segunda-feira, 30 de março de 2015

Audição do CD 4 Elementos no SESC Ipiranga – Na empolgação, esqueci de falar.



Olá pessoal.
Empolguei-me tanto porque deu tudo certo na Audição do CD de Naná Vasconcelos no SESC Ipiranga que esqueci de falar de alguns detalhes que eu poderia ter contado.
Não falei nada do sistema quadrifônico, não é?
Pois é... Posso falar algo sobre isso.
Já estava decidido em usar dois auxiliares para enviar os sinais para as duas caixas que ficaram no fundo do teatro.
Perguntei ao pessoal do SESC se eles tinham colocado as caixas somente por causa do meu pedido, e eles me responderam que não, eles já usavam as caixas ali para a sonorização de filmes.
Usando dois auxiliares independentes, eu posso enviar o canal que eu quiser para a caixa que eu quiser.
Nesta audição de Naná, fiz o básico.
As caixas recebiam os mesmos sinais do L/R.
Mas nada me impede em futuras audições, começar a brincar com os sinais nas caixas de trás.
Local onde as caixas estavam.

Desci para ouvir como estava o som com todas as caixas funcionando, já pensando em atrasar o sinal das caixas do fundo, pois quem estava mais perto destas caixas ouviria o som do PA depois.
Mas como o espaço não era tão grande e não deixei as caixas de trás com um volume muito alto, não notei um delay que pudesse prejudicar a inteligibilidade.
O pequeno atraso gerou até um efeito legal, induzindo o ouvinte a achar que estava ouvindo nas caixas de trás um sinal diferente do PA, mas era o mesmo.
O som ficou bem envolvente, e não atrasei o sinal das caixas do fundo.
Na próxima vez vou inverter o L/R das caixas de trás para ouvir o resultado.
E já vou pensando em novas formas de mixagem dos microfones de Naná.
Posso colocar a voz de Naná só no PA e o berimbau somente nas caixas de trás...
Posso sair inventando.
Penso em falar com ele para colocar mais instrumentos nestas audições, fazendo com que eu tenha mais possibilidades para usar o sistema quadrifônico.
Gostei de trabalhar com o quadrifônico. Foi minha primeira vez.
Foi simples, porém já soou diferente para meus ouvidos.
Vai dar para deixar a audição do CD cada vez mais interessante.

Ah! Já inaugurei meu tubinho de colírio com azeite ontem comendo casquinho de caranguejo!
Um abraço a todos.
 

quinta-feira, 26 de março de 2015

Mudança de Palco 098 – Azeite no colírio.



Olá pessoal.
Teve uma coisa que aconteceu comigo no último trabalho em São Paulo que eu gostaria de comentar aqui.
Gosto muito de azeite, bem mais do que antigamente.
Este gosto foi aumentando com o passar dos anos.
Hoje é uma “substância” que não pode faltar aqui em casa.
No dia em que achamos (eu e Roberto Riegert) a polenta numa churrascaria/pizzaria perto do hotel em São Paulo, enquanto degustávamos as iguarias (polenta com frango à passarinho) e bebíamos nosso vinho, solicitei ao garçom uma garrafa de azeite.
Ao colocar o líquido no prato, já notei um amarelo desbotado que não é comum aos azeites, que tem um amarelo bem mais forte.
Experimentei e senti o gosto de óleo.
Chamei o garçom e solicitei outra garrafa de azeite, e ele pegou outra maior que estava no balcão do “self-service”.
Era da mesma marca e não era conta-gotas, ou seja, o bico também era bem aberto, o que facilitava a falsificação.
Experimentei e tinha o mesmo gosto de óleo da garrafa anterior.
Desisti.
Para economizar, alguns bares e restaurantes (safados) misturam o azeite com óleo de cozinha para render mais!
A comida deste restaurante em questão aqui era até boa. Gostamos muito dos petiscos e do almoço, mas o azeite era falsificado.
E o que isso tem a ver com colírio?
Neste dia, lembrei na hora de um grande Amigo meu que faleceu precocemente num acidente de moto há uns dez anos.
Nando.
Ele adorava azeite também, bem mais do que eu atualmente.
E já naquela época existia esta malandragem de misturar o azeite com óleo.
Não é de hoje que a desonestidade faz parte do ser humano, não é verdade?
Pois bem... Para evitar esta “desilusão gastronômica”, Nando andava com seu azeite quando ia a bares e restaurantes.
Como ele fazia?
Andava com um tubinho de colírio cheio de azeite!
Contei esta história para Roberto e me diverti lembrando de Fernando.

Depois desta polenta com óleo, resolvi fazer a mesma coisa que ele fazia, e já lavei um tubo de colírio vencido que eu tinha aqui na geladeira.
Já tirei o rótulo para não atrapalhar. (risos).
Falando em Nando...
Ele sempre me surpreendia.
Era um Amigo 100% sentimento.
De chegar num dia de semana qualquer na portaria do meu prédio, me avisando que estava me trazendo um pedaço do bolo de fubá que a mãe dele tinha feito e que ele sabia que eu adorava!
Quando o conheci, ele só tinha a mãe e uma irmã adotiva que morava no exterior.
A única irmã de sangue morreu nos seus braços quando saíam de um hospital onde ela estava internada.
Pois é... Ela recebeu alta e morreu na saída do hospital.
Não me recordo qual foi a causa.
Algum tempo depois da morte da sua mãe, ele me liga num dia qualquer.
Estava triste e falava que estava se sentindo só.
Não tinha mais pai, nem irmã e nem mãe agora.
Não tinha mais família, ele falou.
Achava que a vida estava quase sem sentido para ele.
Mas ele estava começando um casamento.
Então falei:
--- Faz um filho! Começa outra família.
Ele falou:
--- Será?
Eu já era pai e sabia o que a chegada de um filho era capaz de fazer numa vida.
Falamos mais algumas besteiras, despedimo-nos e não tocamos mais no assunto durante um bom tempo, até ele me ligar num outro dia qualquer.
Quando atendi ao telefone, Nando falou:
--- Titio? Estou indo fazer o menino, viu?
E fez mesmo.
Só que foi uma menina!
Luíza.
Mas ele morreu antes de conhecê-la.
Parece roteiro de filme, não é?
Mas aconteceu exatamente do jeito que contei.
Fica aqui minha homenagem a este grande Amigo que ainda faz parte da minha vida, mesmo não trazendo mais o bolo de fubá.
Um abraço a todos.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Audição do CD 4 Elementos no SESC Ipiranga – Uma nova modalidade de trabalho.



Olá pessoal.
Depois de passar a manhã tentando fazer minha carne ao forno com batatas, com vários tipos de experimentos, resolvi atualizar o Blog.
Alguns imprevistos aconteceram no preparo da comida, que eu já estava achando que seria uma catástrofe, mas ficou muito boa a danada da carne!
Meu Filho já tinha feito um feijão (sem qualquer tipo de carne) e um arroz integral (com todo tipo de verduras!).
Ele é vegetariano. Puxou ao pai. Só que no sentido oposto.
Pelo que pude notar na quantidade de carne, arroz e feijão, não vou ter problemas com o almoço durante uns cinco dias.
Economia meu caro... Economia. Das quatro lâmpadas da sala, desativei duas.
Mudando algumas atitudes para me adaptar aos tempos atuais, que só está normal para alguns “torcedores” políticos.
Passo a semana toda almoçando a mesma coisa.
Não tenho problema nenhum com isso.
Quem já passou um ano da vida almoçando muitas vezes coxinha com Guaraná Antarctica, vendidos na frente do colégio que ficava ao lado de um quarto alugado numa casa no bairro de Boa Viagem, não poderia ter muita frescura com alimentação.
O jantar, quando tinha, normalmente era bolacha “cream cracker” com goiabada!
Minha geladeira era o guarda-roupa embutido do quarto.
Foi neste ano que entendi o significado de “apertar o cinto” quando se sentia fome.
Dormi várias noites de bruços com o estômago pressionado por uma bola feita com o lençol. 
A dor no estômago vazio passa mesmo!

Mas vamos ao passeio por São Paulo.
Fazia tanto tempo que eu não trabalhava com uma DM2000 da Yamaha, que selecionei o canal e fui procurar o botão responsável pelo ganho digital na mesa.
Esqueci que os ganhos nesta mesa são analógicos!
Ganhos analógicos DM2000.
Não vou negar que me senti um pouco desconfortável e lento no manuseio da mesa nos primeiros 30 minutos de “conversa” com ela.
Fiquei um pouco sem saber por onde começar...
Mas depois o trabalho foi fluindo e eu fui tentando desvendar e lembrar as funções da mesa.
Muito chato ter que salvar o input e output patch!
Mas isso eu já lembrava faz tempo!
Fui para São Paulo na semana passada para trabalhar numa “audição” do CD 4 Elementos de Naná Vasconcelos.
Audição?
Isso. Audição.
O público vai para ouvir as músicas do CD do artista.

Tem outros artistas fazendo este tipo de trabalho.
Ano passado fui convidado para participar da audição do novo CD de Rhaissa Bittar aqui em Recife.
Naná Vasconcelos já tinha feito um trabalho destes antes aqui em Recife também, no Teatro Apolo, é só procurar pelo texto no sistema de busca do Blog.
Inclusive, neste texto do Apolo eu comento que estava nos planos de Naná levar esta audição para outras cidades. E foi isso que ele fez.
Neste do SESC Ipiranga, ele me pediu para ver a possibilidade de ter som no fundo do teatro, formando um sistema quadrifônico.
Entrei em contato com os técnicos responsáveis do SESC (Marinaldo e Tarcísio), e fui informado que isso poderia ser feito.
Naná adorou a notícia.
Passaram-me a relação dos equipamentos do Teatro, e pude notar que tinha muito mais do que eu iria precisar.
Neste caso da audição, só preciso de dois pedestais, dois microfones Shure SM58, um monitor de chão e uma mesa de som simples de oito canais com no mínimo dois auxiliares. Não preciso de CD player porque uso meu laptop.
Com este novo formato quadrifônico, vou ter que pedir uma mesa com no mínimo 4 auxiliares, mas a grande maioria das mesas de som nestes teatros são muito maiores que isso.


Na lista que chegou para mim do SESC Ipiranga, seria uma 02R da Yamaha, mas foi a DM2000.
Meu serviço, basicamente, é dar play nas músicas do CD depois da solicitação de Naná e da confirmação do iluminador Roberto Riegert, que cuida da luz e das projeções.
Existem vídeos que acompanham as músicas.
Usei o Cubase 7 para fazer o serviço desta vez.
Na audição anterior, usei o CD Architect.
Vou ficar usando o Cubase nas próximas audições porque achei muito mais prático.
Chegamos à São Paulo na quinta-feira, dia 19, um dia antes do primeiro dos três dias de audição, que seriam nos dias 20, 21 e 22.
Roberto Riegert tinha me falado que combinou com o pessoal do teatro para uma visita no mesmo dia da nossa chegada, e eu pedi para ir também para ver se adiantava alguma coisa do meu lado.
Nem sabia se teria gente do som para me atender.
Mas tinha e eu adiantei muita coisa!
As fotos que recebemos anteriormente do local não eram nada animadoras, pois era ainda um local em reforma.
Por isso tirei várias dúvidas antes com Marinaldo.
Se o PA seria suspenso, se tinha sub-graves, se a mesa iria ficar na frente, etc.
Ao chegar ao teatro, o mesmo já estava todo arrumadinho.

Roberto adiantou uma boa parte da luz e vídeo, configurei a mesa como eu queria e dei uma escutada no sistema de som.
Tudo certinho.
Ficamos de dar uma passada geral no outro dia, já com Naná Vasconcelos e Bella Maia, que participa da audição dançando numa música.
Foi tudo tranquilo.
Só ajustamos o roteiro com Naná, para saber quando entrariam as músicas e os vídeos, e quando ele iria tocar ao vivo.
Ele toca três peças ao vivo.
Naná faz comentários antes da execução de todas as faixas do CD.
Conta “causos” da sua trajetória artística, conta como e por que foram criadas as músicas, conversa com o público.
Faz também algumas intervenções ao vivo enquanto a música é executada.
Isso torna a audição muito mais interessante, principalmente para os fãs, que conhecem o lado mais íntimo do artista, contado pelo próprio artista.
Nada deu errado nos três dias de audição.
Foi tudo justinho.
Som, luz, vídeo, dança... Vinhos, polenta, feijoada, frango à passarinho, pastéis, chocolates, sushi, torrone, beirutes...
Deixe me ver... Se lembro de algo que possa comentar...

Ah!
Na DM2000 só tive uma surpresa.
Ela é boa em dar sustos, eu sei disso.
Inclusive expliquei para os técnicos da casa algumas pegadinhas da mesa, pois eles não tinham tanta intimidade com ela ainda.
O setor de input e output patch costuma derrubar muita gente.
Eu mesmo levei uma rasteira num dos dias da audição.

Vou explicar.
Como Naná usa o mesmo microfone do berimbau para tocar um “talk drum”, eu coloquei este microfone em dois faders da mesa usando o mesmo input físico.
Os canais (fader) 2 e 4 da mesa recebiam o mesmo sinal da entrada física número dois.
Só que o canal 2 eu ajustava para o berimbau e o canal 4 eu ajustava para o talk drum.
Fazia ajustes diferentes na equalização, mandada para os efeitos e para a via de monitor de Naná.
Quando Naná tocava o berimbau, eu deixava fechado o canal 4, e quando ele ia tocar o talk drum eu abria o 4 e fechava o 2. Não podia deixar os dois abertos nunca!
Mas...
Eu esqueci de salvar estas mudanças!


Nesta mesa você tem que salvar as mudanças feitas no input e output patch numa livraria separadamente e quando for salvar sua cena geral, tem que informar qual o input e output patch vai querer que seja carregado quando você chamar sua cena!
Uma novela!
E uma grande “casca de banana” para derrubar qualquer um.
Neste meu caso foi uma coisa simples, deu para contornar tranquilamente, mas em um show grande com vários canais, pode dar uma bronca séria, podendo até ser necessário dar uma parada para ajustar tudo novamente.
Notei que tinha algo errado quando estava perto da hora de Naná pegar o talk drum, e quando olhei para o fader na mesa, não tinha mais o nome DRUM no canal.
Olhei para o medidor de sinal e o canal 4 estava todo apagado, e era para marcar a mesma coisa do canal 2.
Vi na hora que não tinha sinal no fader 4 e por isso não fechei o canal 2 quando Naná foi pegar o “tambor falante”.
Ele tocou o talk drum com os ajustes para o berimbau mesmo.
Dos males, o menor!
Fiz alguns ajustes na hora mesmo e depois voltei os ajustes para o berimbau.
No final da primeira audição, fiz novamente os ajustes nos dois canais e salvei certinho na livraria do input patch, salvando novamente minha cena geral.
Poderia ainda falar que não é imprescindível você salvar o input e output patch na sua cena geral para dar certo.
É mais importante salvar certinho o input e output patch na livraria deles.
Mas não vou entrar em mais detalhes sobre isso porque está ficando chato tanta explicação técnica.
Se alguém precisar de mais explicações, deixe nos comentários a pergunta que eu tento responder. Se eu souber da resposta, logicamente, não é?
No resto foi tudo uma “marravilha” como diz o cozinheiro da TV por assinatura.
Bella ainda prendeu o pé na sua poltrona no último dia da audição durante o início de sua performance, mas nada desesperador. Safou-se rápido. (risos)
Ah!
O sistema de som era formado por quatro caixas por lado suspensas da Meyer Sound (não era line array), mais uma caixa por lado de sub-graves da FZ, e uma caixa amplificada por lado no fundo do teatro.
Foi uma beleza.
Bella Maia em Coco Lunar.
Observações que eu poderia fazer?
As caixas de sub-graves não estão numa posição legal ainda, ficando cada uma numa distância em relação às caixas do PA.
O PA poderia ser um line array.
E a mesa poderia ser uma compacta mais atual e mais amigável, mais prática de se usar, como uma CL da Yamaha.
Algumas mesas da Yamaha, por estarem na estrada há muito mais tempo que as outras mesas, são consideradas mais amigáveis.
Tirem desta lista a DM2000 e a PM5D. Não acho tão amigáveis. A DM já falei algumas coisas aqui, e a PM tem umas coisas "chatinhas" também. Tem muitas configurações "escondidinhas"... Gosto muito da superfície da PM, com tudo na cara.
A M7CL foi uma mesa muito vendida no Brasil e a CL é uma descendente desta mesa.
Mas tem muitas outras opções excelentes no mercado, como a série Vi da Soundcraft, a série iLive da Allen&Heath, e muito mais.
Se não for usar mais que 32 canais, aí tem muito mais opções, como Roland, Behringer, etc.

Segundo Tarcísio, um dos técnicos do SESC Ipiranga, todas estas três observações que eu fiz acima estão nos planos do teatro num futuro próximo.
Levei duas garrafas de vinho e Roberto levou mais duas neste trabalho em São Paulo.
Economizar... Tem que economizar. Não é?
As uvas dos camarins dos SESCs continuam espetaculares. Deve ser o mesmo fornecedor para todos!


O atendimento também continua espetacular.
É uma coisa que ainda me assusta, pois nem sempre encontramos essa “vontade do pessoal da técnica local de fazer a coisa bem feita” na estrada.
E sempre encontrei esta vontade nas equipes dos vários teatros do SESC de SP.
Isso inclui desde a atendente na recepção até a pessoa que cuida do camarim.
Resumindo...
Foi uma festa!
E logicamente, não sobrou nenhuma garrafa de vinho!
Ainda compramos duas nas farrinhas que fizemos no bar na rua do hotel.
E eu matei minha vontade de comer polenta!!!!

Um abraço a todos.