domingo, 18 de março de 2018

Carnaval 2018 - A arte está indo para o espaço??



Olá pessoal.
Voltando das "férias" que me dei aqui no Blog, fiquei pensando o que poderia escrever neste texto inicial de 2018.
Fiz alguns trabalhos nesta janela de tempo, mas resolvi não falar sobre eles.
Vou falar de uma "coisa" que me chamou a atenção aqui no Carnaval deste ano em Recife, e imagino que no interior do Estado foi bem parecido. Não me assustaria se foi bem pior lá.
Só fiz dois trabalhos neste carnaval, operando o PA do show de Lula Queiroga. 
Nem foi por falta de convites, foi uma decisão pessoal mesmo.
Os dois shows foram ótimos!!!!
Mas como falei, o texto de hoje não vai ser para falar dos trabalhos.
Vamos ao assunto.
Um técnico amigo meu criou neste carnaval um grupo de WhatsApp,  incluindo vários amigos e colegas da profissão, pra gente trocar ideias sobre oportunidades de trabalho durante o carnaval.
Foi bem interessante o resultado deste grupo de WhatsApp, e por isso ele continua ativo até hoje.
Pois bem...
Neste grupo, dentre outras coisas, comentávamos sobre as estruturas dos palcos por onde passávamos.
Em Recife, vários palcos são montados pelos bairros. São os chamados "polos descentralizados", onde o palco principal (e logicamente, o mais bem equipado) fica no Marco Zero, no Recife Antigo.
E nestas conversas no grupo, pude ver fotos de palcos minúsculos, e/ou equipamentos bem aquém do necessário para um show.
Até aí, nada me assustou muito.
O que me chamou a atenção foi que artistas "grandes" iriam se apresentar nestes palcos.
Num palco que mal dava para armar bateria e percussão???
Ou sem passar som???
Poucos artistas "locais" tem o direto de passar o som nestes polos descentralizados, mas este ano soube de artistas "nacionais" que optaram por isso.
No interior de Pernambuco, teve sistema de monitor formado apenas por duas vias de fone e o side!
Mas uma banda renomada daqui de Recife fez o show.
Mas nem me assustou esta atitude, pois esta banda já é conhecida por não passar o som em eventos como carnaval e São João. Seria somente mais um detalhe este monitor deficitário, né?
Vendo estas situações, fiquei pensando... Onde está o problema? Ou nem tem problema?
Será que estou vendo "cabelo em ovo"?
Vou continuar aqui meu raciocínio levando em conta que não estou vendo ovo com cabelo, que realmente tem um problema, ok?
E acho que a menor culpa é da empresa de som. Ela apenas ganhou uma licitação, onde era requisitado um determinado equipamento.
Se existe ou não uma fiscalização por parte da Prefeitura para ver se a empresa colocou realmente os equipamentos que constam na licitação, aí já é um outro problema.
A Prefeitura tem culpa? Acho que tem mais culpa do que as empresas, pois coloca show "grande" em polos onde ela sabe qual é a estrutura do local.
Pensando assim, só posso concluir que a culpa maior está com os artistas e suas produções.
Não estão dando a mesma atenção a estes shows (carnaval e/ou São João), como dão aos shows "normais".
Carnaval e São João é guerra!
Ouço muito esta frase nestas datas... De técnicos, de músicos, de produtores, de artistas.
Por isso pergunto: --- A arte foi para o espaço nestas datas?
Deixou de ser a razão principal para subir num palco?
Ou "todo artista tem de ir aonde o povo está" seria a frase mais apropriada para estes casos, e eu não notei isso? 
Ahhh...
E neste caso, qual a parcela de culpa dos operadores de áudio?
Um abraço a todos.