quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Fazendo o monitor do show de Paulo Rafael – Um pedaço de pano fez a diferença.


Olá pessoal.
Sei que estou meio atrasado nas postagens, mas como sempre falei aqui, é chato o compromisso de ter que escrever. Principalmente porque meus textos não são nada resumidos.
O meu carnaval foi muito tranquilo. Foi como eu queria.
Antes do carnaval, fiz um trabalho com o guitarrista Paulo Rafael.
Paulo Rafael, para quem não sabe, é o guitarrista de Alceu Valença há muitos anos.
O show de Paulo Rafael na Praça do Arsenal foi (logicamente) instrumental.
E teve dois convidados. Os guitarristas Rodrigo Morcego e Pepeu Gomes.
Tirei poucas fotos do trabalho. Pra falar a verdade, só tirei duas e isso foi no sound check.
Na hora do show não me lembrei de tirar fotos.
Não tive problemas no sound check.
Eu tenho um método de trabalho fazendo monitor dependendo do tempo que eu tenho.
Quando eu tenho muito tempo, eu zero os equalizadores das vias antes de começar a checar os monitores.
Quando eu não tenho muito tempo, como foi neste show na semana pré-carnavalesca, eu checo os monitores usando uma cena da empresa de som e vou adaptando a equalização ao meu gosto, mas não começo do zero.
Quando a banda chegou, eu já tinha “alinhado” os monitores e começamos o sound check.
Faço esporadicamente o monitor de Alceu Valença, e sempre é Paulo Rafael que coordena o sound check. Aqui neste show não foi diferente, e Paulinho (é assim que o chamamos) foi quem coordenou o trabalho.
Foi tudo muito rápido.
A mesa de som era a M7CL da Yamaha, muito legal para fazer monitor.
A única coisa que não deu para fazer foi passar o som dos metais, pois os músicos não puderam comparecer. Só chequei os canais (sax, trompete e trombone) e coloquei um pouco dos três canais nos monitores. Eu daria “uma geral” na hora do show mesmo.
Todos os músicos ficaram satisfeitos e encerramos a passagem de som.
Fui para casa contente com os elogios de alguns músicos sobre a qualidade do som no palco.
Achei legal também o resultado.
Rodrigo (cavaquinho) elogiou bastante o som do seu instrumento no palco.
Falei que não fiz muita coisa na equalização. Apenas um filtro nos graves... E nem lembro direito se mexi mais em alguma frequência.
Expliquei que se os monitores estiverem falando bem, já é meio caminho andado. Penso deste jeito.
Fui pra casa tranquilo.
Estou mudando de casa mais uma vez!
Agora eu acho que passo um bom tempo neste novo local.
Vou morar bem pertinho do mar, no bairro de Boa Viagem.
E o melhor, meu Filho vai comigo!!!!
Estou arrumando as coisas lá no apartamento novo. Já instalei a internet, o telefone, e falta instalar a TV por assinatura.
A internet é para meu Filho, a TV por assinatura é pra mim, e o telefone não é pra ninguém (já tenho um que serve legal). Mas o pacote ficava mais barato com o telefone, então instalei também. Agora tenho 11 mil minutos para falar com telefones fixos! Vou ter que achar alguém pra conversar com tantos minutos à disposição.
Duas questões nesta minha ida para perto do mar.
Vai ser legal que eu vou poder dar uma caminhada no calçadão para tentar melhorar minha forma (ou fôrma?).
E não sei se vai ser tão legal a facilidade de tomar umas vodkas na praia quando eu bem entender!
Vamos ver no que vai dar.


Quando o show estava para começar, o baterista me falou que não estava achando o som do bumbo da bateria no monitor igual como estava no sound check.
Como não está? Perguntei.
Não está, falou ele.
Chequei a posição do microfone e perguntei se tinham colocado outro.
Tudo normal, disseram.
Não tinha nada de errado com minha cena, estava do jeito que eu deixei.
Fiz uns pequenos ajustes na equalização do canal do bumbo da bateria, que era a única observação do baterista (Ebel).
O show começou e não vi mais ele pedindo nada. Ou se acostumou com o som ruim ou a coisa melhorou com a graça divina.
Não tive mais nenhum susto durante todo show.
Tudo correu bem até com os metais que não foram no sound check.

Foto "roubada" do Facebook de Rodrigo Leite (cavaco).
Fazia um bom tempo que não trabalhava em conjunto com meu Amigo Ricardo Cruz.
Foi muito bom reencontrá-lo num trabalho. Ele fez o som do PA do show.
Trabalhamos um bom tempo nesta formação (ele no PA e eu no monitor) com a Banda Versão Brasileira nos anos 90.
Aprendi muita coisa com ele (ainda aprendo). Naquela época eu estava começando a me aventurar no mundo dos shows e ele já estava na estrada há um bom tempo.
Após o show, durante as conversas no camarim, perguntei ao baterista o que ele tinha achado do show e do monitor. Perguntei também sobre a diferença do som do bumbo que ele havia comentado no começo do show.
Ele me falou que foi tudo bem e que a diferença do som foi porque mexeram no cobertor (tecido grosso que usamos para dormir) que estava dentro do bumbo e ele ajustou o posicionamento deste cobertor antes de começar o show!
Nem me lembrei de ver isso na hora da agonia. Nem sabia que tinha um dentro.
Mas faz a diferença, viu?
O baterista da Versão Brasileira (Carlinhos) usava sempre um cobertor velho grosso dentro do bumbo da sua bateria. E ainda tinha um pequeno saco compactado de areia que a gente colava internamente na parte de baixo da pele do bumbo onde o martelinho batia.
O som ficava realmente bem melhor com estes “apetrechos”.
Nunca subestimem um cobertor velho!
Um pedaço de pano pode fazer a diferença!
Um abraço a todos.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Mudança de Palco 042 - Última farrinha antes do carnaval.

Como não vamos ter tempo para farrinhas no carnaval porque trabalhamos, resolvemos fazer um grito de carnaval aqui em casa ontem.
Eu, André Julião (acordeom) e Roberto Riegert (iluminador) nos juntamos aqui para tomar umas garrafas de Travessia.
O acompanhamento?
Kit Habib's.
Bolinho de bacalhau, kibe e esfiha.
Para descontrair, foi criado o Bloco Os Idosos Buchudos...
Os três participantes do bloco estão alguns quilinhos fora do peso!


A farrinha foi boa!

Ensaios...

Lula Queiroga
Participei de alguns ensaios na semana passada.
São 3 shows que nunca fiz.
Paulo Rafael, Lula Queiroga e Mônica Feijó.
Já fiz o trabalho com Paulo Rafael no dia 16. Fiz o monitor.
Teve até participação de Pepeu Gomes.
No dia 20 faço o som do PA de Lula Queiroga e no dia 21 faço o som do PA de Mônica Feijó.
Os outros 3 shows deste carnaval vai ser com Silvério Pessoa.

Paulo Rafael
Estou aguardando aqui a hora de sair para o primeiro show de Silvério Pessoa na Várzea, bairro do Recife.

Paulo Rafael & Pepeu Gomes
O carnaval vai ser embaixo de chuva, pelo que estou vendo.
Espero que nenhum palco se desmanche com a água, pois isso acaba em "caso fortuito".
Quem não sabe o que é isso, use a busca do Blog que tem texto falando sobre isso num carnaval que passou.
Um bom carnaval para todos.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Show de Silvério Pessoa no Clube Internacional – Amigos, amigos... Negócios à parte.


Olá pessoal.
Nem vou me estender neste texto.
O carnaval começou e está faltando técnico de áudio aqui em Recife para fazer os shows.
Só fica parado sem trabalho quem quer.
Teve gente reclamando que eu não estava atualizando o Blog, mas expliquei que o mesmo está atualizado! Não trabalhei em nenhum show ou evento em janeiro!
Vou me mudar mais uma vez. Vou morar perto da praia... Mas sobre isso falo numa outra oportunidade, porque hoje quero ser breve.
Cheguei ao local do show pela manhã na hora marcada para ligar as nossas coisas e fazer o sound check.
Estava tudo atrasado e voltei para casa com um novo horário para retornar.
O som que estava lá era da empresa nova do meu Amigo Normando (PA Áudio). Não sei ainda direito qual vai ser o nome desta nova empresa.
Infelizmente a PA Áudio se dissolveu e cada um dos meus três Amigos (Normando, Rogério e Mário Jorge) vão seguir caminhos diferentes.
Boa sorte aos três é o meu desejo.

 
Normando colocou o line array AERO28 da DAS mais caixas de subgraves da FZ. De cara eu já sabia que não teria problemas com o som. Com certeza aquele sistema cobriria sem nenhum problema toda a área do show.
Meu único problema foi saber que a mesa para fazer o som do PA seria a LS9 da Yamaha.
Falei com Normando por telefone, agora não como Amigo, mas como técnico do artista e ele como dono da empresa.
Pedi para trocar a mesa pela que estava no palco, que era uma M7CL também da Yamaha, mas que tinha a função DCA (nas mesas analógicas é chamado de VCA).
A LS9 não possui DCA.
Não tou com tempo hoje para explicar aos leigos o que seria VCA ou DCA. Procurem no Blog que eu tenho quase certeza que já expliquei o que seria isso.

 
Se eu faria o show com a mesa LS9? 
Faria pela amizade que tenho com Normando, mas não faria satisfeito. Deixaria claro que estava fazendo só porque ele é meu Amigo, mas numa situação normal com outra empresa a troca teria que ser feita de todo jeito.
Ele notou isso principalmente quando falei que no documento que foi enviado com nossas necessidades para o show não tinha o nome da mesa LS9 nas opções de mesas que eu peço.
Ele nem tentou mais me convencer, vestiu a camisa de dono da empresa e fez a troca das mesas.
Ah! Quem trabalhou com a LS9 no palco foi ele, que é o técnico de monitor de Silvério Pessoa.
Meio confuso tudo isso, não é? (risos)
Amigos, amigos... Negócios à parte!

 
Eu já tinha feito um trabalho no Clube Internacional, mas foi fazendo monitor.
Me assustei ao notar que a acústica lá na frente não era das melhores. Muita reverberação.
O sound check foi tranquilo, só esta questão da reverberação excessiva me incomodou. Fica ruim de definir o som dos instrumentos na mixagem, tudo fica um pouco “emboloado” (confuso).
Como não inventaram uma ferramenta eletrônica para diminuir a reverberação num ambiente, me dei por satisfeito com o sound check e encerramos.
Existem ferramentas para diminuir ou controlar a reverberação de um ambiente. Materiais que são incorporados à construção que servem para rebater, difundir ou absorver as frequências sonoras. O nome disso é tratamento acústico. No Clube Internacional não notei nenhum tratamento acústico, era simplesmente um salão com piso de madeira e um teto bastante alto.
Fui para casa pensando na “tese” que com o salão cheio de gente este problema iria diminuir.
E diminuiu. Apenas diminuiu. Os corpos dos foliões servem como absorventes (não íntimos).
Mesmo ainda contando com a reverberação exagerada do ambiente, o som ficou bem mais claro do que foi no sound check.
Logicamente usei muito pouco dos efeitos eletrônicos de reverberação que eu normalmente uso nos shows em ambientes “normais”.

 
Foram duas horas de show!
Mas estava tudo tão certinho lá na frente que nem senti direito este tempo passar.
O público interagiu durante todo o show.
Cheguei a me arrepiar de emoção em determinadas horas de interação entre o público e o artista (isso inclui a banda também).
Nessas horas percebo o quanto eu faço parte do show. Me sinto como um tradutor, um mensageiro, sei lá... Traduzo ou levo a mensagem que o artista quer passar para as pessoas.
Considero-me uma ferramenta para fazer esta ligação artista/público.
Considero-me importante nestas horas, e isso é muito bom e gratificante!
No final do show, peguei uma das garrafas de vinho Concha y Toro que estava no camarim e fui para casa comemorar com André (acordeom e divide o apartamento comigo).
Um abraço a todos.