terça-feira, 7 de março de 2017

Carnaval com Silvério Pessoa - Ainda prezando pela parte técnica.

Camaragibe.

Olá pessoal.
Declararam o Imposto de Renda? Pagaram o IPTU, IPVA e INSS?
E o plano de saúde?
Dançou? Eu ainda luto para tentar continuar com um, talvez mudar para um mais simples.
Tenho até pena de quem tem filhos na escola ainda...
O meu único Filho já está com 21 anos, e quando parei de pagar escola pra ele, o valor já ultrapassava os mil reais.
A taxa de Bombeiros do ano passado eu não paguei. Vou ver se organizo isso este ano, mesmo achando esta taxa meio "escrota".
Fora esta taxa, pagamos Bombeiros por ter carro também!!
É muita taxa para os Bombeiros, e a sede continua no mesmo pequeno local na Avenida João de Barros. Pela grana que entra, era para ser dois quarteirões de sede!
Seguindo esta filosofia, era para ter taxa de polícia, taxa de recolhimento de lixo, etc...
Acho que os impostos que pagamos são para pagar este tipo de coisa.
E olhe que uma das coisas que ainda admiro, é a galera dos Bombeiros.
Mas vamos entrar logo no assunto que interessa, os bastidores dos shows.
Alto José do Pinho.
Fiquei pensando o que escrever, e como escrever sobre os shows do Carnaval 2017 que trabalhei.
Este ano fiz o monitor de Silvério Pessoa em seis apresentações que ele fez, todas aqui dentro da região.
Para quem não sabe ainda, operei o som de Silvério durante 8 anos ininterruptos, de 2004 à 2012, quando tive que sair, pois o compromisso de dar preferência aos seus trabalhos me impediam de aceitar outros convites.
Com isso pude fazer outros artistas, e outros trabalhos.
Mas a ligação com Silvério Pessoa e seu trabalho continuou grande.
Este ano, ao saber que meu Amigo Normando, que normalmente faz o monitor de Silvério tinha fechado o carnaval com outro artista, falei com o cantor que se ele precisasse, eu faria o trabalho, mesmo não sendo atualmente mais tão fã de monitor. (risos)
Depois de alguns dias ele me ligou para fazer o convite, e eu aceitei.
Quem iria fazer o PA era Albérico, que foi quem entrou quando eu saí em 2012.
Comecei fazendo o monitor de Silvério em 2004, e logo em 2005 passei a fazer o som do PA.
Este ano voltei às origens.
E foi muito bom.
Como de costume, iríamos passar o som de todos os shows antecipadamente.
Só não deu para fazer isso na sexta antes do carnaval, no trio elétrico, onde fizemos tudo , minutos antes do trio sair.
Como disse no texto da postagem anterior, NÃO TENHO SAUDADE NENHUMA DE TRIO ELÉTRICO!
Lagoa do Araçá.
Resolvi não falar sobre cada trabalho, e sim do trabalho como um todo.
No monitor, peguei várias mesas de som: Venue MixRack e SC48, Behringer X32, Soundcraft Si Expression 3, Yamaha LS9 e CL3.
Exceto a Soundcraft, onde o técnico do trio me adiantou que a mesa não estava lendo cenas, para todas as outras mesas eu levei uma cena com meus ajustes iniciais.
Ahh, na LS9 também não levei cena porque me falaram que iria ser outra mesa, uma Si3 da Soundcraft.
E agradeci muito que não foi a Si3. Não curto muito a mesa, principalmente no monitor.
A LS9 continua sendo uma boa ferramenta para se fazer monitor, onde  rapidez nas ações conta muito.
A linha mais compacta da Soundcraft (Compact, Performer, Expression) veio para brigar por esta fatia de mercado.
Em todos os shows, liguei os instrumentos em cima do meu input list, que foi passado antecipadamente pela produção do artista para os responsáveis dos palcos onde Silvério iria se apresentar.
Olinda.
Só em Olinda, o diretor de palco discordou desta ligação e tivemos um pequeno "diálogo", onde acabei sendo até rude (pra variar) com o rapaz no final da conversa.
Impressionante como não sei falar direito com as pessoas.
Não penso muito antes de falar, e acabo complicando.
Peço desculpas aqui pra ele, só da hora que falei: --- Liga assim do meu jeito e depois vocês se viram para ligar como quiserem!
Quem estava  no patch (ligação dos canais) era meu colega Sandro "Delay", que me deu uma força danada para convencer o diretor de palco.
Tinha um técnico exclusivo para fazer o patch, mas o diretor insistia em usar um patch fixo!
Oxe. Concordo não. E não iria aceitar de jeito nenhum.
Patch fixo para as bandas que preferem não passar o som antecipadamente, aí sim tem sentido, tem que fazer o show com as ligações da banda anterior.
Já um pouco irritado, comparei o palco dele (Olinda) com o de Camaragibe, onde lá o equipamento era bem inferior, não tinha ninguém dedicado ao patch, todos faziam tudo ao mesmo tempo, e não tive problemas em ligar meus instrumentos.
Camaragibe.

Foram 5 shows em palcos: Camaragibe, Olinda, Alto José do Pinho, Praça do Arsenal e Lagoa do Araçá.
Consideramos todos estes locais como se fosse Recife (eheheheheheheehehehe).
E os técnicos de todos os palcos estavam com vontade de ajudar para que o trabalho saísse legal.
Dava para sentir isso.
Lógico que encontrei diferença em equipamentos, mas a vontade dos técnicos dos palcos com equipamentos defasados e até com defeitos, superou as adversidades.
Quem me atendeu melhor em todos os quesitos (equipe e equipamentos) foi a empresa Selva Nua, que estava na Praça do Arsenal. 
É sempre bom também falar das coisas que funcionam bem, né?
Aqui neste show, para variar, houve atraso no gerador, e se os equipamentos não fossem legais, eu teria me lascado.
Aproveitei a cena de Olinda, zerei os equalizadores, chequei e alinhei rapidamente todas as vias e side.
Como os monitores estavam falando bem parecidos, foi mais fácil ajustar.
Não tínhamos muito tempo, pois seguiríamos direto para o Alto José do Pinho, para fazer o outro soundcheck.
Outro sistema que estava falando direitinho, foi o da Lagoa do Araçá.
Não lembro quem era a empresa de som.
Não precisei fazer muita ginástica com os monitores e a velha LS9 fez o trabalho direitinho. 
Uma das coisas que foi discutida dentro da equipe de Silvério Pessoa, foi a questão de passar o som antecipadamente.
Valeria a pena mesmo fazer isso? Ou seria melhor fazer tudo na hora?
Eu tenho o costume, desde quando iniciei com a Banda Versão Brasileira no começo dos anos 90, a fazer o soundcheck.
A banda fazia questão disso.
E me acostumei com isso.
Lagoa do Araçá.
A banda de Alceu Valença faz questão disso também.
É mais cansativo? Lógico que é!
Principalmente quando se quer fazer dois shows no mesmo dia, como foi o que aconteceu com Silvério na segunda-feira de carnaval.
Em um soundcheck, o próprio Silvério não foi, e em outro, a turma dos metais também não foi.
E como deu tudo certo no show, levantaram mais uma vez a questão.
Tá vendo? Para que passar o som?
Não foi legal?
Foi, só que fui antes e ajustei os monitores para todos e passei a banda toda!
Aí fica mais fácil, né?
Escolhi os monitores para o cantor, pois ele usa dois, e em alguns casos um monitor fala completamente diferente do outro. Escolhi os monitores para o resto da banda, checando se todos estavam com os componentes funcionando.
Equalizei as vias ao meu gosto, inclusive o side. Todos os monitores foram marcados.
Resolvi problemas com mesas e fones que estavam com defeito. 
Camaragibe.
Falando com Normando depois, ele me contou que se lascou num show, pois descobriu que alguns faders da mesa estavam com problemas, subindo sozinhos, e isso causou microfonias durante o show, até ele achar onde estava a causa.
A banda que ele trabalhou não passa som. E faz normalmente dois shows por dia.
Peguei este mesmo problema na mesa em Camaragibe (X32), e eliminei estes faders durante o soundchek, passando os canais para outros faders.
Evitamos muitos problemas fazendo um soundcheck antecipadamente.
Isso não quer dizer também que é 100% de chance de sair tudo certo.
Lógico que não.
Alguns componentes dos monitores podem queimar, dependendo de como foi usado pelas bandas anteriores.
Dificilmente os microfones são marcados e voltam no mesmo lugar, e existe a possibilidade de trocarem DIs durante o evento.
Os cabos, jamais serão os mesmos do soundcheck!
Sei disso.
Olinda.

Mas ainda continuo achando válido fazer o soundcheck antecipadamente, mesmo em datas festivas como o carnaval ou São João.
E é agora que vou entrar no assunto que virou o subtítulo do texto!
Nestes 5 palcos por onde passei, me encontrei com vários artistas e vários técnicos aqui da região.
E notei uma coisa que me deixou um pouco desanimado. 
Vários artistas só estavam com um técnico. O operador de áudio, que tentou fazer as duas funções.
Acho quase impossível terem levado um iluminador.
Siba, André Rio, Mundo Livre, Academia da Berlinda, Fim de Feira, Rodrigo Raposo...
Me lembro destes no momento.
Obs: Com o Mundo Livre me encontrei no Baile Sala da Justiça, quando fui fazer Alceu.


Lagoa do Araçá.


Vi técnico correndo para o PA depois de tentar ajustar os monitores, e alguns nem conseguiram sair do palco, e o técnico da empresa de som foi quem fez o som do PA.
Vi artista que já veio com a intenção do técnico dele fazer apenas o monitor e o som do PA seria feito pelo técnico da empresa de som.
Outra coisa que eu poderia citar aqui, é que a equipe destes artistas não começaram do zero, pois eu dei uma geral antes, né?
Em Camaragibe, o técnico da empresa de som pediu para deixar minha cena na mesa para eles trabalharem em cima dela nas outras atrações. Ok, dupliquei minha cena e coloquei o nome dele nesta nova cena.
Aí sim, os técnicos das outras bandas que não passaram o som, iriam ligar seus instrumentos nos mesmos canais da minha cena. Nunca iriam passar uma cena deles para começarem do zero. Não tem tempo para checar e alinhar os monitores.
A não ser que ninguém use monitor. Quando todos da banda usam fones, dá para passar uma cena para a mesa, mas aí o pessoal do palco teria que refazer as ligações, e acho que não foi isso que aconteceu com André Rio, pois levaria bem mais tempo para fazer isso pelo que notei na hora.
Devem ter usado meu input list para ligarem seus instrumentos, e o técnico fez uma mixagem rápida para os fones, colocando só o essencial para começar, e foi ajustando tudo durante o show. Vou ligar para ele pra saber se foi isso mesmo, e eu não falar besteira aqui.
---

Camaragibe.

Falei com Ricardo, técnico de André Rio, que estava lá em Olinda no mesmo dia que eu.
Acertei em cheio. Foi exatamente como falei acima.
Pois bem...
A Banda Versão Brasileira, da qual falei no início deste texto, nos anos 90, já andava com 3 técnicos (PA, monitor e luz), fora o roadie.
Para ser mais exato, já começaram a carreira com os três técnicos.
Acredito que a Versão foi a precursora aqui no Estado neste posicionamento.
Em todos os shows iam os três técnicos, mais o(s) roadie(s).
E para mim foi estranho ver em 2016 artistas com apenas 1 técnico, fora o(s) roadie(s).
Muitos podem falar na tal da crise, eu sei...
Mas o aperto é para todos, não?
Pelo menos para quem é honesto, acredito eu.
Acho que não foi a questão da crise, foi um posicionamento técnico das produções dos artistas.
Logicamente com a autorização dos próprios artistas.
Não estou nem comparando alhos com bugalhos, pois todos os artistas que citei são daqui de Recife.
Não vou comparar nunca Silvério Pessoa com Lulu Santos.
Muitas vezes, a turma de Lulu anda até com o sistema completo de PA e Monitor!
O cachê é outro, né?
Mas não foi o caso aqui.
Lagoa do Araçá.
Acredito até que alguns dos artistas citados por mim, vão receber um cachê maior do que o de Silvério. Continuo achando que não é uma questão de grana, é posicionamento mesmo.
Será que faltou técnico para os serviços?
Pode ser isso, e eu não sei.
Mas foi isso que me chamou a atenção nestes shows de carnaval, e achei que seria legal comentar.
Gostei muito de fazer novamente o monitor de Silvério, me dou muito bem com o artista, e isso facilita.
Gostei muito também do resultado do trabalho da nossa equipe técnica. Foi tudo muito justo, e o soundcheck ajudou nisso. Os dois roadies (Dudu e Rasta) foram precisos e ajudaram também neste resultado final.
E por fim, gostaria de deixar aqui minha admiração e respeito por Silvério Pessoa, que mesmo remando contra a maré, contra crises e posicionamentos de mercado, continua prezando pela parte técnica, e mais uma vez levou 3 técnicos e 2 roadies para todos os shows do carnaval. 
E isso eu sei que não é de hoje.
Desde 2004 ele já pensava assim!
A exceção (pra variar) foi no trio, onde a iluminadora Natalie não precisou ir.  
Comemoração no camarim, depois do último show na Lagoa do Araçá.

Um abraço a todos.

3 comentários:

Unknown disse...

Materia top meu amigo um prazer em lhe encontrar nesse carnaval.
E esclarecenco,eu fui contratado pelo artista André Rio pra fazer monitor,eu também não sou a favor de fazer monitor e sair correndo pro PA kkkkkkk
O PA nos shows como Marco Zero Quem fez PA foi Rogerinho que faz Alceu valença realizei um sonho em trabalhar com ele fora de série.
Os outros polos a produção acertava previamente com o cara da empresa pra fazer o PA.
Porque a produção opitou por não ter técnico de PA ficso sinceramente não sei.

Unknown disse...

Perfeito seu Testo,
Parabéns.

Titio disse...

Olá Ricardo.
Quando eu falei no postagem: "Vi artista que já veio com a intenção do técnico dele fazer apenas o monitor e o som do PA seria feito pelo técnico da empresa de som", estava me referindo a André Rio mesmo. Dava apara notar que você foi para fazer só o monitor.
E o cara que conseguir ajustar os monitores no Marco Zero e correr por dentro daquela multidão para a house mix pra fazer o PA, vai ser um ninja!!!!
Acaba o show e ele não chega na mesa do PA.
Oi Sandro.
Valeu pela força lá em Olinda.
E obrigado aos dois por participarem do Blog.
Um abraço.