domingo, 9 de julho de 2017

Show de Alceu em Lauro de Freitas - Agora, rider bem explicadinho...


Olá pessoal.
Como sempre, eu sempre atrasado nas postagens, né?
Tomei um susto aqui quando fui ver o último texto salvo nos meus arquivos.
Abril!!!!
Falando sobre o trabalho em Petrolina.
Faz tempo isso! 
Os textos posteriores eu escrevi direto no Blog. 
E pelo jeito eu iria demorar mais um pouco para escrever aqui, não fosse uns comentários que eu recebi num mesmo dia, enquanto eu trabalhava no projeto de digitalização do acervo de vinil (33rpm) da FUNDAJ (Fundação Joaquim Nabuco).

Para quem não acompanha o Blog, e está lendo pela primeira vez, fui contratado pelo estúdio Onomatopéia, para um trabalho de passar um acervo de vinil para o ambiente digital.
Depois dou mais detalhes sobre este trabalho, que deve ir até final de 2017, e até entrar um pouco em 2018, eu acho.
São 4 mil e 800 disco que teremos que digitalizar.
Cheguei nesta sexta ao disco L000972 (É assim que fica a nomenclatura do disco).
Isso eu falo em edição. Editei o disco 972, mas a digitalização está 100 discos na frente, ou seja, já estamos no disco L001072 no formato WAV.
Vou dar mais detalhes num texto futuro. Aguardem.
Mas vamos ao motivo que me fez animar em escrever...
O diretor responsável por este acervo da FUNDAJ, Lino, foi lá na nossa "sala-estúdio" para mostrar o trabalho à assessora de comunicação do órgão, e numa de nossas conversas, ele me perguntou se eu era o Titio de um Blog chamado Titio e os Bastidores de um Show.
Respondi surpreso que sim, que era eu mesmo, e ele me falou que vai sempre lá (aqui) dar uma olhada nos meus textos.
Fiquei muito contente em saber que o Blog alcança pessoas que eu não imaginava que poderiam ler estas besteiras que escrevo aqui.
Vai ver não são tão besteiras como eu penso que são, não é?
E no mesmo dia, um rapaz que trabalha em outra sala, e que eu fui perguntar qual era o trabalho que ele estava fazendo ali na FUNDAJ, acabou me falando durante a breve conversa, que era baterista e que conhecia meu Blog também!
Eita, que o Blog tá famoso!!!
Estes dois comentários me deram mais gás para escrever.

E é isso que faço agora, enquanto Tom, o gato do meu Filho, mas que está quase sendo meu agora, cochila ao lado do laptop.
Vamos ao show em Lauro de Freitas, na Bahia.
Esta cidade em relação à Salvador, é como Olinda em relação à Recife.
Uma colada na outra.
O show foi num ambiente fechado, tipo um clube.
__
Impressionante, mas já estou no domingo. Comecei este texto ontem, mas tive que parar para assumir os afazeres domésticos.
O sol apareceu aqui em Recife, depois de muitos dias de chuva, e eu aproveitei para lavar as roupas.
Mas vamos ao show.
Quando chegamos ao local, lá em Lauro de Freitas, o palco estava ocupado pela turma do cantor Luiz Caldas, e eles estavam começando o soundcheck.
A casa de shows tinha uma divisão de ambientes estranha, com mais espaço livre nos lados do que na frente do palco.
O sistema de som era legal. PA FZ, no monitor uma CL5 da Yamaha e no PA uma Vi6 da Soundcraft.
Massa.
A equipe da casa era muito prestativa, e isso facilitou na hora de resolver o problema quando ele apareceu.
E não foi um problema simples.
Quando chegou a nossa vez, passei uma cena inicial que aprontei em casa para a CL5, e fui passando para o técnico da casa como era meu input e a minha monitoração.
Nosso rider não chegou nas mãos dos técnicos, segundo eles me informaram.
Em Alceu, normalmente são 4 vias mono de monitor com caixas (Alceu, guitarra, baixo e bateria), 1 via estéreo com caixas (teclados), uma via de subgraves (caixa) para a bateria, e mais duas vias de fone (bateria e acordeom).
Usamos 8 caixas de monitor, mais a caixa de subgraves da bateria.
Duas caixas para Alceu, duas para os teclados, duas para a bateria, uma para a guitarra e uma para o baixo.
Clique na imagem para ampliar.
Depois de passar várias vezes por dificuldades, onde encontrei caixas defeituosas, pedi para Rogério alterar o rider técnico, solicitando 10 caixas de monitor, pois assim eu teria 2 caixas reservas, que poderiam substituir alguma caixa com problemas.
Fazendo as contas, preciso de no mínimo 6 canais de amplificadores para alimentar as caixas, e talvez 7, quando a caixa de subgraves não é uma caixa amplificada, que era o nosso caso aqui.
E foi neste momento que eu recebi a notícia ruim.
Ele tinha a quantidade de caixas que a gente precisava, mas...
O técnico falou:
--- Tive problemas com os amplificadores, e só tenho 4 canais de amplificação.
Lascou. Pensei.
Preciso de 7 e só tem 4. Faltam 3.
Como é Rogério que sempre faz o contato com a equipe de som, chamei-o para contar o caso.
A primeira coisa que falei foi transformar a via estéreo dos teclados em mono. Ok, feito.
Agora só faltam dois canais de amplificação.


Rogério perguntou se o subgrave do side estava em estéreo, e o técnico falou que sim.
Ótimo, pode tirar um canal do amplificador e deixar o sub mono. Ok, feito.
Ainda está faltando um canal para amplificar a caixa de monitor do baixista...
Foi aí que Rogério lembrou da conversa que teve com o técnico da casa, onde tinha pedido uma caixa amplificada para talvez usar no lugar do amplificador de guitarra, e perguntou se a caixa estava ali.
O técnico falou que esta caixa estava sendo usada na entrada da casa, mas que poderia ser usada como monitor na hora do show. Ok, feito.
Resolvido o problema.
Depois disso, liguei meu roteador wireless na mesa, conectei meu iPad e fui dar uma geral nos monitores.

Meu medo agora era que os monitores não "falassem" bem, mas quando testei os da via de Alceu, vi que não iria ter mais problemas.
Ainda teve um probleminha no side, onde os lados estavam falando diferente, mas era só uma questão de conexão dos cabos, e foi resolvido também.
O soundcheck foi tranquilo.
E o show também.
Público super participativo, o que torna o show muito mais interessante.
Qual o artista não gosta disso, não é?
E a galera da técnica também sente a mesma coisa.
Ainda apareceu uma besteirinha na via dos teclados, mas normal de um show, e também foi resolvido enquanto o show rolava.
Nem Alceu, nem os músicos, nem nosso produtor, ninguém soube da ginástica dos amplificadores.
E por causa deste caso, o rider foi mais uma vez modificado.
Clique na imagem para ampliar.
Agora com tudo mais explicadinho... Nos mínimos detalhes...
Lembram destas frases?
Um antigo (bem antigo!) personagem de programa humorístico falava isso, né?


Um abraço a todos.

2 comentários:

Anônimo disse...

boa tarde, muito bem , alguns tecnicos se recussaria a fazer o show ou fariam com bravas reclamacoes ,mas nessa situacao as coisas foram resolvidas e o show nao parou , essa eh umas das coisas que temos que saber fazer: resolver os "problemas tecnicos" e nao deixar acontecer na proxima!valeu

Titio disse...

Olá Anônimo.
Primeiramente, obrigado por participar do Blog.
Num dos meus dois grupos de áudio, um assunto que está bem na moda é a falta de cumprimento do rider por algumas empresas de som.
A "coisa" tá meio relaxada hoje em dia, pois são poucos os artistas que só fazem o show se o rider for cumprido à risca.
Antigamente a produção do artista exigia mais.
Esta mudança está fazendo com que empresas menores, que não tem o mínimo do equipamento necessário para fazer uma determinada banda, está pegando o serviço na frente da empresa que realmente tem o equipamento, com preços bem abaixo do normal.
E os preços de locação estão despencando absurdamente, e muita empresa de som não está conseguindo manter o padrão e/ou fazer a manutenção dos equipamentos.
Pensei nisso na hora, quando apareceram os problemas neste show lá na Bahia.
Não custa nada deixar este ponto de vista aqui nos comentários, né?
Um abraço.