Um tempinho atrás, comprei oito amplificadores de fone da Waldman, modelo PH-1 (Phone Hub One), como mostra a foto acima.
Falei até disso numa postagem no dia 30/04/2025, como mostra a foto abaixo.
Pois bem...
O sisteminha é muito legal e a grande vantagem é fazer uma via estéreo para o músico, levando apenas um cabo XLR até ele.
Para isso, precisamos fazer um cabo especial, como esse que aparece na foto acima.
O que eu usava antigamente, era preciso levar os dois cabos até o músico para fazer uma via estéreo.
Muito mais prático esse sistema da Waldman, e o custo/benefício é extraordinário, porque conseguimos encontrar o equipamento no mercado por menos de 200 reais.
E o som dele é muito legal!
Que é o mais importante, né?!
Meus 4 primeiros eu comprei na internet, e os outros 4 eu comprei aqui mesmo em Recife.
Pois bem...
Falei das vantagens dele até agora.
E os contras?
Bem...
O botão de on/off/volume fica mudando de cor quando está ligado (totalmente desnecessário!), o parafuso que fecha o compartimento das 2 pilhas AAA (palito) deve remoer a rosca com o tempo de uso constante, mas o grande defeito dele é com relação ao botão MONO/STEREO.
Como mostra a foto abaixo, quando ele está apertado é estéreo, e quando está solto é mono.
Aí é que o problema começa...
É muito fácil mudar a posição do botão sem querer, principalmente para sair do estéreo para mono.
Um simples esbarrão no bolso da calça pode destravar o botão, fazendo com que passe para MONO.
Acontecendo isso, simplesmente o som desaparece do fone!
Descobri isso na prática!!!
E com susto, logicamente.
E como não sabia, rodei um pouco para descobrir onde estava o problema.
Tive que ir até o músico com meu fone, e vi que estava com o botão em mono.
Quando eu apertei para estéreo, o som voltou!
Fiquei triste com o defeito, e passei então a falar para os músicos que o equipamento tinha esse problema.
E foi numa conversa aqui em casa com meu Amigo Júnior Evangelista, que começamos a resolver isso.
Mostrei pra ele o problema, e que precisava de uma proteção para esse botão.
Ele falou que não seria difícil resolver isso, com a ajuda de um impressora 3D que ele já possuía.
Então a gente foi conversando pra ver como seria essa proteção, que começou com a ideia de ser uma peça maciça que poderia ser encaixada na lateral do equipamento, cobrindo o botão, e quando precisasse apertá-lo ou desapertá-lo, era só deslizar a peça para baixo, deixando livre novamente o botão.
A ideia era até boa, mas chegamos nessa atual, que é muito mais simples, e não precisa ficar deslizando para poder ter acesso ao botão.
É uma peça com um orifício no centro, que fica na altura do botão, e para ter acesso ao botão, só usando uma coisa pontiaguda, como uma pequena chave de fenda, um palito de fósforo ou uma tampa de caneta Bic.
Evangelista me mostrando a primeira peça pronta!
Júnior levou um dos meus PH-1 para casa dele, tirou as medidas e fez o projeto da pecinha protetora.
Mas essa peça tem que ser colada no equipamento.
Não vi problema algum nisso.
Ele "imprimiu" as pecinhas e me enviou.
Vou só escolher a cola que vou usar.
Ele fez também uma pecinha de proteção para os equipamentos dele, que não é o PH-1.
No dele o som não desaparece, passa só de estéreo para mono.
O que seria o normal, né?
Como sei que muitos vão adquirir esse PH-1, e vão se deparar com esse grave problema, vou disponibilizar aqui no Blog o projeto que Evangelista fez.
É só levar em algum lugar que tenha impressora 3D, que a peça é confeccionada.
Se alguém tem outros problemas parecidos com outros equipamentos, é só entrar em contato com Júnior que ele pode ajudar num projeto, mas aí teria que ser remunerado para isso, né? (Mais que justo)
Nesse caso aqui, é só pegar o projeto e fazer a(s) peça(s).
Só pedir nos comentários pelo projeto, informando o email, que eu envio.
Se alguém quiser o contato de Júnior Evangelista, só pedir também nos comentários, ou me solicitar pelo WhatsApp (81-988417408).
Obrigado Júnior pela atenção absurda que você sempre me dá.
E você é como Duprat (e mais alguns outros)... Confia mais em mim do que eu mesmo!
Gratidão sempre (a todos).
Um abraço a todos.
PS:
1- Tá vendo como beber vinho com amigos rende coisas boas? Foi numa farrinha aqui em casa com Evangelista que tudo começou.
2- Fica aqui as sugestões para o fabricante aperfeiçoar o produto dele.
Ainda pensei em fazer uma postagem falando (resumidamente) sobre os 10 trabalhos que eu fiz no mês de julho, mas mudei de ideia.
Resolvi fazer essa postagem sobre o trabalho operando o PA do show de Fábio de Melo, e depois eu acho que faço um resumo sobre os 9 trabalhos que eu fiz no FIG (Festival de Inverno de Garanhuns).
O convite para fazer o PA do show de Fábio de Melo no São Julho apareceu de supetão!
O técnico oficial dele, meu amigo Aurélio Kauffmann, que estava fora do país com outro trabalho, não iria chegar à tempo para a viagem até Sousa na Paraíba.
Ele teve problemas com atrasos do voo de volta ao Brasil.
Isso a produção só teve a certeza uns dois dias antes da viagem de ônibus para Sousa, que sairia de Recife.
Foi por isso que recebi o convite no susto!
E aceitei.
Foram 10h para ir e 10h para voltar.
Dormimos no ônibus, que era do tipo leito bem confortável, onde a parte de baixo tinha uma cama para o Fábio.
Na parte de cima, várias poltronas que se transformavam (quase) em pequenas camas.
Saímos de Recife na madrugada do dia 10 para o dia 11/08.
Só deu tempo de colocar as coisas no hotel, tomar um banho e almoçar.
Logo depois seguimos para o palco, onde faríamos o soundcheck.
Me entregaram a chave do quarto de Aurélio.
Para vocês terem uma ideia de como foi no susto o convite para o trabalho...
O espaço era bem grande, e não tinha torre de delay, mas merecia.
Tinha uma passarela enorme, que saía do palco por um lado e voltava pelo outro lado.
Passarela igual a da polêmica no FIG, quando o cantor Zeca Baleiro fez um comentário durante o show dele, falando como era ruim uma passarela daquele tamanho na frente do palco, afastando muito o artista do público.
Quando vi que teria essa passarela no evento em Sousa, perguntei na mesma hora ao técnico de monitor de Fábio de Melo se o padre/cantor costumava "passear" nessas passarelas.
Chicletinho respondeu que ele passava um bom tempo do show nessas passarelas, o que me desanimou um pouco, principalmente quando eu soube que o microfone que seria usado era com a cápsula V7 MC1 da sE Eletronics.
Eu tive um contato anterior com essa cápsula, e não foi legal.
Nesse primeiro contato que eu tive, passei o monitor usando outro microfone sem fio, acho que um SM58, e quando o microfone do cantor chegou eu fui conferir novamente os monitores e tomei um susto!
Não adiantou muito eu ter feito o trabalho com o microfone anterior, pois tudo estava mais "espirrado" nas médias-altas e altas.
Achei um exagero.
Pois bem...
Fui olhar hoje aqui as especificações dessa cápsula, e o fabricante já avisa que ela tem realmente esse acréscimo onde falei.
Além disso, quanto mais perto da fonte sonora (boca), as frequências graves aparecem.
É o chamado "Efeito Proximidade".
Não tinha olhado essas informações até hoje, mas acabei seguindo no soundcheck o que eu estava ouvindo, como podem ver na equalização que eu tive que fazer no microfone do Fábio de Melo para chegar num ponto que eu achasse legal.
Fora essa equalização no microfone, com certeza eu mexi no equalizador do PA, para amenizar ainda mais esse excesso das frequências do microfone, principalmente para a hora que estaria cantando na passarela.
O soundcheck foi bem tranquilo, até peguei o microfone sem fio do padre para escutar como soaria no PA.
Já dei os primeiros ajustes nessa hora, colocando até um PAD (atenuação) no canal do microfone, pois com minha voz o sinal chegava muito alto, acendendo muitas vezes o nível "vermelho" na mesa de som.
O sinal estava "clipando".
Fábio normalmente não passa som, só a banda faz isso, como acontece também com Alceu Valença.
Passei o som da banda, onde Chicletinho ia me passando alguns detalhes do show com o microfone reserva.
Tudo estava indo bem, até eu pedir no final para Chicletinho ir para a passarela com o microfone sem fio de Fábio, enquanto a banda tocava.
Não consegui de jeito nenhum colocar o som da voz no meio da banda!!!!!
Realimentava toda vez que eu tentava fazer a mixagem.
Desanimei.
Não teve jeito.
Baixei muito a banda para poder colocar a voz, e não ficaria legal naquela arena aberta enorme, e sem torre de delay.
Fiquei muito desanimado, e nem para o hotel eu fui!
Fiquei lá na mesa de som imaginado uma saída.
E depois de um bom tempo pensando, decidi tirar a atenuação do canal do microfone, e eu ajustaria o ganho na primeira música já com o padre cantando.
E torci (muiiiiiiiito) para ele emitir mais som do que foi emitido para mim no soundcheck.
Eu não vi outra solução.
Aguardei pela hora do show, e a turma notou meu desânimo, porque não consigo disfarçar.
As pessoas que me conhecem sabem disso...
É muito difícil (ou quase impossível!) eu falar que está tudo bem, sem realmente achar que está tudo bem!
Chicletinho falou que nas primeiras 5 músicas o padre fica no palco cantando fixo no centro, para só depois começar a passear pela passarela.
Esse era o tempo que eu teria para ajustar as coisas.
Se eu fosse religioso, teria rezado 10 Ave Maria.
Como não sou, respirei fundo várias vezes e torci outras várias vezes, aguardando pelas primeiras palavras cantadas de Fábio, e já com a mão no ganho do canal da voz dele.
Fora isso, já tinha baixado a banda vários dBs no final do soundcheck, usando o DCA.
O alívio veio na primeira música!!!
E chegou tão forte, que tive que baixar o ganho da voz e não subir!!!!!
Quase choro de emoção...
Já com a voz controlada, fui subindo a banda.
Agora só teria que ter cuidado na hora que ele fosse para a passarela.
Mas não foi complicado, só tive que fazer pequenos ajustes para segurar as realimentações.
Já tinha dado uma geral nisso no soundcheck, né?
Perguntaram numa página do Instagram na semana passada, o que achamos das passarelas nos shows, onde respondi:
"Como técnico de som, odeio passarela na frente do palco!".
Para os artistas pode ser bem legal passear pelo público, mas por mim seria proibido ter passarela em shows, com os cantores passeando na frente das caixas de som do PA.
Mas como não tenho esse poder, tenho que usar a equalização para amenizar o problema!
Eu e todos os outros técnicos que estão operando o som do PA, com o som das caixas entrando pelo microfone do cantor, que volta para a saída das caixas de som, que entra de novo no microfone e sai pelas caixas novamente... Um loop!
Aí usamos várias "manobras" para segurar a microfonia, como equalizador, ganho, e até o PAN (panorâmico)!!!
Quando o cantor fica em frente de um lado do PA, mandamos a voz dele um pouco mais para o outro lado.
Não lembro de ter usado o PAN nesse show de Fábio de Melo, mas com certeza eu usaria se fosse necessário.
Usei muito essa técnica no SESI Bonecos, onde o apresentador do evento, usando pernas de pau, ficava muito tempo na frente das caixas do PA (triplo), e para complicar mais, usava microfone tipo headset, como esse da foto abaixo.
Bons tempos...
Acho que o tempo passou até rápido durante o show do Padre Fábio de Melo.
Como sabemos, se fosse um caos, demoraria uma eternidade!
Foi perfeito meu trabalho?
Responderia NÃO.
Mas antes de começar, achei que poderia ser um caos, principalmente por causa do resultado do soundcheck.
Não foi perfeito, mas também não foi ruim!
E até comemorei depois no camarim com umas taças de vinho (no copo de plástico).
Lembrei agora... Chicletinho chegou ao meu lado durante o show, e falou que estava legal.
Tomei um susto ao vê-lo, mas foi legal o comentário.
Achei que deu para compensar (salvar) a ausência de Aurélio.
E isso é o mais importante.
Já falei em algumas postagens que não é confortável substituir colega e/ou amigo técnico, onde ele sempre faz o trabalho do artista.
Mas faz parte da profissão.
Se me chamaram, não foi porque bebo vinho toda semana, né?
Mas é impressionante como não é confortável.
Impressionante também foi notar que esse primeiro trabalho com o Padre Fábio de Melo no dia 11/07 foi muito parecido com o último trabalho que fiz no FIG com Otto no dia 26/07!
Como pode?
Depois explico.
Só não sei ainda se vou fazer um resumo dos trabalhos no FIG, ou vou fazer algumas postagens individuais.
Só sei que fiquei bem feliz com os trabalhos em Garanhuns!
Trabalhos marcados até agora para julho, só começando no dia 18, e todos no FIG, o Festival de Inverno de Garanhuns.
Se nada mudar, tenho duas semanas de férias, forçadas. (Risos)
Mas como já devo ter falado várias vezes aqui no Blog, o nosso trabalho começa bem antes do dia do show!
Acertamos vários detalhes antes do dia de um trabalho, seja ele num show ou evento.
Já penso, faz um bom tempo, em fazer uma postagem falando sobre esse assunto: A produção técnica.
Principalmente porque na maioria dos casos, essa função é incorporada pelos contratantes ao serviço de operador de áudio (ou técnico de som), sem nenhum custo adicional, o que está errado.
Mas não vou falar sobre isso agora.
Com certeza esse assunto vai virar título de uma postagem no Blog, pois é muito importante discutir o tema.
Já conheço colegas e amigos que já cobram por esse serviço "extra", mas é muito raro ainda esse reconhecimento por parte dos contratantes.
Mas já está nos meus planos falar sobre esse custo adicional pelo serviço de produção técnica, quando me chamarem para algum trabalho de operador de áudio.
Operador de áudio (PA ou Monitor) é uma coisa, produtor técnico é outra coisa... É outra função.
Vou falar hoje sobre os trabalhos de operador de áudio que eu fiz em junho, mesmo fazendo as duas funções em alguns desses trabalhos.
Já comecei o mês com um trabalho que não estava agendado.
Um amigo perguntou no nosso grupo de técnicos de Recife quem estaria disponível no dia 14 de junho.
Eu!!! Respondi no grupo.
Só tinha show marcado à partir do dia 20 em Caruaru.
Ele então passou meu contato para o produtor de Lucy Alves, e em menos de 20 minutos o trabalho foi acertado.
Lucy Alves.
Fui fazer o monitor da artista num show em Goiana, aqui pertinho de Recife.
Não vou falar dos detalhes dos shows, pois passaria o dia escrevendo, e não é isso que eu quero falar aqui.
Foi muito legal fazer o monitor de Lucy, mesmo sem ter ideia de como era o show.
Melhor ainda foi receber o convite depois desse trabalho para fazer os outros shows da artista em junho!
Muito bom saber que fiz um trabalho legal, mas infelizmente não pude aceitar fazer os outros shows dela porque já estava com vários trabalhos agendados.
Fiz nove trabalhos em junho.
E se não me engano, seriam mais oito shows de Lucy Alves, depois desse que teve em Goiana.
Os nove trabalhos que eu fiz foram todos de artistas diferentes, com estilos diferentes.
Lucy Alves, Banda Zé do Estado, Rogéria Dera, Almério, Academia da Berlinda, Lirinha, Siba e A Fuloresta, Forró na Caixa e Mestre Ambrósio.
Acho muito legal isso, participar de vários trabalhos diferentes!
Banda Zé do Estado.
Nos shows de Zé do Estado e Rogéria Dera, pude confirmar a importância do horário de início de um show, principalmente quando esse show é de um "artista local".
Ano passado fiz o mesmo show da Zé do Estado no mesmo palco em Caruaru, só que num horário bem cedo, onde a maioria das pessoas ainda está se arrumando em casa...
Muitos ainda estão jantando!
Esse ano foi num horário bom, e o resultado do mesmo show foi absurdamente diferente (pra melhor!).
Pode ser o melhor show do mundo, mas sem público, fica parecendo um ensaio.
Os organizadores desses eventos não ligam pra isso.
O show da Zé do Estado foi no Polo Camarão e os shows de Rogéria Dera e Almério aconteceram no outro dia (21/06) no Polo Azulão, todos em Caruaru.
Nos três shows, operei o som do PA, ou seja, o som que vai para o público.
Rogéria Dera.
Faço muitos trabalhos de monitor, ou seja, o som que vai para os músicos.
Os shows de Rogéria Dera e Almério foram muito legais!
Os dois artistas são de Caruaru.
Mesmo Almério nascendo em Altinho, ele se considera um Caruaruense.
Como eu iria operar o som do PA dos dois artistas, fiz só a cena da mesa Venue de Almério antecipadamente em casa.
Passei o som de Almério e depois copiei essa cena e ajustei-a para o show de Rogéria Dera, enquanto o pessoal desmontava uma banda para armar a outra.
Geralmente faço isso quando vou operar o som de PA para mais de uma banda no mesmo palco.
E até agora está dando certo.
Fiz a mesma coisa nos meus dois últimos trabalhos do mês, como vocês vão poder comprovar lá no final desse texto.
Almério.
No dia 22 fui fazer o som do PA da banda Academia da Berlinda em Correntes (PE), bem pertinho de Garanhuns.
Só que eu tive que voltar para Recife na van de Almério logo após o show, para pegar o micro-ônibus da Academia que seguiria para Correntes.
Não consegui dormir na van, e quando subi no ônibus para o outro show na Fazenda Macuca, o relógio já passava de 6h da madrugada.
E o pior... O micro-ônibus passou por Caruaru na ida para Correntes, o que não foi o combinado, pois estava acertado ir por outra BR, por causa de informações de congestionamentos na BR 232, o que não aconteceu.
Por causa dessa ida que seria pela BR101, tive que voltar para Recife logo após o show de Almério.
Dancei.
Eu ia dormir em Caruaru para esperar a turma da Academia na rodoviária, que fica bem pertinho da casa onde eu estava hospedado, dos meus Amigos André e Fabiana.
Fiquei mais amassado do que roupa de cama de motel.
Seguimos direto para o palco, pra fazer o soundcheck.
Mas consegui dormir no ônibus.
Depois do soundcheck, fui almoçar perto do hotel em Garanhuns e deu tempo para dormir bem, e com as pernas esticadas!
Recarreguei as baterias.
Academia da Berlinda.
Pelo que recordo, acho que só nesse show na Macuca eu sofri operando o PA.
O som estava bem diferente do soundcheck, tinha muita gente na minha frente, e como a mesa de som era no chão e o pequeno palco fixo de alvenaria era bem baixinho, eu não via absolutamente nada do que estava acontecendo no palco, só as cabeças dos músicos que tocavam em pé.
Os que estavam sentados, como bateria e percussão, nem a sombra deles eu enxergava.
Logicamente a quantidade de pessoas no salão na hora do show influenciou nessa mudança sonora.
No soundcheck o salão estava vazio, acentuando as reflexões do som, e ainda tem a questão da temperatura, que influencia na velocidade do som.
Não sabiam? Pois é...
Quanto maior a temperatura, maior é a velocidade do som.
Como tinha menos reflexões no ambiente na hora do show, por causa dos corpos das pessoas que lotavam o salão, tudo ficou meio abafado, fechado, ou como nós costumamos falar, ficou "velado".
Tive que puxar muito as médias altas e altas para deixar as coisas inteligíveis, principalmente as vozes.
Realmente acho que foi o único trabalho de junho em que eu me senti desconfortável durante uma boa parte do tempo de show.
Mas é isso. Nem sempre a gente consegue deixar como quer.
Pelo menos comigo, nem sempre eu acho que foi 100% o resultado.
Ainda bem que consegui recarregar as baterias (do corpo) depois do soundcheck, porque no outro dia segui cedinho para Arcoverde, pegando uma carona no carro de um dos vocalistas da Academia da Berlinda, que ia visitar a família dele.
Cem quilômetros separa Garanhuns de Arcoverde.
Como o show da Academia no São João da Macuca foi muito tarde, acho que não deu pra dormir mais que 3 horinhas.
Dei um pequeno cochilo no carro durante a pequena viagem, mas só deu para fechar os olhos algumas vezes.
Bruno, que fez o monitor da Academia, também iria fazer o monitor de Lirinha em Arcoverde.
Tiné já deixou a gente no palco para esperar a trupe de Lirinha, que passaria o som perto do meio-dia.
Nunca fiz tantos trabalhos de PA, principalmente num curto espaço de tempo!
Lirinha. Soundcheck.
O palco em Arcoverde era minúsculo, mas nesse show de Lirinha é apenas bateria, baixo e guitarra.
A turma que foi tocar nesse palco e que tinha uma formação maior, deve ter sofrido um pouco com a pequena estrutura...
Não sofremos, e o show foi espetacular!
Olha aí como tem casos onde eu acho que foi 100%.
Tá vendo?
Só tinha uma caixa de monitor no palco para o guitarrista Dizin, e o restante usou fones com fio.
Ahhh... Bruno ainda colocou uma caixa para o baterista Chapa, mas decidiram não usar, e ele ficou só no fone mesmo, como o baixista Rogê.
Lirinha sempre usa in-ear sem fio.
Isso deixa o palco bem mais silencioso, evitando vazamentos para o som do PA.
Lindo!
Lirinha.
Para quem estava esperando zabumba, triângulo e sanfona, se assustou!
O show é bem pesado, com muita guitarra distorcida.
Mas quase todos que estavam na plateia já sabiam qual era o som que iriam escutar.
E o resultado foi perfeito.
Já falei várias vezes desse palco em Arcoverde, e nas vezes anteriores que eu passei por lá, foi um caos!
Esse ano, mesmo o palco diminuindo, foi muito tranquilo.
Mesas legais de PA e monitor (sem problemas graves), palco sem dar choque, todos os canais chegaram certinhos...
Foi bem diferente dos anos anteriores, mesmo o pessoal piorando a estrutura do palco, tornando-o minúsculo.
Mas é melhor um palco pequeno com tudo funcionando, do que um espaço enorme dando choque, com cabos emaranhados espalhados pelo chão, com a turma "batendo cabeça" para ligar as coisas.
Só tinha uma pessoa para fazer isso no palco, mas viram que seria um problema, e a empresa colocou outro para ajudar nas mudanças no palco.
Decisão mais do que acertada!!!!
O show não foi tarde, mesmo assim o espaço ficou lotado, e antes das 23h já estávamos no hotel, comemorando.
E já sabíamos que tinha um hambúrguer colado à recepção.
Só não imaginávamos que o hambúrguer era muito bom!!!!!!
Gatão Burgers.
Ainda tentei beber o resto da garrafa de vinho que abrimos no camarim, mas não aguentei usar o hambúrguer como tira-gosto, e deixei o resto do líquido alcoólico para degustar a especiaria com pão e carne artesanal.
Pedi um com abacaxi e molho "barbecue", e ainda veio um pequeno recipiente com molho tipo tártaro (acho que tinha alho no meio).
Show de bola!
Fui dormir feliz, pelo belo trabalho no show, pelo vinho e pelo excelente hambúrguer!
Dormimos no hotel.
No outro dia a van seguiu para Recife, mas eu desci num posto de gasolina em Caruaru, pois minha mala com o resto das roupas estava lá na casa dos meus Amigos, e eu iria ainda fazer uma farrinha antes de voltar para Recife no outro dia.
Só que esqueci de pegar minha mochila ao descer da van, que ficou nos últimos bancos.
Lembrei de pegar minhas coisas no maleiro da van, mas esqueci da mochila.
Como eu não tinha trabalhos marcados nesses dois dias que iria ficar por lá, relaxei.
Mas só relaxei ao constatar que minha carteira com documento e cartão de crédito estava no bolso lateral da minha bermuda!
Comprei a passagem de ônibus de volta para Recife no dia em que cheguei em Caruaru (19/06) para fazer o segundo show do mês que aconteceu no outro dia.
Depois da farrinha em Caruaru, voltei tranquilamente para Recife no dia 25 de junho, e Bruno já tinha deixado a mochila na recepção do meu prédio.
Nem precisei ir na casa dele para reaver minhas coisinhas...
Os próximos 3 trabalhos seriam em Recife.
Siba e A Fuloresta no dia 27 no Poço da Panela, e mais dois trabalhos no dia 28 no Sítio da Trindade, com Forró na Caixa e Mestre Ambrósio.
Siba e A Fuloresta. Soundcheck.
Em Siba operei o monitor, num palco bem parecido com o de Arcoverde!
Era bem pequeno, onde nem tinha espaço para montar o side, as caixas que ficam nas laterais do palco.
Mesa? Era só uma para fazer PA e monitor.
Uma CL5 da Yamaha.
Quando cheguei ao local, já estava acontecendo uns probleminhas no som, que apareceram também na minha hora de soundcheck.
Perdemos um bom tempo para ajustar as coisas no palco, aí todos ficaram com o tempo espremido.
Como é bem simples o monitor de Siba e A Fuloresta (pelo menos eu acho), deu tempo para todos ficarem satisfeitos, e não demorou muito para encerrarmos o soundcheck.
Demorou muito mais tempo para começar, mas para encerrar foi rápido.
Fiquei direto no local, porque o show era bem cedo.
Com 20 minutos de show, a mesa congelou, e eu não podia mexer em nada, pois ela não respondia.
O som não parou, mas os ajustes só poderiam ser feitos no iPad.
Só que... Meu iPad estava com meu colega Kêu, que estava lá na frente do palco fazendo o PA, e eu fiquei de mãos atadas no palco.
Como o monitor estava bem estabilizado, onde ninguém estava pedindo nada, eu relaxei, e fiquei só olhando para a cara da mesa com os LEDs congelados, e prestando atenção se algum músico estava querendo algo.
Se aparecesse algum pedido, eu tentaria achar Kêu lá na frente com o iPad, e tentaria passar a informação por mímica.
Se ele não entendesse, teria que vir no palco para eu fazer o ajuste usando o iPad.
Mas não precisou.
Ele só apareceu no palco porque perdeu o sinal de wifi.
Ainda bem que eu consegui refazer a conexão, porque alguns canais estavam fechados e não teria como abrir mais eles até o final do show.
Eu conseguia ainda navegar pela tela da mesa, mas não tenho certeza se conseguiria ligar os canais.
O resto eu já sabia que não funcionava, mas não testei o On/Off.
Sobrevivemos, e como disse minha amiga produtora (Paula) que estava na frente do palco vendo o show: --- Titio, ninguém na plateia imaginava o que estava passando no palco. Estava tudo certinho lá na frente.
Essa é a graça! (Risos)
Esse show no Poço da Panela foi bem cedo, mais cedo do que merecia, comprovando o que falei sobre a questão de horário lá no começo do texto...
Cheguei cedo em casa, e deu tempo de tomar meu vinho, acompanhado de pão de queijo.
Mas não me estendi, e acho que deitei antes da meia-noite.
No outro dia cedo, iria passar o som do Forró na Caixa e logo após teria o soundcheck de Mestre Ambrósio, no mesmo palco.
Nesses dois shows eu iria fazer o som do PA!!
Ou seja... Desses show de junho, só operei o som do monitor de dois shows: Lucy Alves e Siba e A Fuloresta.
Nos outros 7, fiquei na mesa de PA.
Forró na Caixa.
Cheguei no Sítio da Trindade antes das 9h da manhã.
Eu já sabia que seria uma Vi6 da Soundcraft no PA, e fiz uma cena inicial em casa apenas para Mestre Ambrósio, me lascando todo, porque não lembrava como funcionava o editor offline.
Só tive UM contato com essa mesa antes, e já fazia um bom tempo.
Demorei uns 20 minutos só para achar como colocava o nome nos DCAs.
Não quis ir na internet.
Levei um bom tempo para montar a cena, mas consegui.
O técnico da empresa de som só ajustou as mandadas do Matrix para o PA, Sub (nem lembro se o front estava pela mesa ou pelo processador).
O resto foi o que eu fiz em casa mesmo.
Ahhh... Confundi uma configuração nos nomes dos canais, mas ajustei tudo na mesa depois da breve explicação de Íkaro.
Acho muito legal a mesa, mesmo ela sendo bem antiga.
Eu tinha planejado passar o som de Mestre Ambrósio, e no final eu iria copiar essa cena para outra posição, com o nome de Forró na Caixa, onde eu ajustaria os nomes e equalizações dos canais de acordo com a nova relação de canais do Forró, enquanto a turma fazia as mudanças no palco.
E foi exatamente isso que eu fiz!
O soundcheck de Mestre Ambrósio não foi relax.
Apareceram ruídos em alguns canais, os monitores estavam falando diferentes, a montagem e ligação dos canais demoraram mais do que o previsto, e isso tudo foi afunilando o tempo reservado para a passagem de som.
E eu lá na frente, só esperando... Já com a cena de Mestre Ambrósio toda ajustada.
PA é PA... (Risos)
Lá na frente, basicamente, são duas vias!!!
Left e Right!
No palco???
Varia de banda para banda.
Seis, sete, dez... doze, dezesseis vias... E por aí vai.
Ahhh... Fora que cada via pode ter uma mix diferente, pois cada músico tem uma preferência, e se for caixas nos monitores, até a distância entre os músicos interfere na mixagem, porque o músico já está escutando algumas coisas acusticamente, através do som do instrumento (bateria/percussões) ou através do som de outros monitores ou amplificadores espalhados pelo palco.
Tudo é mais complicado no monitor.
Monitores sem fio, os chamados in-ears, tem que ajustar o RF, para evitar as falhas de transmissão/recepção.
Tem que ajustar as configurações dos transmissores e receptores, posicionar antenas pelo palco, testar via por via de caixa... E por aí vai.
E esses dois últimos shows no Sítio da Trindade mostraram bem essa diferença entre estar no palco fazendo o monitor da banda e estar lá na frente operando o som do PA para o público.
Não tem estresse no PA?
Lógico que tem, mas acredito que não chega perto dos perrengues que acontecem no palco.
Muitas vezes, o técnico de monitor carrega até caixa de som para colocar no lugar certo.
E tem caixas bem pesadas ainda nos palcos, viu?
Pois bem...
Mestre Ambrósio.
Mesmo com algumas tensões no soundcheck das duas bandas onde operei o som do PA no Sítio da Trindade, na hora dos shows tudo foi bem mais calmo.
Mas pelo que notei, foi mais calmo para mim no PA!
Ainda vi meus amigos técnicos lá no palco arrumando as coisinhas durante os shows...
Eu também fiquei arrumando minhas coisinhas na mesa de PA, mas podem ter certeza que nada era parecido com o que a turma estava tentando ajustar no palco para poucas pessoas, mesmo existindo uma multidão na plateia!
Basicamente o que o público estava escutando, eu também estava.
E nada estava falhando.
No show de Mestre Ambrósio, na última música, parou o canal da alfaia.
Não tinha comunicação entre PA e monitor, o que é uma falha grande para um evento daquele porte, mas eu sempre ando com meus rádios comprados na Shopee, que já me tiraram e ainda tiram, de várias roubadas onde não existe o sistema de comunicação entre as duas mesas de som.
Ainda mandei mensagem pelo WhatsApp para a produtora da banda, avisando que o canal da alfaia tinha "morrido".
Meu amigo Marcílio, que estava fazendo o monitor, resolveu o problema, e encerramos o show com a alfaia funcionando!
Ando sempre também com minha mini luminária, porque já peguei várias mesas de som que custam uma fortuna, mas não estão com suas respectivas luminárias.
Já no camarim, fiquei sabendo do ocorrido no palco das duas bandas, e não foi nada tranquilo.
Eu sabia que não tinha sido calmo no palco nos dois shows, com dois técnicos diferentes, com vários tipos de monitores (caixas, fones com e sem fio, side) mas foi além do que eu imaginei.
Meus amigos técnicos foram me falando dos acontecimentos nos shows, e eu fui sofrendo junto, imaginando eu no palco, como normalmente acontece na maioria dos meus trabalhos em shows.
Cada vez que faço trabalhos no PA, mais sinto vontade de não fazer mais monitor.
Conheço técnicos que adoram fazer o monitor, mas na grande maioria, eles levam todo o sistema de fones, com e sem fio.
Só eles usam.
Em alguns casos, levam até a mesa de monitor, onde eles tem certeza que nada está com defeito.
Já ajuda muito essa atitude.
Como não faço trabalhos de monitor com esses equipamentos próprios, estou ficando desanimado com o que encontro pelos palcos, principalmente os chamados palcos descentralizados.
Não está nada fácil trabalhar no monitor, principalmente na minha região...
O desgaste é grande.
Conheço técnico que não aceita fazer trabalhos no monitor, só trabalhos no PA.
Eu sou do tempo em que o técnico de PA ganhava o dobro do que o técnico de monitor.
Ainda bem que acabaram com essa injustiça!
Eu sempre achei que era pra ser o mesmo valor, mas esse pensamento já mudou!
Hoje em dia, o justo seria o técnico de monitor ganhar mais!!!!
Não tenho a menor dúvida sobre isso.
O justo seria ganhar mais!
E esses trabalhos que eu fiz operando o som do PA de vários estilos musicais no mês de junho só corroboram para esse meu novo pensamento e/ou posicionamento.
Não sofri nem 20% do que meus amigos sofreram nos palcos nesses trabalhos do mês de junho!
Mas na maioria dos trabalhos agendados de julho que vou fazer no FIG (Festival de Inverno de Garanhuns), estarei no monitor. (Nem vou rir)
Um abraço a todos.
PS: Mas que penso em não fazer mais monitor... Ah... Isso eu penso.
Esse problema do tempo muito longo para receber os cachês dos artistas contratados pelas prefeituras e/ou governos não é recente, né?
Todo ano acontece, independente da "cor da bandeira" do gestor.
Deve ter aqui no meu Blog várias postagens falando sobre esse assunto.
Não falo sempre porque vai ficar repetitivo.
Dei uma "cutucada" no Instagram sobre o assunto na semana passada, só para não acharem que não existe mais o problema.
Ele ainda persiste e com força máxima!
Ainda aguardo 2 trabalhos de fevereiro e 2 trabalhos de março.
Ainda tenho 1 do começo de maio... Mas ainda está dentro do prazo do cachê sapataria, né?
Não vou explicar novamente o que quer dizer cachê sapataria.
E também não vou falar hoje dos prazos absurdos para receber esses cachês.
O assunto hoje é o que isso está causando!!!
Já comecei a notar isso anos atrás.
Inclusive, se vocês não lembram, quase vou parar num hotel luxuoso em Jericoacoara, para operar o som de DJs...
Não fui por um detalhe besta.
Resolvi escrever sobre esse assunto agora porque tive uma conversa com um amigo músico nessa semana.
Na conversa ele me informou que desistiu e "se rendeu" a CLT.
Achei até engraçado na hora a frase que ele falou, mas o assunto era sério.
Resumindo, ele escolheu trabalhar com carteira assinada, com horário para chegar e sair, com férias, décimo terceiro, e tudo mais que tenha relação ao trabalho regulamentado!
Fazer shows não seria mais a fonte principal de renda dele.
Essa procura por mais estabilidade financeira sempre existiu no meio dos shows e eventos.
Mas sempre notei que essa mudança era feita por profissionais que não tinham uma agenda boa, ou até por causa de qualificação profissional mesmo.
O profissional não tinha uma boa qualificação técnica e por causa disso não conseguia uma agenda boa.
O que estou notando atualmente é que excelentes profissionais (técnicos e músicos), com agendas legais, estão desistindo, como é o caso desse meu amigo músico.
Ele não está pensando. Já está resolvido.
Olhando nas nossas agendas, ainda nos encontramos no palco uma vez em junho, e depois só quando ele conseguir uma brecha na sua nova "casa", no seu novo emprego.
Quando ele me falou os dias e horas de trabalho que ele vai ter que cumprir, fiz uma conta rápida e não vi muito tempo sobrando para fazer shows, infelizmente.
Não vai ter como ele conciliar com os ensaios e viagens para fazer os shows.
Pelo menos ele vai continuar no meio da música...
Conversamos um bom tempo sobre isso, e ele estava realmente bem cansado do "modus operandi" dos recebimentos dos cachês, das várias viagens para os shows, longe da família, e sem saber quando iria receber por esses trabalhos...
Mas acho que esse cansaço não é só dele, é geral!
Cansa mesmo.
Nem perguntei o valor que ele iria receber no novo emprego com carteira assinada.
A escolha já estava feita.
Só posso desejar boa sorte na nova empreitada.
Fiquei um pouco triste por saber que vai ser difícil a gente fazer outros trabalhos juntos nos palcos pelo Brasil.
Mas nossas farras particulares com as famílias vão continuar, incluindo o ladrão de tira-gosto que ele tem na casa dele! (Risos)
Até agora só comentei sobre esse amigo músico, mas tenho vários outros exemplos, incluindo técnicos.
Vários amigos e colegas decidiram aceitar trabalhos em teatros, onde existe a estabilidade financeira.
Vários outros foram para Portugal!!!!
Uns foram para as prefeituras e/ou governos.
Nesse caso, acredito eu, que nem com pandemia o "numerário" da turma atrasa, né?!
Alguns voltaram para os estúdios de gravação.
Pode ganhar bem menos do que fazendo trabalhos em shows, mas suponho que a incerteza do dia do recebimento no trabalho de freelancer foi fator preponderante na decisão.
Dificilmente trabalhos fixos em teatros e/ou estúdios chegam perto dos cachês que recebemos em shows ou eventos.
Logicamente, estou usando como referência a minha turma mais próxima, porque sei que tem cachê de técnico/músico de todo tipo de valor no nosso meio artístico.
Outro amigo, esse agora técnico, que faz muito mais trabalhos do que eu, está pensando já faz um bom tempo em deixar também o trabalho em shows e eventos para segundo plano.
Nunca fiz contas, mas ele deve fazer 3 vezes mais trabalhos do que eu!!! No mínimo.
Mas é como ele falou: --- Titio, tenho muitos trabalhos para receber, e não conseguirei pagar as contas do final do mês.
Se eu tenho 5 para receber, ele deve ter uns 10!
Alguns aqui podem até perguntar: --- E por que você não pensa em mudar também?
Pensei sim! Quase ia para a famosa praia no Ceará! Não esqueçam disso.
Aqui, já fui sondado para trabalhar em teatro, mas quando falei por quanto eu deixaria meus trabalhos nos shows para ficar preso num teatro, o amigo que entrou em contato sabia que não tinha como chegar nesse meu valor.
Esse valor que eu passei para ele, era o mesmo que eu iria ganhar no hotel em Jericoacoara.
Tirei uma média dos meus recebimentos para chegar num valor.
É muito “louca” a situação. (Falo por mim)
Posso faturar 16 mil num mês, e no outro só entrar 800, ou não entrar nada!
Já aconteceu várias vezes isso comigo, inclusive esse exemplo do texto acima foi no ano passado.
É muito raro não ter trabalhos num determinado mês, mas corremos o risco.
Lembrando que, faturar é fazer os trabalhos, não quer dizer que recebi.
Receber pelos trabalhos é outra história!
Falando com um amigo cantor ontem, ele me falou que não recebeu ainda o trabalho que fez no Réveillon!!!!!!!!
Outro amigo técnico falou que recebeu ontem um trabalho realizado em novembro de 2024!!!
Dá para notar que é um problema sério, contumaz e generalizado?
Pois é...
Ahhh, quando falo técnicos, isso engloba tudo.
Técnico de som, luz, projeção, roadie, produtor, etc etc etc...
Tá todo mundo procurando um plano, que seria o plano A, para deixar o trabalho com shows e eventos como plano B.
Particularmente, acho muito difícil conciliar os dois planos, principalmente se o plano A tem dia e hora pré determinados.
Muito fácil não conseguir fazer trabalhos do plano B, por causa dos motivos que falei lá em cima no texto... Conciliar ou conseguir encaixar os ensaios, viagens e os shows nas folgas da agenda do plano A.
E quanto menos o profissional consegue fazer esses shows, mais ele vai sendo substituído, porque o que os artistas mais querem é uma disponibilidade constante dos músicos e/ou técnicos.
Também já falei sobre esse assunto muito tempo atrás aqui.
Muitos artistas preferem um técnico ou músico mediano sempre disponível, do que um excelente técnico ou músico com pouca disponibilidade.
Cada um com suas necessidades, né?
Esse é o meio em que vivo e que me sustenta desde 1987.
Nem estava nos meus planos viver do áudio!
Mas tudo que consegui até agora foi através do áudio, do som, dos eventos...
Penso que para mim atualmente é mais fácil “segurar a onda”, porque não tenho um gato pra dar de comer aqui no apartamento.
Já tive.
Até contribuo na alimentação e no plano de saúde de um felino, mas não mora mais comigo, está com meu Filho.
Mas já dormi com esse safado da foto abaixo por um bom tempo!
Tom.
Consigo almoçar dois dias com uma quentinha, que compro ali na esquina por 20 reais.
Não faço mais almoço em casa, só asso carnes para complementar a quentinha ou cozinho meus petiscos para o vinho.
Por isso meu botijão de gás dura mais de um ano!
Por morar só, minhas despesas com água, luz e telefone não são altas.
Meu condomínio é até alto (R$ 570) para um prédio tipo caixão.
Não pago mais colégio para meu único Filho, ele já é formado.
Mas já paguei, e muito!
No último ano no Colégio Motivo, quando ele tinha 18 anos (faz 30 no dia 20/06) eu pagava 1000 reais!!!
Nunca esqueci desse valor, pois nem eu sei direito como eu conseguia pagar!
Sabe deus quanto custa hoje em dia esse terceiro ano do ensino médio no mesmo colégio...
Nem fui pesquisar!
Ou seja... Já passei pelo que meus colegas e amigos estão passando atualmente, e os entendo.
Os gestores responsáveis pelas contratações e pagamentos dos artistas para seus eventos é que NÃO ENTENDEM a situação caótica que eles “alimentam” ano após ano, década após década.
E eles vão se importar com um êxodo de equipes técnicas de shows e eventos?
Lógico que não, né?
O São João já está começando!!!
E vários nem receberam o carnaval!
Torço para que a situação melhore, e que a gente não pense em mudar de profissão por livre e espontânea... Pressão!
Pelo que vejo ao meu redor, a vontade e o prazer pela profissão de muitos está se esgotando.
E os empresários dos artistas? Qual a parcela de responsabilidade nessa situação?
E os artistas? Mesma parcela de responsabilidade?
Façam suas apostas...
Afinal de contas, vivemos atualmente no mundo das BETs, né?
Um abraço a todos.
PS1: Vou fritar uns bifes para complementar a metade da quentinha de ontem!
PS2: Nem comentei sobre os extraordinários profissionais que tocam e cantam nos restaurantes, por cachês baixíssimos, muitas vezes com o público "nem aí" para a música, mas eles sabem quando vão receber!
- Teatro? Paula... Sempre tentei fazer trabalhos para espetáculos de teatro, mas nunca consegui e também nunca recebi convites.
Na realidade, eu opero o som de uma peça de teatro, mas é ao ar livre, e acontece somente no final do ano.
Natal Para Sempre (NPS). Eu opero o áudio mixando as vozes dos 10 atores e faço também a sonoplastia, disparando efeitos e trilhas.
- Ahhh, que legal. Mas você aceita ou não fazer outros trabalhos de teatro?
- Lógico que aceito, só preciso receber o convite.
- Maravilha. Vou te indicar então para uma peça que vai acontecer aqui em Recife, ok?
- Ok!
(Fecha Aspas)
Foi com essa troca de mensagens no WhatsApp com minha amiga produtora Paula Caal que começou minha participação na peça "Gostava Mais Dos Pais", protagonizada pelos atores Bruno Mazzeo e Lúcio Mauro Filho.
Filhos de Chico Ambrósio (Não! É Anysio!) e Lúcio Mauro. (Risos)
Só quem viu a peça vai entender a piada com o Ambrósio!
E eu não ia perder a deixa para colocar no texto FILHOS DE... (Né Bruno e Lúcio?)
Eu não tinha a menor ideia que era essa a peça em questão quando falei com Paula, ela não me falou nada..
Só fiquei sabendo quando a produtora da peça entrou em contato para me fazer o convite.
E não vou mentir... Fiquei bem feliz em saber que era uma peça muito "bem falada", e com projeção nacional!
Giovanna Parra me explicou tudo sobre o trabalho, e acertamos todos os detalhes.
Um dia para montagem do cenário e ajustes no som, luz e projeção, e três dias de espetáculos.
Não demorou muito para eu ficar sabendo que iria ter uma sessão extra no segundo dia, que aconteceu em 24 de maio.
No dia 22 fui organizar as coisas referentes ao áudio.
Já sabia que seriam dois microfones (tipo lapela) para os atores, e um violão que só entrava apenas num determinado momento da peça.
Eu sugeri os equipamentos para serem locados, no que fui prontamente atendido.
Fora isso, tinha o áudio da projeção, que participa durante todo o espetáculo, com trilhas, efeitos e vídeos, onde os atores interagem durante a peça.
Essas projeções são fundamentais para o espetáculo.
Isso eu notei no dia da montagem.
Fundamental também é meu queijo do reino...
Já faz parte do meu cardápio aqui em casa, tanto para o vinho como para o leite com Nescafé.
Vou ali na Ceasa com meu amigo comprar duas peças. Sem ser peça de teatro, logicamente.
Mas ainda hoje devo fazer a postagem aqui no Blog.
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Oxe. Hoje já é quarta-feira... Nem toquei no texto depois que voltei da Ceasa.
Mas acho que termino hoje isso.
Dois microfones? Vai ser moleza!
Pensei com meus botões...
Para quem faz o NPS abrindo e fechando 10 microfones, e ainda fazendo a sonoplastia, trabalhar com apenas 2 microfones vai ser fácil.
Mas no dia dos ajustes já mudei de pensamento.
Os lapelas são OMNI direcionais, ou seja... Eles captam o som que vem de todas as direções, não apenas da fonte que está mais próxima, que nesse caso aqui é a voz do ator.
Uso microfones tipo headset no NPS, e eles não são omni direcionais, facilitando o uso sem realimentações (microfonias).
Outra coisa... No NPS não envio o som das vozes para o palco, e nesse trabalho no Teatro do Parque eu teria que enviar o som das duas vozes para o palco, aumentando o risco de microfonias.
Os bastidores...
O Teatro do Parque tem uma peculiaridade no som... As caixas de PA ficam praticamente em cima do "proscênio" (parte da frente do palco), ou seja, quanto mais próximo dessa frente, mais os microfones vão captar o som dessas caixas do PA.
E usando microfones omni direcionais é que a coisa complica mais um pouquinho.
Dando uma olhada em alguns vídeos dessa peça no YouTube, pude ver que os atores falam no meio da plateia, o que complicaria mais ainda o trabalho.
Só depois fiquei sabendo que essa conversa no meio do público era só no início da peça, e todo o restante eles estariam no palco. (Alívio...)
Por isso, depois de testar todos os equipamentos, fui alinhar o som do PA, monitor e microfones para diminuir o risco de realimentações.
Com a ajuda do técnico do teatro, Bruno Lins, que estava nesse dia substituindo o nosso microfonista Márcio Torres (Marcinho), que não poderia estar nesse primeiro dia, fizemos uma varredura pelo palco e pela plateia com o microfone já posicionado em Bruno praticamente no mesmo lugar que ele seria colocado nos atores.
(Já é a segunda vez que trabalho com Marcinho. A primeira foi na gravação do Tá Puxado, da TV Jornal, aqui em Recife, e eu sabia que estava bem assessorado no palco.)
Já enviei esse sinal de voz também para os dois monitores que coloquei no palco, que estavam posicionados em tripés, fazendo um SIDE.
Ainda coloquei dois monitores mais na frente, na parte de baixo das torres de iluminação, mas eu só iria usar se os atores sentissem falta de algo.
Mas enquanto eu passava o som do microfone no palco, já notei que ali no proscênio eles iriam escutar bem pelas caixas do PA!
(Só usei os monitores da frente para colocar o som do violão e da projeção.)
Aí foi só ajustar o som desse microfone no PA, usando o equalizador do canal do microfone e do sistema de PA.
Deu um trabalhinho, mas depois de ouvir os microfones com os atores no outro dia, nos ajustes finais, vi que seria tranquilo essa parte do som das vozes para o público.
Passei o som do microfone no dia anterior num volume bem acima do que precisei usar durante os espetáculos.
Aí... Foi só correr para o abraço!
Durante o espetáculo, com Marina Meyer na luz. (Foto by Paula Caal)
Com relação ao abre e fecha dos microfones dos atores durante a peça, também não teve agonia, pois eram bem esporádicos esses fechamentos e aberturas.
Muito diferente do trabalho que eu faço no NPS, onde o abre e fecha é constante, e eu tenho até cenas de MUTE para facilitar o trabalho.
Dei uma olhada no roteiro e vi que tinha as marcações para fechar os microfones, que era quando eles iriam sair do palco, e tinha até informando o tempo que os atores ficariam atrás do cenário, o que facilitou bastante meu serviço.
E para abrir o canal do microfone novamente, não tinha segredo... Entrava em cena, eu abria.
Eles não falavam nada do texto fora do palco, mas falavam várias outras coisas, que não poderiam sair no som do teatro! (Risos)
Foi só prestar atenção nisso no primeiro dia, e nos restantes eu já sabia.
Como eu dupliquei os canais das vozes e do violão, para poder ter controle total no monitor sem interferir no som do PA, tive que fazer 3 grupos de mute, colocando o canal do PA e o canal do monitor em cada grupo.
Mute 1 (Bruno), Mute 2 (Lúcio) e Mute 3 Violão.
Quando eu apertava o mute 1, fechava os dois canais da voz de Bruno, a que estava indo para o PA e a que estava indo para os monitores.
Ficou bem simples o trabalho.
A mesa TF5 da Yamaha não aceita o mesmo input para mais de um canal.
Por causa disso, usei cabos Y para enviar o mesmo sinal para dois canais.
Estou na casa do meu Filho, marquei um almoço com ele, e trouxe até uma garrafa de vinho.
O "mininu" vai fazer 30 anos no próximo dia 20 de junho.
O tempo passa muito rápido!
Vou dar uma pausa aqui para petiscar um queijo do reino, e sorver umas taças de vinho com ele, antes de almoçarmos.
Deu tempo de almoçar em casa nos três dias de apresentações...
Até no dia da sessão extra, consegui almoçar em casa.
Todas as quatro sessões foram lotadas.
Me diverti muito em todas as sessões, rindo até dos trechos que eu já sabia que iriam acontecer.
Problemas? Tivemos alguns, mas sempre bem contornados.
No primeiro dia, um dos canais de áudio da projeção ficou caindo, e eu tive que fechar o PAN dos canais, transformando em MONO.
No outro dia fui conferir o que tinha causado o problema e descobri que foi o cabo.
Levei até minha placa de áudio, porque se o problema fosse na saída da placa de áudio da projeção, eu colocaria a minha.
Mas como vi que era no cabo, problema solucionado, e tudo foi normal até a última sessão.
No segundo dia, já na segunda sessão, apareceu um probleminha no violão, onde o som ficou variando, baixando e subindo, com alguns estalos.
Isso não aconteceu na primeira sessão.
Lucinho notou que o som estava variando, deu umas "sacudidas" irônicas no instrumento e quando o som voltou, foi normal até o final da cena.
No outro dia fui achar onde estava o problema, mas Marcinho (microfonista e que operou o monitor usando o iPad dele) resolveu antes mesmo de eu chegar no teatro, porque fiquei preso num engarrafamento absurdo por causa do jogo do Sport, que o GPS nem ligou para esse detalhe, e eu me lasquei.
O problema foi no compartimento da bateria de 9V que estava folgada, causando mal contato, que fez o som variar.
Mais um probleminha resolvido, que não voltou mais a aparecer.
E o terceiro problema foi na última sessão do espetáculo.
Na realidade foram dois problemas, e mais sérios.
Faltou energia no meio da peça, mas os atores "tiraram de letra" essa situação.
Brincaram com o público enquanto aguardávamos a volta da energia.
Parecia até que estava tudo escrito no roteiro!
Mas não estava.
Como também não estava no roteiro o microfone de Lúcio Mauro Filho "farrapar" já bem perto do final do espetáculo.
O problema foi causado pelo suor que entrou na cápsula do lapela.
Os microfones eram presos em armações de arame (próprias), que eram presas na orelha do ator, com a haste colada na bochecha, e a ponta dessa haste ficava perto da boca com a cápsula do microfone.
Essa é a melhor posição para a captação da voz do ator.
Testei isso no SESI Bonecos muitos anos atrás, onde posicionei na testa e na gola da camisa para comparar.
Essa cápsula deve ter ficado muito colada na pele do ator, e o suor entrou, causando um abafamento repentino no som!
Mais uma vez, os atores saíram do texto e entraram na improvisação, chamando Marcinho para fazer a troca do microfone.
Realmente, não tinham outra saída.
E mais uma vez, a coisa foi tão espontânea, que parecia fazer parte do roteiro!
No final das contas, acho que me diverti tanto quanto o público que pagou para ver!
Fui um privilegiado, recebendo dinheiro para me divertir.
Falar mais o que...?
Cheguei até aqui no texto e não coloquei ainda o subtítulo da postagem.
Fiz até uma recapitulação de tudo para ver se tinha algum detalhe para virar o subtítulo, e não apareceu nada na mente.
Então resolvi finalizar, e aí encontrei o subtítulo.
Nem saí na foto!
Vou explicar...
Achei o resultado do meu trabalho bem legal, e tive a comprovação ao falar com a produtora da peça.
Como mostra a foto abaixo.
Sempre pergunto depois aos contratantes o que acharam, para ver onde errei e onde acertei.
Sempre pergunto, não tem jeito.
Errar, todos nós erramos (menos os políticos, segundo eles, né?).
Permanecer no erro é que é a bronca.
Pelo que notei nas respostas que eu obtive, parece que a turma de lá também ficou satisfeita.
No final do último espetáculo, os artistas chamaram toda a equipe técnica da peça para uma foto final!
Até meus parceiros da luz e projeção (Marina e Demétrio) que estavam ao meu lado, seguiram para o palco.
Vou ou não vou?
Os microfones continuariam ligados...
Vou deixar a mesa sozinha com microfones de lapela ligados?
Vou nada!
Vai que... Se lá...
Vou não.
Foto by @jpsofranz
E por causa desse meu preciosismo (radical?) profissional, nem saí na foto!
Acho que já falei muito na postagem anterior sobre o trabalho de monitor no show de Otto em Salvador.
Ainda deu tempo para dar um cochilo em casa quando cheguei de Salvador, porque eu só teria que chegar no Armazém 14 às 14h.
Até almoçar, eu almocei!!!!
Mas ainda fui com a sensação de "amassado" para o local do show.
Mais uma vez, já perdi as contas, eu iria operar o monitor do show da Academia da Berlinda, banda originária de Olinda/Recife.
Teríamos tempo de sobra para fazer o serviço, e isso é raro!!!!
Não iríamos desmontar nada depois do soundcheck, o que também é raríssimo.
Já sabia que o sistema seria bem simples, onde eu não iria ter side no palco, e também não teria o sub da bateria.
A mesa de monitor seria a LS9 da Yamaha, e eu já tinha aprontado a cena antes de viajar para Salvador.
A chuva continua caindo aqui em Recife.
Penso logo nas pessoas que moram nos morros ou perto de barreiras!
E cada dia fico mais puto com os governantes.
Não mudei de pensamento. São todos incompetentes! E muitos (muitos mesmo!), são desonestos!
Fazem muito menos do que deveriam fazer.
Chegamos num ponto onde um gari levou facadas aqui numa estação de trem, porque não tinha o que dar para o ladrão.
Um gari!!!!
Um país onde a população normaliza a violência e a corrupção, que crescem numa progressão geométrica, e onde escutamos muito a frase "o teu rouba mais que o meu, então o meu é melhor", esse país não vai ter jeito mesmo não...
É disso para pior.
Eu já estou desanimado faz décadas.
Acho que a primeira coisa que a turma pensa no primeiro dia de trabalho depois de se eleger, é o que vai ter que fazer para se reeleger! (Risos Amarelos)
O resto fica em segundo plano.
Eu assino embaixo no que o Mestre Boechat falou nesse vídeo abaixo, um bom tempo atrás!
Penso exatamente como ele pensava!
Com uma ressalva: O povo tem uma grande parcela de culpa, porque cada vez mais ameniza e/ou normaliza situações ou atos absurdos!
Os políticos adoram isso!
Vamos voltar para o show da Academia no Armazém 14, que é muito mais interessante do que lembrar dos políticos desse sofrido país...
A falta do side fez falta, e a falta do sub da bateria também fez falta.
O espaço ainda era grande, e essas caixas ajudam na monitoração.
Tive que colocar outra caixa para o guitarrista, porque uma só não estava dando conta das necessidades do músico.
Seria o segundo show que o vocalista Tiné iria usar o in-ear.
Era a inauguração do fone novo dele, que comprou logo após a primeira experiência com o sistema de monitor, onde já falei aqui no Blog.
No outro show, emprestei um dos meus fones para o cantor.
Usei 4 sistema de in-ear nesse show.
Fora o de Tiné, os outros foram para bateria, baixo e convidada.
Quem sempre acompanha aqui o Blog, já sabe que é normal o uso do in-ear pelo baterista e baixista da Academia da Berlinda.
Estamos tentando colocar in-ears em outros músicos da banda!! (Risos)
Chequei todas as vias e canais com Adriano Duprat no PA, e já fui colocar a voz de Tiné no in-ear dele.
Sempre faço isso antes de começar o soundcheck.
Quando dá tempo, também dou checada no in-ear do baterista, já escutando como está chegando no fone as peças da bateria, mas nem sempre consigo esse tempinho.
A banda chegou e começamos o soundcheck.
Que foi relativamente normal.
Já passei algumas músicas com a cantora convidada, com ela usando o in-ear.
Não tenho muito o que falar sobre isso...
Poderia dizer que ajustei as coisas no palco durante o soundcheck usando o iPad controlando a LS9 via wi-fi, usando meu sisteminha M-Vave para poder escutar os canais e vias.
Nada de anormal ou diferente.
Não voltei para casa depois do soundcheck, fui dar um "rolé" pelo Recife Antigo.
Durante o show, foi tudo normal também.
Ajustes finos para alguns músicos.
No resto, foi só curtir o show com o público!
Ahhh! Falando em curtir...
Eu curti muito o convite que recebi na semana passada para operar o som de uma peça de teatro, que vai acontecer no outro final de semana, no Teatro do Parque, aqui em Recife.
Gostava Mais Dos Pais.
Eu já trabalho numa peça de teatro já faz mais de 10 anos, mas essa peça é anual, e ao ar livre.
Já falei muito aqui no Blog desses trabalhos no espetáculo Natal Para Sempre.
Só procurar que vão achar muitas postagens sobre o assunto.
Ah, teve outra peça de teatro que participei, mas foi uma "gambiarra", e eu também falei sobre isso aqui.
Esse novo trabalho está em outro patamar (como diz um amigo meu), e já vou na próxima quinta-feira montar, ligar e testar os equipamentos.
Diferente do Natal Para Sempre, onde são 10 microfones revezando no palco, mais operação de sonoplastia onde disparo trilhas e efeitos, nesse trabalho da próxima semana com Bruno Mazzeo e Lúcio Mauro Filho, serão apenas dois microfones, um violão e o áudio das projeções.
Depois conto como foi.
O show da Academia foi ótimo!!!!
Pelo menos foi o que eu achei.
Tiné não me pediu absolutamente nada no seu fone, e sempre acho isso estranho, não tem jeito.
Yuri e Irandê me pediram poucos ajustes.
E a cantora convidada, Juliana Linhares, também não me solicitou ajustes.
Tudo bem, eu fico o tempo todo ouvindo as vias de todos os músicos, para entender como estão escutando as coisas, e até faço pequenos ajustes, mesmo eles não me pedindo.
Coisa pouca, mas faço pequenas mudanças...
Mas sempre acho estranho quando não me pedem nada! (Risos)
Não fiquei procurando muito "cabelo em ovo" durante o show, e tudo transcorreu dentro da normalidade.
No PA, tá um pouco diferente agora, depois que Tiné começou a usar in-ear.
Como o cantor sempre está se escutando bem, independente do palco e da posição dele nesse palco, a emissão da voz está mais "suave" em comparação como era antes.
Aí o técnico do PA tem que "puxar" mais um pouquinho essa voz... (Risos)
Até subir nas caixas de subgraves do PA o cantor fez nesse show, como mostra a foto abaixo, que peguei do único registro em vídeo que eu fiz.
A voz dele continuava a mesma coisa nos seus ouvidos, né?
Será que Adriano está arrependido de insistir para Tiné usar in-ear? (Risosssssss)
Se está, eu não sei.
Só sei que o in-ear não sai mais!!!
Quando o show acabou, nem fui no camarim comemorar.
Ainda estava me sentindo amassado da viagem de Salvador, e eu queria tomar um banho morno e dormir, sem hora para acordar!
E foi o que eu fiz mesmo.
Estou entrando em contato agora com os músicos para saber o que acharam da monitoração.
Para saber onde acertei e onde eu errei.
Me concentrar agora na peça de teatro da próxima semana.
Um abraço a todos.
PS: Tiné já me falou aqui por mensagem que estava ÓTIMO o fone. Ou seja... Sai mais não!