domingo, 30 de setembro de 2012

Samba Recife - Todo artista tem o palco que merece!

Pois é...
É o mesmo evento. Só que...
O palco da foto de baixo é destinado aos "artistas locais".
Aí eu continuo perguntando:
Vale a pena?
Muitos reclamam dos contratantes, mas acho que o errado é o artista que aceita se apresentar nestas condições.
Enquanto continuarem aceitando, esta diferença absurda continuará existindo.




quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Teclado dobrável - Gostei da ideia.

Lendo a revista AM&T de janeiro (!) vi esta novidade no mercado.
Como já estamos no final de setembro, nem é mais muita novidade, não é mesmo?
Controladora VAX77 - Infinite Response.
Gostei da ideia.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Show de Naná Vasconcelos e Lui Coimbra em Diamantina – Continuo brigando com minha autoestima.


Olá pessoal.
Faz um tempinho que não escrevo sobre os meus trabalhos.
Nem tem tantos trabalhos assim para falar.
Fora este com Naná e Lui em Diamantina, só fiz mais um show (chamado de última hora) com Renata Rosa e Cláudio Rabeca em Bom Jesus, uma cidade no interior do Piauí.
Depois eu falo sobre esta aventura.
** Acabei fazendo mais três trabalhos depois deste de Renata Rosa e Cláudio Rabeca**
Pra variar, estou sem ânimo para escrever sobre os shows, não tou muito legal.
Já faz um tempinho que cada show é uma briga psicológica.
Peguei hoje uma garrafa de vinho “emprestada” e resolvi escrever para o Blog, pensando mais sobre a autoestima do que os shows.
Será que este texto vai virar “um divã”?
Nunca fiz análise, não acredito que resolva.
Não acredito que alguém conheça mais eu do que eu mesmo.
Na época da minha separação, minha esposa me aconselhou umas consultas numa psicóloga. Até fui um dia, meio a contragosto, mas fui.
Cheguei ao prédio, achei o local meio descuidado, pintura gasta, visual feio.
Fui até a recepção e não tinha ninguém. Nem clientes, nem atendentes.
Pensei: Se esta “doutora” não cuida nem do local de trabalho dela, como vai cuidar de mim?
Fui embora.
E depois de algumas conversas com minha esposa, onde ela me falou algumas opiniões da psicóloga ao meu respeito, vi que realmente ela não me conhecia mesmo!



Eu não conhecia Diamantina.
Já tinha ido há muitos anos atrás em Ouro Preto para fazer o monitor de Nação Zumbi, mas não deu tempo de ver nada.
O show em Diamantina foi no dia 21 de julho e eu cheguei na noite do dia 20.
Minha ida para a cidade foi “meio-parecido-com-filme-de-cinema”.
A produção de Naná me falou que alguém da produção do evento iria me pegar no aeroporto de Belo horizonte e me levaria para Diamantina numa van.
Ok.



Desembarquei do avião, peguei minha bagagem e saí.
Na saída do desembarque, um senhor segurava um papel com meu nome escrito em negrito!
ILDEMAR OLIVEIRA.
Achei-me importante. Nunca tinha passado por isso. (risos)
Apresentei-me e o segui até a van.
Saímos conversando e eu perguntei quanto tempo de viagem ainda me esperava.
Assustei-me com as quatro horas que ele me falou.
Continuei seguindo-o.
Atravessamos a rua e entramos num estacionamento “improvisado”.
Fui “correndo” com os olhos a procura da van, e nada de encontrar.
Chegamos ao lado de um automóvel, que se não me falha a memória, era um carro oficial (prefeitura, governo ou coisa parecida).
Chegando perto do carro, pude entender algumas palavras que ela falava (família, deixar, esposa, roupas...).



Ele abriu o porta-malas do veículo e não tinha um espaço vazio que eu pudesse colocar minha pequena bolsa com alças!
Toda a mala estava preenchida com pacotes que eu não entendi o que era.
Ele acomodou minha bolsa na tampa onde ficam os alto-falantes do carro!
Vi nesta hora que já tinham pessoas no banco de trás.
Ele me conduziu até a porta da frente do veículo e quando abri, vi que o banco de trás estava completamente preenchido com três mulheres, sendo uma com menos de quinze anos, e nos seus colos ainda existiam vários pacotes, que depois fui informado que eram peças de roupas!
Eu não tinha onde colocar minha “bag” com o laptop. Teria que levar no meu colo!
A palavra autoestima nem chegou perto dos meus pensamentos naquela hora.
Só pensei uma coisa: Me fodí! (De foda, foder...).

Farrinha solitária antes do sound check.


foder
fo.der
ch (lat futuere) vint e vti 1 Copular, meter: Pedro fode todos os dias; Pedro fode com qualquer mulher. vtd 2 Prejudicar: O Governo quer é foder o povo. vpr 3 pop Sair-se mal: Trabalhe bem, senão você se fode.

Me fodí = Me fudí = Me lasquei = Tomei no cu = Dancei.
Estava bem cansado e ainda teria que aguentar quatro horas de viagem com minha bag no colo!!!!
Mais uma vez pensei: Isso só acontece comigo...
Entrei no carro, tentei colocar a bag no piso entre minhas pernas, mas não tinha espaço. Coloquei no colo mesmo. E com 20 minutos com a bag no colo, comecei a ficar realmente desesperado com a proposta de passar mais de 3 horas com aquele peso nas minhas pernas!
Falando em pernas...
Porque as pernas dos jogadores da seleção de futebol do Brasil não reagem como as pernas das jogadoras da seleção do Brasil de vôlei?
Não consegui torcer pelo futebol medíocre dos jogadores milionários.
Mereceram chegar naquela final (Olimpíadas), ganharam de todos os times medíocres, mas ganharam.
Mas não mereceram ganhar o jogo, e não ganharam mesmo!
As meninas não mereciam chegar na final, pois foram favorecidas por resultados.
Mas mereceram ganhar o jogo, e ganharam!
O que fez a diferença?

VONTADE! 
Vontade de ganhar!!!!

Pousada Relíquias do Tempo.


Eu tive vontade de ligar para a produção de Naná para falar que não estava nada confortável este translado BH > Diamantina.
Mas antes dessa vontade se tornar realidade, entendi que o motorista iria parar numa casa para deixar aqueles pacotes com roupas, e eu achava que as três mulheres iriam ficar nesta casa também.
Realmente todos os pacotes ficaram nesta casa, mas apenas uma mulher desceu do carro.
Conheci a família do motorista e seguimos com a viagem, mas agora com minha bag acomodada na mala do carro!
Tentei dormir e não consegui, dei apenas uns cochilos.
Chegamos na pousada.
E que pousada!!!!
Pousada Relíquias do Tempo.



Muito legal! Eu recomendo.
Fica no centro de Diamantina.
As ruas são feitas com aquelas pedras grandes colocadas lado a lado irregularmente.
Serviriam tranquilamente para testes de amortecedores para os fabricantes de automóveis.
Ainda pensei em sair para um barzinho perto da pousada para tomar uns drinks, mas estava tão cansado que resolvi tomar uma garrafa de vinho na pousada mesmo.



Sentei-me numa mesa numa área aberta da pousada, curtindo o frio e fiquei conversando com os amigos pela internet, curtindo o vinho e beliscando umas batatas Cebola & Salsa da Elma Chip’s.
Continuava sem pensar na danada da autoestima.
Como poderia pensar na merda da autoestima numa hora dessas, não é mesmo?
Fui dormir feliz.
Café da manhã com Naná e o roadie Edelvan.
Reunião marcada com a produção do evento às dez horas da manhã na pousada mesmo.
Voltei para o quarto aconchegante com jeito de quarto de fazenda do interior...
A única coisa no quarto que fugia do contexto era o chuveiro elétrico e o repelente elétrico.
Não tinha frigobar e não tinha ar-condicionado.
Não senti falta de nenhum dos dois!



Só faltou ter a jarra de barro com água, com a caneca de alumínio em cima da tampa da jarra, que a gente usava para pegar a água (gelada pelo tempo) e colocava no copo para beber.
Isso me lembra de Timbaúba dos Batistas, uma cidadezinha do interior do Rio Grande do Norte, onde moravam meus avós maternos.
Tive muito pouco contato com eles e nenhum contato com meus avós paternos. Os pais do meu Pai já não estavam mais aqui quando eu nasci.
Infelizmente não pude aproveitar os “privilégios” que só os avós proporcionam. O contato com minha Mãe foi breve também, mas breve do que eu merecia. Tinha somente sete anos quando ela se foi.
Foi duro, foi muito dolorido...
Friamente opinando, a morte da minha Mãe me tornou um ateu. Não me tornou, me fez. Não tinha nenhuma formação religiosa aos sete anos.
E até agora não aconteceu nada nestes meus 46 anos de vida que me fizesse mudar de ideia.
Continuo achando que não foi deus que criou o homem. O homem criou deus.
Vou dormir. Duas e meia da manhã.
Vou beber o restinho da garrafa do vinho sem escrever nada, caso contrário, acabo falando do sensacional Edir Macedo ou do casal de bispos Estevam e Sônia Hernandes...
Aí a coisa vai feder.
Lembram-se deles?
Sou fã de Edir.
Ele é gênio no que faz.
Mas este assunto não vai melhorar em nada a minha autoestima.
Outro dia acabo este texto.
--


Nem sei mais em que dia comecei este texto.
Como eu li novamente o que escrevi acima para me situar, pude notar que foi depois da final do futebol masculino nas Olimpíadas que comecei a escrever.
Hoje já é quinta-feira, dia 20/09/2012.
Vendo as Paraolimpíadas (que agora se chama Paralimpíadas), recebi uma dose extraordinária de autoestima.
Me senti até envergonhado de continuar falando sobre isso aqui, mas como já comecei, vou acabar.
Pensei até em não aceitar o convite de Normando para trabalhar no MIMO recentemente por causa desta merda de autoestima.
Ainda bem que não consegui dizer não para ele, pois acabei fazendo um trabalho muito legal no MIMO 2012. 
Depois eu falo sobre o MIMO em Olinda, sobre o show de Renata Rosa no interior do Piauí, sobre o FITO em Recife e sobre o show de Alceu no estádio do Arruda.
Fiz estes trabalhos depois do show em Diamantina.
A reunião no dia do show na recepção da pousada foi rápida.
Discutimos alguns detalhes, mas a maioria dos detalhes não era sobre o áudio, pois eu já tinha deixado quase tudo certinho com o técnico local.
E quando cheguei ao local, vi que ele era bem menor do que eu imaginava. A foto que eu vi pela internet passava uma dimensão maior.
A mesa LS9 que eu pedi estava lá.


Tinha combinado com o técnico (infelizmente esqueci o nome dele agora), que me atendeu com muita disposição e atenção, que eu duplicaria os canais na mesa e eu fazia o som do PA lá da frente e ele fazia o som dos monitores via iPad.
Levei até meu iPad e meu roteador para fazer isso, mas ele já tinha tudo e já estava tudo ligado.
Passei a cena do show que montei no Studio Manager em casa dias antes e começamos a “alinhar” as coisas.


Coloquei (pela bilionésima vez) Lisa Stansfield para cantar e ajustei o som do PA ao meu gosto.
Durante o sound check, notamos que não estávamos conseguindo selecionar os canais separadamente (mesa / iPad).
Isso complicaria o trabalho. Tem que ser separado (não tem que ser, é muito melhor que seja).
Depois de uns minutos procurando onde estava o erro, vimos que a opção de “deslincar” não estava ativada no aplicativo StageMix do iPad.
Ativamos a opção para deslincar a mesa e o StageMix, e seguimos com o sound check.
Como normalmente acontece neste show, o sound check é muito rápido.
São poucos canais e poucos monitores.

Meu colega fazendo o monitor via iPad.
Só tive que mudar um canal de lugar porque um fader da mesa estava com defeito.
Encerramos o sound check.
Nem voltei à pousada. Fui num restaurante árabe em frente ao palco que me falaram que tinha uma esfiha muito boa.
E não mentiram!
Espetacular a esfiha! Comi duas com recheio de queijo com uma “coisa” que lembra o bredo da feijoada.
Pedi uma taça de vinho para acompanhar, e esperei pela hora do show.



Minha autoestima já tinha dado uma levantada no sound check, e durante as duas taças de vinho com esfihas nem me lembrei dela.
Só volto a lembrar dela um momento antes de começar o show.
Depois dos primeiros acordes, não adianta muito pensar nisso, não é mesmo?
Tudo saiu como eu queria.



A qualidade do som passou o recado certinho que Naná Vasconcelos e Lui Coimbra deram com seus instrumentos e vozes.
É quando minha autoestima chega ao ponto mais forte!
Como se falasse: Tais vendo? Conseguisse de novo!
E dura uns dias isso. Ou até eu ouvir o excelente som de um outro colega.
Aí ela fala de novo: Tais vendo? Conseguisse naquele dia, mas não com esta perfeição! (risos) 
Não riam que é sério!


Venho escutando estas frases faz um tempinho. E comecei a me incomodar.
E escutei a mesma coisa nos trabalhos posteriores: Renata Rosa, MIMO, Alceu Valença e FITO.


E aí?

Será que minha ex-esposa estava certa? Preciso de um psicólogo?
Ou seria um psiquiatra?
Um abraço a todos.