sexta-feira, 16 de julho de 2010

O trem de pouso não recolheu!!!!

Olá pessoal. Pela primeira vez senti a possibilidade de poder morrer. Não é uma sensação muito boa não, viu? E o susto não foi nem tão grande assim, mas acho que foi porque nunca passei por isso. Estou sentado no saguão do aeroporto de Parintins. O local é só nosso. Somos os únicos no local, tirando os funcionários, logicamente. Estamos voltando para Manaus, para depois seguir para o Recife. O nosso avião é um Bandeirante bi-motor. E pelo design dos botões e do painel de controle, acredito que já tenha uma certa idade. Pois bem... Decolamos, e com menos de um minuto de subida, o piloto fez a curva voltando. O calor dentro da aeronave é muito forte. O barulho do motor também é grande. O ar-condicionado da aeronave não está funcionando. O piloto virou-se pra nós e falou que iríamos voltar porque o trem de pouso não recolheu. Na descida foi que senti a possibilidade da morte. E se o trem de pouso resolvesse recolher na hora que o aviãozinho tocasse no solo? Me perguntei. Aí vem todas as possibilidades de como se salvar à mente. Até para sair do avião é complicado. Só tem uma portinha no fundo e eu estava bem na frente perto dos pilotos. Continuei pensando... Se este troço se despedaçar na descida, e esta hélice (estava ao lado dela) não me acertar, eu tento sair pela janela da cabine. Se explodir, penso noutra saída. Se der tempo, não é? Nem deu tempo de pensar no filho e nos parentes. Todo mundo fala isso nos relatos, não é? Descemos, e para minha (e de todos que estavam dentro) felicidade, o trem de pouso aguentou o impacto. Notei que os pilotos nem avisaram ao aeroporto que estávamos voltando com problemas. Vai ver que o problema era bem mais simples do que eu imaginava. Bem... Estamos esperando por outra aeronave aqui no aeroporto, como normalmente fazemos quando o ônibus quebra na estrada e esperamos por outro porque não vai dar para consertar o que está danificado. Quando desci do avião, notei que tinha um líquido vazando em cima de um dos pneus. Vamos ver o que será feito. Depois conto os detalhes. Eu estou achando que o vinho em Garanhuns vai ter um sabor mais especial. Deixa eu chegar lá primeiro, não é? Mas que vai ser mais difícil eu entrar novamente num aviãozinho como este, ah isso vai! Um abraço.

2 comentários:

Amiga "hiper mega conhecida" disse...

Tiii, ainda bem que somente não recolheu!! Pior se não tivesse é descido na aterrizagem ! ksksksksk
Acho um absurdo a falta de vistoria e manutenção desses bimotores que voam por todo Norte, Nordeste e Centro-oeste de nosso país. Isso sempre foi assim! Lembro-me de uma passagem em 1978 (vixe...to véia), onde estava esperando meu pai voltar de uma viagem nessas condições, e ficamos (eu e minha mãe) 5 horas de madrugada no aeroporto sem obter qq informação. Conclusão: o avião dele estava no meio de uma fazenda, num pouso forçado e sem comunicação. Pense!!!!
O que vale agora é comemorar a vida, e esquecer o susto... vale para ter estória para contar. E, refletir, que para morrer basta estar vivo. Por isso temos que celebrar cada minuto. Salve as garrafas de vinho que compraste, deguste-as com vontade. bjs

Titio disse...

Olá "hiper mega conhecida".
Já comecei a comemorar aqui em Garanhuns. Três garrafas já foram!
O ponto negativo é que não entra ninguém com garrafas de vidro na praça onde acontecem os shows, e tenho que colocar o líquido dentro de uma garrafa PET de refrigerante!
:(
Mas a farra está muito boa mesmo assim!
Acredito que pelo andar da carruagem, vou ter que comprar mais umas garrafinhas aqui.
eheheheheh
Bjs