sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Mudança de Palco 060 - Restaurante O Fuso (Portugal).

Olá pessoal.
Vai mais uma "dica" que eu trouxe da Europa nesta minha ida com Naná Vasconcelos.
Quem nos levou neste restaurante foi Seu Noé (o motorista da van), quando soube que a gente queria comer bacalhau.
O simpático e atencioso motorista Seu Noé ao lado de Naná Vasconcelos.
Para quem gosta de bacalhau, e está passeando por Lisboa, não deixe de conhecer este restaurante que fica em Arruda dos Vinhos, pequena cidade que fica a 50 km do centro de Lisboa.
Rua Cândido Reis, 92-94.
Tel = +351 263 975 121.
Seu Noé acertou em cheio na escolha!

Logo na entrada, nos deparamos com as enormes postas de bacalhau e a churrasqueira!
Até quem não está muito interessado em comer bacalhau, fica na dúvida ao ver as postas no balcão ao lado da churrasqueira.


Mas se não tiver com muita vontade de comer bacalhau, nem peça! Pois a quantidade que vem é absurda.
As grandes postas vêm em grandes travessas de inox cheias de azeite, acompanhadas por batatas cozidas e alho.
Como sempre gosto de (no mínimo) um arroz ou maccarão para acompanhar uma carne ou peixe, esta seria minha única observação negativa do almoço.
A batata é a única coisa que acompanha o bichinho do mar.

Nem precisaria de foto para dizer que não sobrou nada das DUAS travessas que pedimos, mas fica aqui o registro.

O nome O Fuso, vem desta enorme peça de madeira formada por um tronco enorme encaixado num parafuso gigante. Ao girar a "porca", o tronco vai baixando e uma peça presa no outro extremo do tronco vai espremendo as uvas num grande recipiente.
Isso mesmo, esta ferramenta era usada para espremer as uvas para a produção dos vinhos!
Não preciso falar também que vinho foi o que não faltou nesta viagem, não é mesmo?
Um abraço a todos.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Fazendo o MIMO mais uma vez – Felicidade em conhecer Chucho Valdés!



Olá pessoal.
Acho que nunca escrevi para o Blog neste horário!
Oito e meia da manhã!
Enquanto aguardo os roteiros para produzir os Spots de rádio da GM para o Ceará e Piauí, resolvi começar a escrever, mesmo sabendo que não vou finalizar isso hoje. 
É... A minha empresa conseguiu mais este trabalho. Agora produzo os áudios regionais para rádio e TV da Chevrolet para PE, PB, RN, CE e PI!
Grande conquista! Tou muito feliz!
Nada disso seria possível sem a ajuda do meu parceiro nestes trabalhos. 
O locutor Wemmerson Seixas.
Além da sua extraordinária dicção, deixando tudo mais fácil, sua agilidade para mandar as locuções foram fatores determinantes para a conquista das novas “praças” (Piauí e Ceará).
Valeu Wemm, espero que esta parceria dure muitos anos ainda.
Cada dia tenho menos vontade de escrever para o Blog.
Dá para notar, não é? Faz um bom tempo que não comento sobre meus trabalhos. Tenho mais vontade de falar sobre o cotidiano, das coisas legais que conheço, mas o Blog não foi feito para isso.
Mas sempre me animo quando entro no Blog e vejo que tenho oficialmente 69 pessoas acompanhando de carteirinha o que escrevo aqui.
Por isso não vou deixar de escrever sobre as minhas andanças na profissão e as besteiras sobre meu cotidiano pessoal.
Depois do trabalho que fiz com Renata Rosa e Cláudio Rabeca no interior do Piauí, fiz mais uma vez um trabalho na M.I.M.O. (Mostra Internacional de Música em Olinda).
O evento aconteceu nos dias 5, 6, 7 e 8 de Setembro.
E atualmente não é só em Olinda, viu?
Aconteceu simultaneamente em Recife e já foi parar em Ouro Preto (MG).

Igreja da Sé em Olinda.



Este ano, fiquei mais uma vez responsável pelo áudio da Igreja da Sé, principal palco das igrejas no evento.
Acho que só eu não reconheço direito a responsabilidade do trabalho ali naquela igreja.
Este ano fui pela empresa Stage Crew, do meu Amigo Normando.
A Stage Crew foi criada à partir da separação (infelizmente) da empresa PA Áudio, que foi quem sempre sonorizou o evento.
Cada dia de evento era uma atração diferente, mas vou comentar um pouco mais sobre a que me chamou mais a atenção, e que não foi Richard Bona (famoso baixista Africano), por incrível que pareça.

Sound check de Richard Bona. Marcos Suzano na percussão.


Por ordem, se apresentaram na Igreja da Sé: Richard Bona (baixista), Cyro Baptista (percussionista), Duo Assad (violonistas) e no último dia foi a vez do pianista Cubano Chucho Valdés.
Richard e Cyro trouxeram técnico de áudio, por isso não tive grandes trabalhos nestes dias. Operei o som dos shows de Duo Assad e de Chucho Valdés.

Sound check de Cyro Baptista.
Duo Assad, como o nome já diz, é uma dupla. Uma dupla de extraordinários violonistas!
Muito prazeroso poder fazer o som deles, que mesmo sendo apenas dois microfones, um em cada violão, não foi tão simples chegar num resultado que agradasse todo mundo (eles, a irmã deles e eu) ao mesmo tempo. Para falar a verdade, eu estava mais preocupado em agradar eles!
Nada fica simples quando se fala em som dentro de igrejas!
Mas acabamos chegando num denominador comum e tudo deu certo. 

Show de Duo Assad.


Neste ano, mais uma vez, a mesa de PA foi a Venue da Avid.
No monitor estava uma M7CL da Yamaha e meu Amigo Arnaldo era o técnico responsável pelos monitores.
O sistema de som dentro da igreja era formado por um line array central formado por 4 caixas AERO28 da DAS que recebia a soma do L/R, e em cada lateral tinha uma caixa amplificada e uma caixa de subgraves que fazia o L/R.
Usei muito pouco o subgrave, que estava num auxiliar da mesa. No Duo Assad, nem pensar!
Nunca tinha ouvido falar (desculpe-me a ignorância!) em Chucho Valdés!

Pedais usados por Richard Bona.


Eita! Tenho que estender as roupas no varal.
Trabalhar em casa é isso mesmo.
Enquanto aguardo os trabalhos, vou varrendo a casa, fazendo o almoço, lavando os pratos, estendendo as roupas, bebendo o vinho, comendo os queijos...
A faxineira só vem uma vez por semana, dá uma geral na casa, passa as roupas e faz almoço que eu aproveito quase a semana toda!
Muito melhor do que sair de carro e ficar “mofando” nos engarrafamentos de Recife! 


Show de Cyro Baptista.

Antes de falar sobre a minha ignorância em relação ao Chucho, gostaria de comentar que os outros dois shows que não operei o som foram tranquilos, sem nenhum problema.
Outra coisa... Neste ano, diferentemente do que aconteceu no ano passado que fiz três mixagens diferentes (PA, som externo e gravação), neste ano resolvi fazer somente duas. Uma mixagem para dentro da igreja e uma outra mixagem que valia para o som externo e a gravação ao mesmo tempo.
Vamos voltar a minha ignorância...
Chucho Valdés? Quem é Chucho Valdés? Perguntei para Normando.



Ele me explicou que era um grande pianista Cubando.
Ai meu deus... Piano? Minha primeira pergunta foi: Vai ser só o piano ou tem banda?
Para minha tristeza, TEM BANDA!
Bateria (me lasquei), baixo elétrico e acústico (ui) e percussÕES (me lasquei de novo).
Amplificar o som de um piano já é chatinho, dentro de uma igreja piorou e com UMA banda tocando junto é dor de cabeça na certa.
Fazer o que, não é?
Tem que fazer.


O pessoal vendo o show pelo telão armado na área externa da igreja.


Uma das grandes dificuldades (pelo menos para mim) em amplificar o som do piano é levantar a parte grave sem realimentar (microfonias).
Conversando com Normando sobre isso, ele me falou que tinha um microfone de contato que poderia ser colocado para esta função dos graves. Aceitei na hora a sugestão e colocamos mais dois microfones para captar a parte média e aguda do instrumento de percussão.
Percussão? Piano?
Pois é... Piano é definido modernamente como um instrumento de percussão!
Pequenos martelos acionados mecanicamente através de teclas BATEM nas cordas esticadas.
Vou acabar este texto hoje e os roteiros para a gravação dos spots de rádio não chegam!




Para captar os médios e agudos usamos um par de Neumman KM184.
Gosto absurdamente destes microfones. Sou muito fã também do AKG414.



Pois bem...
Coloquei um microfone 184 mais próximo das cordas mais finas que geram os sons agudos e o outro Neumman eu coloque perto das cordas centrais que emitem os sons médios. Deixei o microfone de contato exclusivamente para os sons graves.
Equalizei os microfones de acordo com as regiões de captação e somei os três microfones na mixagem.
Comecei pelo piano no sound check!
Não queria saber das outras peças antes de achar o som do piano.
Chucho Valdés chegou de mansinho, sentou-se e começou a tocar (brincar).
Estava tão concentrado no sound check, principalmente porque era eu quem iria fazer o som, que nem fotografia eu tirei do momento!
Fui subindo os faders e ajustando as regiões para formar um só som.
Achei espetacular o resultado, e brinquei até com Normando na hora dizendo: --- Se não tivesse banda, já estava tudo perfeitamente pronto!
Mas tinha banda!
Vamos ver se eu consigo continuar com este som de piano neste volume quando entrar o resto da banda. Esta era a minha dúvida.
Fui juntando as outras peças, já esperando problemas no som do piano, mas tudo foi se encaixando.
O som do piano continuou nítido mesmo com outros sons no palco sendo captados pelos microfones.
Chucho Valdés toca muito firme, forte, e por causa disso não foi preciso muito ganho nos microfones para captar o som do instrumento.
E com este ganho reduzido, o som acústico dos outros instrumentos e o som do amplificador do baixo não interferiu muito na captação do som do piano.
O sound check foi bem mais rápido do que eu havia previsto.




Fiquei muito contente com o resultado do sound check.
Toda vez que faço um trabalho dentro de uma igreja ou num local pequeno, sempre levo em consideração na mixagem a soma do som acústico dos instrumentos + o som dos amplificadores + o som do PA.
Junto estas três partes para formar um só som.
Com certeza na hora do show o som seria UM POUCO melhor por causa dos corpos do público, mas um local ruim acusticamente vai ser sempre ruim acusticamente, por mais que coloquem gente neste local!
Só com um tratamento acústico o problema pode ser resolvido.
No dia que um homem inventar um aparelho eletrônico que controle (ou anule) a reverberação de um local, ele vai ficar podre de rico!
Eu não duvido de mais nada depois que eu soube que o Melodyne consegue corrigir uma corda desafinada dentro de um acorde, ou uma voz desafinada dentro de um vocal mixado!

Melodyne


O show foi espetacular!
Fiquei impressionado com o som que Chucho Valdés tira do piano, do jeito firme como toca.
Eu ficava imaginando como uma pessoa poderia fazer aquilo somente com duas mãos.
Mas não foi só o virtuosismo que me chamou a atenção.
Na realidade não gosto de “mil notas por segundo”

Chucho Valdés à esquerda no piano.


Ele até fez isso algumas vezes no show, me assustando numa hora quando uma mão dedilhava absurdamente rápida as teclas de um lado, enquanto a outra mão dedilhava (em outra velocidade, como se fosse em outro tempo musical) as teclas do outro lado.
Emocionei-me em várias partes do show pela beleza das melodias criadas pelo Cubano, tudo era muito bonito de se escutar, não cansava.
Pela reação do público, acho que estavam achando a mesma coisa!


Chucho Valdés e banda.


Foi perfeito!
E uma das vezes que me emocionei não foi pelo som que estava ouvindo, foi pela oportunidade de poder fazer o som daquele show.
A ficha “da responsabilidade” caiu numa hora do show pra mim e mais uma vez me senti parte do show.
Enquanto eu sentir estas emoções, vou continuar seguindo neste caminho.
Um abraço a todos.

Euforia do público ao final do show de Chucho Valdés.



PS: Finalizei o texto e os roteiro não chegaram!