sábado, 14 de janeiro de 2012

Trabalhos em dezembro – (Quase) Nada a declarar.

Olá pessoal.
Sexta-feira... Resolvi não sair de casa (pra variar).
Sexta-feira 13! Lembrei agora. Não tenho nenhuma superstição. Passo embaixo de escadas, deixo a sandália virada, nenhum número me diz nada a não ser o valor numérico de alguma coisa. Branco no réveillon? Tanto faz. É até difícil eu usar branco nos meus dias porque suja muito.
Abri meu Travessia, cortei uns salaminhos e peguei umas azeitonas. Não tem queijo parmesão hoje! Vou escrever este texto, que espero que seja breve, e depois vou ver um filminho comendo pipoca. Ontem dei boas risadas com o filme nacional Cilada.Com, quero ver se acerto novamente num filme legal. Tenho muitos ainda no meu HD externo.
Voltei da Europa no final de novembro.
Ainda fiz três trabalhos em dezembro, mas em nenhum deles eu consegui tirar fotos.
Puxei pela memória aqui para ver se tinha algo que eu poderia falar destes três trabalhos e nem pude ver as fotos para ajudar.

 
A única novidade foi fazer o som do PA de um show de Naná Vasconcelos.
Foi a primeira vez que fiz isso.
Eu já tinha feito o monitor deste artista há muitos anos atrás.
Fui convidado para substituir meu Amigo Normando, que é quem normalmente trabalha com Naná.
O show aconteceu em João Pessoa. Ahhh, João Pessoa... Quase vou morar lá anos atrás, procurei até apartamento para alugar. Quem sabe um dia ainda faço isso.
Este show de Naná Vasconcelos em João Pessoa seria com o violoncelista (entre outras especialidades) Lui Coimbra.
Canta muito o rapaz, me impressionou.


Chegamos à cidade um dia antes do show.
Fui com meu Amigo iluminador Roberto Riegert no local do show neste dia em que chegamos para ver a estrutura do evento.
O nome do evento era Festival Música do Mundo.
Muito legal o evento. Na praia, aberto ao público e tendo a música instrumental como foco principal. Muito bom.
Palco grande, som grande!
Nomes como: Marcel Powell, Grupo Uakti, Renato Borghetti, Toninho Horta, Wagner Tiso, entre outros.
E deu gente? Nos dois dias que eu fui, deu sim, e muita!
O equipamento de som (acredito que a luz também) era da empresa Brilha Som, que se não me falha a memória, é de Campina Grande.
Equipamento legal, sistema AERO28 da Espanhola DAS... Acho que eram 12 caixas por lado. Nem lembro quantas caixas de subgraves tinha, mas vi que era mais do que eu precisaria para fazer o show de Naná Vasconcelos e Lui Coimbra.
Mesa digital M7CL da Yamaha no PA e no monitor.
O sound check foi muito tranquilo.
Neste show de Naná com Lui são menos de 15 canais ao todo!
Minha preocupação maior era com o monitor porque era só eu para fazer o trabalho, como foi na Europa. Tinha que torcer para o técnico da empresa “acertar a mão” no palco.
Foi muito rápido a passagem de som. Deu tempo de voltar ao hotel para aguardar a hora do show.
Como tinham três shows por noite, o equipamento de Naná e Lui foram desmontados, mas nada foi desconectado.
Só tivemos um probleminha antes de começar o show no setup de Lui Coimbra que perdeu as configurações.
Vou tentar ser breve para explicar este setup.
Lui, além do violoncelo, toca violão, rabeca, e solta uma base eletrônica.
Todos os instrumentos entram na placa de áudio dele, onde ele processa os sinais e acrescenta efeitos dentro do laptop.
Normalmente ele envia tudo para duas saídas da placa (L/R) e este sinal vai para o som do PA e monitor.
Pedi para ele separar pelo menos o sinal do violão e da base eletrônica, para eu ter separado estes canais lá na frente, pois queria ter uma liberdade maior para equalizar o violão e para aumentar ou baixar o nível da base eletrônica.
Ele fez isso. Mudou as configurações que ele normalmente usa.
Quando ele ligou o laptop, estas configurações que foram modificadas no sound check não vieram como ele tinha deixado.
Por isso, esperamos um tempinho para ele reorganizar as configurações novamente.
Fora isto, foi tudo ok.
Achei muito legal o resultado do meu trabalho.
O som do violoncelo já chegava muito bem e com efeitos (delay e reverber).
Só mexi um pouco na equalização.
Vi um vídeo deste show dois dias antes em casa para ter uma ideia de como era a “coisa”.
Me ajudou bastante.
É coisa simples como esta, de ver um vídeo do show, que pode fazer a diferença num trabalho. Eu não fui fazer o trabalho “nas escuras”.
Tudo bem... O equipamento de som era bom... Os microfones eram bons... Os instrumentos eram bons... Os músicos, nem se fala!
Facilitou, eu sei disso.
Mas nem eu tinha muita certeza de que seria tão bom porque nunca tinha feito.
Todos ficaram satisfeitos e é isso que importa.
Teve até jantar depois na orla para comemorar o bom trabalho.
Moqueca de peixe e vinho!!!! Tomei o meu velho Reservado da Concha y Toro.
Como eu sei que todos ficaram satisfeitos? Como eu sei que os músicos que estavam no palco ficaram satisfeitos com o som da frente se eles não escutam o som da frente?
É aí que entram os familiares e amigos dos músicos. Muitos destes amigos dos músicos são músicos também.
Estas pessoas são os ouvidos dos músicos que estão no palco.
A esposa de Naná estava ao lado da house mix durante todo o show. Ela deve ter dado a opinião dela para o marido.
Isso acontece também com vários artistas.
A esposa de Tom Zé é quem dava a palavra final para encerrar o sound check. Foi assim em vários shows que trabalhei com ele no FITO.
É uma faca de dois gumes!
O problema é que, dependendo do “nível” do amigo ou familiar do artista, uma única opinião pode fazer você perder o emprego!
Me assustava com estes “testes” alguns anos atrás.
Com o tempo este incômodo foi diminuindo.
E vai diminuindo cada vez que você confia mais no seu trabalho e conhece mais os seus limites.
Um conselho?
Quem sou eu pra dar conselho, mas...
Tente sempre ultrapassar os limites. Com isso vamos tendo mais confiança no nosso trabalho.
Não era nem para eu falar o que vou falar agora, porque fiz o contrário várias vezes, mas quem tem que decidir é você.
Não tente ultrapassar os limites durante um trabalho (um show, uma turnê, etc), tente aprender antes.
Um abraço a todos.

Nenhum comentário: