terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Dica para meus queridos produtores - Como posicionar o DJ nos eventos.

 
Olá pessoal.
Antes de falar de qualquer trabalho que fiz depois do show da Del Rey no Clube Atlântico, apareceu um tema muito importante para eu comentar no Blog.
E até comentei sobre esse tema na postagem anterior, que é o DJ no palco enquanto a gente tenta religar e checar nossas coisas depois do show da banda anterior.
Pois bem...
Estava eu no sábado lá no Trapiche Barnabé em Salvador (BA), aguardando minha hora para começar os trabalhos de soundcheck com a banda Academia da Berlinda.
Enquanto uma banda passava o som, fiquei caminhando pelo local, admirando e pensando...
Por que em Recife não tinha um espaço como esse para eventos de médio porte?
E uma coisa me chamou a atenção.
Uma estrutura feita de andaimes ao lado do palco com dois tonéis de metal amarelo.
Do outro lado também tinha essa estrutura de andaimes, mas sem os tonéis.
Logo pensei que poderia ser que estivessem cheios de água, para "estaiar" a estrutura.
Para quem ainda não conhece o termo ESTAIAR, vou dar uma breve explicação.

É normal e de suma importância, fixar as estruturas de um evento ao ar livre, como o palco ou as torres com as caixas de som, usando cabos de aço presos ao solo por grandes estacas de metal.
Quando não se pode furar o chão para fixar essas estacas para prender os cabos, o pessoal usa pesos de concreto ou grandes reservatórios cheios de água, que são colocados nas bases das estruturas.
Esse procedimento é feito para prevenir que as estruturas desmoronem com um vento forte.
E foi isso que eu pensei que poderia ser aquele dois tonéis amarelos na estrutura ao lado do palco.
Mas quando olhei para o outro lado, não existia essa estrutura com tonéis.
Era só de um lado.
Oxe.
Achei estranho mas não me preocupei com isso.
Passei o som da Academia da Berlinda e fui para o hotel.
Quando voltei à noite, me deparei com a surpresa.
Os dois tonéis eram as bases da mesa do DJ!!!!!
Massa!!!!!
A estrutura extra montada era para colocar o DJ!!!
Com iluminação e sistema de monitor independente!!!!!!!
Lembrei na hora do meu caso no Clube Atlântico, e de tantos outros eventos ou festivais que participei em Recife, como o Fam Festival ou o Wehoo Festival, onde colocaram o DJ dentro do palco.
Fica aqui então a dica do Trapiche Barnabé para as produções que ainda insistem em colocar o DJ dentro do palco durante a troca das bandas em eventos com vários shows!
DJ tocando enquanto o pessoal arruma o palco para a próxima banda.
Todos vão ficar felizes!!!!
Não acham?
Um abraço a todos.

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Monitor da Del Rey no Clube Atlântico - Foi na raça! Mas não era pra ser assim.

Olá pessoal.
Eu falei na postagem sobre o trabalho no Aldeia Festival que era bem provável eu falar sobre os dois trabalhos posteriores que eu fiz.
O Papo de Música e o Natal Para Sempre.
Depois desses dois, ainda operei o som do PA do show de Siba no Crato.
Hoje eu resolvi pular esses três trabalhos, para falar desse show da banda Del Rey no Clube Atlântico de Olinda.
Por que?
Porque se juntar as dificuldades dos três trabalhos, não chega nem perto do aperreio que passei nesse show em Olinda!
Posso adiantar que o Papo de Música foi muito tranquilo.
Foram dois dias de "bate-papo" sobre música.
Papo de Música.

Uma mesa XR18 da Behringer com 5 canais de microfones (sem fio) e um canal com o áudio do vídeo que era exibido de vez em quando.
E só.
Aproveitei as quatro caixinhas JBL da sala multimídia da Caixa Cultural Recife para fazer a sonorização.
Ah... Gravei todas as conversas em multitrack no meu laptop via USB, usando meu Cubase7.
Ao todo foram oito canais de gravação.
Os cinco microfones, o áudio do vídeo e o LR da mesa de som.
O L da mesa ia para o PA e o R ia para meu gravador portátil DR-40 da Tascam.
Papo de Música.

Todos esses áudios foram enviados para o Rio de Janeiro, onde seriam montados os Podcasts.
Tudo absurdamente dentro da normalidade!
O Natal Para Sempre, não teve a mesma tranquilidade do Papo, mas nada parecido com o que encontrei em Olinda com a banda Del Rey nesse sábado que passou.
Foi tudo muito corrido no Natal, porque a montagem e checagem de todo o equipamento de som, luz e cenário foi feita no dia do evento!!
Natal Para Sempre.

Mesmo formato dos anos anteriores. Esse ano foi o décimo!
Só não participei do primeiro.
É uma peça infantil falando sobre o Natal.
Só que numa área aberta, com um público que girou em torno de 3000/4000 pessoas!
São dez canais de microfones para os atores, dois canais para as trilhas e efeitos que eu disparo do meu Cubase7, e mais quatro canais para o áudio do vídeo e CDJ.
Mudou um pouco o texto, mas eu ajustei isso com o diretor da peça no dia, pois sigo um roteiro para disparar as trilhas e efeitos.
Natal Para Sempre.

Como as mudanças não foram grandes, deu para ajustar as anotações no meu roteiro "velho de guerra" enquanto os equipamentos eram montados.
Tudo dentro de uma certa normalidade.
Mas em Olinda...
Nem sei por onde começo!
Vou até dar uma pausa no texto, para desopilar um pouco...
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Eita!!!
Falta eu fazer um resumo do show de Siba no Crato!!!
Estou com esse trabalho em Olinda na cabeça! (Risos)
Esse de Siba também não foi tão tranquilo feito o Papo de Música, mas não tem como comparar esses três eventos que estou pulando com o bate-papo na Caixa Cultural, né?
O Papo de Música, posso afirmar, que foram dois dias de férias remuneradas! (Risos)
E muito bem remuneradas!! (Ahhh se tivesse dois desses por mês...)
Siba.

No show de Siba no Crato eu fui sozinho.
Por isso eu teria que fazer o PA e monitor ao mesmo tempo, como já fiz uma vez para esse mesmo show do artista.
Já sabia que seria apenas uma mesa no evento, a CL5 da Yamaha.
No começo eu iria duplicar apenas alguns canais, como as vozes e o bumbo da bateria, para ter equalizações diferentes para o PA e monitor.
Mas depois que João (técnico do evento) me falou que ele poderia fazer o monitor usando o iPad no palco, eu dupliquei todos os canais.
Do canal 1 ao 32 eu usava no PA, e do 33 ao 64 ele usaria para o monitor.
Mas eram poucos canais nesse show de Siba... Deixa eu ver aqui... Apenas 17 canais.
Eu só dupliquei até o canal 24.
Aí ficou mais tranquilo a operação, com João me ajudando.
A única "agoniazinha" foi no começo do show, nas primeiras músicas, quando o proprietário do som foi lá na house mix me avisar que estava muito alto o som.
Confiei nele e baixei o máster, mesmo eu achando que não estava alto para mim, de onde eu estava na house mix, que ficava um pouco acima do nível do público.
Siba.

Depois disso, fui averiguar lá embaixo e realmente ainda estava alto, mesmo com a aliviada que eu dei.
Eram dois lines para frente e um cluster central, mais dois lines no fundo do palco virados para arquibancadas laterais.
Realmente tudo estava soando bem alto.
Voltei na mesa e baixei mais ainda o máster geral.
Fora isso, o resto foi bem tranquilo.
Agora, em Olinda...
Já no primeiro contato com o diretor de palco do evento em Olinda eu vi que não estava normal.
Aguardando muito para saber a empresa de som e quais seriam os equipamentos...
Difícil saber os modelos dos monitores, dos microfones sem fio...
Fui recebendo as informações em doses "homeopáticas", ou seja, um pouco de cada vez!
E mesmo assim fui para o soundcheck sem saber as marcas e modelos dos monitores, do side, dos microfones, das caixas do PA... 
Só sabia que era uma LS9 da Yamaha e uma X32 no monitor.
E qual seria o amplificador do baixo.
Os amplificadores das guitarras consegui ajustar direitinho com o diretor.
As peças da bateria também.
Quando cheguei no local do evento, que já era pra ser o soundcheck de uma das bandas da noite, nem AC (energia) tinha no palco.
Aguardando a ligação do gerador.
Enquanto aguardava, fui dar uma olhada nos equipamentos, e já imaginei que não seria um dia fácil.
Já bateu uma saudade grande dos eventos anteriores!
Enquanto isso a banda ia montando suas coisas no palco.
Aí deu aquele "click" no pensamento, e perguntei como estavam fazendo a ligação dos instrumentos.
E ninguém sabia direito explicar como seria essa ligação.
Oxe. Me lembrei do palco em Arcoverde onde o técnico sumiu. Lembram dessa postagem?
Pois bem...
Já que não tinha ninguém para decidir isso (infelizmente), eu resolvi assumir o posto, e como já tinham alguns canais ligados, combinei com os técnicos da banda que iria passar o som, que eu iria ligar meu input, e em cima desse input eles ligariam seus instrumentos.
Fui para a "medusa" e recomecei a ligar tudo com a ajuda dos roadies e técnicos das duas bandas (a minha e a que iria passar o som naquele momento).
Ainda teria outra banda, que iria passar o som depois da minha, mas eu nem sabia.
Eita, que esse texto vai ficar longo...
Dupliquei minha cena e coloquei o nome da banda que iria passar o som primeiro.
O técnico da banda foi renomeando os canais para seu show.
Os instrumentos extras que ele iria usar e que eu não tinha no show da Del Rey, a gente foi colocando no final, depois do meu último canal.
Quando meu colega foi dar uma geral nos monitores, eu já senti que os dois monitores centrais para o cantor estavam muito ruins!!!!
Um estava completamente pifado e o outro estava com o drive (médio/agudo) sem funcionar.
E eu pensando no Papo De Música... Cinco microfones legais funcionando perfeitamente...
Saudade batendo no peito!
E o tempo passando, e o tempo passando...
Deixei meu colega passar o som e aguardei minha hora pra subir no palco.
Pelo menos, eu já sabia o que me esperava.
O horário já estava absurdamente estourado.
Lembro que ainda decidi uma coisa antes de ser minha vez.
Com aqueles dois monitores centrais não dava pra fazer o serviço.
Como um dos meus músicos falou que não iria usar o monitor, tentei colocar essa caixa dele no centro, mas a mesma estava rachando!!!! (Vixe!)
Foi aí que o técnico de PA da empresa me falou que tinha uma caixa amplificada da Staner que ele estava usando para comunicação com o palco.
Ok, vamos testar.

Ele colocou no palco, falei no microfone, e decidi usá-la, pois estava bem melhor que as duas caixas que estavam no centro.
Aí deixei o colega passar o som dele.
Demorou ainda, viu?
A Del Rey já estava no local fazia um bom tempo, só vendo a "novela".
Chegou minha vez!
Puxei minha cena inicial que fiz em casa, e que já estava na mesa, e fui colocar as vias de monitor de acordo com essa cena.
Perguntei ao técnico da banda como estavam ligadas as caixas nas vias dele, e mudei os cabos fisicamente na traseira da mesa para deixar como eu queria.
Logicamente marquei nos cabos as vias dele e as minhas. 
E marquei os monitores. (Os poucos que funcionavam)
Como a Del Rey iria tocar antes da banda dele, eu mudaria só no final do meu show essas ligações, voltando para o que ele tinha deixado.
Fui dar uma geral nos monitores, começando logicamente pela via 1, do cantor, que era a bronca maior!!!!
Coloquei a caixa no centro, e fui ajustando.
Pelo menos tinha médio e agudo nessa caixa!!!! (Risos)
Mas uma caixa não resolveria, e eu teria que somar com o som do side.
Quando chegou num ponto que achei que daria pra começar o soundcheck, fui checar as outras vias, já endereçando o que o músico queria ouvir.
Eu estava usando meu iPad para controlar a mesa do palco.
Coloquei os teclados e a voz dele no seu monitor. E eu ia ajustando o timbre da caixa na hora, ouvindo o teclado e a voz dele.
Fiz isso também com um dos guitarristas, que só queria a voz dele no monitor.
Fui para a bateria, fiz a mesma coisa, colocando o que ele queria, como bumbo, caixa, voz principal e um pouco de teclado.
Mas já avisando que aquela caixa não suportaria muita "informação sonora".
Gostaram do termo?
Resumindo, quis dizer que se ele pedisse muita coisa ali, a caixa iria peidar! (Risos)
E começamos o soundcheck, eu me ajustando no palco e Buguinha lá no PA com o Line Array "made in home".
Ele não teve moleza também lá na frente.
Como falei antes aqui, me lembrou o sistema do palco em Arcoverde, quando fui fazer Mestre Ambrósio e no ano anterior fiz Banda de Pau e Corda. 
Não gosto nem de lembrar. Foi traumático.
Não tínhamos muito tempo para "procurar cabelo em ovo".
Já sabíamos do limite do sistema, e a banda ainda iria tocar antes desse show em outro local.
Quando chegamos no mínimo, decidimos parar.
Na hora do show a gente tenta ajustar o que for possível.
A banda foi embora, mas eu fiquei ainda no palco pensando em algo.
Ahhhh! Foi nessa hora que testei a caixa do guitarrista, e não antes como eu falei acima.
Vou lembrando das coisas enquanto escrevo.
Testei e ficou muito ruim porque ela distorcia.
Aí apelei, e resolvi testar a caixa que estava sem o drive, para ver se ajudaria mais do que atrapalharia.
Coloquei ela em uma via diferente, onde eu poderia equalizar ela independente da caixinha da Staner, e percebi que ela estava mais ajudando do que atrapalhando.
E deixei desse jeito.
Ajustei então o microfone dele e o da convidada para as duas caixas diferentes, onde uma não tinha médio e agudo, e dei por encerrado a primeira parte da batalha.
Só me restava aguardar pela parte final da guerra.
Fui lanchar na esquina, comendo um "X-Bacon" com uma Coca-Cola em lata.
Se é para se drogar, uso logo as pesadas!
Vou é dormir! Amanhã finalizo esse texto e faço a postagem.
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Eita, que o dia começou pesado...
Já era pra eu ter finalizado essa postagem logo pela manhã, mas acabei sendo acordado com novas missões na área pessoal. 
É a vida, não é?
Parei onde?
Ahhh... No lanche, esperando pela hora do show. Ok.
Quando a banda chegou, falei com China (vocalista) o que eu tinha feito nos monitores, pra ele não se assustar.
Na nossa hora, fui checar as coisas no palco, como posicionamento dos microfones e se estava tudo certo com as vias de monitor.
Pra completar, ainda tive um pequeno estresse com o diretor de palco, porque ele queria que eu checasse as coisas do jeito dele, porque estava incomodando o DJ.
Agora lascou...
Essa história de DJ em cima do palco enquanto a gente faz a mudança das coisas, é de um amadorismo absurdo.
Mas muito comum ainda aqui em Recife.
No Wehoo, a produção da banda Charles Brown Jr 30 Anos, exigiu que o DJ parasse e que a mesa onde estava o equipamento dele fosse colocada na lateral, sem interferir nas ligações e na checagem das coisas para o show da banda.
Exagero?
Eu não acho.
Vocês imaginam a gente ligando e testando as coisas, com um som ensurdecedor no palco?
Não existe.
Mas como eu já tinha checado todas as vias (do meu jeito, que é o normal), não me prolonguei na conversa com o diretor de palco.
O show começou, e eu fui me ajustando no palco, com Buguinha se ajustando na frente.
Mas nada desesperador.
Achei de onde vinha algumas realimentações, que era no monitor da bateria, e fui ajustando.
O vocalista não me pediu nada durante o show.
Não sei se porque estava dando para ele se ouvir, ou se por pena de mim, sabendo da situação que ele viu no soundcheck.
Não aumentei um centavo da voz dele nos monitores, só subi um pouco no side.
Só na van, quando estávamos voltando para casa, ele falou que não ouvia nada do teclado, mas não me pediu porque achava que não ia dar muito certo aumentar outros instrumentos na via dele.
Mas deveria ter pedido.
Todos na banda tocaram na raça e na coragem!
E isso refletiu no show!
Foi absurdamente bom.
Todos notaram isso em cima do palco.
A agonia maior foi no soundcheck, e não no show!
Foi uma bela recompensa por tudo que fizemos ou tentamos fazer até o final do soundcheck.
E essa cumplicidade com a banda, que entendeu o problema, ajudou muito no resultado do show.
Absolutamente ninguém na plateia imaginava o que aconteceu antes e o que estava acontecendo na hora do show!
Foi na raça!!!!!
Mas não deveria ser assim.
Banda Del Rey no Clube Atlântico em Olinda.

Muita coisa mudou por causa da pandemia, inclusive nos shows.
Acho até que já vinha mudando antes da pandemia.
O nível de exigência caiu muito por parte dos artistas e técnicos.
Muitos shows que presenciei ou até trabalhei não eram para ter acontecido, por falta de estrutura mínima!
Esse caso em Olinda foi um desses shows.
Não sei quem produziu o evento, mas deixo aqui meu ponto de vista.
Ficou bem aquém do mínimo.
Se serve de consolo, não foi o primeiro que eu presenciei, e infelizmente eu acho que muitos virão ainda pela frente.
Por mim, voltava pra casa antes de começar o soundcheck.
Mesmo liso, dispensaria o cachê.
Mas as coisas não funcionam assim, não é mesmo?
E como falou Mário Jorge uma vez pra mim: --- Titio, a gente tá sendo pago exatamente pra resolver essas broncas!
Sempre lembro dessa frase de Mário quando estou no meio de uma bronca grande num evento.
Mas... Se a produção do artista me perguntasse se era pra fazer o show...
Não tenho dúvida da minha resposta.
Vou almoçar, e preparar as coisas para mais um show com a Del Rey que vou fazer nessa quinta-feira.
Feliz da vida porque já sei qual vai ser a empresa de som!
Não deve ser a mesma produção do evento no Clube Atlântico!!!!!
Tenho quase certeza que o show de quinta-feira em nada vai lembrar esse show em Olinda!
Não falo certeza absoluta, porque em shows, tudo é possível.
Esse show em Olinda é a prova viva dessa afirmação.
Um abraço a todos.

PS: Notaram que não coloquei muitas fotos e vídeos desse show em Olinda? Foi tanta agonia que nem deu tempo para fazer isso! Só fiz esse único filme curto do show, de onde tirei as duas fotos.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Dica dos Amigos 022 - Como ouvir os microfones de comunicação o tempo todo na Rivage.

Olá pessoal.
Durante muito tempo esse foi o calo dos técnicos de monitor.
Como solar (cue) input e output ao mesmo tempo nas mesas digitais?
Vou explicar para os leigos...
Hoje em dia, é muito comum várias pessoas da equipe de um artista usarem microfones (com ou sem fio) para pedirem alguma coisa ao técnico de monitor, evitando se deslocarem até onde ele está para falar diretamente, perdendo assim um tempo precioso.
Geralmente é para ajustar algo nos monitores dos músicos, à pedido do próprio músico.
Com esse microfone eles fazem o pedido de onde estão, e muitas vezes estão bem longe do técnico de monitor.
Pois bem...
Para o técnico de monitor poder escutar esses microfones, ele tem que deixar esses canais (Input) dos microfones em "solo", enviando esses sinais diretamente para sua saída de fone.
O problema é que em todas as mesas digitais, quando o técnico solava a via de monitor (Output) de algum músico, era cortado o solo dos microfones (Input).
A gente não podia solar Input e Output ao mesmo tempo.
E ainda é assim na maioria das mesas digitais.
Já mostrei aqui como resolver isso na Dica dos Amigos 004, fazendo ligações (digitais e físicas) na mesa, ainda acrescentando equipamentos externos, como um in-ear ou amplificador de fones estéreo, como o que tenho da Power Click.
Essa dica de hoje do Matheus Madeira mostra como fazer isso na Rivage da Yamaha sem precisar de equipamentos externos, só ajustando algumas configurações internas da console.
Mas essa dica só serve para as mesas da série Rivage da Yamaha, ok?
Não vão tentar isso numa LS9 ou CL5 que não tem essas opções.
Segue o vídeo feito por Matheus.
Sei que isso também é possível na Avid Venue S6L, e vou pedir ao meu Amigo Kalunga para fazer um vídeo explicando.
Por enquanto, fica aqui a dica da Rivage.
Valeu Matheus.
Um abraço a todos.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Downtown Aldeia Festival - Pulando de mesa em mesa.

Olá pessoal.
Comecei esse texto no mês passado, mas vou tentar finalizar essa semana.
Hoje é segunda-feira, dia 04 de dezembro.
Esse fim de semana trabalhei no Natal Para Sempre, e no anterior eu estava no Papo de Música.
Acredito que vou falar também desses dois trabalhos anteriores.
Muito bom sair um pouco da rota dos shows de música, abrir mais o leque dos trabalhos de operador de áudio, principalmente porque na maioria dos trabalhos fora dos shows, os cachês até são melhores, e recebo num prazo bem menor.
Para terem uma ideia, já recebi os cachês do Papo de Música e do Natal Para Sempre.
Mas vamos para o Downtown Aldeia Festival, que aconteceu no dia 18 de novembro, um sábado.
Mas já na quinta-feira eu estava lá com Gera, acompanhando o alinhamento do sistema.
Já recebi também por esse trabalho, porque é um evento privado, não tem prefeitura ou governo no meio!!!!
Graças ao bom deus de vocês.
Ainda estou aguardando dois cachês, um de junho (Caruaru) e outro de Taquaritinga do Norte, que aconteceu em julho. Mas esse último recebo essa semana, já emiti a NF para a produtora da banda que tocou no evento da cidade.
Mas vejam o tempo que aguardamos para receber quando é a prefeitura ou o governo quem contrata o artista!!! (Nada de risos!)
Problema "muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiito antigoooooooo"!!! Que ninguém resolve!
À princípio, nesse Downtown Festival fui contratado para ficar no PA, para operar o som das bandas locais, caso a banda não tivesse técnico.
Ainda existe chance de algumas bandas levarem o técnico para fazer o PA, mas para o monitor essa probabilidade é quase zero!!
Achei estranho o convite, mas aceitei.

O problema era que seriam duas mesas de som, e falei que não era muito viável eu operar o som dos dois palcos porque seria complicado passar o som das bandas, principalmente porque são inputs diferentes, mesas diferentes.
E na hora que eu estivesse operando o som do show, a outra banda estaria no outro palco ligando e checando tudo.
Eram dois palcos, com duas mesas de monitor e duas mesas de PA.
Mas achei estranho também mixar o som de apenas um palco.
Estava tudo certo para ser assim, mas durante o alinhamento na quinta-feira com Gera, já fui vendo um jeito para eu conseguir mixar os dois palcos.
Com o alinhamento do meu amigo, já fica bem mais fácil fazer o trabalho.
Eu quis acompanhar o trabalho dele para ver como seriam as ligações do sistema, e também para tentar aprender alguma coisa dessa função, que tem um importância absurda no resultado final.
Uma simples troca de "preset" de caixas pode esculhambar tudo, né Gera??? (Risos)
Foi nesse dia do alinhamento que fui falar com Sávio, diretor técnico do evento.
E falei que teria um jeito simples de resolver o problema de operar o som dos dois palcos, principalmente porque as duas mesas do PA eram iguais!
Duas Venue Mix Rack da Avid.
Ahhh! Foi o segundo evento do Line Array da empresa Luminário.
Um VTX A12 da JBL.
Vinte e quatro caixas distribuídas em 3 lines (L-R-L).
Ou seja, 8 caixas para cada Line.
Gosto dessa montagem, que tive o primeiro contato quando fazia o SESI Bonecos com meu "Menudo" Ítalo da Bizasom.
O estéreo está presente nos dois palcos.
A única coisa ruim que acho é ficar na frente do PA central, onde não dá para sentir bem o estéreo e tudo fica bem mais alto em relação a quem está vendo o show na frente dos dois palcos.
Mas paciência... Não dava pra ter uma "house mix" no centro de cada palco.
Como sabíamos que dificilmente iria aparecer banda local com técnicos de PA e monitor, resolvemos fazer um input único para todas as bandas locais.
Bateria, baixo, duas guitarras, teclado, sampler, computador (VS), vocais e voz principal.
Todos esses instrumentos seriam ligados nos mesmos canais nos dois palcos!
Montamos esse input único depois de olhar o rider das bandas locais.
E caso aparecesse algum instrumento novo que não estava no rider, a gente colocava lá no final, ou em algum canal que não foi usado pela banda anterior.
Deu mais que certo a ideia!!!!
Depois que passei a primeira banda no palco 1, coloquei a cena dessa banda no pendrive e levei para a mesa do palco 2. Deixei ela lá.
O segundo soundcheck seria ainda no palco 1.
Usei a cena da primeira banda para começar, onde quase nada era diferente.
Ou seja...
Era só levantar o fader novamente, pois seriam outros músicos, com outros instrumentos.
A "pegada" de cada músico variava, mas eu já estava com tudo pré ajustado.
Baixava todos os faders, ajustava o ganho para aquele músico com seu instrumento e ia levantando o fader...
Numa escala, tudo já chegava 70% bem, ou até mais!
Em vez de ter que ajustar canal por canal do zero para cada banda, fiquei ajustando 30% ou bem menos em todos os canais de todas as bandas que operei o som.
Só UMA banda trouxe o técnico de PA.
Técnico de monitor, como eu já esperava, nenhuma levou.

Dois sinais eu tinha que colocar nas duas mesas.
O microfone do apresentador, e o áudio do vídeo.
Meus dois cabos Z resolveram o problema, e eu "splitei" (dividi) o sinal do microfone que vinha do palco e o sinal de áudio do vídeo que estava na house mix para as duas mesas de PA.
Vi esse cabo Z com meu amigo Vini, e depois da explicação dele, vi que era uma ferramenta muito legal para ter em mãos.

Numa explicação rápida, esse cabo pode fazer a função de 2 cabos mais 2 adaptadores.
Tanto pode dividir uma entrada para duas saídas ou uma saída para duas entradas.
Só nesse exemplo eu já precisaria ter dois cabos diferentes! 
Já encomendei mais dois cabos Z com Neto.
Ele faz tão bem feito, que coloquei a propaganda dele aqui no Blog.
Sem ele me pagar nada por isso, ok?
Nem desconto eu tenho!!!
Quando é bom, faço questão de divulgar.
Nunca recebo nada para falar bem de algum equipamento, ou som, ou lugar etc.
E nem sempre o que é bom pra mim pode ser bom para outros.
Pois bem...
Dividi os dois sinais (microfone e áudio do vídeo) e enviei para as duas Venue.
Lindo!
Aí foi só ficar pulando de mesa em mesa.
Tanto no soundcheck como na hora dos shows!
U2 by The Hoc's.
Só fiz dois ajustes no alinhamento de Gera...
Durante o primeiro soundcheck, andando pelo local, subi 2dB no front e no subgrave, e coloquei esses ajustes em todas as cenas das bandas que operei o som.
Falei sobre esses ajustes para Rafael, o único técnico que foi operar o som de uma das bandas do Festival.
Nem lembro se ele colocou os ajustes na cena dele, mas avisei.
Expliquei para os técnicos de Lobão e de Biquini Cavadão (que agora é só Biquini) como estava ligado o sistema, quais as saídas da mesa iam para o PA, front e sub.
Falei logicamente do L-R-L.
E eles fizeram esses ajustes nas cenas de suas bandas.
Nenhum dos dois reclamou do L-R-L.
Muito bom o som dos dois shows!!!
Estava com medo de passar vergonha com as bandas locais, depois que vi o soundcheck de Lobão e Biquini.
Por algumas razões... Talvez uma diferença técnica entre eu e eles (técnicos), e por eles usarem muitos plugins pagos, que só quem sabe o que é um plugin, entende quanta diferença faz.
O som da caixa de Lobão estava um absurdo. Era uma pancada!
Rafael chegou do meu lado e falou no meu ouvido: --- Titio... O medidor de sinal (meter) do canal da caixa quase não se move! (Risos)
Mesmo assim, acho que passei bem com as bandas locais, sem muitos arranhões.
Coldplay by Parachutes. (O pessoal do vídeo "comeu mosca" no nome da banda gringa.)

(Infelizmente, não sei quem filmou o vídeo acima. Se estiver lendo essa postagem, identifique-se!)
Acredito que o som do Festival ficou mais homogêneo com minha decisão de operar todas as bandas, sem tantas diferenças entre os shows.
Mesmo eu pulando de mesa em mesa!!!!
E mesmo sem ser mesa de bar!!!
Se foi homogêneo para melhor ou pior, deixo para quem estava lá falar alguma coisa.
Falando em bar...
O cachê em dinheiro do meu trabalho eu já recebi.
Falta chegar aqui em casa o restante do cachê...
Algumas garrafas de vinho de Portugal.
De vez em quando dou "pistas" da minha filosofia que sempre carrego comigo, onde o dinheiro não está no primeiro tópico para eu decidir alguma coisa!
Muita coisa vem antes do dinheiro, como eu gostar do festival, da banda ou do evento.
E eu acho muito legal esse Downtown Aldeia Festival.
Depois penso no cachê.
Um dia eu quero ir como espectador, como público.
Mas a produção do evento ainda não me deu essa chance!
Vou beber meu vinho daqui a pouco, vendo um joguinho na TV aqui em casa.
Só que vai ser vinho do Chile!
Um abraço a todos.

PS: Lulinha!!!! Mande meus vinhos!!!!

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Banda Eddie em Arcoverde - Da moleza à dureza em pouquíssimo tempo.


Olá pessoal.
O último trabalho que eu comentei aqui foi o show de Lirinha no Festival SESC de Economia Criativa em Arcoverde, né?
Pois bem...
Depois do show de Lirinha, continuei no mesmo hotel aguardando a Banda Eddie, que iria fazer um show no mesmo Festival no outro dia (11 de novembro).
Mas dessa vez eu iria operar o som do PA.
Júnior Evangelista, que operou o som do PA do show de Lirinha me passou um resumo do que ele passou lá na frente, e o mais preocupante era a mesa de som, que estava com vários faders com problemas.
O timbre das caixas do PA também não ajudava, e já sabendo que eu iria no outro dia operar o som para a Banda Eddie, peguei a cena de Júnior do show de Lirinha e montei a cena da Eddie em cima, aproveitando os ajustes que ele deu no PA.
Já adiantaria meu serviço.
Mas pelo que me recordo, e não tenho ideia do que aconteceu, a cena não veio como eu tinha montado... Ou eu fiz alguma besteira no caminho!
Parti para o plano B.
Evangelista me avisou que não apagou a cena da mesa após o show de Lirinha.
Conferi, e ela realmente estava ainda lá.
Dei o "load" na cena de Lirinha e montei novamente em cima a cena da Banda Eddie enquanto o pessoal montava as coisas no palco.
Mas até hoje estou "encucado" sem saber o que aconteceu que não deu certo com a cena que montei no dia anterior no hotel.
Não vou perder tempo chorando o vinho derramado...
Deu tempo de montar novamente a cena enquanto os instrumentos da Eddie eram ligados no palco.
A produção não levou técnico de monitor, e eu já sabendo disso, no dia anterior com Lirinha, perguntei ao meu colega técnico da empresa de som se teria algum problema ele fazer esse serviço.
Falou que não teria problema algum, e assim foi.
Ele deve ter puxado uma cena dele e ajustou para a Banda Eddie.
Lembrando que eu não usei caixas de monitor no show de Lirinha no dia anterior, ok?
Nem chequei essas caixas, não tinha ideia de como estavam "falando".
Só me restava torcer para dar certo no palco.
Eu ia tentar fazer o melhor na frente.
Coloquei minha música para tocar, e fui escutar o som do PA.
Não mexi em quase nada nos ajustes que Júnior tinha feito, e fiquei aguardando para iniciar o soundcheck.
Eu estava em desvantagem no PA com relação ao show Lirinha, pois na Banda Eddie tem muitos instrumentos percussivos, que era preciso microfones para a captação.
No caso de Lirinha, só tinha os microfones das vozes! O resto era eletrônico.
Vou ali no mercadinho comprar um panetone para comer no meu café.
Pobre não janta, toma café!
Adoro panetone, mesmo sem ser no final de ano!
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Estava falando de que mesmo?
Ahhh. Dos microfones.
Muita gente acha que os microfones não influenciam num show.
O que é um erro absurdo!
A captação é o primeiro passo para o show dar certo.
Sonoramente falando.
O sistema de PA pode ser excelente, mas se a captação for defeituosa, lascou tudo!
Vou dar um exemplo fácil.
Um microfone com uma cápsula ruim, que não consegue captar os graves, o técnico pode puxar todo o grave do mundo na equalização que o som não vem!!!!
Independente do sistema de Line Array custar mais de um milhão de reais!
Simples assim.
Lembro que pedi para trocar um microfone que estava na conga, pois o som que chegava para mim era muito estranho.
Trocaram o microfone e tudo mudou!
Não posso reclamar do atendimento da equipe da empresa de som.
Lutaram com a gente para deixar o melhor possível.
E foi isso que ajudou.
Encerramos o soundcheck quando achamos que estava minimamente controlado.
Não adiantava muito procurar "cabelo em ovo".
Voltamos para o hotel e aguardamos pela hora do show.
Na hora, tudo voltou no seu devido lugar, e fui me ajustando na mixagem.
Vi que o Line Array era bem limitado e respeitei esse limite.
Lutei durante todo o show com a mesa de som, para evitar que o fader de algum canal baixasse de vez.
E na "Lei de Murphy", se um canal parar, vai ser o da voz!
Tentei usar o mouse para fazer a mixagem na tela de monitor, para evitar mudar de página de fader, onde o risco era grande do fader "enganchar" com essas mudanças de páginas (Layers).
De vez em quando esquecia do problema nos faders e mudava de página, mas dei sorte.
Nada enganchou!
Sabendo das limitações, cheguei num ponto, inclusive de volume, que decidi parar de ajustar, achando que estava bom para mim e consequentemente(?) para o público.
Esse consequentemente nem sempre funciona, viu?
O técnico pode até achar que está bom, mas o público não. E vice-versa!
Bem... Não chegou ninguém na mesa de som para reclamar.
E era bem fácil ter acesso à este local, que ficava no mesmo nível do público, com uma proteção mínima.
Tinha como uma pessoa me dar um tapa e sair correndo! (Risos)
Mas isso ficou longe de acontecer.
Achei bem legal o resultado final, principalmente porque eu sabia das limitações dos equipamentos.
Mas o público não tem a menor noção dessas limitações.
Eles querem um som bom, e ponto final!
Durante o show da banda Eddie, chegou meu colega Elson, técnico de som que iria trabalhar no próximo show, do sanfoneiro Cezzinha.
Mas não passaram o som antes.
Iriam ligar os instrumentos na hora, checar e começar.
Falei para ele que eu iria deixar minha cena na mesa, caso ele quisesse ligar as coisas nos mesmos canais do meu show, o que poderia ajudar para quem não passou o som.
Voltei para o hotel pensando...
Que diferença para o dia anterior... Onde nem fiz força pra tudo dar certo no monitor de Lirinha, com todos usando fones, e com quase tudo sendo eletrônico!
Tudo pode mudar em menos de 24h num mesmo palco!
Não é?
Como não existe uma padronização nos equipamentos, variando muito de acordo com o poder ($$$) da empresa de som, o nível de dificuldade varia constantemente entre shows.
Já me dei muito bem em sistemas precários, e também me dei mal em sistemas "top de linha".
A probabilidade do profissional se dar bem no sistema melhor é grande.
Mas isso também não é uma verdade absoluta, é só uma questão de probabilidade.
E de probabilidade em probabilidade, vou seguindo nos trabalhos, como o que fiz nesse fim de semana, operando o som do Festival Papo de Música, que aconteceu na Caixa Cultural Recife.
Cinco microfones sem fio, para um bate-papo sobre música.
Todos ligados numa XR18 da Behringer. 
A probabilidade era grande do resultado ser perfeito.
Mas será que foi?
Aguardem, que vou falar sobre isso numa das próximas postagens.
Um abraço a todos.

PS: Dias depois, entrei em contato com Elson para saber se ele tinha usado minha cena (e de Evangelista também!) no show dele.
Respondeu que sim, e que tinha ajudado bastante na correria.

terça-feira, 21 de novembro de 2023

Dica dos Amigos 021 - Como fazer rapidamente canal ou via estéreo na PM5D.

 
Olá pessoal.
Qualquer dica para agilizar a operação na PM5D é muito bem-vinda!
Essa é bem antiga, mas é bom deixar guardada aqui no Blog.
Nesse vídeo curto de Tiago Borges, ele mostra o modo mais rápido para se fazer um canal ou via estéreo.
Se ligar que na PM5D, só se pode fazer canal ou via estéreo do ímpar para o par.
Ex: Canais 1-2 ou 23-24. Vias 7-8 ou 11-12.
Ele fala isso no vídeo abaixo, que coloquei também no meu canal do YouTube.
Acho que não tem maneira mais rápida de se conseguir isso na PM5D.
Um abraço a todos.

terça-feira, 14 de novembro de 2023

Ingressos para shows - Não precisa me explicar, eu só queria entender!

 
Olá pessoal.
Tem duas coisas que me incomodam (faz um bom tempo) no setor de shows, eventos e casas noturnas.
Em 2011 já falei aqui no Blog que o "flanelinha" é o câncer da vida noturna.
Não mudo uma vírgula do que falei naquela postagem.
Muito do insucesso dos bares no Recife Antigo aqui na minha cidade se deve ao "assalto a mão desarmada" dos flanelinhas.
Depois quiseram "cadastrar" essa turma, mas já era tarde demais!
Quem quiser ver essa minha postagem de 2011, clique AQUI.
Pois bem...
Tem outro câncer que destrói os shows e eventos.
E se chama CAMBISTA!
Do meu ponto de vista, se acabarem com essas duas doenças (flanelinha e cambista), tudo muda na área do entretenimento.
Se os nossos (fracos) gestores vão tentar, ou são capazes de acabar com isso, eu não sei!
Mas não tenho dúvidas que tudo seria bem diferente sem esses dois "profissionais".
Dando uma passeada pela internet hoje, me deparei com esse vídeo de Regis Tadeu falando sobre ingressos e meia entrada.
Achei muito pertinente colocar esse vídeo aqui.
Cada um que tire suas conclusões.


Um abraço a todos.

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Operando o monitor de dois shows de Lirinha - Mixagem quase idêntica para todos.

 
Teatro do Parque. (Foto by Raynnara)
Olá pessoal.
Por causa de uma indicação do meu amigo Adriano Duprat, recebi o convite da produção de Lirinha para operar o monitor do show mais recente dele chamado "Mêike Rás Fân".
Vou usar a abreviação MRF nas próximas vezes que falar o nome do show, ok?
Seriam dois shows.
Um no dia 04/11 aqui em Recife no Teatro do Parque e outro no dia 11/11 num palco na rua armado pelo SESC em Arcoverde, também em Pernambuco.
Festival SESC de Economia Criativa.
Fiz alguns trabalhos de monitor com o Cordel do Fogo Encantado, onde Lirinha era o vocalista, e por causa disso, achei que esse novo trabalho dele poderia ter alguma coisa a ver com o que vi no Cordel.
Mas ao receber o rider técnico, pude notar que esse novo trabalho é totalmente diferente (sonoramente) do que eu vi com a banda de Arcoverde.
Soundcheck no Teatro do Parque. (Foto by Raynnara)
Eu poderia falar que tem duas coisas em comum nos dois trabalhos: POESIA e TEATRO. 
Lirinha deixa bem claro nesse novo trabalho que a poesia é uma parte muito importante do show.

São apenas 2 músicos que o acompanham no MRF.

Dizin. Show em Arcoverde. (Foto by Thaís Taverna)
Seu filho Dizin, que toca guitarra, baixo, sintetizadores, percussões eletrônicas e faz vocal, e Dan, que toca baixo, guitarra, sintetizadores, acordeom e também faz vocal.
Dan. Show em Arcoverde. (Foto by Thaís Taverna)
Muitos canais são de equipamentos eletrônicos.
Muita base eletrônica, sintetizadores (Synth) e alguns vocais pré-gravados.
Tudo gerenciado por um laptop.
O "click" guia os três durante todo o show, indicando até qual vai ser a próxima música.
Todos os três escutam esse guia durante todo o show.
E todos, logicamente, usam in-ears sem fio.
Para os leigos, vou explicar.
Show em Arcoverde. (Foto by Thaís Taverna)

Com caixas de som na monitoração dos músicos, não podemos enviar esse guia (click ou outras informações internas) para essas caixas, pois os microfones vão captar esse som e todos na plateia vão escutar.
Por isso é imprescindível o uso de fones para os músicos que vão ter que escutar esse guia.
Tanto pode ser com fio ou sem fio, mas tem que usar fones de ouvido.
Nesse caso aqui eles usam sistemas sem fio porque ficam trocando de posições durante todo o show.
Pelo que me recordo, no Cordel do Fogo Encantado não tinha elementos eletrônicos...
Era muita percussão junto com os violões de Clayton.
Fui conferir isso aqui no rider técnico do último show do Cordel que trabalhei...
Quatro canais de eletrônicos.
Nesse show de Lirinha são nove canais.
No Cordel são muitos instrumentos percussivos.
No MRF não tem sequer um instrumento de percussão.
Show em Arcoverde. (Foto by Thaís Taverna)
No palco, só dá para escutar acusticamente o som do acordeom e das vozes (quase nada) dos três.
Até o som da guitarra sai direto do pedal eletrônico para a mesa de som.
Não tem amplificadores de guitarra e de baixo no palco!
Os sinas vão direto para a mesa de som.
Show no Teatro do Parque. (Foto by Raynnara)
Isso causou um problema no show em Arcoverde, que eu só fiquei sabendo depois.
A mesa de luz ficou no palco (infelizmente), e minha amiga Natalie (iluminadora) me falou depois que não conseguia escutar bem a voz de Lirinha porque não tinha som dessa voz no palco, ela escutava o que voltava do som da frente (PA) que era para a plateia.
Se ela tivesse me falado antes, eu colocaria um in-ear reserva que eu tinha, e ela escolhia o que queria escutar no fone.
Mas ela só me falou disso no outro dia!!!!!!!
"Tadinha"...
Mas vamos para o primeiro show, que aconteceu no Teatro do Parque.
A produção alugou o sistema de in-ear sem fio.
Foi um PSM900 da Shure.
A mesa de monitor seria a do teatro, uma DL32 da Mackie. (Foto abaixo)
Muito legal a mesa, mas tem que ter um iPad para utilizá-la.
Nem tem editor offline para laptop.
Temos que montar uma cena inicial no aplicativo feito para iPad.
E foi isso que eu fiz.
Só que fiz errado!!!
No vídeo abaixo, mostro um pouco do aplicativo Master Fader 5, usado com a mesa DL32 da Mackie.
Vídeo caseiro, com cachorro latindo e gente falando no prédio.
Existem dois modelos de DL32.
DL32R e DL32S.
Montei a cena usando o editor da 32S e no teatro era uma 32R.
Mas não acho que foi isso que causou o problema lá, onde meu iPad não conectou com a mesa.
Todos os outros dois iPads dos amigos conectaram normalmente.
Então não era problema com meu roteador, e sim alguma configuração no meu iPad...
Como não tinha muito tempo para procurar a causa, e tinha outros iPads disponíveis, peguei o de Adriano, que iria fazer o som do PA, e montei novamente a cena inicial.
Enquanto o pessoal ia ligando as coisas no palco, fui ajustar os sistemas de in-ear com Adriano.
Dan me falou que era praticamente a mesma mixagem para os três.
Então comecei fazendo a mix para o fone dele e copiei essa mixagem para os outros dois in-ears.
A DL32 tem uma função muito prática para copiar a mixagem em outras vias.
Show de bola!
Depois de fazer as cópias, fiz só pequenos ajustes nos fones dos músicos.
Pequenos ajustes mesmo!
Um pouquinho a mais ou a menos do guia (click) para um, ou mais voz ou menos voz de Lirinha para outro. Coisas simples...
Soundcheck no Teatro do Parque.

Enquanto a gente ia fazendo o soundcheck, meu amigo Bruno, técnico de som do teatro foi ver se achava qual seria o problema para meu iPad não conectar com a mesa, e quando ele foi fazer um teste já perto do final, apareceu uma mensagem, que poderia ter sido o motivo do bloqueio da conexão, onde perguntava se o usuário permitia o acesso à rede sem fio.
Mesmo não lembrando de ter visto essa mensagem na primeira tentativa de conexão, a gente deu OK no aviso e meu iPad conectou normalmente.
Como estava tudo controlado no iPad de Adriano, fiz o show com ele, não troquei pelo meu.
Uns dias antes falei para Adriano que seria legal a produção alugar uma DL32 que eu sabia que um amigo nosso tinha, para levar no segundo show, mas depois do soundcheck desisti da ideia, porque seria bem tranquilo fazer esse monitor, independente da mesa que estivesse no show em Arcoverde.
O mais importante seria alugar o sistema de in-ear, que eu tinha certeza que não teríamos esse equipamento no evento do SESC, e que é muito necessário nesse show.
E foi isso que a produção fez, depois de confirmar que realmente não teria sistema sem fio lá.
Nesse show do teatro, foi tudo tranquilo do início ao final.
Mêike Rás Fân no Teatro do Parque.

Só um contratempo na saída de fones da mesa, que estava com um atraso, e no soundcheck não tive tempo de tentar achar onde estava essa configuração.
Sabíamos que tinha isso nas configurações da mesa, mas ninguém sabia onde era.
Durante o show, como estava tudo controlado, fui atrás da solução do problema e achei onde se fazia essa configuração.
Resolvido.
Show em Arcoverde. (Foto by Thaís Taverna)

No rider pede duas caixas de monitores e também o side, mas conversando com Dan e Lirinha, fiquei sabendo que essas caixas só seriam usadas numa emergência, por causa de alguma falha nos in-ears.
Como não tive surpresas durante o soundcheck e também no show, essas caixas não foram utilizadas.
No final do show, tive a certeza absoluta que não seria necessário alugar a DL32 pra usar no outro show!
Levamos o mesmo sistema de in-ears para Arcoverde.
Eu já sabia que a qualidade do equipamento era bem abaixo do que usamos no teatro.
Não tinha nem os DIs necessários para o show, mas resolvi isso conversando com o diretor de palco, e o equipamento foi providenciado.
Nem o teatro tinha a quantidade necessária para o show. (Risos)
Adriano levou 4, se não me falha a memória.

Show em Arcoverde. (Foto by Thaís Taverna)

A mesa de monitor era uma M7CL da Yamaha, e eu montei uma cena inicial em casa, antes de seguir para a cidade no interior de Pernambuco.
O nosso grande problema foi o horário do soundcheck, onde o sol entrava forte pela frente do palco, superaquecendo o laptop, causando falhas no seu funcionamento.
Perdemos um bom tempo com isso, mas quando o laptop estabilizou, foi tudo bem rápido, como eu imaginava que seria.
Fiz exatamente como no teatro.
Mixando tudo para Dan, e depois copiando essa mixagem para Dizin e Lirinha.
Mesmo perdendo muito tempo com o aquecimento do laptop, não passamos muito do horário reservado para nosso soundcheck.
Meu amigo Júnior Evangelista estava fazendo o som do PA, substituindo Adriano.
Lá na frente foi mais complicado, porque a mesa de som estava com problemas em vários faders, dificultando a operação.
Só tive um problema com a mesa de monitor.
Não consegui conectar com meu iPad, e Evangelista me falou que isso está acontecendo muito com ele e as mesas M7CL.
Diferente de como fiz no teatro, liguei um microfone ao lado da mesa de som e coordenei o soundcheck falando com os músicos sem sair da mesa.
No teatro, eu fazia isso ao lado do músico, principalmente porque nem mesa tinha lá, tudo era feito no iPad mesmo.
E foi até melhor fazer com o microfone, onde o músico não precisava tirar o fone para me escutar.
Todos satisfeitos no palco e lá na frente, encerramos a passagem de som.
Aguardar pela hora do show.
Show em Arcoverde. (Foto by Thaís Taverna)

Eu estava curioso para ver a reação do público com o show.
Por que?
Como falei bem no começo do texto, o show tem um clima bem "teatral", e um show num palco aberto na rua, o clima é bem diferente de um teatro.
Todos em pé, bebidas alcoólicas, churrasquinho, cachorro quente, e ainda pode ter o "boyzinho" com o carro estacionado na esquina com o som nas alturas!!!!
Nesse show só não teve o boyzinho com o som alto do carro.
O resto teve.
E eu, particularmente, não sabia qual seria a reação do público, mesmo sendo a cidade onde Lirinha nasceu e viveu por vários anos.
Como tínhamos bastante tempo para montar e ligar nossos equipamentos, foi tudo tranquilo para começar o show.
Festival SESC de Economia Criativa. (Foto by Thaís Taverna)

Essa era minha segunda dúvida nesse trabalho.
Como tem muita conexão "melindrosa", onde até se usa o Bluetooth para disparar sons, não é muito legal fazer isso na correria.
Mas deu tempo para montar, ligar e testar tudo!
Principalmente porque o laptop não sofreu mais com o sol escaldante.
Sobrou tempo!
Ficamos esperando o aviso para começar.
Acho que quem sofreu um pouco nesse show foi Natalie, nossa iluminadora, pois acredito que o material era bem aquém do normal para esse trabalho, e ainda ela operou a luz do show no palco!
E sem ouvir direito as coisas!
Como disse antes, esse problema eu teria resolvido para ela.
Mas não adianta agora chorar o vinho derramado!
Adoro esse ditado popular (adaptado por mim).
Eu até bebo mais leite do que vinho, mas se for pra chorar, vou chorar pelo vinho.
Pago entre 25/30 reais por 750ml.
Tem que chorar mesmo quando derrama!
Né?
Mêike Rás Fân no Festival SESC de Economia Criativa.

Foi massa!
O público reagiu muito bem com o show, não teve ninguém na frente do palco pedindo para tocar forró ou "pisêro"...
E nem apareceu o "bebinho" com a garrafa de cana na mão gritando TOCA RAUL!!!!!
Durante o show, mostrei para o técnico de monitor da empresa de som, apontando para os marcadores de nível das vias, como era praticamente a mesma mixagem para as três vias.
Os oito indicadores se moviam quase idênticos, como se fosse o mesmo sinal.
Oito?
Sim. Quatro vias estéreo.
Fora as vias dos músicos, eu tinha uma de reserva para alguma emergência.
Essa via reserva estava recebendo o mesmo sinal da via de Lirinha.
Mas eu mudaria isso rapidamente, caso a emergência acontecesse nas outras vias.
No vídeo abaixo, que fiz durante o show, aparece a mesa de som com os marcadores de nível das vias modulando.
Mêike Rás Fân no Festival SESC de Economia Criativa.

Ahhh! Falando em via...
Inaugurei meu M-Vave nesses dois shows.
Com o equipamento eu fico monitorando as coisas sem ficar preso à mesa.
Posso dizer que é um in-ear sem fio de pobre!
Mas funciona muito bem para o que eu queria!


Sei de muitos casos onde esse equipamento barato é usado como monitor para músicos e/ou cantores!
O equipamento é bem frágil, não é profissional, mas tá salvando muita gente!
Perfeito para o que eu queria.
E é o que importa!
Mais perfeito ainda foi a mensagem de elogio da produtora no grupo de WhatsApp para a equipe técnica depois dos dois shows!
Jathyles e Natalie (luz), Adriano e Evangelista (PA), Raynnara (roadie).
Acho que a gente mereceu mesmo.
E acho também que Jathyles, Raynnara e Natalie vão soletrar os nomes até o final da vida!
Ildemar é mais fácil. (Risos)
Um abraço a todos.

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Dica dos Amigos 020 - Como copiar e colar na Si da Soundcraft.

 
Olá pessoal.
Nem lembro mais quando foi a última vez que operei o som usando alguma mesa da Série Si da Soundcraft!!!
Nunca gostei muito das Si maiores (Si1, Si2 e Si3).
Desde o primeiro contato, achei a mesa "dura", chata para navegar, com uma tela minúscula(!) que está em todas as mesas da série Si.
Colocaram muitas informações no display dos canais, e por causa disso são letras e símbolos minúsculos, dificultando o entendimento.

Clique na imagem para ampliar.

Acho que não foi coincidência ela não ter sido aceita pelo mercado, e não são mais fabricadas (Si1, Si2 e Si3), foram descontinuadas.
Dificilmente encontramos uma dessas grandes pela estrada.
A Soundcraft lançou também versões "compactas" da Série Si, onde temos a Impact, Performer e Expression, com a mesma telinha minúscula...

Clique na imagem para ampliar.

Mas já colocaram os principais botões de controles fixos na superfície da mesa, como ganho, polaridade, 48V, compressor, gate, equalizador etc. (Foto abaixo)
Si Expression3. (Clique na imagem para ampliar)

Aí facilitou muito a operação e elas conseguiram um lugar no mercado, principalmente em shows e eventos menores.
Essa dica de hoje, mais uma do Tiago Borges, mostra como copiar as configurações de um canal e colar em outros.
Eu lembrava "mais ou menos" do caminho, mas é sempre bom deixar as dicas aqui no Blog, principalmente para ajudar quem nunca se deparou com uma mesa dessas nos trabalhos em shows e eventos.
Segue abaixo o vídeo feito por Tiago, que eu sempre coloco também na minha página no YouTube.


Vou sempre colocar dicas, mesmo que eu ache que são dicas simples, mas para muita gente não serão simples como eu acho.
Valeu Tiago por mais essa.
Um abraço a todos.

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Pocket Show de Flaira Ferro, Laís de Assis e Ylana Queiroga - Simples, curto, mas ótimo de se ouvir.

 
Fórum Internacional "Recife: Cidade Não Sexista".
Olá pessoal.
Esse show apareceu de supetão, e aconteceu até antes do trabalho que fiz no Coquetel Molotov.
Acabei não escrevendo sobre ele por achar que foi tudo bem simples, mas pensando hoje sobre o trabalho, achei que deveria escrever algo sobre aquele dia.
Por isso vou atropelar a cronologia das postagens, falando de um trabalho que fiz antes do trabalho da última postagem.
O Festival No Ar Coquetel Molotov aconteceu no dia 21 de outubro.
Não estou lembrando se a produtora de Flaira me ligou no dia 13 ou 14...
Foi num desses dois dias que ela me ligou, perguntando se eu poderia operar o som de um pocket show que iria acontecer no dia 16/10 (segunda-feira!) no Teatro Luiz Mendonça que fica no Parque Dona Lindu, aqui em Recife.
Ela me explicou que seria bem simples... As vozes de Flaira Ferro e Ylana Queiroga, mais a viola com Laís de Assis.
Estranhei o dia do show, mas ela também me explicou que era um evento organizado pela vice-prefeita da cidade, e que tudo foi decidido subitamente.
Um Fórum Internacional.
Ok, vamos nessa!

Mais uma vez, fui substituindo meu Amigo Vini, técnico oficial de Flaira Ferro.
Como eu já tinha feito um trabalho no teatro com PC Silva no final de setembro, peguei a cena do show dele, aproveitei a equalização do PA e dos monitores, e montei a cena desse pocket show.
A equalização do PA eu usei pra valer, nem mexi, mas dei uma ajustada na equalização dos monitores, pois eram outros microfones e outros instrumentos.
E usei a mesma técnica que fiz no show anterior de PC, duplicando os canais, para ter a liberdade na equalização separada entre monitor e PA.
A única coisa "chatinha" foi um pequeno ruído nos monitores causado por interferência elétrica, que não teve jeito de ser sanado.
Avisei às três artistas, que entenderam, e seguimos em frente no soundcheck.
Ajustei os 3 canais nos monitores para elas, e só depois fui lá pra frente com o iPad para usar os outros 3 canais duplicados no PA, com equalização e compressão independentes do monitor.
E mais uma vez a escolha pela duplicação dos canais ajudou na operação.
E como funciona essa duplicação? (Para os leigos)
Os três sinais (2 vozes mais a viola) estão ligados respectivamente nas entradas físicas 1, 2 e 3 da mesa.
Uso os canais 1, 2, e 3 da mesa para controlar os sinais que vão para o PA, e nos canais 6, 7 e 8 da mesa eu configuro digitalmente para receberem também os sinais das entradas físicas 1, 2 e 3.
Só não posso, depois de ajustado, mexer no GANHO dessas entradas 1, 2 e 3, porque é o mesmo ganho dos canais duplicados. Quando eu preciso de mais nível do sinal do canal no som do PA, eu vou no ganho do compressor do canal (1, 2 ou 3) e aumento. Assim, não interfere em nada nos volumes dos sinais que estão indo para o palco.
Quando um músico, por exemplo, pede para colocar mais grave ou menos agudo na voz ou no seu instrumento, vou no equalizador dos sinais que estão nos canais 6, 7 ou 8 da mesa.
Vou mexer só na equalização dos sinais que estão indo para os monitores.
Espero que tenha dado para entender algo...
Seguindo.
Colocaram novamente a mesa de som na cabine do teatro, que de tão longe para chegar, quase chamo um Uber!
O iPad me salvou mais uma vez.
Pelo que me falaram, a mesa fica lá em cima pelo menos até o final do ano.
O que achei "engraçado" foi que no lugar onde fica a mesa de som na parte de baixo do teatro, no local ideal para se operar o som de um show, estava armada uma bancada com outros equipamentos, que nem fui olhar o que era.
Oxe!
Por que eles podem colocar os equipamentos lá e eu não?
Tirei onda, logicamente.
Perco o amigo, não a piada.
É horrível operar o som lá da cabine!
A referência sonora é completamente diferente em relação a quem está na plateia.
Ainda tinha disponível duas caixas na cabine para monitorar o som, mas pedi para desligar, porque eu iria conferir esse som colocando minha cabeça na janela que ficava à frente da mesa M7CL, e era onde estava a iluminadora Natalie Revoredo, que sempre faz a luz dos shows de Flaira Ferro.
Os dois vídeos que coloquei aqui na postagem, mostram essas minhas idas até à janela.
Eu até poderia operar o som lá embaixo, usando o iPad.
Mas tive receio de perder o sinal num momento crucial, causando danos ao espetáculo, onde eu levaria muito tempo para chegar (correndo) na cabine para consertar algum estrago.
Era tão longe, que era capaz de chegar lá já no final do show! (Risos)
Fiquei lá em cima mesmo, e tudo saiu como planejado.
Foi um show curto, sem ensaios, e o resultado foi muito bom.
A proposta da vice-prefeita era essa mesmo. 
Um show intimista de "voz e violão".
O resultado foi tão bom, que já tem gente pensando em levar esse formato para outros eventos.
Realmente foi muito legal o resultado, ótimo de se ouvir!


Como tive que ir algumas vezes na mesa de som durante o soundcheck, caminhei mais quilômetros nesse dia do que quando vou fazer minhas caminhadas (raras!) na UFPE!
Fez até bem para minha saúde, que anda tão maltratada...
Maltratada por mim mesmo.
Um abraço a todos.