terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Com Silvério Pessoa & Biliu de Campina na Europa – “Toda vez que fumo isso, acontece algo estranho”.



Olá pessoal.
Depois de ver o “jogo treino” do Barcelona contra o Santos hoje pela manhã cedinho, me animei para escrever aqui. Nem sei o que uma coisa tem a ver com a outra, mas deu vontade de escrever hoje.
Levamos um verdadeiro passeio do time Espanhol. Como falou um repórter da TV Bandeirantes, os gandulas tiveram mais posse de bola do que o time Brasileiro.
Só para complementar o que falei no texto anterior, onde comentei das minhas prioridades, depois de anos pagando certinho (pouquíssimos problemas aconteceram desde 2001), neste mês aconteceu um problema no sistema do (único) cliente da minha empresa, que fez com que não fossem pagas as minhas notas fiscais com vencimento no dia 02/12/2011.
Os pagamentos ficaram para o dia 02/01/2012.
Para vocês terem ideia da instabilidade dos pagamentos de cachês de shows e eventos, eu iria pegar um empréstimo no meu banco para pagar as minhas contas pessoais mais as contas da empresa (impostos, etc) porque não tinha nenhum dinheiro em caixa para pagar.



Quem me salvou foi minha ex-cunhada que me “arranjou” o dinheiro para sanar as dívidas e no começo de janeiro eu devolvo pra ela o valor do empréstimo. 
Por aí vocês tiram minha dependência dos trabalhos que faço pela empresa. 
Se eu não tivesse recebido o cachê referente a uns trabalhos que fiz em junho (!!!), mesmo com a ajuda da minha queridíssima ex-cunhada, eu não conseguiria pagar tudo sem fazer um pequeno empréstimo no banco!
Problema resolvido, como diz um Amigo meu, vamos em frente.


Como não fui com Silvério Pessoa para o Japão anos atrás, esta viagem para a Europa no final de novembro foi a viagem mais cansativa de avião que já fiz na vida!
Colocaram a gente numa rota não muito amigável.
Todas as minhas viagens anteriores para a Europa foram feitas pela TAP, num voo Recife > Lisboa, que leva umas 7 horas.
De Lisboa seguíamos para Paris num outro voo, que se não me falha a memória, levava mais umas 3 horas no máximo.
Nesta última viagem, seguimos para São Paulo (3h), de São Paulo seguimos para Madri (10h), e de Madri seguimos para Bruxelas (mais 3h).
Somaram?
Dezesseis horas ouvindo barulho de turbina, sentado em poltronas nada confortáveis, e na maioria do tempo sem conseguir dormir.
Como já falei aqui diversas vezes (eu acho), não consigo dormir direito em aviões.
Foram três shows na Europa, e todos eles em recintos fechados.

 
Vou alí no Carrefour comprar mais Nuggets Sadia (que meu Filho comeu todo o meu estoque neste fim de semana) e aproveito e reponho meu estoque também de lasanha (que pode ser Sadia ou Perdigão).
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A notícia que rodou os meios de comunicação esta semana não foi (infelizmente) nenhum show sensacional e inesquecível, nem foi nenhuma revelação no meio artístico, e muito menos alguma novidade expressiva nos equipamentos de áudio. 
A notícia comentada foi o espancamento absurdo de um cachorro até a morte por uma enfermeira! 
Ao lado desta notícia (ambas eu vi no Facebook) tinha outra de uma mãe clamando para encontrarem o assassino do filho, morto por outro jovem com um tiro na cabeça ao sair de uma festa (ou rave). 
Nem vi direito as duas notícias. Estou ficando meio que cansado com tudo isso aqui. Não vejo o menor sinal de mudanças.
Fazem leis em menos de uma semana (e fiscalizam brutalmente) para que todos tenham “kits de emergência” no automóvel! Esqueceram-se disso foi?


Mas para mudar leis “caducas”, levam séculos! 
O vídeo do cachorro sendo morto eu nem fui ver, vi agora que passou na TV enquanto escrevia este texto, e a notícia do jovem assassinado eu fui dar uma conferida pra ver se não era uma notícia falsa. 
Cansei, vou dormir. Amanhã tento recomeçar, e tento voltar ao assunto dos shows na Europa.
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O passeio que o Santos levou foi no domingo e hoje já é terça-feira. Vou tentar recomeçar o texto. Nem vou abrir uma garrafinha de Travessia hoje porque as confraternizações estão vindo, vou ficar quietinho aqui. 
Parei no cachorrinho, não foi?
Pois bem...
Não vou negar que fiquei incomodado com uma comparação que fizeram com as duas notícias no Facebook. A do cachorrinho sendo espancado e a mãe do jovem que foi assassinado.
A notícia do cachorrinho foi absurdamente mais comentada do que a da mãe clamando pela prisão do assassino do seu filho.
Já estamos acostumados com notícias de jovens assassinados não é?
Mas como tinha vídeo do cachorrinho sendo espancado e só uma foto do filho que foi assassinado, pode ter sido isso que gerou a diferença. Espero.
Não comentei nenhuma das duas, mas não vou negar que senti mais pela morte do jovem do que do cachorro, mesmo vendo as imagens absurdas do espancamento do animalzinho.
Como vocês devem ter noção também da atual situação das nossas leis, já sabem o que vai acontecer nos dois casos, não é?


Vamos para os shows na Europa que é mais light, e que é a razão da existência deste Blog.
Completamente amassado, cheguei a Bruxelas, Bélgica.
Ah... Antes da Bélgica, passei por Madri e o aeroporto é simplesmente fantástico! Nunca tinha passado por lá.
Tem até metrô para a gente se locomover de um local para outro dentro do aeroporto. Parece filme.
Foi só para constar nos laudos aqui, voltemos à Bélgica.
Nem lembro qual a hora que chegamos a Bruxelas, meu horário estava completamente louco por causa do fuso horário.
Ah... Lembrei agora vendo as fotos que ao desembarcar em Bruxelas, pegamos um ônibus e seguimos para outra cidade da Bélgica chamada Utrecht, local do primeiro show.
Estava tão cansado que dormi grande parte da viagem.
Não teria show neste dia, era folga!

Utrecht
Quando acordei, já estávamos entrando na cidade.
A limpeza das ruas da grande maioria das cidades que fui na Europa dói aos olhos. Em Utrecht não foi diferente.
Tirando as folhas das árvores que cobriam o chão em determinados locais, você não vê outro tipo de “coisa” jogada ao chão.
As bicicletas reinam também na Bélgica. Não acredito que usem mais que os Holandeses, mas vi muita gente em Utrecht usando este meio de locomoção.
Não quis andar muito para reconhecer o terreno próximo ao hotel. Dei uma pequena andada e decidi almoçar no fastfood KFC (Kentucky Fried Chicken ou Frango Frito do Kentucky) que ficava ao lado do hotel.


Conheci esta lanchonete na Europa há uns 5 ou 6 anos atrás, mas já tem aqui no Brasil em algumas cidades atualmente. Como o nome já explica, todo o cardápio da lanchonete é baseado em carne de frango!
E os pedaços de frango frito e crocante servidos num pote grande (tipo sorvete) é o carro chefe.
Muita gente passa lá para pegar estes potes e seguem. Não sei se para comer em casa ou em alguma praça gelada.
Como estes pedaços são para comer com as mãos, na bandeja vem um lenço umedecido com álcool perfumado para a gente limpar as mãos depois de degustar os pedaços de frango.
Não tou gostando do caminho que estou seguindo aqui no texto. Se eu for descrever tudo que fiz nos dias que passei lá para fazer estes 3 shows, vão ser dias escrevendo!

Neste dia ainda deu para tomar umas garrafinhas de vinho no meu quarto com Silvério, a esposa dele Karina, mais o baterista Ricardo Fraga (Ricardinho) e o sanfoneiro André Julião (Andréziiiinho). Navegamos na internet, ouvimos música e jogamos conversa fora.
A noite “foi massa”.


Para deixar o clima mais gostoso para o vinho, deixei a janela da varanda um pouco aberta algumas vezes para que o ar frio da cidade preenchesse o quarto.
No final conto o que me aconteceu nesta varanda!
Já estou aqui com vontade de abrir uma garrafinha de Travessia olhando as fotos da viagem.
Fim de ano, não é? Tá valendo. Já vou comemorando meus 46 anos que estão chegando.
Vou resistir.
Vou ficar na uva verde gelada.
No meio do caminho até a geladeira peguei um saquinho de salgadinhos da Elma Chips chamado De Montão, que são três diferentes salgadinhos dentro do mesmo pacote, achei legal a ideia.
Depois como as uvas.
Não mexi nas minhas oito garrafas que estão no estoque para as festas de fim de ano!


O local do show era bem perto do hotel, deu para ir andando.
Eu já sabia que as duas mesas eram analógicas, e conversando com Silvério Pessoa, convenci-o que seria melhor usar os monitores de chão ao invés dos fones.
Não levamos técnico de monitor, e na maioria das vezes não tenho tempo para ajustar os monitores e depois ir pra frente ajustar o som do PA.
Como a mesa de monitor era analógica e na mesma noite ia ter outra banda, a mesa seria totalmente modificada para esta primeira banda e depois teria que ser reajustada manualmente para o nosso show.

 
Se eu ou outro colega meu estivesse no monitor, com certeza iria colocar fones em todos da banda, porque eu teria a certeza de que tudo ia voltar mais ou menos (nunca volta 100%) como estava no sound check.
Vou dar mais uma pausa, não é muito legal escrever e comer uvas ao mesmo tempo. 
Outro dia eu continuo a conversa.
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2012!!!!!! 
Lá vamos nós novamente! 
Comecei este texto em 2011 e ainda não consegui acabar. 
Hoje já é quinta-feira dia 05 de Janeiro. 
Nem lembro qual a data que comecei a escrever isso aqui. 
Deixa eu olhar lá em cima...
Foi no dia do jogo treino entre Barcelona e Santos, vou procurar aqui no Google que data foi. 
O jogo aconteceu no dia 18 de Dezembro, então foi neste dia que comecei a escrever este texto. 
Vou novamente lá em cima ler o que escrevi para continuar aqui, e logicamente vou apelar para meu arquivo de fotos para refrescar a memória. 
Tentarei ser bem mais breve daqui por diante.
Estou ficando sem paciência para trabalhar com mesas analógicas, principalmente porque sempre tem mais de uma atração por noite e é muito chato anotar as regulagens para posteriormente “tentar” voltar para a posição que eu havia deixado ao final do sound check.
E nunca fica a mesma coisa!


O lugar do show era muito legal, uma mistura de teatro com casa de show.
Tinha uma área ampla na frente do palco, e tinha também poltronas num piso superior.
Era neste piso superior que estava também a mesa de som, uma Crest Audio (nem sei o modelo).


Estranhei que não tinha caixas para subgraves.
Se não tem, vamos sem elas, não é mesmo?
Como a outra banda era também de Recife e eu conhecia o técnico de áudio, tentei montar um input list que servisse para as duas bandas, deixando os canais sempre iguais para as duas bandas. O meu canal de baixo seria o canal de baixo dele, o meu canal de guitarra seria o canal de guitarra dele, etc.
Para tentar não mexer muito nas ligações. E foi assim que fizemos.



Fiz o sound check sem nenhum atropelo, e marquei alguns canais no meu “mapinha” de papel.
Nossas coisas foram retiradas do palco e montaram os equipamentos da outra banda para fazer o sound check.
O show aconteceu sem nenhum problema, pelo menos não me lembro de nada agora que pudesse comentar.


Meu maior receio era com a parte de monitoração, pois eu não tinha a menor ideia de como o técnico local iria fazer o trabalho dele.
A única coisa que me pediram foi para ter cuidado com o volume do som.
Tudo bem, já sei como funciona a coisa, falei para os meus botões.
Fiz todo o show sem interferência ou comentário da produção local a respeito do nível sonoro do show.


Consegui ainda me conectar na internet enquanto aguardava a hora do show, e usando o Skype (tenho um plano de 400 minutos para falar com qualquer telefone fixo do Brasil, independente de onde eu esteja), liguei para a agência de propaganda no Recife para saber se estava tudo certinho com os áudios que edito para o cliente da agência.
Me falaram que estava tudo certo, mas que estavam precisando das notas fiscais referentes aos trabalhos anteriores.



Ok, sem problemas, entrei no site da prefeitura do Recife e emiti as NF-e (Notas Fiscais Eletrônicas) que eles queriam e enviei por email.
Saudades das notas fiscais de papel? Eu? Nenhuma!
Muito menos das mesas analógicas!
Próximo show... Bruxelas.


Seguindo para Bruxelas.

Pensávamos até que seria num teatro onde havíamos feito um show anos atrás, mas este show não aconteceu no teatro e sim num palco armado num corredor dentro deste espaço onde estava o teatro.
Mais uma mesa analógica. Desta vez era uma Soundcraft MH4.
Ai meu deus, vou ter que plugar cabos de insert nos canais para usar os compressores e gates.
Ninguém merece mais isso.
Os monitores eram da NEXO, sinônimo de qualidade.
Se eu olhei qual era a marca do sistema de PA, eu não lembro mais. Só sei que nunca vi aquelas caixas antes.

 
Mais uma vez a produção local, neste caso aqui foi o técnico responsável pelo som, me falou sobre o nível sonoro. Tinha até um laptop ao meu lado marcando o nível.
Já tenho até uma frase feita para responder, que é: Ok, no problem (Ok, sem problema).
Passamos o som do jeito que deu, pois eu não podia também abrir o som na frente como eu queria porque estava havendo apresentações (ou palestras) em outras áreas.


Mesmo com o nível bem baixo e em pequenos espaços de tempo, ainda passou uma velhinha com os dedos nos ouvidos, me indicando sua insatisfação em relação ao volume do som.
Depois do sound check “meia boca”, seguimos para o hotel para um rápido descanso.
Mas ainda deu tempo para comprar vinhos Chilenos bem mais barato do que eu pago aqui em Recife. Pode? Paguei bem menos por um Casillero Del Diablo em Bruxelas do que normalmente pago aqui em Recife.


O preço do Casillero aqui em Recife, varia entre 30/37 reais.
Sabe quanto era no supermercado ao lado do hotel em Bruxelas? Sete euros (para ser mais exato 6,99)!
Usando o sisteminha de conversão que tem aqui dentro do Blog, o resultado foi R$ 16,46.
Metade do preço!!!!!!
 
Não tive nenhum problema lá na frente com o som na hora do show. O técnico local ficou todo o tempo sentado ao lado da mesa de som, mas não deu um “pitaco”.
Acho que ele só foi averiguar se eu estava dentro do limite que haviam me passado.
Mas o mesmo não aconteceu no palco.
Alguns problemas na monitoração aconteceram durante o show. A banda, após o show, comentou que tudo mudou para pior em relação ao que foi feito no sound check.
Eu conseguia ver lá da mesa de PA o desconforto dos músicos no palco.

Laptop ao lado da mesa de som monitorando o nível do som.
 
Para piorar a coisa, como eu estava mantendo o nível sonoro dentro do limite que me foi passado, a banda não estava escutando a soma do som do PA com o som do monitor como normalmente acontece.
Mas a “galera” segurou a onda no palco até o final, lembrando aquelas meninas do nado sincronizado que tem que sorrir durante toda a apresentação para não demonstrar que estão cansadas.
O público curtiu o show sem notar nada de anormal.

 
Próximo show? Amsterdã! Uh uhhhhhhhhhhhhhh (e eu nem fumo, imagine se fumasse não é?).
Silvério Pessoa já fez show neste teatro em Amsterdã em 2006. Eu estava com ele neste dia.
Voltamos agora em 2012 e o equipamento de som era o mesmo!!!!
Não recordo se os monitores eram os mesmos, mas as caixas de som e a mesinha analógica eram as mesmas!
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Teatro em Amsterdã.
Rapaz... Este texto está demorando para ser finalizado. Tá levando mais tempo do que eu levei para chegar à Europa. 
Hoje já é segunda-feira, dia 09. 
Deixa-me ver se consigo finalizar hoje... O problema é que já são 22:48h. 
Mas vou tentar.
Amsterdã, Amsterdã... Vamos lá.
Os equipamentos eram os mesmo depois de 5 anos!
A mesma mesinha antiga, mas bem conservada.
As mesmas caixas de som, somente duas, uma de cada lado logicamente.
Sound check.
Era somente esta mesa para fazer PA e monitor.

Teatro visto de cima do palco.
Nem deu tempo para alinhar os monitores.
Neste dia, além de Silvério Pessoa, teria o show de Renato Borghetti e ele passou o som primeiro porque a gente seria o primeiro show e nossos equipamentos ficariam montados.
Outra coisa boa era que nada seria mexido porque Borghetti usava poucos canais e daria para ligar todos os canais dos dois artistas na mesinha K2 da Soundcraft.
Foi muito tranquilo o sound check. E melhor ainda foi ter certeza que na hora do show tudo estaria do mesmo jeito como eu tinha deixado.
Mais uma vez a produção veio conversar comigo sobre o nível do som, e mais uma vez no meu inglês fraquinho mandei o NO PROBLEM.


Arrastei-me nas palavras falando que eu já tinha feito show naquele teatro anos atrás e sabia como era a coisa. A menina conseguiu entender (risos).
Depois de todos satisfeitos, encerramos o sound check.
Alguns da banda foram dar um “passeio” na cidade depois da passagem de som. Tínhamos um tempinho livre antes do início do show. Foram num Coffee Shop, mas não para tomar café!
Se fosse para um cafezinho eu até tinha ido, mas não curto o cigarro “natural” que muitos gostam.
Resolvi comer alguma coisa perto do teatro mesmo. Só que quase tudo estava fechado.


Morri no velho Big Mac, que é igual em qualquer parte do mundo, pelo menos nas partes que eu fui.
Na volta para o teatro, gastei toda a “sobra” das diárias num pequeno supermercado. Comprei tudo de chocolate para presentear a galera (Filho, ex-mulher, paquera, ex-cunhada, ex-sogra, irmã, etc) no Brasil.

Chocolates e mais chocolates.

Fiquei no camarim aguardando a nossa hora. 
O show foi perfeito. Tudo deu certo, a monitoração deu certo.
Coincidência ou não, foi o único show que não dependíamos de técnicos locais para fazer o monitor, e o único show em que nossos equipamentos não foram desarmados e desligados porque a gente era o primeiro a tocar.
Silvério Pessoa
 
Realmente é muito mais difícil dar errado quando nada é mexido.
O público aplaudiu por mais de dois minutos para um bis, mas infelizmente não foi possível por causa do horário. Ainda tinha show de Borghetti.

Ivan Santos e Silvério Pessoa
Ficamos no camarim bebendo os vinhos Chilenos (baratos!) que comprei em Bruxelas, e eu já pensava no longo caminho de volta que estava próximo.
Ai meu deus... Vou fazer o mesmo caminho para voltar!
Fim da turnê.


Silvério Pessoa e Biliu de Campina
Ahhhhh.
Cadê o assunto que deu origem ao título?
Pois é... Deixei para o final porque foi o caso mais inusitado.
Aconteceu em Utrecht, no hotel.
A frase que está no título é minha e eu já pronunciei esta frase mais de uma vez durante estas seis vezes que fiz turnê na Europa.
Na realidade, a frase famosa é: Toda vez que fumo esta merda, me pedem para apagar a luz!
Quem sabe um dia eu consiga explicar o sentido da frase original, mas acho que nunca vou falar aqui.
Em Bruxelas eu adaptei a frase.
Numa das farrinhas no quarto, onde eu estava com mais dois colegas músicos (não vou dizer de qual artista logicamente), enquanto eu degustava meu velho vinho Chileno, eles fumavam a erva na varanda tranquilamente.
Deve ser muito bom a liberdade de poder fumar na varanda sem se achar fora da lei.
Entendo o que eles sentem. Não fariam nunca isso no Brasil.
Pois bem...
Conversa vai, vinho vai, conversa vem, vinho vem... Decidi participar da festinha na varanda gelada.

Vista da varanda em Utrecht.
 A galera sempre adora quando eu digo que vou participar porque, como eu disse várias vezes, não gosto de maconha. E não tenho nada contra quem fuma. Já falei várias vezes também que o álcool é muito pior. Por mim, nem propaganda de bebida alcoólica passava nos meios de comunicação.
Adoro vinho, mas sou contra a propaganda de bebidas alcoólicas.
Um dia desses estava vendo TV e passou um dos inúmeros comercias de cerveja. Em certa cena, dois casais com roupas de banho e com corpos perfeitos bebiam em uma mesa na praia. TODOS os quatro tinham um copo de cerveja na mão!
Pensei com meus botões... Como vão querer colocar na cabeça do brasileiro o lance do “amigo da vez”, se na maioria das propagandas de bebidas alcoólicas TODOS bebem?
Nem vou entrar no caso do Aécio Neves que disse numa blitz que não era necessário fazer o teste do bafômetro...
Porque eu não posso dizer a mesma coisa?
Vamos voltar para maconha porque o caso foi com ela.
Todos se animaram quando eu disse que iria fumar.
Fui para a varanda e peguei o cigarrinho, dei a velha tragada lembrando dos meus velhos tempos de fumante de cigarros “normais”.
Quase morri engasgado! Tinha fumo normal misturado com a erva!
Um dos meus amigos se prontificou a consertar o erro, entrou no quarto para fazer um cigarro sem o fumo.
Ficamos na varanda curtindo o friozinho.


Este amigo voltou para a varanda e me entregou o novo cigarro na mesma hora que falava: EITA!
Eita? O que foi? Perguntei.
E ele com aquela cara de abestalhado continuou: Fechei a porta da varanda! E não tem como abrir por fora!
Puta merda! Falei.
Não tem jeito... Toda vez que fumo esta merda, acontece algo estranho!
Caímos na risada!
E agora? Frio do cacete!
E eu de bermudinha e sandália. Não tinha intenção de passar muitos minutos naquela varanda.
Ainda bem que estava com meu casaco de moleton, mas o frio estava começando a apertar, principalmente da cintura pra baixo.
Vamos fazer o que???
E tome risadas.
Vamos tentar chamar alguém dos quartos ao lado para ver se escutam a gente.
E o frio aumentando. Pensamos até em pular a divisória de vidro das varandas, mas o risco da gente cair lá embaixo era grande e desistimos.
Depois de uns bons minutos, um outro músico amigo nosso escutou nosso chamado e já chegou rindo na varanda perguntando qual foi a merda que a gente tinha feito.
Depois de tudo explicado, ele ficou encarregado de avisar o recepcionista para subir até nosso quarto e abrir a varanda.
Mas isso levou um bom tempo também. E o frio aumentando.
Eu já estava sem graça quando o recepcionista entrou no nosso quarto com aquele sorriso safado no rosto!
Abriu a porta da varanda, agradecemos e ele saiu do quarto ainda sorrindo.
Não fumei mais porra nenhuma!
Voltei para o meu vinho e a farrinha continuou.
Mas sempre ficava um dentro do quarto quando alguém ia para a varanda!
Muito provavelmente vai ser difícil eu continuar a fazer turnês no exterior.
Está interferindo nos trabalhos da minha empresa, pois ficar conectado o dia todo na internet no exterior ainda não é fácil.
Vou sentir saudades.
Um abraço a todos.

3 comentários:

FFN disse...

Geralmente qual a equalização que se faz no bumbo da bateria pra dar aquele som fechado e pesado. usa-se algum efeito? abraço

Titio disse...

Olá FFN.
Eu não tenho uma receita da equalização do bumbo. Como é muito comum diferenças no timbre das caixas do PA, esta equalização do bumbo muda constantemente. E nem sei se o meu bumbo fica com um som fechado e pesado como você diz.
Normalmente eu diminuo bastante as frequências em torno de 800-1000Hz, e depois eu vou modelando o som de acordo com as minhas necessidades. Normalmente também uso um gate (quando tem) no canal mas não aperto muito não, deixo o som "respirar".
Como falei acima, não tenho uma receita pronta. As regulagens mudam constantemente.
Obrigado por participar.
Um abraço.

Titio disse...

Ah, FFN, esqueci de comentar ainda que cada show pode ser uma bateria diferente, microfones diferentes, músicos diferentes...
Não tem como ter uma equalização pre determinada.
E quando se está fazendo o monitor é que esta equalização pre determinada não existe mesmo, porque o técnico tem que fazer o gosto do músico!
Um abraço.