terça-feira, 31 de maio de 2011

Consertando e afinando acordeom. Uma arte!


Olá pessoal.
Finalmente o Blog está atualizado. Caso raríssimo! Mas consegui.
Hoje é domingo, dia 29 de maio de 2011, o relógio no meu laptop marca 21:30h e não sei se termino este texto hoje.
Passei um final de semana muito legal com meu Filho. Ele está no meu quarto neste exato momento lendo um dos dois livros que comprei para ele. Fico muito feliz com este gosto dele pela leitura, pode ser mais um incentivo para eu tentar mais uma vez retomar este gosto que perdi já faz um tempo.

Perguntei se ele já tinha lido Capitães da Areia de Jorge Amado e ele me falou que não. 
Prometi que seria meu próximo presente, pois este livro foi quem me fez gostar da leitura. Quem nunca teve o hábito de ler, leia este de Jorge Amado que tudo pode mudar. 
Jogamos vídeo game, fomos ao shopping, tentamos entrar no cinema, tentamos cortar o cabelo dele, tentamos comprar um abridor de latas, chupamos picolés, bebi vinho e ele refrigerante, comemos esfihas, kibes e bolinhos de bacalhau do Habib’s. Muito bom estar ao seu lado. 
Enquanto ele lê no meu quarto, eu vejo uma reportagem na Record mostrando o lado “podre” da FIFA, CBF e Ricardo Teixeira. O jornalista Jorge Kajuru, falou há muito tempo atrás que os bastidores do futebol eram tão sujos quanto os bastidores da política! 
Não me assustei muito com esta declaração dele, mas nunca me esqueci dessa frase.
A chuva cai lá fora e já estou ficando com receio de não conseguir sair de casa para deixar meu filho na casa da mãe.
Faz tanto tempo que eu fui com André lá na cidade de Pombos, que nem sei a data! Logicamente que eu não lembrava mais do nome do “artista” responsável pelo conserto e afinação do instrumento do meu amigo. Mas como sei que conseguimos qualquer resposta (nem sempre ela é correta) para uma dúvida na internet, coloquei no search do Google a frase “afinando acordeom em pombos PE”, e consegui o que queria.
O nome do “artista” é José Nilton de Souza.
Eu resolvi falar sobre este assunto porque fiquei impressionado com tudo que eu vi lá na pequena oficina que fica num boxe de um mercado no centro da cidade de Pombos. Neste mesmo local, José Nilton também conserta relógio. Tudo é muito simples, menos o calor!

José Nilton atendendo uma cliente que queria consertar um relógio.
O boxe é muito pequeno, quase não dava para os três ficarem lá dentro ao mesmo tempo.
A primeira coisa que me chamou a atenção foi quando José Nilton abriu a sanfona. Pode até parecer estranho, mas foi a primeira vez que vi o instrumento aberto como um corpo numa sala de cirurgia. O cara que inventou aquilo tudo devia ser doido!
Várias barras de madeira onde se encaixam várias barrinhas de metal com as lâminas metálicas que produzem o som quando o ar passa por elas. Em cada barrinha de metal existe uma lâmina metálica presa por um pino tipo “rebite” e uma lâmina de papelão com um filete de metal que é colada na barrinha e que não deixa o ar passar quando este vem do sentido contrário.


Estas barrinhas de metal com as lâminas (metal e papelão) são presas com cera nas casinhas que ficam na base grande de madeira.

 
Não queiram que eu entre em mais detalhes técnicos porque eu não sou sanfoneiro! Só sei que o mecanismo é muito interessante. É simples e complicado ao mesmo tempo.
Vou dormir que já passaram trinta minutos da meia-noite!
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É simples e complicado ao mesmo tempo... Foi isso que achei na hora. O emaranhado de hastes de metal que formam o mecanismo dos baixos é impressionante.
A habilidade do José Nilton é de impressionar também. Para fazer o pino para prender a lâmina ele pegou um prego e moldou o formato que ele queria no esmeril.

 
Ele inventou um instrumento de trabalho que é uma mistura de um torno, uma sanfona e uma máquina de costura!
É nesta engenhoca que ele prende a barra de madeira com as barrinhas de metal, ajustando o orifício da barrinha que está com defeito no orifício da engenhoca.

Movimentando o fole que faz parte da engenhoca, ele vai ouvindo o som produzido pela lâmina, detectando o defeito.


A lâmina estava quebrada e não servia mais. Ele pegou outra lâmina no seu estoque e fez os ajustes nesta nova lâmina usando o esmeril, para que ela chegasse no mesmo “tom” da lâmina quebrada.
Nesta hora de afinar esta nova lâmina, foi que presenciei a maior curiosidade.
Sabe como é feito este ajuste?


Usando uma faquinha que parece um estilete, ele faz riscos na lâmina que alteram suavemente a afinação.


E dependendo de onde é feito o risco na lâmina (em cima ou embaixo) a afinação sobe ou desce!


André está me falando aqui, enquanto degusto meu Travessia e ele acompanha o programa CQC, que José usa também uma outra ferramenta para fazer estes riscos que lembra uma broca de dentista. Neste dia ele não usou isso, fazendo os riscos só com a faquinha. Mas já foi suficiente para me impressionar.

Para fechar com “chave de ouro” o trabalho perfeito, para conferir se a afinação da nova lâmina estava perfeita, ele usou um laptop rodando um programinha que simula um equipamento que chamamos de afinador.  O artesanal andando junto com a tecnologia de ponta! Perfeito.


E para fechar com “chave do ouro” o meu dia, achei uma sorveteria num dos boxes do mercado e chupei uns quatro picolés! Não estavam tão gostosos como o que eu degustei em Petrolândia (Pernambuco) há muiiiiitos anos atrás, mas quebraram meu galho.
Aliás... Até hoje não consegui encontrar picolés caseiros como os de Petrolândia!
Adoro experimentar os picolés caseiros nestas minhas andanças pelo Brasil.


E para acabar com meu dia hoje, vejo Sarney na televisão falando que o IMPEACHMENT de Collor não tinha tanta importância para fazer parte de uma exposição que falava sobre os fatos que marcaram o senado brasileiro (com letras minúsculas mesmo!).
Isso mostra como estamos perdidos!
Um abraço a todos.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Show de Silvério Pessoa em Curitiba – Ah, se tivesse um trabalho desse todo mês...


Olá pessoal.
Eu nem iria fazer este trabalho, porque o produtor que estava levando o show Portátil de Silvério Pessoa para Curitiba já tinha um operador de áudio que sempre trabalhava com ele.
Não sei quais foram os argumentos que a produção de Silvério usou para me colocar neste trabalho, mas acabei indo para Curitiba.


Mas não fui como operador de Silvério Pessoa, fui como contratado do produtor e seria o operador de áudio do projeto Encontros Pernambucanos, que seria realizado no Teatro da Caixa Econômica Federal.
Seriam dois shows de artistas Pernambucanos, e o outro show seria de Ítalo Pay e a Zabumba Mundi.
Não tinha a menor ideia de como era o show de Ítalo Pay.


Acho que voltarei a ver novelas para tentar melhorar a situação. Muitos devem estranhar este meu “voltarei”, mas já acompanhei novela quando era bem mais novo, viu? 
Saramandaia, Locomotiva... Roque Santeiro deve ter sido uma das últimas que eu dava uma olhadinha. 
Depois de perceber que a maioria tinha basicamente o mesmo enredo e por não ter mais paciência para passar nem sei quantos meses acompanhando o desenrolar da trama, desisti de ver. 
Já faz muito tempo que só ligo a televisão para ver programas jornalísticos ou esportivos. Mas as notícias que estampam os programas jornalísticos estão cada vez piores e a cada notícia fico mais desanimado com o brasil.
Estão matando mais, roubando mais, destruindo mais, a impunidade está aumentando, os buracos nas ruas estão aumentando, os preços estão aumentando, os engarrafamentos estão aumentando, a ousadia dos criminosos está aumentando...

Tem imagem de adolescente de 15 anos sendo baleado (e morreu!) durante uma perseguição policial a assaltantes de banco. O menino estava caminhando na calçada, indo para um curso de computação... Poderia ser meu filho! Poderia ser o seu!
Tem imagem de um doido fuzilando jovens num colégio... Tem imagem de árvores na Amazônia sendo arrancadas por um trator usando correntes... Tem imagem de mãe (?) jogando o filho numa lixeira...
Hoje é fato! Foi abordado por um assaltante dentro do seu carro na rua e tentou acelerar para se esquivar? Eles atiram mirando na cabeça! Vamos chegar num ponto, que os carros populares vão ter que sair de fábrica blindados!

Nem vou falar dos caixas eletrônicos que estão explodindo porque já virou piada. Como é piada também prender alguém com “posses” por aqui. Nosso país tá virando uma piada! E de mau gosto! 
Deste jeito, é melhor ver novela que pelo menos não são cenas reais. 
Coloquei Stevie Wonder para tocar no Windows Media Player, abri uma garrafa de Travessia, cortei um salaminho e juntei com umas azeitonas. Vamos ver se o texto fica mais leve. Será que salaminho com azeitona faz muito mal para a saúde? Se fizer, estou morto! Esta mistura está sendo meu petisco oficial aqui em casa. Só faltou o queijo parmesão Faixa Azul que não comprei porque não achei. 
Enquanto escrevo aqui e tomo meu vinho ouvindo Stevie, discuto pelo MSN a relação de um amigo meu com sua esposa. Tenho até medo onde este texto vai parar!

Converso também pelo MSN com uma ex-namorada que eu tive na juventude. Adriana. Ela acabou de me informar que vou ganhar uma tábua com garfinhos para eu usar com os queijos que acompanham meu vinho. Uh uhhhhhhhhhhhhhh! 
Presente é sempre bom... Não sendo “de grego”, logicamente. 
Adriana foi a única mulher (até agora) que pedi em casamento. Isso faz muito tempo, não lembro o ano exato... Meu Pai estava com câncer... Levei um NÃO de Adriana bem redondo na cara... Também, eu aprontava direitinho na época de discotecário, mas sempre sem mentir. E este foi (e ainda é) meu problema. Depois que ela acabou o namoro e me deu um NÃO para o pedido de casamento, dei de presente para ela uma fita K7 (nunca me esqueci disso) com músicas de Oswaldo Montenegro, que tinha uma música que refletia o que eu estava sentindo. A música dizia: “Eu hoje acordei tão só. Mais só do que eu merecia. Eu acho que será pra sempre. Mas sempre não é todo dia”. 
Sempre me espelhei nesta frase “Eu acho que será pra sempre, mas sempre não é todo dia”. Ela sempre reivindicou uma foto nossa no Blog, mas não coloco fotos que não fazem parte do que estou escrevendo. Agora eu acho que chegou a hora. Olha aí abaixo nossa foto Adriana!

Éramos todos jovens
Nunca tinha ido à Curitiba. Pela previsão na internet, estava frio lá. Coloquei logo meu casaco que só uso na Europa dentro da mala, e fui.
Pelo que pude notar nas pequenas “andadas” que dei pela cidade, achei tudo muito limpo e bem cuidado. Impressionante a diferença para minha maltratada Recife!

Já tinha falado por email e telefone com Sílvio, o técnico do teatro. Obrigado Sílvio pelo atendimento e atenção. Combinamos tudo. Tudo acertado. A mesa era a digital M-400 da Roland. Era só ela para fazer PA e monitor. Só trabalhei com esta mesa uma única vez, durante a turnê de São João de Jorge de Altinho onde eu fazia o monitor.




Baixei logo na internet o editor da mesa e seu “driver” e fiz uma cena em casa do show. O driver é essencial para a comunicação entre o laptop e a mesa de som digital. Sem ele, não conseguimos fazer esta comunicação. 
Viajamos no dia do show. Chegamos na hora do almoço. Deixamos nossas coisas no hotel que ficava a menos de 300 metros do teatro, e saímos para almoçar. Só deu tempo de fazer as necessidades fisiológicas no banheiro do hotel, e mais nada!
Do restaurante, que também ficava na mesma rua do hotel, segui depois do almoço na frente para adiantar as coisas lá no teatro.
Não gosto muito deste método de chegar no dia do evento, prefiro tentar organizar tudo um dia antes, para não ter nenhuma surpresa e o tempo ficar apertado. Mas isso é sinônimo de “mais custos”, mais uma diária de hotel e alimentação...
Eu entendo o lado da produção do evento, mas não gosto.

Neste aqui em Curitiba eu (nós) dei sorte. O equipamento estava em perfeitas condições, para não dizer em excelentes condições. Não tive um problema sequer com cabos defeituosos. Não troquei um cabo! Perfeito. Tudo bem cuidado. Mesa digital novinha. Equipamentos no lugar como eu havia combinado com Sílvio. É muito bom trabalhar assim.
Equipe sempre prestativa, resolvendo tudo que era solicitado. Tudo bem... Eu não pedi nada de absurdo, mas mesmo assim não custa nada falar que fui muito bem recebido e atendido.
O local é uma “graça”, aconchegante. Um teatro para 120 pessoas (eu acho). Sistema de som descente para o local. Supriu minhas necessidades.
Só tive um contratempo. Não consegui passar a cena que eu fiz em casa para dentro da mesa. Não consegui fazer a conexão com a mesa. 





Fiquei um pouco triste na hora, mas o pessoal do teatro falou que eu fui o operador que chegou mais perto desta conexão, pois ninguém tinha conseguido fazer esta conexão e nem chegado perto de onde cheguei. Devia ser problema com o software da mesa. Não perdi muito tempo para tentar fazer esta conexão porque tinha que começar o sound check.
Nem o meu pendrive a mesa reconheceu. Eu queria gravar o show e esta mesa da Roland, do mesmo jeito que a LS9 da Yamaha, grava diretamente no pendrive. Paciência, não consegui.
Passei minha fita crepe e escrevi os nomes nos canais. A mesa não tem display em cima dos faders para mostrar o nome.
Todos na banda de Silvério Pessoa usaram fones.



Stevie Wonder acabou, coloquei George Benson. Saudosismo.
Não aguento mais comer salaminho com azeitona! 
Vai aqui mais um conselho. Quando você não conhece o equipamento que vai trabalhar, tente se informar na internet. É fácil hoje em dia achar informações sobre o equipamento em questão, e ajuda muito no trabalho. Não digo que você vai aprender como tudo funciona, mas com certeza vai sabendo de algo que pode te ajudar. E mais uma vez isso aconteceu comigo.
Neste meu caso, vendo como era a mesa no site do fabricante, vi que as ligações dos instrumentos na mesa eram feitas usando um sistema próprio de conexão chamado REAC (Roland Ethernet Audio Communication). Não existiam as entradas físicas na mesa. 
Todos os sinais dos instrumentos que vinham do palco (32 canais) e todos os sinais que eram enviados da mesa até o palco (as mandadas para os monitores dos músicos) transitavam somente nestes dois cabos!



Mas fora esta conexão REAC, também vi que existiam 8 entradas e 8 saídas físicas atrás da mesa. Eu já fui para lá sabendo disso. Foi aí que esta minha pesquisa me ajudou.
Conversando com o técnico do teatro enquanto ligávamos as coisas, falei que queria o transmissor do in-ear de Silvério ao meu lado na mesa de som para poder ficar monitorando se o nível não estava alto durante o show, e ele fez uma cara que não seria possível porque todas as ligações estavam sendo feitas por estas conexões REAC e tudo ficava no palco. Foi aí que lembrei que a mesa possuía estas 8 saídas físicas atrás, e se estas saídas existiam, eu poderia enviar (via patch digital) qualquer coisa da mesa para estas saídas. Acho que ele não sabia desta possibilidade. Pedi então dois cabos e fui lá na mesa fazer esta mudança no patch. Funcionou como eu achava que funcionaria. Viva a internet!

No detalhe, os dois cabos fazendo a conexão REAC.

Acabou George Benson... Deixe-me ver aqui nos meus arquivos... Kool & The Gang para não perder o clima! Muito bom! Celebration!
O sound check foi tranquilo. Com tudo funcionando fica mais fácil.
Combinei com Sílvio para ligar todos os canais dos dois shows (Silvério Pessoa e Ítalo Pay) independentes. E assim foi feito. Sabia que quando um show acabasse, o outro começaria logo em seguida, sem tempo para religar nada. Para que isso fosse possível, todos os canais dos dois shows estavam conectados separadamente.
Fiz o sound check das duas bandas, e ainda deu tempo de ir para o hotel. Para ser sincero (lá vem eu com minha sinceridade), demorei muito mais para fazer o sound check de Silvério do que o de Ítalo. O segundo sound check foi muito mais simples. Foi só uma via de monitor para o cantor Ítalo Pay e outra via para o percussionista. Foi tudo muito rápido.


Acabei com a garrafa de Travessia, mesmo eu ainda tendo mais duas no estoque. Acho a cota certa uma garrafa quando estou bebendo sozinho. Parei. Já estou pensando no doce.
Os três dias de shows foram muito legais, e sem nenhum imprevisto. Tudo saiu nos conformes.
Já no primeiro dia saímos para comemorar pelo belo trabalho. Perguntamos ao pessoal do teatro se tinha algum barzinho legal nas imediações e eles indicaram um bar chamado Café Teatro (vi agora na internet que o nome certo é Café do Teatro).


O hotel, o teatro da Caixa e este barzinho ficam perto do famoso Teatro Guaíra.
O pessoal do teatro da Caixa nos advertiu que este bar era frequentado por “todo tipo de gente”. Brancos, negros, índios, amarelos, gays, lésbicas, simpatizantes, hétero, bi, tri e poli-sexual, cantores, jornalistas, iluminadores, operadores de som, produtores, etc.
Como não tenho nenhum tipo de preconceito neste sentido e nem Silvério Pessoa e sua esposa Karina, saímos para comemorar.
Quando sentei com os amigos a mesa, notei que a grande maioria do público no local era gay.
Principalmente formado por homens. Se você se incomoda em ver dois homens se beijando e trocando carícias como um casal (homem-mulher) de namorados no começo de um namoro, não vá lá.


Se você não tem este preconceito e quer beber um vinho (ou qualquer bebida), comer petiscos legais e conversar com seus amigos pode ir lá que o ambiente é muito legal, música legal, tem vinho Concha y Toro e uma batata recheada que é um espetáculo! Não deixe de pedir esta batata recheada!

A famosa batata recheada

Não aguento mais escrever. 
Vou tomar um sorvete de creme com passas misturado com Ovomaltine aqui para dormir. 
Deste jeito, vou acabar feito os caras da propaganda da nova cerveja 360 da Skol (é da banda U2, é?), inchado feito o peixe Baiacu. 
Amanhã tento acabar isso, sem vinho logicamente.
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Dormi como uma rocha. 
Já estou combinando aqui as farrinhas do fim de semana. 
Recebi boa parte dos cachês dos trabalhos pendentes, e isso deixa a situação mais amena. Para mim é quase uma questão de matemática... Com todas as contas pagas, fico muito mais relaxado e feliz com a vida. Tudo bem que normalmente nunca sobra uma grana extra para uma viagem de fim de semana para outra cidade, mas dando para pagar todas as contas e sobrando uma “laminha” para farrinhas simples aqui mesmo em Recife, já fico contente.
Este mês está tudo sob controle. Vou começar a pensar no próximo mês. E assim vou vivendo.


Como falei acima, os três dias de shows foram muito legais e tranquilo. O público foi crescendo durante os três dias. O teatro não chegou a lotar, pois (acho que já falei isso em outro texto) é muito difícil aqui no Brasil as pessoas saírem de casa para ver um show musical sem conhecer as músicas dos artistas em questão.
No último dia, acredito que chegou bem perto de ¾ de cadeiras ocupadas. Muito legal o resultado final do evento. O posicionamento da mesa de som era muito legal, coisa não muito comum em shows em teatro. A diferença do som que eu escutava lá dentro da cabine em relação à área das poltronas era pequena.



Trabalhei sentado numa cadeira confortável durante os três dias. Raramente consigo trabalhar sentado, mas a coisa estava tão calma que deu para fazer isso sem problema algum. Dava até para colocar uma garrafinha de vinho ao meu lado com uns pedacinhos de queijo parmesão e fazer de conta que eu estava na sala do meu apartamento (alugado) escutando música, mas aí já seria um exagero.
Foram vendidos muitos CDs de Silvério Pessoa durante os três dias. E isso serve como termômetro para comprovar que o show agradou.
Ítalo Pay não tinha nenhum trabalho gravado.


Acabei indo comemorar com Silvério e Karina no final das três noites no Bar Café do Teatro.
Preconceito ZERO!
Três noites de vinho Concha y Toro acompanhado da batata recheada! No terceiro dia não aguentamos mais comer a batata e trocamos por outro petisco delicioso, um sanduiche no pão francês. Muito bom!


Ainda andei num ônibus com primeiro andar aberto que faz um passeio turístico pela cidade! Na volta levei um banho de chuva mesmo com a coberta sendo armada e fez frio. Mas tudo era festa. Estava me divertindo como um verdadeiro turista mesmo.
Bebi chocolate quente, mas nada comparável ao que sempre bebo em Garanhuns.



Tomei chopp com salsicha alemã num barzinho armado na calçada no centro de Curitiba que lembrou os cafés na França. Fazia muito tempo que não bebia chopp.
Lembram da grana que nunca sobra no fim do mês para uma viagem para me divertir em outras cidades?




















Pois é... Consigo fazer estas viagens mesmo sem grana sobrando, sem gastar nada com as passagens e hospedagens, trabalhando no que gosto e ainda recebendo por isso!
Um abraço a todos.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Mudança de Palco 028 - Seu Jota. Para mim, Boy.

Final do Campeonato Pernambucano de Futebol 2011
No intervalo do jogo, nem consegui sentar de tanta gente.
Eu sou este doido com a camisa verde da seleção de Camarões!
Nunca fui (e não me tornarei) um torcedor "doente", daquele que discute e até briga por causa do time. Eu torço para que ele ganhe, mas se não der, paciência.
Me emociono toda vez que estou no estádio porque me lembro do meu Pai, sempre! Fui muito à campo na companhia dele.
Ia com minha almofada nas três cores e ele levava a dele azul com as iniciais do nome dele bordado. JB. José Bernardo. Ou Jota, como era chamado pelos amigos e parentes. Eu chamava-o de Pai, ou carinhosamente de Boy. Quando eu estava com 10 anos, ele já tinha 63!
Não tenho mais a almofada tricolor, e nem tenho meu Pai mais ao meu lado.
A gente chegava cedo ao estádio e sempre sentávamos exatamente em frente a linha do meio de campo na área reservada aos sócios do clube.
Ele não dava uma palavra durante todo o jogo, e nem se levantava para ver uma jogada mais perigosa ou para gritar gooooooooolllllllllllllll.
Ficava lá, tranquilo, sereno, só observando os caras correrem atrás da bola.
Uma partida de futebol para mim é um anestésico, me sinto mais leve dentro de um estádio de futebol, sem pensar nos problemas. Durante todo o tempo do jogo, quase nada mais vem à mente.
Mas os momentos que passei com meu Pai no Estádio do Arruda sempre estão presentes na memória, e toda vez que sento no cimento áspero das sociais ou nas recentes cadeirinhas de plástico que estão sendo instaladas, a imagem dele com seu boné (para proteger os olhos da luz dos refletores) e sua almofadinha azul explode nos meus pensamentos!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Abril Pro Rock (APR) 2011 – Estou ficando velho e acabado...

  
Olá pessoal.
Lembram desta música?
A Lua e Eu.
“Quando olho no espelho... Estou ficando velho e acabado...”
Foi mais ou menos assim que me senti no Abril Pro Rock (APR) deste ano, e estou sentindo muito isso nos festivais que trabalho.



Trabalhei mais uma vez no APR. Ano passado eu não fiz porque estava viajando (não lembro se com o SESI Bonecos ou com o FITO).
Não sei como foi no ano passado.
Os leigos que me perdoem, mas eu tenho que falar como era o sistema deste ano, porque tem muitos colegas do ramo que lêem estas baboseiras que eu escrevo aqui e gostam de saber qual era o equipamento. Lá na frente eu volto ao normal.


Neste ano foram somente dois palcos, um ao lado do outro, usando o mesmo sistema de PA.
Era um line array DAS “misto”.
Dezesseis caixas passivas Aero 50 (8 por lado), mais oito caixas Aero 28A (4 por lado) e 12 caixas (6 por lado) de sub-graves FZ 218A.
Quatro amplificadores (2 por lado!) modelo FP 10000Q da LabGruppen  foram utilizados para alimentar as caixas Aero 50. Exatamente. Apenas dois amplificadores alimentavam as oito caixas.
Todas as outras caixas (Aero 28A e Sub FZ 218A) eram ativas e já possuíam amplificação interna.
Cada line array ficava na lateral externa dos dois palcos (L/R), e no centro entre os dois palcos ficavam mais 4 caixas AERO28. Estas caixas do centro recebiam um sinal mono (Matrix) com a soma do L/R.
Tá bom... Já falei muita coisa técnica.




Com o que sobrou do almoço da sexta-feira santa, ainda tenho comida para uns dois dias. Hoje já comi novamente o bacalhau de coco que eu adoro! 


Acompanhado do arroz de leite, feijão de coco e vargem de coco. Só faltou o picolé de coco da John’s para sobremesa, mas está em falta (por enquanto).
Costumo comprar 10 picolés (sendo 7 de coco) da sorveteria John’s para deixar no freezer de casa em modo standby (espera).


 
O problema é que devoro estes picolés em uma semana. Para mim, é o melhor picolé (simples) de coco.  Conheci outro picolé muito bom, só que custa quatro vezes mais que o simples da John’s.
É o Magnum da Kibon. Tem um Magnum que é de coco com cobertura de chocolate. Simplesmente (sem ser simples) sensacional!
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Editando um áudio para TV enquanto aguardava uma banda para começar o sound check.

Comecei a escrever este texto em abril e já estou no dia 5 de maio. Parei de escrever e recomecei inúmeras vezes.
Já fui à Curitiba e voltei. Tomei banho de chuva em ônibus de turismo, fui à bar GLS, bebi vinho(s), comi um bolo de batata recheado... Tá bom. Este assunto é para o outro texto, não para este.
Vamos voltar para o Chevrolet Hall, onde aconteceu o APR 2011.
De cara, posso falar que o público foi bem maior do que o ano retrasado (2009). Lembrando que não trabalhei em 2010.
Legal. Gosto do festival. Gosto de trabalhar no evento.
Mesmo o rock não sendo meu gênero musical predileto, muito menos quando vai para o lado do Heavy Metal, Trash Metal, ou qualquer outro tipo de Metal.
Mas nunca minha preferência musical influenciou no meu trabalho. Sempre tentei dar o meu máximo em todos os trabalhos.
Já prestei algum serviço para Otto, Jair Oliveira, Joanna, Jorge de Altinho, Calypso, Calcinha Preta, Alceu Valença, Lula Queiroga, Treminhão - A Trombonada (instrumentais), Reginaldo Rossi – Golden Boys – Adilson Ramos - Fevers (estes no tempo em que eu era DJ e operava o som ao vivo da Boite Over Point), Naná Vasconcelos, Nação Zumbi, Palhaço Chocolate, etc...
Como podem ver, vários estilos musicais. O operador de áudio é que é o mesmo.

Vi (e ouvi) muitas coisas legais durante todos estes anos de APR.  E muitas coisas não tão boas assim, mas isso faz parte de um festival. E seguindo minha filosofia de vida, NEM SEMPRE O QUE É BOM PARA MIM É BOM PARA OUTRA PESSOA, E VICE-VERSA!
Vou pegar as fotos aqui dos dois dias do festival para dar uma clareada na minha mente.
House Mix
Mais uma vez fui devorado pelos maruins (ou muriçocas?) nos dois dias de festival!
Acho que os insetos desvendaram a fórmula do repelente OFF que eu sempre usei e sempre levo na minha maleta de “ferramentas”.  Tive que passar duas ou três vezes por dia!
Antes que alguém “tire onda”... Quando vocês forem devorados durante dias por muriçocas ou maruins, o repelente vai se transformar numa ferramenta indispensável!
Vai fazer algum trabalho no Chevrolet Hall ou no Centro de Convenções de Pernambuco? Leve repelente!


Operei o monitor de quase todas as bandas que se apresentaram no meu palco. Apenas uma banda levou operador de monitor.
O primeiro dia, o do Metal, foi muito tranquilo, como normalmente é.
Por quê?
Porque normalmente estas bandas têm a mesma formação, ou seja, bateria, baixo, uma ou duas guitarras e uma ou no máximo três vozes. E este ano não foi diferente. 
 
Hoje aqui casa só foi uma garrafinha de Travessia que eu rachei com meu amigo sanfoneiro André Julião. Ele já foi dormir porque tem ensaio logo pela manhã.
Mataram Bin Laden. É só o que vejo na TV. Não senti nada. Diferente das crianças mortas no colégio lá no Rio de Janeiro.
Nunca fui fã dos EUA, e muito menos de Bin Laden.
Sou totalmente contra atos terroristas, principalmente contra civis.
Se meu Filho, ou qualquer outro parente meu, ou amigo estivesse dentro daquelas torres nos EUA, eu mesmo puxaria o gatilho naquela invasão para capturar (ou matar) o barbudo.

Agora... Que tem muito congresso e muitos governantes por aí que merecem uma bomba, ah isso tem!

Até a ONU, depois do episódio no Iraque que culminou com a prisão e execução de Sadan, deixou de ter meu voto de confiança.
A ONU mostrou que não tem a mesma força para todos os países.
Em que ou em quem eu confio hoje em dia? Deixe-me ver... Fora meu Filho (que já deu umas farrapadas)...
Ainda tenho credibilidade nos Bombeiros!
Correios... Nem tanto. Políticos? Nenhuma!
Acho que vou parar novamente de escrever. O vinho me deu sono. Vou tentar continuar amanhã.
E já comi meio pacote de biscoito Negresco (para mim, o melhor biscoito recheado)!
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Hoje já é segunda-feira, dia 09 de maio. E ainda não recebi o cachê da maioria dos shows e eventos que fiz nos meses de dezembro, janeiro, março, abril e maio. Ou seja, não recebi quase nada dos trabalhos que fiz neste ano!
Falo isso para vocês terem uma idéia de como é minha vida (e de muitos outros operadores, músicos e até artistas) financeira.
É uma verdadeira ginástica que preciso fazer para pagar as contas que chegam todos os meses.
Vamos mudar de assunto para eu não ficar triste. 
Vou ler o texto lá do começo para ver como continuo aqui.
Torture Squad (SP)

Certo... Parei no dia do Metal, ou como chamamos internamente, o dia dos “camisa preta”.
E muita gente vai mesmo com esta cor de camisa no dia do Metal.
No réveillon o pessoal não gosta de ir de branco? É a mesma coisa. (risos)
Não tive grandes problemas durante este dia e nem no segundo também, mesmo com a maioria das bandas fazendo sound check.
Mas os poucos problemas que apareceram quase me tiraram do sério. Acho que estou ficando sem paciência para fazer monitor. Tenho que rever meus conceitos.
Baixista da banda D.R.I. (EUA)
O que me incomodou um pouco foram os monitores que estavam “falando” diferentes uns dos outros, e os dois lados do side (caixas que ficam nas laterais do palco) estavam também com uma pequena diferença de timbre.
Fui um dia antes do início do festival para alinhar estes monitores, mas não foi possível fazer o serviço direito porque a mesa digital deu problema e também não podíamos fazer barulho no local (isso eu achei um absurdo!) porque estava tendo uma gravação na casa de shows (não lembro se para TV ou rádio) com um artista que não tinha nada a ver com o APR.
Acabei só começando meu trabalho na manhã do primeiro dia do evento!
Cheguei bem cedo lá para checar os monitores porque já tinha sound check marcado para as dez horas da manhã.  A mesa digital foi trocada por outra do mesmo modelo.
  
Eu tenho um defeito muito grande. Se não ficar 100% para mim, fico meio desanimado e não escondo este meu desânimo.
A maioria dos meus amigos conhece este meu problema. Chego até a ser considerado “negativo” por causa disso.
Aí quando junta o meu desânimo visível com o outro defeito que eu tenho de sempre falar o que eu penso, viro um homem bomba para muitas pessoas!
Um amigo meu recentemente, numa brincadeira (50% era brincadeira) enquanto estávamos tirando foto em uma viagem, comentou: Fotos para o Blog do Titio, onde ele mete o pau nos amigos.
Fiquei com este comentário na cabeça, e resolvi falar sobre isso aqui.
Não fiz o Blog com esta finalidade. Fiz somente para mostrar o que acontece nos bastidores de um show, como está no título do Blog.
E o que eu escrevo é apenas uma visão pessoal do eu que vi ou passei durante um show ou um evento em que trabalhei, misturado com alguns comentários técnicos e muitas vezes misturado com comentários da minha vida pessoal.
Não é fácil falar que não gostei de alguma coisa de um show ou evento quando do outro lado estão meus amigos. Como é o caso deste texto de hoje aqui sobre o APR, e de vários outros anteriores.
É muito chato falar que não gostei de alguma coisa que foi feita, idealizada ou produzida por um amigo.
Mas acho também que o Blog perderia totalmente o sentido se eu falasse que não gostei de algum show ou evento que fiz somente quando do outro lado não estivesse nenhum amigo meu. Não concordam?
Já pensei em parar com o Blog por causa disso, sabiam? Está me desgastando.
Tenho muitos amigos neste ramo. Trabalho para muitos amigos. 
Mas volto a falar... Não sou o dono da verdade, estou muito longe disso e nunca pensei em ser isso. Em alguns casos que não gostei pode ter sido até incompetência minha a coisa não ter saído 100%. Não descarto isso. Tenho meus limites técnicos que sempre tento diminuir. Por isso não apago nenhum tipo de comentário ou crítica deixado no Blog, seja ele de anônimos ou assinados.
Acho que o Blog soaria falso somente falando das coisas boas que acontecem num show ou evento. Não acontecem só coisas boas, pelo menos para mim. E a graça que eu vejo em falar das coisas que não gostei, é que na maioria das vezes tudo sai bem, o show é sensacional, o público adora, e ninguém nota nada de anormal. Ou que os meus comentários, se julgados corretos, possam ajudar para melhorar as coisas que eu achei que não estavam legais.
Banda D.R.I. (EUA)

Só um músico de uma banda não achou legal e notou a diferença de timbre entre as caixas que formavam o side no meu palco. Não consegui deixar igual o som dos dois lados.
Justamente uma das bandas que mais gostei de ter conhecido e que não era Brasileira.
Foi muito chato para mim profissionalmente receber o comentário de um dos integrantes da banda sobre esta diferença. E ele tinha razão. Mas isso faz parte de qualquer trabalho. Pessoalmente não tenho nenhum problema em receber críticas. Sempre escuto e tento aproveitar algo.
Não foi a primeira crítica ao meu trabalho e não será a última. Empenho-me para que estas críticas não sejam constantes.
Normando, amigo meu que faz o monitor de Silvério Pessoa e que é um dos proprietários da PA Áudio, empresa que faz o APR desde o primeiro ano, me fala sempre que eu sou um operador de áudio e não um técnico de áudio. E ele tem razão. Sou muito mais um operador de áudio do que um técnico de áudio. Quase nunca trabalhei na montagem e na ligação dos equipamentos de áudio de um show. 
Normalmente chego para operar o som de um show onde os equipamentos já estão todos ligados. Não tenho contato diário com equipamentos como os técnicos de uma empresa normalmente têm.
Por causa desta minha limitação, no APR eu sempre chamava Arnaldo, técnico de monitor da empresa PA Áudio, para mostrar o problema que eu tinha achado no meu palco, porque foi ele quem ligou tudo e sabia todo o caminho das ligações. Arnaldo estava responsável pelo monitor do outro palco.
D.R.I.
  
Eu não gostei do crossover (o mesmo usado em 2009) que gerenciava o side, mas como não tinha o conhecimento para manuseá-lo, não arrisquei mexer na regulagem para não piorar as coisas. Confiei na regulagem feita pelo pessoal da PA Áudio que conhece a fundo o equipamento.
O APR neste ano para mim foi melhor do que o de 2009, principalmente porque deu mais gente. Não lembro mais das bandas que tocaram em 2009. Ainda acho que tem muita banda por noite e os primeiros shows sempre acontecem com pouco público. 
Mais uma vez não consegui terminar este texto. Tive que parar para editar dois áudios para TV de GM, e estou achando que estou me estendendo muito neste texto. Vou tentar ser mais breve amanhã.
Faltam 15 minutos para meia-noite... Eu vou é dormir!
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Banda Chicha Libre (EUA)

Tenho “fé em deus” que hoje eu acabo este texto!
Acordei cedo, antes das oito. Geralmente acordo perto das dez horas da manhã.
Já tomei meu leite com Nescafé, acompanhado de Clube Social com requeijão São Bento.
Não tenho mais nenhum trabalho agendado até o final do ano! Muita calma nesta hora. Já estou vendo as possibilidades, e avisando aos amigos que estou disponível (no bom sentido).
Voltando ao APR...
Como eu tinha (no mínimo) mais de 30 minutos para fazer a mudança no meu palco, tudo saiu nos conformes. Nenhum problema quanto a isso, pois era tempo de sobra para refazer as ligações e montar os equipamentos para a outra banda. Os praticáveis eram com rodas e a área de escape era ampla, e isso ajudava no posicionamento dos músicos das bandas no palco que normalmente é diferente. Numa banda, a bateria é no centro, e a próxima banda usa esta bateria no canto. Para que a produção do evento saiba desta arrumação no palco, cada banda envia um documento chamado Mapa de Palco, onde consta um desenho deste posicionamento.
Karina Buhr (PE)
A produção do APR segue à risca este mapa de palco das bandas.
Neste ano o festival aconteceu na sexta e num domingo! No sábado teve outro evento na casa de shows, e o equipamento de palco teve que ser reposicionado para este novo evento. Os dois palcos se transformam em um.
A PA Áudio fez a sonorização deste evento do sábado também. Ainda bem.
Marquei meus monitores com fita crepe para não perder meu alinhamento, pois cada monitor tinha um ajuste diferente. Mas no domingo quando liguei tudo, achei tudo diferente! Arnaldo jurou de pés juntos que nada foi trocado. Oxe, estou ficando doido?
Troquei alguns monitores de posição e refiz algumas equalizações. Não estava nos meus planos fazer isso novamente no domingo.
Neste dia seria mais complicado porque as bandas são muito diferentes e usam muito mais canais, como percussão, teclados, computadores, samplers, etc.
Mas tudo foi tranquilo.

Karina Buhr (PE)
Dois shows me chamaram a atenção.
Na sexta, dia do Metal, gostei do show da banda D.R.I. (EUA).
Os velhinhos mandaram ver! Não conhecia a banda. Para falar a verdade, não conhecia nenhuma banda (nem de nome) deste dia no meu palco. Não é a minha praia.
No domingo, a surpresa foi maior porque já tinha escutado o CD desta cantora e não tinha gostado. Apaguei as músicas dela do meu HD. Mas achei que ela é bem melhor ao vivo. O show é legal de se ver (e ouvir).
Karina Buhr é o nome dela, e é daqui de Pernambuco.
O monitor é que não foi muito fácil de fazer porque Karina não tem uma voz muito potente e o volume do som da banda é muito alto no palco. Foi o único show no meu palco onde apareceram microfonias. 
Viram como eu não sou o dono da verdade? Não é uma questão de meter o pau nos amigos, eu simplesmente falo o que eu vejo ou o que aconteceu, mesmo que seja um erro meu.
Chicha Libre (EUA)

Acho que já falei isso em algum lugar aqui no Blog, mas não custa falar de novo. Tem artista que é muito bom no CD e isso não se reflete no palco, e tem artista que não é legal no CD, mas ao vivo é interessante.
Ainda poderia destacar no meu palco as bandas Torture Squad (SP) e Chicha Libre (EUA).
Karina Buhr (PE)
Um probleminha de mau contato no encaixe dos cabos que ligavam as caixas do side me acompanhou nos dois dias de festival. Tinha sempre que conferir se as caixas estavam funcionando.
Juntei isso aos outros probleminhas que apareceram durante o sound check (na hora dos shows não tive nenhum problema), mais a obrigação de ter que acordar bem cedinho para fazer o sound check de várias bandas e só voltar para casa na madrugada do outro dia, mais comer (se der tempo) na marmita na hora do almoço e da janta, mais a certeza de que iria demorar para receber o cachê deste trabalho (como é na maioria das vezes), e pensei:
Será que eu não estou ficando velho e acabado para este tipo de evento?
Pronto! Já vão dizer que estou metendo o pau nos amigos de novo!
Um abraço a todos.