitou a troca das mesas para ajudar no monitor, já que existia uma cena, e o pedido foi atendido.

Segui com a van com o restante da equipe técnica, ainda ressacado do jogo ruim que vi. Se o Brasil passar pela Holanda, tem uma boa chance de ir para a final, pois a semi-final também não vai ser tão complicada. Dos quatros jogos até agora, só o contra a Costa do Marfim era o complicado. Se tivesse perdido da Costa do Marfim, o jogo com Portugal seria dramático, mas como ganhou, o jogo foi aquela brincadeira que vimos.

Quando chegamos no palco, o mesmo já estava armado de acordo com o mapa de palco de Alceu. Mais uma vez, eu ia passar o som do palco de um show de Alceu e nada seria desligado. O show dele seria o primeiro, como foi o de Silvério Pessoa em João Pessoa. Passei a cena que Rogério me deu para dentro da mesa e meu colega da equipe de som ligou as vias como eu queria. Nem precisei fazer um patch digital aqui. Exatamente! Posso fazer o patch digital que falei no texto anterior para ligar as vias de monitor também. Na minha cena, a via de monitor 01 (Alceu) sai pelo OUT 01 da mesa, a via de monitor 02 (guitarra) sai pelo OUT 02 da mesa, e assim sucessivamente. Por exemplo: Se meu colega falasse que estava usando a saída 08 da mesa para enviar o sinal para as caixas posicionadas para o cantor (no meu caso aqui Alceu), eu ia na minha cena e mudava o patch de saída da via de Alceu de OUT 01 para OUT 08. Não iria mexer nos cabos que já estavam conectados à mesa.

Como os monitores que Rogério usou no show anterior não eram os mesmo que eu iria usar ali, tive que refazer as equalizações de todas as vias. Algumas eu até aproveitei a equalização de Rogério e ajustei para os novos monitores, mas em algumas também precisei zerar tudo e começar de novo, pois a diferença era muito grande.

Alceu comprou um microfone sem fio pra ele. Excelente equipamento. Um sistema wireless Shure UHF-R com o microfone Beta 58A.

http://www.shure.com/americas/products/wireless-systems/uhfr-systems/index.htm

O preço é que não é animador.

Nem vou falar quanto custa aqui no Brasil. Mas que o equipamento é excelente, isso é.

Passei o som de todas as vias com o microfone dele. Troquei os monitores destinados ao cantor por sentir que estavam rachando. Troquei também os monitores da percussão. Tinha alguma coisa fora de fase neles. Não vou entrar em detalhes. Os leigos agradecem.

O pessoal da empresa de som foi super prestativo. Todos os meus pedidos foram atendidos. Também não achei que fiz nenhum pedido absurdo.

Você nota (pelo menos eu noto) quando o pessoal tá afim de que tudo dê certo. Depois já chequei o som da bateria para o monitor da bateria. Já estava soando quase a meu contento. Ajustei uns detalhes na equalização das peças e pedi para meu colega da empresa de som (que era o filho do dono) ficar na bateria enquanto eu ouvia como estava soando no palco. Já estava quase bom pra mim também.

Fiz mais uns ajustes e fui na bateria ouvir novamente. Estava bom. Pedi ao meu colega para novamente ficar na bateria para eu conferir no palco o som, estava bom. Chequei todos os outros canais para ver se estavam chegando. Tudo certo. Dei o line check por encerrado.

Era só aguardar a banda para fazer o sound check.

Eu tenho uma tese. Quando a bateria está soando bem no palco, para mim é meio caminho andado. (risos)

Enquanto esperava a banda, já ajustei a voz do baixista no monitor dele e ajustei a voz de Alceu nos seus monitores. Não esqueçam que tudo já estava previamente endereçado por causa da cena do show anterior. Era só ajustar.

A banda chegou e passamos o som agora com os instrumentos restantes: Baixo, guitarra, teclados, acordeom e percussão. Nos fones do sanfoneiro e do tecladista eu quase não mexi em nada. Os instrumentos deles já estavam chegando satisfatoriamente nos fones.

Passei o som dos violões, e a banda passou duas músicas tocando pra valer. Tudo certo com todos!

Vamos esperar pelo show.

Não adianta está bom para a banda e não está para Alceu. O veredicto final quem dá é ele!

E ele não vem passar o som!!! Este é o maior desafio. Regular um monitor para alguém que não está lá.

O show começa, e toda a minha atenção é com ele.

Antes de acabar a primeira música ele se vira na minha direção e me faz o sinal de positivo com os dois polegares. Ufa! Tá legal.

Sempre deixo o poste de iluminação da mesa iluminando meu rosto nas primeiras músicas, para que a banda e o cantor possam me ver.

Consegui. Vamos em frente (como diz um cantor amigo meu).

O show se desenrola sem nenhum atropelo.

E na terceira vez que ele me faz o sinal de positivo durante o show, o dono da empresa de som que estava ao meu lado, me pergunta: --- Não tem cachê no mundo que pague isso, não é?

E eu respondo: --- Não, não tem.

Um abraço a todos.