quarta-feira, 29 de julho de 2009

Parece mentira... Mas foi verdade! - Caso 5

Olá pessoal. No interior da Paraíba, armaram o sistema de PA fora da área coberta do evento. Dentro do ambiente colocaram duas caixas por lado. Dá para ver na foto as duas caixas em um dos lados na parte coberta. Até o próximo caso. Um abraço a todos.

Rapidinha (nem tanto!) 20 – Sempre aprendendo e nunca satisfeito.

Estou aqui em casa tomando vinho (pra variar) e ouvindo gravações de shows de vários artistas que tenho guardado aqui comigo. Muitos shows de Silvério logicamente. Na Alemanha, no Brasil, em Paris, em Olinda, na Bélgica, na França, em Garanhuns, em Carpina, na Suíça. Shows de Lenine, Lula Queiroga, Siba e a Fuloresta, Renata Rosa, Chico Cézar, e até de um pianista chamado André Mehmari que gravei quando fiz o MIMO em Olinda. Me cobro muito, sempre. Nunca estou satisfeito com o que faço. Defeito? Pode ser. Tento mudar e não consigo. E agora com 43 anos é que é difícil mesmo. Mas ouvi num filminho besta na TV um diálogo em que uma pessoa falava: --- As pessoas não mudam, a não ser que você dê motivos. Mudei nestes últimos anos, porém, não muito. Mas mudei. O baque da separação me fez mudar. Nada como um susto! Parei de fumar por causa de um susto. Espero mudar mais. Gostaria muito acreditar em deus. Não vejo muita chance, mas gostaria. Sofreria menos. Quem tem fé sofre menos. Eu sei disso. Rever as pessoas amadas que já se foram. Como seria bom isso, meu deus! O desespero alimenta a fé. Boa frase. Acredito nisso. O que este texto tem em comum com os bastidores de um show? Quase nada. Mas queria falar de aprendizado. E as mudanças do ser humano não deixam de ser um aprendizado. Tive poucos empregos na minha vida. Sempre fui, e ainda sou um apaixonado por esportes. Já fui goleiro de futebol de salão, tentei o campo, mas minha altura não contribuiu, pois tenho menos de um metro e oitenta. Para goleiro de futebol de campo, sou baixinho! Quando vi que não seguiria a carreira de atleta, fui procurar emprego. Meu primeiro emprego, como de muitos, foi de vendedor. Não demorei dois meses. Foi o único emprego que o patrão me chamou para falar que eu não dava para o serviço. Todos os outros trabalhos que consegui, fui eu quem disse que não queria mais! Consegui um emprego no escritório de um posto de gasolina logo após sair da empresa de representação. Já estava no terceiro mês. Não via nenhuma perspectiva naquilo. Gerente de posto? Era o máximo que conseguiria. Foi aí que tudo começou a mudar. Mas eu resolvi mudar! Meu sobrinho, Yoran Júnior, que deu origem a meu apelido, já trabalhava na noite fazia um bom tempo. E ele era o DJ principal da melhor boite de Recife na época. A Over Point. Referência até nos dias atuais. Isso foi em meados dos anos 80. Soube que seu ajudante tinha saído. Não pensei duas vezes e liguei pra ele e falei: --- Se quiser, eu te ajudo aí na boite. Vou aprender mais do que ficando aqui no escritório de um posto de gasolina. Falei que meu salário no posto era um salário mínimo mais 30% de insalubridade. Ele falou que eu poderia sair do posto que ele pagaria este mesmo valor para eu ajudá-lo. Pedi demissão e fui trabalhar na boite. Não sabia nem como ligava um amplificador. Passei um ano ajudando ele e observando como tudo funcionava. O curso da vida foi fazendo com que ele saísse e eu ficasse. Tornei-me o DJ principal. A boite começou a me pagar. Aprendi muito lá. Operava o som ao vivo da casa. Até nos dias atuais é raro um DJ aqui em Recife (nem sei se tem) operar o som ao vivo. Cheguei num estágio parecido ao posto de gasolina... Aonde vou parar? Sócio do dono da boite? Difícil acontecer isso. Pedi para sair e fui trabalhar num estúdio de gravação. Leo Dim (Lula Queiroga, Mundo Livre S/A) já trabalhava lá como técnico de gravação principal. Acabei indo para a área de jingles comerciais, sem lidar com gravação de instrumentos, pois toda base era programada no teclado. Gravava principalmente vocais. Neste estúdio comecei minha carreira em shows. Comecei operando o monitor da banda Versão Brasileira sem ter a menor noção do que era fazer um monitor num show. Meti a cara. Leo fazia o PA. E fui seguindo em frente. Depois de um bom tempo, fui indicado para substituir um amigo no monitor do show de Silvério Pessoa. Nunca mais me esqueço do primeiro show na frente do Mercado Eufrásio Barbosa, no carnaval em Olinda em 2004. Em 2005 ele me convidou para ir com ele para a Europa, para fazer o PA dos shows dele! Mesmo sem achar que estava preparado para tal trabalho, e muito incentivado por amigos, aceitei! Foram 110 dias fora do país. Minha primeira saída do país e logo passando 110 dias! Quando voltamos, não queria mais fazer o monitor. Adorei fazer o som da frente! De 2004 até este dia atual, só deixei de fazer 5 shows dele. Tenho certa cumplicidade, me identifico com o trabalho de Silvério. Os mesmos amigos que me indicaram para fazer Silvério me indicaram para fazer Alceu Valença, Otto, Mundo Livre S/A, Nação Zumbi, Jorge de Altinho, Abril Pro Rock, MIMO, Philips Festival, etc. Fui Seguindo. Aonde quero chegar com esta conversa toda? Olhando pra trás, como um esportista frustrado, um ex-escriturário de um posto de gasolina, ou um ex-DJ, e ouvindo os shows gravados em que operei o som do PA, eu fui absurdamente longe demais! Longe demais mesmo! Mas ouvindo os shows gravados que peguei com meus amigos Denilson (Lenine), Leo Dim (Lula Queiroga) e Fernando Narcizo (Chico Cézar), vejo que falta muita coisa ainda. E ainda bem que não estou satisfeito, pois quando você está satisfeito com o que faz, e acha que não precisa melhorar, você é engolido e fica pra trás. Cansa achar que sempre não está bom? Cansa. Mas...

terça-feira, 28 de julho de 2009

Turnê com Jorge de Altinho e Festival de Inverno de Garanhuns – Estrada, som e vinho (muito vinho).

Olá pessoal. Acabei de chegar em casa vindo de Garanhuns. Nada como sua casa. Sempre disse isso nos meus textos. Como vocês já sabem, emendei dois trabalhos, e me faltou tempo para atualizar o Blog. A falta da câmera fotográfica que perdi no meio da turnê com Jorge também ajudou para esta não atualização, pois sem imagens acho que fica meio sem graça os textos. Ainda tenho algumas fotos aqui que baixei para o laptop antes de perder a máquina. Não tenho o dom dos grandes escritores que não precisam de imagens para ilustrar porque só o texto deles faz você imaginar o lugar, ou o ambiente, ou o personagem. Gostava muito de ler os livros de Sidney Sheldon. Mas quem me fez gostar de leitura foi o livro “Capitães de Areia” de Jorge Amado. “Feliz Ano Velho” de Marcelo Rubens Paiva também é uma grande obra. Tenho que voltar a gostar de ler. Meu filho está lendo “A menina que roubava livros”. Vou aproveitar o incentivo passivo que ele está me dando e vou ler este livro para pegar o embalo novamente. Leiam. Sem querer e sem saber, aprendemos com isso. Sem contar que acaba virando um prazer este ato. Você viaja sem sair de casa. Falando em viajar...

Rodei muito com Jorge de Altinho no mês de junho/julho. Teve dia de passar 16 horas dentro do ônibus, só parando para o café da manhã, almoço e janta. Fora os três shows que já comentei em texto anterior, ainda fiz mais 25, totalizando assim 28 shows. Dez em Pernambuco (Gameleira, Olinda, Caruaru, Gravatá, Petrolina, Timbaúba, Limoeiro, Iati, Recife e Granito). Sete shows em Alagoas (Major Izidoro, Maceió, São Miguel dos Campos, Porto Real do Colégio, Girau do Ponciano e Maceió). Nove shows na Paraíba (Campina Grande, Matinhas, Bananeiras, Sapé, Solânea, João Pessoa, Boa Ventura, São José do Sabugi e Curral Velho). Um show no Rio Grande do Norte (Extremoz). E um show em Sergipe (Aracaju). Como vocês podem notar, é muito show para comentar. Mais uma vez vou fazer um resumo.

Peguei todo tipo de equipamento, todo tipo de hotel, todo tipo de café da manhã, todo tipo de almoço e todo tipo de jantar. Sou defensor da diária de alimentação. O que é isso? Alguns artistas optam por este método, que consiste em adiantar um valor em dinheiro por dia para os técnicos e músicos. Este valor por dia varia entre artistas e/ou empresas de som e serve para o profissional se alimentar durante o evento ou turnê. O valor normalmente é calculado para duas refeições (almoço e janta) porque normalmente o café da manhã é por conta do hotel. Com este dinheiro em mãos, cada um resolve o que vai comer e aonde vai comer. E a produção do artista também não tem mais que se preocupar com a alimentação da banda e técnicos. Já soube de caso de músico que deixou de comer para economizar o dinheiro e acabou passando mal de fome. Não posso negar que já dei uma economizada na Europa, mas não deixando de comer e sim comendo algo mais baratinho para sobrar uns eurinhos para tomar uma cerveja na Bélgica, ou comprar uma camisa de um time de futebol em Amsterdã.

A turnê com Jorge de Altinho, como eu já imaginava, foi um corre-corre. Só sabia qual era o equipamento de som quando chegava à cidade ou na hora que chegava ao palco para montar nossos equipamentos. Em alguns (raros) casos fazia o sound check e deixava tudo armado, pois seria o primeiro show. Encontrei muita mesa digital no monitor, mesmo em som de pequeno porte.

Quando eu tinha tempo, ligava os monitores individuais que a produção havia comprado atendendo a minha solicitação. Mas em todos os shows, impreterivelmente, eu ligava o in-ear sem fio de Jorge de Altinho. Foi o que me salvou porque em muitos casos os monitores eram de péssima qualidade. Enquanto meu colega que fazia o PA era responsável por um equipamento pessoal para usar na voz do cantor, eu fiquei responsável por 8 fones, 8 amplificadores de fones, 8 cabos para ligar estes amplificadores, 3 microfones para os metais, 3 microfones para os vocais, o microfone sem fio e o in-ear do cantor. Não é de graça que eu não tenho mais simpatia em fazer monitor. O trabalho é muito maior e o cachê não acompanha.
E foi assim a turnê. Som bom, som razoável (na maioria), som muito bom (raro) e som muito ruim (não raro). Teve dia de ter dois shows na noite. Essa era a parte mais estressante, pois o segundo show (ou ambos) era feito passando o som na hora do show. Como não estou acostumado com isso, pois geralmente os trabalhos que faço têm sound check, me desgastei mais que o normal. Dos 12 músicos da banda, eu só conhecia 4. Mas não tive problemas com isso, pois no decorrer do trabalho, nos tornamos uma equipe. Eu tentando ajudar eles e eles tentando me ajudar. Quase quebro o dente do guitarrista ao bater no seu pedestal de microfone ao tentar ajustar um problema no palco. Se os dentes dele fossem iguais aos meus, com certeza teriam quebrado com a pancada.

Quase perto do final da turnê, conversado com o produtor de Jorge de Altinho, Fabrízio, e tentando acompanhá-lo (sem sucesso) numa dose de uísque, falei que uma turnê dessas poderia ser usada como finalização de um curso de operador de monitor. (risos)

Voltamos para Recife, onde fiquei 4 dias descansando e segui para Garanhuns. Iria operar o som do teatro para a empresa PA Áudio no Festival de Inverno de Garanhuns. Nunca tinha feito tal trabalho.

Garanhuns... Adoro Garanhuns. O clima de lá, o chocolate de lá, o chocolate quente de lá, o pastel de lá. O frio me faz lembrar a Europa. O céu cinzento lembra Amsterdã. Foi muito bom conhecer Amsterdã. E olha que eu não sou usuário de maconha. Para quem curte, lá é o paraíso. Tenho vários amigos que consomem a erva. Minha opinião? Não vejo muita diferença entre a maconha e o álcool. Estava uma vez na praia com minha irmã e minha tia, uma sessentona. Esta tia me criou quando minha mãe morreu. Se eu não me engano, ela nem chegou aos 40 anos. Eu tinha sete! Minha tia gosta de cerveja, e estava tomando seu copinho quando minha irmã brincou: --- Cuidado Tereza, para não ficar bêbada. E ela respondeu: --- Oxe! E qual é a intenção de beber álcool?!?! (risos) Você bebe? Se bebe, não recrimine quem fuma maconha. A diferença é que uma droga faz propaganda com mulheres bonitas na televisão e paga impostos altíssimos e a outra não. Para mim, todas as duas são drogas. Por causa dessas minhas idas à Europa, hoje eu adoro vinho seco. Adoro os vinhos Chilenos, principalmente os da Concha y Toro. Tome duas garrafas de vinho Chileno, que o efeito vai ser bem próximo, ou até pior do que fumar um cigarro de maconha!

Pois bem... Comprei com meu (ex) sogro 15 garrafas de vinho para levar à Garanhuns. Já tomamos duas antes de viajar vendo um jogo na TV. Restaram 13 garrafas, mas três dessas garrafas eram da minha (ex) esposa. A família dela é de lá. Inclusive eu ficaria hospedado na casa dos tios dela. A ferida da separação já não dói tanto. Sempre adorei as farras na casa desta tia dela e vou continuar fazendo. (risos)

Grande parte da minha diária de alimentação foi destinada à compra de “apetrechos” para farra, ou seja, cerveja, carne para churrasco, carne para almoço, queijos, etc. Passei dez dias em Garanhuns e só fui sacar dinheiro da minha conta no último dia para comprar os chocolates para os familiares.

Vamos esquecer um pouco as farras de Garanhuns e vamos ao evento.

Estava programado para eu operar o som do PA do palco instrumental, mas algo deu errado na licitação e a empresa que me contratou perdeu o palco instrumental. Ligaram-me falando que precisariam mesmo assim de mim, só que para cuidar agora do som do teatro. Ok. Vamos lá.

Se eu não me engano, pedi para colocar uma pequena torre de delay (atraso), pois isso ajuda na sonorização porque não precisamos colocar muito volume no som do PA para que chegue ao fim do ambiente. Quanto mais alto o som do PA nestes ambientes em que as caixas ficam muito próximas do público, mais incômodo fica para quem está perto das caixas do PA. Com o reforço da torre de delay no centro do teatro, o som do PA é mais baixo porque temos este reforço no meio que cobre até o final do teatro. Por estas caixas que estão no meio estarem mais próximas de mim e dos espectadores do fundo, o som que sai delas chega primeiro do que o som das caixas do PA que estão na beira do palco. Por causa disso ATRASAMOS o som que sai destas caixas do meio fazendo com que o som delas chegue no mesmo tempo que as caixas do PA, parecendo que elas nem existem. Por causa deste atraso que damos nestas caixas, elas são chamadas de torre de delay. Em shows de grande porte você encontra muito estas torres de delay também. Não tive quase trabalho nenhum neste serviço. Espero que meus amigos da empresa de som não leiam isso, pois vão querer “chorar” no cachê! Mas foi exatamente isso que aconteceu. Eu tinha à minha disposição seis microfones headsets (do tipo que Madonna, Chororó e Joelma da banda Calypso usam). Com estes microfones o cantor fica com as mãos livres para dançar e interpretar. Mas nenhum ator quis usar os microfones em nenhuma peça, preferindo fazer na garganta mesmo. Fora estes microfones, ainda tinham 4 microfones tipo “condenser” muito útil para captação de vocais, mais alguns direct Box (DI) para ligar instrumentos como um violão ou acordeom e mais alguns microfones para voz. Em algumas peças a trilha sonora foi feita na hora por músicos. Não pude fazer o primeiro dia de espetáculo porque já tinha fechado um trabalho para operar o som da A Trombonada no palco instrumental. Arrumei tudo pela manhã no teatro e chamei um colega meu para operar o som. À tarde, antes de passar o som no palco instrumental, fui ao teatro mostrar para este amigo como estavam ligadas as coisas lá. Tudo certo, tudo explicado. Era tudo bem simples. Fui operar o show no palco instrumental.

No outro dia, conversando com o colega (André (ex) Gordo), ele me falou que foi tudo certo e que acabou colocando dois microfones condenser para ajudar na captação das vozes dos atores. Mesmo os microfones não podendo ficar muito próximos, eles ajudaram. Aproveitei esta deixa dele e posicionei no segundo dia de espetáculo dois microfones desses espaçados na frente do palco e os outros dois coloquei escondidos no meio do palco, um em cada lado, para captar do meio para o final. Usei esta posição de microfones em todos os dias de espetáculo! Dependendo da posição do ator no palco, subia ou baixava o volume do(s) microfone(s).

Neste segundo dia de espetáculo, a trilha sonora foi contínua. Era um som de ondas do mar quebrando o tempo todo. Eu tinha um DVD player para fazer este serviço e ele era muito ruim, pois não tinha pausa no aparelho, só no controle remoto dele, que logicamente não estava lá com o equipamento. Sabia que não daria para fazer sonorização de peças que trocavam de trilhas muitas vezes. Por isso, quando apareceu a primeira peça com um trabalho mais complexo de sonorização, fui pegar um CD player de DJ no outro palco sonorizado pela mesma empresa de som. Não devolvi mais o aparelho até o final do evento, descartando por completo o DVD player.

De diferente, só a atriz do RS que faria um monólogo, que trouxe o microfone próprio que era colocado na testa. Ela trouxe também seu operador, que diga-se de passagem, merecia um bom cachê porque ele cuidava de tudo na peça. Só não mexeu na mesa de luz, mas o resto ele fez. Nos primeiros dias eu chegava cedo ao teatro, mas acabamos percebendo que não adiantava muito chegar cedo, pois o pessoal tinha que montar cenário e afinar luzes. Depois comecei à chegar perto das três horas da tarde para organizar a parte sonora, que normalmente era muito simples. E foi assim durante todo festival. Tomei mais vinho do que trabalhei. As peças começavam às 19h e terminavam sempre antes das 21h. Encerrava minha noite sempre nos bastidores ou na house mix do palco principal, conversando com os amigos e tomando vinho. Vi bons shows e outros nem tanto.

Ainda operei o som do PA no show de Silvério Pessoa no palco principal do festival. O sistema era um line array da DAS AERO48 muito bom da Bizasom. As mesas, tanto de PA como de monitor era a digital PM5D RH. Muito boa também. A minha da frente estava com um pequeno (e velho) problema em um dos faders que enganchava quando eu mudava de layer (página). Este defeito é comum nas mesas da Yamaha, principalmente na M7CL. Só não tinha visto ainda na PM5D. E dependendo do canal, é um problema desastroso. Pois o fader não sobe quando voltamos à página em que ele está na posição de cima, cortando o som do canal. Imagine isso acontecendo na voz principal! Como o canal não era tão importante assim, não troquei digitalmente o lugar do instrumento para outro fader.

Devido à estrutura do palco, o line array ficou muito baixo em relação ao solo, prejudicando assim a dispersão do som pelo ambiente. Se aumentasse muito o volume, o mesmo ficava ensurdecedor para quem estava perto das caixas.

Como tinha visto e ouvido o belo som do show de Lula Queiroga, feito pelo meu amigo Leo Dim, não tive dúvida, perguntei ao técnico da empresa de som se a cena do show de Lula ainda estava na mesa. Ele respondeu que sim e eu parti desta cena para fazer o show de Silvério Pessoa. Mesmo a maioria dos canais não coincidindo, você pega o alinhamento do som do PA. Se eu achei bom no show de Lula, pra que eu zerar tudo? Modifiquei alguns detalhes ao meu gosto e segui em frente. O risco que você corre numa atitude dessas, é pegar uma cena que tenha algo muito particular do show do seu amigo (ou nem tanto amigo), como a entrada de canais trocados ou volta de algum efeito externo pelos canais de volta de efeitos internos, etc. Peguei uma vez a cena de Mário Jorge, amigo meu que faz Elba Ramalho, e um dos canais não chegava pra mim. Depois de verificar se estava ligado certo no palco e na minha mesa da frente, descobrimos que o canal simplesmente estava com seu input modificado digitalmente.

Liguei no outro dia para Leo elogiando o som que ele fez e informando que tinha aproveitado a cena dele para fazer o meu show. Gostei muito do resultado. E gostei mais ainda quando escutei o áudio da gravação do show. Muito legal.

O engraçado foi que Leo Dim voltou lá para fazer outra banda. Disse que começou do zero e achou estranho. Perguntou ao técnico da empresa se a cena que era de Lula Queiroga e virou Silvério Pessoa ainda estava gravada na mesa. O técnico disse que sim. Ele puxou minha cena (que era dele) e fez o seu show agora em cima da minha cena. Estamos na era digital. (risos)

Ainda teve um churrasco com feijoada atrás do palco no sábado pela manhã. Fazia tempo que não comia uma feijoada daquelas.

E isso foi o Festival de Inverno de Garanhuns, pelo menos para mim, pois o festival é muito maior que isso, só que não participei do resto. Tem ainda dança, artes plásticas, palco pop, palco forró, palco cultural, palco gospel, teatro infantil, etc.

Ah... Ainda comprei três garrafas de vinho lá, pois meu estoque acabou. Tomei até as três garrafas da minha (ex) esposa que não foi pegar a mercadoria!

Estou partindo semana que vem para o centro-oeste do Brasil com a Bizasom. Vou fazer o SESI Bonecos. Só volto dia 10 de setembro!

Vou levar a máquina fotográfica do meu (ex) sogro, pois a minha nova que meu amigo Roberto “Chaplin” Riegert está trazendo só chega depois que eu já estou na estrada.

Um abraço a todos.