terça-feira, 31 de maio de 2011

Consertando e afinando acordeom. Uma arte!


Olá pessoal.
Finalmente o Blog está atualizado. Caso raríssimo! Mas consegui.
Hoje é domingo, dia 29 de maio de 2011, o relógio no meu laptop marca 21:30h e não sei se termino este texto hoje.
Passei um final de semana muito legal com meu Filho. Ele está no meu quarto neste exato momento lendo um dos dois livros que comprei para ele. Fico muito feliz com este gosto dele pela leitura, pode ser mais um incentivo para eu tentar mais uma vez retomar este gosto que perdi já faz um tempo.

Perguntei se ele já tinha lido Capitães da Areia de Jorge Amado e ele me falou que não. 
Prometi que seria meu próximo presente, pois este livro foi quem me fez gostar da leitura. Quem nunca teve o hábito de ler, leia este de Jorge Amado que tudo pode mudar. 
Jogamos vídeo game, fomos ao shopping, tentamos entrar no cinema, tentamos cortar o cabelo dele, tentamos comprar um abridor de latas, chupamos picolés, bebi vinho e ele refrigerante, comemos esfihas, kibes e bolinhos de bacalhau do Habib’s. Muito bom estar ao seu lado. 
Enquanto ele lê no meu quarto, eu vejo uma reportagem na Record mostrando o lado “podre” da FIFA, CBF e Ricardo Teixeira. O jornalista Jorge Kajuru, falou há muito tempo atrás que os bastidores do futebol eram tão sujos quanto os bastidores da política! 
Não me assustei muito com esta declaração dele, mas nunca me esqueci dessa frase.
A chuva cai lá fora e já estou ficando com receio de não conseguir sair de casa para deixar meu filho na casa da mãe.
Faz tanto tempo que eu fui com André lá na cidade de Pombos, que nem sei a data! Logicamente que eu não lembrava mais do nome do “artista” responsável pelo conserto e afinação do instrumento do meu amigo. Mas como sei que conseguimos qualquer resposta (nem sempre ela é correta) para uma dúvida na internet, coloquei no search do Google a frase “afinando acordeom em pombos PE”, e consegui o que queria.
O nome do “artista” é José Nilton de Souza.
Eu resolvi falar sobre este assunto porque fiquei impressionado com tudo que eu vi lá na pequena oficina que fica num boxe de um mercado no centro da cidade de Pombos. Neste mesmo local, José Nilton também conserta relógio. Tudo é muito simples, menos o calor!

José Nilton atendendo uma cliente que queria consertar um relógio.
O boxe é muito pequeno, quase não dava para os três ficarem lá dentro ao mesmo tempo.
A primeira coisa que me chamou a atenção foi quando José Nilton abriu a sanfona. Pode até parecer estranho, mas foi a primeira vez que vi o instrumento aberto como um corpo numa sala de cirurgia. O cara que inventou aquilo tudo devia ser doido!
Várias barras de madeira onde se encaixam várias barrinhas de metal com as lâminas metálicas que produzem o som quando o ar passa por elas. Em cada barrinha de metal existe uma lâmina metálica presa por um pino tipo “rebite” e uma lâmina de papelão com um filete de metal que é colada na barrinha e que não deixa o ar passar quando este vem do sentido contrário.


Estas barrinhas de metal com as lâminas (metal e papelão) são presas com cera nas casinhas que ficam na base grande de madeira.

 
Não queiram que eu entre em mais detalhes técnicos porque eu não sou sanfoneiro! Só sei que o mecanismo é muito interessante. É simples e complicado ao mesmo tempo.
Vou dormir que já passaram trinta minutos da meia-noite!
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É simples e complicado ao mesmo tempo... Foi isso que achei na hora. O emaranhado de hastes de metal que formam o mecanismo dos baixos é impressionante.
A habilidade do José Nilton é de impressionar também. Para fazer o pino para prender a lâmina ele pegou um prego e moldou o formato que ele queria no esmeril.

 
Ele inventou um instrumento de trabalho que é uma mistura de um torno, uma sanfona e uma máquina de costura!
É nesta engenhoca que ele prende a barra de madeira com as barrinhas de metal, ajustando o orifício da barrinha que está com defeito no orifício da engenhoca.

Movimentando o fole que faz parte da engenhoca, ele vai ouvindo o som produzido pela lâmina, detectando o defeito.


A lâmina estava quebrada e não servia mais. Ele pegou outra lâmina no seu estoque e fez os ajustes nesta nova lâmina usando o esmeril, para que ela chegasse no mesmo “tom” da lâmina quebrada.
Nesta hora de afinar esta nova lâmina, foi que presenciei a maior curiosidade.
Sabe como é feito este ajuste?


Usando uma faquinha que parece um estilete, ele faz riscos na lâmina que alteram suavemente a afinação.


E dependendo de onde é feito o risco na lâmina (em cima ou embaixo) a afinação sobe ou desce!


André está me falando aqui, enquanto degusto meu Travessia e ele acompanha o programa CQC, que José usa também uma outra ferramenta para fazer estes riscos que lembra uma broca de dentista. Neste dia ele não usou isso, fazendo os riscos só com a faquinha. Mas já foi suficiente para me impressionar.

Para fechar com “chave de ouro” o trabalho perfeito, para conferir se a afinação da nova lâmina estava perfeita, ele usou um laptop rodando um programinha que simula um equipamento que chamamos de afinador.  O artesanal andando junto com a tecnologia de ponta! Perfeito.


E para fechar com “chave do ouro” o meu dia, achei uma sorveteria num dos boxes do mercado e chupei uns quatro picolés! Não estavam tão gostosos como o que eu degustei em Petrolândia (Pernambuco) há muiiiiitos anos atrás, mas quebraram meu galho.
Aliás... Até hoje não consegui encontrar picolés caseiros como os de Petrolândia!
Adoro experimentar os picolés caseiros nestas minhas andanças pelo Brasil.


E para acabar com meu dia hoje, vejo Sarney na televisão falando que o IMPEACHMENT de Collor não tinha tanta importância para fazer parte de uma exposição que falava sobre os fatos que marcaram o senado brasileiro (com letras minúsculas mesmo!).
Isso mostra como estamos perdidos!
Um abraço a todos.

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