domingo, 29 de junho de 2008

Siba e a Fuloresta em Aracaju – Acostumar novamente a dormir deitado!


Olá pessoal.

Esta pérola de frase foi dita por um dos músicos que acompanham Siba, quando estávamos chegando de volta a Recife neste sábado, depois de fazer um show em Aracaju na sexta-feira. Fui convidado para substituir o operador de áudio de Siba neste show, pois o mesmo não poderia ir.

Contando da hora que sai de casa na sexta-feira de madrugada até chegar ao palco, foram dez horas, pois tivemos que pegar a banda que mora em Nazaré da Mata e houve um pequeno atraso lá, pois um dos músicos da Fuloresta tinha sido hospitalizado neste dia, e pelo que pude entender pelas conversas, as últimas viagens feitas pelo grupo foram a causa de tal internamento, pois o músico tinha mais de 80 anos e estava sentindo na pele o desgaste que tais viagens proporcionam. Eu tenho a metade da idade dele e chego moído em casa! Depois destas 10 horas pra ir, levamos mais 10 para voltar, pois teve parada para o café e parada para o almoço. Totalizando 20 horas, na grande maioria dormindo sentado, pois fomos e voltamos de madrugada. Por causa disso o músico falou que iríamos ter que nos readaptar a dormir deitado. Achei o máximo esta frase e resolvi começar falando deste desgaste.

Detalhe da mesa de P.A. e o rack de periféricos (compressores, gates e efeitos) ao lado. Numa mesa digital, todos estes equipamentos do periférico e muito mais estão dentro da mesa!



Por causa do atraso, fomos direto para o palco fazer o sound check. O input list de Siba e a Fuloresta é muito simples. São apenas 15 canais e não usa bateria, nem baixo, nem guitarra, nem acordeão, nem teclados. Por causa disso, combinei com o responsável pelo som, que poderíamos armar todos os nossos equipamentos numa determinada parte da mesa, fazendo com que estes canais não fossem mexidos, facilitando assim o meu trabalho e o trabalho do pessoal da empresa de som também que não precisaria anotar nada. As duas mesas eram analógicas.

O input deste show de Siba era formado por percussões (3 bombos, uma caixa e um ganzá), 4 metais (sax, trombone, trompete e tuba), dois vocais e a voz de Siba. Por causa do desfalque do músico que foi internado, acabei usando só 12 canais.

O sound check foi muito rápido. O técnico da empresa de som fez um monitor legal para a banda e todos falaram que estava muito confortável tocar. Siba desceu do palco e foi para frente enquanto a Fuloresta tocava, e me deu algumas dicas de como ele queria o som. Corrigi alguns detalhes, ele deu ok, e encerramos o sound check sem nenhum contratempo. Fomos para o hotel jantar e esperar a hora do show que estava marcado para as 23h.

Quando chegamos ao local, fui conferir na minha mesa da frente se realmente nada foi mexido nos meus canais, e vi que estava tudo certo. Achei também que tinha pouca gente em todo o evento, pois iríamos tocar num palco secundário, que ficava na lateral dos dois palcos principais, mas não vi muito movimento também nos dois palcos grandes. O estacionamento que fica na outra lateral dos palcos principais estava com pouquíssimos carros. Achei estranho por ser uma sexta-feira. Não sei quais seriam as atrações que se apresentariam nos palcos grandes.

Aproveitei o tempo que eu tinha e liguei meu laptop para gravar o show.

Só tive um probleminha no botão de ganho de um dos canais que “pipocou” quando eu toquei nele. Esperei a banda parar entre uma música e outra, fechei o canal e dei o ganho que queria e não toquei mais nele durante todo o resto do show.

Mesmo não tendo muita gente, notei que eles sabiam o que iriam ver. Participaram do show, dançaram ciranda e ensaiaram um pedido de bis, que perdeu força porque o pessoal do som foi logo desmontando os equipamentos para montar o palco para a outra atração. Pessoas apareceram na house mix querendo comprar o CD. Um bom sinal.



No detalhe minha placa de áudio ligada ao laptop gravando o show.






Dentro do ônibus no caminho de volta, usando o meu laptop, converti o áudio do show de WAV pra MP3 (usando uma taxa alta para não perder muita qualidade) e passei para o pendrive de Siba e para o MP4 de um dos músicos. O laptop se transformou numa ferramenta indispensável hoje em dia no meu trabalho.

Serviço cumprido. Espero que Siba e os músicos tenham gostado.

Um abraço a todos.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Um resumo do São João.

Olá pessoal.

Só agora tive tempo (e coragem) de escrever sobre os shows que fiz neste período junino. Todos os shows, mais uma vez, foram de Silvério Pessoa, artista que dou prioridade aqui em Recife. Só aceito outros trabalhos se não tiver nenhum show dele marcado.

Vou tentar lembrar como foram os shows e resumir mais os comentários, pois tem muito show pra comentar.
Dia 19, show em Carpina - Pernambuco.




Normando finalmente inaugurando a nossa mesa digital de monitor.




Finalmente conseguimos inaugurar a NOSSA mesa de monitor. A mesa do evento era muito boa, mas já havíamos decidido usar a nossa, pois precisávamos de um pontapé inicial para salvar uma cena do show e usar nos shows subseqüentes. A mesa do P.A. era uma boa analógica e não tive problemas, pois só haveria o show de Silvério neste dia e a mesa não seria tocada. Passamos o som e aguardamos no local para o início do show. Tive uns contratempos (para não falar bate-boca!) com o proprietário da empresa de som, pois havíamos feito no ano anterior um show com seu equipamento, e tivemos muitos problemas com cabos, microfones e conexões, e ele não gostou dos comentários que fiz a respeito deste show. Ratifiquei meu comentário, ele viu que não mudaria minha opinião e seguimos em frente.

Não consegui alinhar bem o sistema e isso se refletiu no som. Aconteceram várias realimentações (apitos) por causa disso. E quando não há monitores no palco, como é o nosso caso, com certeza o problema está no som da frente, ou seja, eu! Demorei mais do que deveria para descobrir de onde vinha a realimentação, pois não imaginava que a sobra de agudos vinha do bumbo da bateria, aonde temos uma predominância de freqüências graves e subgraves. Eu (como muitos outros operadores) costumo acrescentar agudos no bumbo para realçar a batida do martelo na pele. Isso facilita para juntar com o som do baixo, pois ambos têm no seu som freqüências graves e subgraves em comum. Acredito que este acréscimo de agudos que coloquei no bumbo, aliado ao mau alinhamento do sistema, causou a realimentação. Pode ser também que minha otite do ouvido esquerdo não tenha sarado por completo, prejudicando assim a audição, fazendo com que eu colocasse mais agudo do que o necessário.

Fora isso, o show transcorreu normalmente e todos da banda adoraram a inauguração da mesa de monitor!
Achei o público menos participativo em relação ao show do ano passado que fizemos na cidade. Mas esse é um risco que Silvério sabe que existe quando faz shows em determinadas cidades do interior do estado, pois as pessoas estão acostumadas a consumir e gostar do que está sendo tocado nas rádios. E infelizmente, e por uma questão complexa, Silvério Pessoa não toca nas rádios de Recife, e muito menos nas rádios do interior do estado. Mas sou a favor de fazer estes shows, mesmo com este risco, pois é uma forma de divulgar o trabalho.




Dia 20, show no Pátio de São Pedro em Recife e aniversário de 13 anos do meu filho Raian!

Esse local já é famoso pela deficiência nos equipamentos de som e luz. E este ano não foi diferente. O palco era pequeno e o teto baixo com poucos equipamentos de luz. As duas mesas eram analógicas e seriam várias atrações na mesma noite. Sabia que não teríamos problemas na monitoração, pois estávamos com nossa mesa de monitor com a cena do show anterior em Carpina. Era só fazer os ajustes por causa do local diferente e porque os microfones usados seriam outros.
O problema maior seria mesmo com o som do P.A., que eu não tinha idéia de como iria soar. Mas quando coloquei meu CD para tocar, pude notar que daria pra fazer o serviço. Fizemos o sound check, e mais uma vez os músicos e Silvério puderam notar a diferença de andar com uma mesa própria de monitor.

Como não seríamos a primeira atração, desmontamos algumas coisas, e eu anotei toda a regulagem da minha mesa nos meus mapas de papel. Quando acabei de anotar, estava com dores nas costas de tanto me debruçar sobre a mesa (risos). Enquanto isso, Silvério e alguns músicos degustavam uns espetinhos acompanhados de cerveja e refrigerante. Combinamos que não seria necessário desmontar a nossa bateria, pois as atrações anteriores não usariam bateria. Fomos pra casa e combinamos um horário para retornar. Até aqui tudo tranqüilo.



Detalhe do mapa aonde anoto as configurações de cada canal da mesa.








Mas foi tudo tranqüilo depois também. Chegamos e esperamos nossa hora. Quando faltavam uns 30 minutos para acabar o show antes do nosso, fui pra frente ligar meu laptop para gravar o nosso show e esperar a pausa para ajustar a regulagem da minha mesa usando os meus mapinhas. Checamos tudo pelo fone de ouvido, e eu dei o ok para começar.



O show fluiu normalmente e o som estava muito melhor do que o de Carpina. Como eu já imaginava, o público estava animado e participativo. Muita gente estava ali pra ver o show. Aí foi só curtir o show e comemorar depois no camarim, mas não muito, pois no outro dia seguiríamos para João Pessoa.

Dia 21, show em João Pessoa – Paraíba.
Chegamos a João Pessoa e fomos direto para o palco fazer o sound check. Não deu tempo para almoçar e comemos uns sanduíches no palco mesmo.

O som era muito bom. As mesas de P.A. e monitor eram digitais. Eu já sabia e fiz uma sessão no meu laptop. O P.A. era um line array espanhol D.A.S. e seriam 3 shows neste dia: uma cantora chamada Cristal, Silvério Pessoa e no final Chico César.

Normando, operador de monitor, preferiu usar a mesa do evento mesmo, pois tinha a cena de um show nosso num pendrive e era só passar para a mesa e fazer os ajustes, mas estávamos com nossa mesinha no ônibus também. Montamos nossos equipamentos e esperamos chegar energia no palco para começar o nosso sound check.

Com o palco energizado, começamos o serviço. Fui para frente checar o som do P.A..

Passei minha sessão do laptop para a mesa. Coloquei meu CD e fiz uns pequenos ajustes na equalização geral e começamos a passar o som dos instrumentos peça por peça. Algumas caixas de sub-graves estavam “rachando”, mas o problema foi resolvido pelo pessoal da empresa de som.

Mais uma vez foi uma tranqüilidade na monitoração com a mesa digital.

Quando achei que estava legal, encerramos. Fomos para o hotel esperar a nossa hora.

O público recebeu muito bem o som de Silvério e o show foi muito animado. Com certeza Silvério voltará mais vezes à João Pessoa.

Eu é que não gostei da definição dos meus graves e sub-graves. Achei que ficou “confuso” o baixo com o bumbo da bateria e a zabumba. Por causa dessa confusão nessas freqüências, pude notar na gravação do áudio que fiz do show que o baixo quase não aparece, pois tive que amenizar os graves dele por causa do congestionamento no som do P.A..

Fernando Narcizo, operador de áudio de Chico César, me pediu para gravar o show dele no meu laptop e por isso fiquei e vi o show. Pude comprovar que os graves e sub-graves no show dele estavam mais definidos que no meu show. Ficou como lição de casa esta comprovação.

Fernando até chegou a comentar que gostou muito do show de Silvério e opinou dizendo que este show deveria fazer muito sucesso na Europa. Falei que ele estava corretíssimo no comentário. Quem quiser ver trechos deste show na Bélgica, num grande festival chamado EsperanzAh!, é só ir nestes endereços:

http://www.dailymotion.com/outrobrasil/video/x4a0gb_silverio-pessoa-esperanzah-07-part1_music

http://www.dailymotion.com/outrobrasil/video/x4a0p6_silverio-pessoa-esperanzah-07-part2_music


Dia 22, show no Sítio da Trindade em Recife.

Chegamos a Recife perto das 13h e fomos direto almoçar perto do local do próximo show chamado Sítio da Trindade. Este local também é conhecido pela precariedade dos equipamentos e pelo controle absurdo do nível sonoro. Falo ABSURDO, pois já cheguei a cortar totalmente o som da frente num show que fiz para Maria da Paz em um ano retrasado, só para mostrar ao fiscal que era impossível deixar o volume do som como ele queria. Sem nenhum som saindo das caixas do P.A. já ultrapassava o valor que ele tinha estipulado! Este ano eu sabia que o equipamento seria melhor, mas mesmo assim tivemos problemas com alguns cabos com defeitos e faltaram cabos para fazer as nossas ligações. Mas o problema foi resolvido e começamos a fazer o nosso sound check. Mais uma vez usaríamos nossa mesa digital de monitor e ela foi mais uma vez muito importante no resultado final, pois a mesa do evento era uma analógica e seriam várias atrações também nesta noite. Conseguimos deixar a nossa bateria armada, mas não microfonada, pois os microfones foram transferidos para a bateria do evento. Na nossa hora colocaríamos novamente estes microfones na nossa bateria.


Eu com meu amigo de longas datas, Ricardo, trocando figurinhas.






O responsável pelo som neste evento era Ricardo, um grande amigo das antigas que trabalhou comigo quando comecei a fazer o monitor da Banda Versão Brasileira. Aprendi e aprendo muita coisa com ele ainda. Sempre trocamos experiências quando nos encontramos e aproveitei para comentar sobre o som de João Pessoa que eu não havia gostado e que eu estava meio chateado pela inconstância no resultado final do meu som, na minha visão (audição). Às vezes gosto muito, às vezes não. Ele falou que era assim mesmo, que acontece com ele também isso e finalizou me perguntando: Você está bem consigo mesmo? E eu disse: ainda não (pois estou recém-separado) e ele falou: primeiro fique bem com você mesmo que o resto vai se encaixando. Quem disse que só falamos de som quando estamos trabalhando? (risos)

Falamos também sobre equalização dos instrumentos que trabalham nas baixas freqüências, e equalizamos juntos o baixo no sound check. Ficou muito bom.


Iniciando a comunicação entre o laptop e a mesa digital, via cabo de rede.






A mesa de P.A. este ano era uma digital igual à de João Pessoa. Mudança já significativa em relação aos anos anteriores. Sincronizei meu laptop com a mesa, mas ao invés de fazer uma equalização começando do zero para alinhar o P.A., resolvi aproveitar a equalização que Ricardo usou, pois tinha certeza que ele conhecia aquele som muito mais que eu, pois estava trabalhando com ele há vários dias! Coloquei meu CD para tocar e vi que estava certo na minha escolha. Fizemos o nosso sound check tranquilamente, e tudo ficou como queríamos. Novamente fomos pra casa e combinamos um horário para juntar todos e ir para o local do show. Já estávamos tão entrosados e relaxados, que levamos duas garrafas de vinho (um chileno e um português) para a comemoração. Tomamos uma antes do show no camarim e deixamos a segunda para o final do show.

Não usei mais meu laptop sincronizado com a mesa, pois minha cena já estava lá e eu queria gravar o show. Caso houvesse algum problema com minha cena na mesa, eu tinha isso gravado no laptop.

O show foi memorável, como foi o do ano passado também! Silvério Pessoa já tem seu trabalho consolidado em Recife, não tenho dúvidas disso.



Não apareceu nenhum fiscal este ano solicitando baixar o som. Se aparecesse, com certeza teria problemas, pois eu estava muito mais alto do que ele iria querer!

Para não dizer que foi tudo perfeito, eu acabei esquecendo e não abri a viola no começo dos cocos, pois Silvério fez uma coisa com a voz que normalmente não faz, e isso desviou minha atenção. Como todos na banda usam fones, não se escuta nada no palco e eu não vi que Leandro já estava tocando a viola enquanto Silvério brincava com a voz. Fiquei de verificar no próximo show se há muito vazamento pela viola quando não está sendo tocada para ver se posso deixá-la aberta também durante todo show. O sem fio de Silvério eu decidi não fechar mais, mesmo havendo vazamentos!

Desmontei meu equipamento e fui feliz para o camarim comemorar com todos pelo belíssimo trabalho. A segunda garrafa não deu nem pra saída e combinamos levar 3 garrafas para o próximo show!

Dia 23, show na Praça do Arsenal em Recife.

Silvério fez este mesmo show no ano passado neste local e foi o melhor show da temporada. As expectativas eram as melhores possíveis, pois este ano sabíamos que o som seria muito melhor do que o do ano anterior. A empresa de Normando, nosso operador de monitor, seria a responsável pela sonorização. Chegamos ao local e começamos a armar nossos equipamentos. Eram duas excelentes mesas digitais para o P.A. e monitor. Idênticas as de João Pessoa. Noto que estas mesas M7CL da Yamaha estão em muitos shows e eventos que faço, pois é muito bom o custo-benefício dela e o marketing da Yamaha é muito forte. Realmente ela é uma ótima mesa para se trabalhar. Normando decidiu fazer a mesma coisa que fez em João Pessoa, ou seja, não usar a nossa mesa de monitor e sim a do evento, pois tinha a cena do show em João Pessoa no pendrive e era só fazer os ajustes.

Eu fui pra frente checar o som do P.A.. Colocaram mais uma vez a house mix descentralizada, o que prejudica o nosso trabalho lá na frente, pois só escutamos um lado do som. Apareceram alguns problemas nos amplificadores das cornetas (médias e altas), e em duas caixas de sub. Os problemas foram resolvidos e começamos o sound check. Não fiquei confortável no lugar que estava e foi assim durante todo sound check. Fiz a mesma coisa que tinha feito no show do Sítio da Trindade, e usei a equalização do som do P.A. do técnico da firma para não começar do zero. Durante o sound check, fui fazendo uns ajustes pessoais. Fiquei sabendo no final do sound check que Normando havia apagado por engano a mesa de monitor do evento (risos). Já apaguei uma vez a DM2000 da firma dele uma vez!

O operador de monitor da firma teve que refazer toda equalização dos monitores que foi perdida!

Iria gravar o show, mas decidi usar meu laptop sincronizado com a mesa, pois ela estava com um probleminha num dos faders quando mudava de página, e este influenciava diretamente na voz de Silvério. Eu poderia controlar as outras funções deste fader pelo laptop sem mexer na mesa, acabando assim com o risco.


Roberto Riegert - Iluminador








Acabamos o sound check e eu coloquei a gravação do show do dia anterior no Sítio da Trindade para tocar no som. Silvério e a banda ouviram a gravação e gostaram muito, me intimando a distribuir esta gravação para todos!

Depois de tudo resolvido e decidido, fomos para casa novamente esperar a hora do show.

Fui pra casa pensando o que eu poderia mudar para melhorar, pois não estava 100% satisfeito. O som que eu ouvia na minha posição na lateral era muito diferente do que se ouvia no meio.

Chegamos ao local uma hora antes do nosso horário, e degustamos uma garrafa de vinho Concha y Toro (Chileno), enquanto esperávamos a liberação do camarim que estava ainda sendo usado por uma das atrações que acabara de se apresentar. Fui para frente quando faltavam 30 minutos para acabar o show anterior ao nosso, liguei meu laptop e sincronizei-o com a mesa.

Não me lembrei de checar se havia vazamento na viola. Leandro, o violonista não foi para o sound check, e mais uma vez deixei de abrir o canal dela no começo de uma música no show. Este novamente foi o único deslize meu no show (prometi deixar aberto direto no próximo show, mesmo que vaze!!)


Ah! Antes do começo do nosso show, chegou um aviso pra mim que Normando tinha “perdido” a cena do monitor do show! Pensei em chorar na hora, pois entendi que ele iria fazer todo monitor do zero! Mas não foi bem assim. Ele realmente não conseguiu achar a cena de monitor que ele fez para este show, mas não começou do zero. Ele pegou novamente a cena de João Pessoa e foi fazendo novamente os ajustes que ele tinha feito no sound check! Isso eu só fiquei sabendo depois no camarim.

O show foi espetacular! Como o do ano passado. Fico imaginando se as músicas de Silvério tocassem na rádio...

Só perdemos para o ano passado na questão de quantidade de pessoas, pois este ano foi menos gente por causa da chuva que caiu. Mas toda a parte coberta estava lotada e o show foi contagiante. Achei (Roberto Riegert, iluminador, achou também) que o som estava melhor do que no sound check e foi assim até o final. Muita gente apareceu na house mix durante e no final do show para comprar o CD e o DVD.

Não tinha mais o que fazer, a não ser ir comemorar mais uma vez no camarim tomando as duas garrafas de vinho!

Dia 24, show em Paudalho – Pernambuco.

Poderíamos até encerrar o ciclo de shows no Arsenal, mas ainda restava um e seria novamente numa região aonde as pessoas consomem e gostam das músicas tocadas nas rádios, o que repito, não é o caso de Silvério. Mas vamos lá. O que vier é lucro agora. Como eu disse, vai ser mais uma oportunidade de mostrar o trabalho, e não acredito que ele será vaiado como foi O Cordel do Fogo Encantado quando se apresentou na mesma noite das bandas de forró eletrônico em Aracaju em algum ano retrasado desses como me falaram este ano.

Sabe quem vai se apresentar depois de Silvério em Paudalho? Sirano e Sirino!

Falei por telefone no dia com o responsável pelo som e fiquei sabendo que a velha M7CL estaria no P.A. e que a mesa de monitor seria uma de 40 canais e imaginei qual seria a mesa! O pessoal das firmas de som já sabe que estas mesas não são apreciadas pelos operadores, e nem falam mais o nome dela. Apenas dizem que é uma de 40 canais! Falei pra ele que levaríamos nossa mesa (mascote) de monitor digital. Ao chegarmos ao local, fiquei impressionado com a altura do palco. Notei também que o line array era “feito em casa”, e que na maioria das vezes falam muito mal. Este eu dei sorte, pois ele não era tão mal assim. Mas também não era bom.

Estou atualmente levando uma desvantagem em relação ao monitor, porque hoje em dia com a nossa mesa digital é só ligar os instrumentos e tudo já está encaminhado, precisando só de ajustes. Mas eu sempre desejei isso! Não posso reclamar.

Ligamos nossos instrumentos e eu fui pra frente adiantar o meu lado, pois a dificuldade mais uma vez seria lá na frente e não nos monitores!

Sincronizei meu laptop com a mesa e abri minha sessão. O técnico da empresa teve que fazer uns ajustes nesta minha sessão, pois ele estava usando umas saídas totalmente fora dos padrões, porque deu defeito nas saídas normais da mesa. Dessa vez utilizei meu equalizador insertado no máster da mesa para alinhar o som do P.A.. Coloquei meu velho CD para tocar e depois de alguns ajustes pessoais, começamos o sound check. Passamos tudo e quando achamos que estava tudo certo, fomos para o camarim esperar pela hora do show, pois seríamos a primeira atração. Desta vez não trouxemos vinho.

Chegada a nossa hora, fui para frente, e como havia prometido depois do show da Bélgica, fui fazer o line check mesmo sabendo (teoricamente) que nada foi mudado. Não tinha comunicação com o palco e dei uma corridinha até lá para avisar que gostaria de checar as coisas antes de começar. Esqueci completamente que poderia ligar pelo celular.
Chequei tudo, mas quando chegou na hora do acordeão, o mesmo chego no canal da viola!! Mais uma vez corri no palco e o locutor já estava começando a anunciar quando eu gritei que não era pra anunciar ainda. Pareciam aqueles filmes que tem casamento e aparece sempre alguém na hora que o padre fala “...ou se cale para sempre” (risos). Falei do meu problema e disse que iria pra frente e alguém da produção ligaria para o meu celular e eu iria dizendo o que queria. Foi feito isso, e depois de consertar este problema e checar todos os outros canais, começamos o show. Na primeira música o MD que usamos para tocar bases extras em algumas músicas parou! Normando achou que era problema com os cabos, mas depois ficamos sabendo que foi problema com energia. Ele simplesmente desligou por causa de algum esbarrão ou folga nas tomadas. A banda seguiu tocando mesmo sem a base extra e o click. Silvério e o acordeão fizeram as frases de trombones que vem dessa base.


Eu e Roberto Riegert nos equilibrando sobre a pequena prancha durante o show!





Ainda tivemos problemas com o canal do acordeão, que de vez em quando “pipocava”. Chegamos a mudar de canal, mas não resolveu. E quando Normando voltou para o canal de origem, os ruídos pararam.

Roberto Riegert foi para fazer a luz, mas a iluminação praticamente não existia. Eram uns 20 spots de luz de frente e ele ficou o show todo apertando apenas dois botões!

O público, como já havíamos previsto, não demonstrou nenhum tipo de reação, mas ainda foram vendidos alguns CDs e DVDs.

Quem foi dar os parabéns para Silvério pelo show foi o cantor Sirano. Disse que tinha gostado muito e o entrevistou para um programa de TV que ele apresenta.

Acabei aqui meu ciclo junino.







Todos reunidos no final, menos Israel, o baixista, que ficou vendo as bailarinas de Sirano e Sirino.


Acabei de fechar um show com Siba e a Fuloresta em Aracaju nesta sexta-feira dia 27, e depois sigo para a Europa novamente com Silvério Pessoa no começo de Julho. Depois eu comento sobre este show de Siba e a Fuloresta, ou se aparecer outro trabalho até a viagem para Europa.

(Ufa!)

Um abraço a todos.


quarta-feira, 18 de junho de 2008

Forrocaju – Pense numa correria!


Olá pessoal.

Já estou em casa depois de nove horas de avião da Europa até Recife, aonde já tinha um ônibus esperando a gente para seguir direto pra Aracaju. Foram mais umas oito ou nove horas pra chegarmos lá, pois o ônibus apresentou um defeito e tivemos que esperar estacionado na saída de Recife. E Levei quase dez horas pra chegar em casa vindo de Aracaju. Pegamos um engarrafamentozinho na entrada do Cabo de Sto Agostinho e o ônibus foi deixando o pessoal pelo caminho, aonde eu fui o último a ser despachado na guarita do meu prédio, com um monte de equipamentos, pois já temos show na quinta-feira, dia 19 em Carpina – Pernambuco. Resumindo... Estou um pouquinho quebrado.

Chegamos em Aracaju, direto de Paris, no começo da madrugada do dia do show, na segunda-feira. Era uma hora da manhã e eu estava completamente desorientado por causa do fuso horário. Já tinha dormido no avião e no ônibus, mas ainda estava com sono, ou seria o cansaço? Não sei. Só sei que fiquei ainda na internet falando com os amigos e ainda precisava fazer uma sessão do show no meu laptop para a mesa digital. Quando acabei de fazer a sessão, era bem pertinho das 5 horas da manhã. Fui dormir e só acordei ao meio-dia para almoçar e esperar a hora do sound check. Mário Jorge (trabalha com Elba Ramalho) que faria o monitor no lugar de Normando, ainda não havia chegado, pois ele não pode vir com a gente no ônibus e ficou responsável em arranjar um meio de chegar lá sozinho. Conseguiu chegar antes de sairmos para o sound check, que foi marcado para as 16h e combinamos que chegaríamos duas horas antes para armar logo nossos equipamentos. E foi assim que fizemos. Como o problema com a nossa mesa de monitor ainda não foi resolvido, usaríamos a mesa do evento, que seria uma digital também. Normando passou para Mário Jorge a cena gravada num pendrive de um show anterior de Silvério em que usamos uma mesa igual e isso facilitou bastante o trabalho de Mário. Estávamos ligando os equipamentos, quando surgiu a possibilidade de Silvério Pessoa não conseguir chegar a Aracaju, pois ele ficou em Recife quando chegamos de Paris e não estava conseguindo chegar ao aeroporto, porque chovia muito em Recife, e quando chove muito em Recife, não conseguimos nos movimentar, a não ser que você use um caminhão ou um jet sky!



Detalhe de Mário Jorge ligando os nossos monitores.





Realmente ele perdeu o vôo, e decidimos passar o som sem o cantor mesmo. Como já tínhamos uma cena feita, Mário Jorge só precisou fazer alguns ajustes no fone dos músicos e no in-ear de Silvério, pois tudo já estava mais ou menos endereçado. Pra mim não seria tão difícil também, pois passei toda banda e era só encaixar a voz na hora do show. O problema é que os dois canais de voz de Silvério não chegaram legais pra mim lá na frente, e resolvemos fazer um split (separação) na voz. Pegaria o sinal limpo da voz de Silvério sem passar pelo Kaos Pad (equipamento que ele usa para processar efeitos na voz). Depois de feito isso, a voz chegou legal pra mim. Salvei a sessão da mesa no meu laptop e o técnico da empresa de som salvou a cena na mesa e a sessão no laptop dele. Prevenir nunca é demais!

Ah! Esqueci de falar que a sessão que fiz no hotel no meu laptop não serviu de nada, pois o software da mesa era versão 2 e eu fiz minha sessão usando o editor da mesa na versão anterior. Vou ter que andar com sessões para as duas versões da mesa. A mesa não consegue ler uma sessão feita na versão antiga.

Fomos para o hotel esperar pela hora do show, que ainda dependia da hora que o cantor iria chegar, pois a única solução encontrada foi ele vir de carro de passeio mesmo!



As duas mesas digitais do P.A.
Usei a da direita, mas as duas são iguais.




Na programação, éramos a segunda atração e entraríamos às 23h. Como houve um pequeno atraso de meia hora na primeira atração, deu para Silvério chegar, e ele foi direto para o palco enquanto religávamos nossos equipamentos. Fui para frente para colocar minha cena na mesa e checar se estava chegando tudo certinho e após conferir tudo, começamos! O show transcorreu sem anormalidades. Só notei um “hummmm” na região dos graves que descobri durante o show que vinha do canal de guitarra. Ele só era percebido quando a banda parava. Comuniquei ao pessoal do palco este problema, mas como não conseguiram solucionar, fiquei o tempo todo fechando o canal da guitarra quando a banda parava. Restava saber como tinha sido lá no palco. No camarim, conversamos.

Pra Silvério, foi tudo perfeito. O baterista, Ricardinho (que estava fazendo o primeiro show de Silvério substituindo Augusto que ficou na Europa para tocar com a Spok Frevo Orquestra), me contou que na última música Wilson, nosso percussionista, bateu com o pé nas tomadas de AC e desligou a monitoração. Ele tocou toda música sem ouvir nada dos outros instrumentos, a não ser o que vinha do som do P.A.. Como era a última música, ele relaxou. E André que toca acordeão também teve problemas com seu monitor. Ele me falou que o amplificador do fone que fica na cintura caiu, e após a queda ele parou de funcionar. Não lembro se ele me falou em qual parte do show aconteceu isso.
Visão geral do espaço aonde é feito o Forrocaju. No centro, a House Mix, aonde está o controle do som que vai para o público e das luzes do palco.


É... Foi um corre-corre, mas no geral, deu tudo certo.

Fui elogiado pelo som por uma pessoa que estava na House Mix (aquela casinha que fica na frente do palco e onde está o controle geral do som e da luz de um show), mas não achei que tive o mesmo resultado de Paris, por exemplo. Não achei tão redondinho o som. Mas esse é um defeito sério que tenho, e que talvez até me ajude na profissão sem eu saber. Tenho uma autocrítica muito forte e tento sempre melhorar.

Um abraço a todos.

sábado, 14 de junho de 2008

Show em Paris – Um dia da caça, outro do caçador!

Olá pessoal.

Nada como um dia atrás do outro, ou pra ser mais específico, nada como um show atrás do outro.

Estou aqui no quarto do hotel ouvindo a gravação, me deliciando com o show em Bobigny - Paris, e relembrando de como este show foi totalmente o inverso do show da Bélgica, pelo menos no que diz respeito à parte técnica. Os ambientes eram até muito parecidos, pois este show em Paris foi num teatro também. Achei a acústica deste último bem melhor e isso refletiu na qualidade do som. Nada falhou. As duas mesas eram excelentes, o P.A. (Nexo) era excelente. Estou até me tornando repetitivo nos elogios a este line arraw, mas ele é muito bom mesmo.

A noite seria só com artistas de Recife. Silvério Pessoa abriria a noite, depois tinha a Spok Frevo Orquestra e no final o DJ Dolores discotecaria para o pessoal. Então a ordem do sound check seguiu exatamente como é para ser, ou seja, inversamente à ordem de apresentação. Spok passou primeiro, desarmou algumas coisas e nós passamos e deixamos tudo ligado, pois começaríamos a noite. O DJ Dolores como iria só discotecar, não estava com banda, fez só um line check quando acabamos, e seu material foi puxado para a lateral do palco.

Foi tudo muito tranqüilo e perfeito no nosso sound check. Inclusive o pessoal nem queria falar que estava tudo muito bom, pois lembraram da Bélgica!

Rogério que veio fazer o monitor da Spok Frevo, aproveitou o embalo e fez o monitor de Silvério também. Mais uma vez, tudo perfeito. Mas se eu disser que não ficamos receosos por causa da Bélgica, eu estaria mentindo. Antes de começar, conferi os canais de voz de Silvério no meu fone para ter certeza que estava tudo ok.




Parte final do show. O público subiu no palco para dançar Côco.





E tudo foi realmente (quase) perfeito pra mim! Coloquei este “quase”, simplesmente por causa de uns estalinhos que deu no cabo da viola (mas foi resolvido rapidamente), e porque não vi que Silvério pegou o sem fio e ele cantou umas 4 palavras sem som na frente, pois deixo desligado este microfone para evitar vazamentos desnecessários. Vou ter que rever este caso do sem fio. Ou vou deixá-lo sempre aberto, ou vou combinar seriamente aonde o cantor vai poder cantar com ele.
Curiosidades no show? Achei o público muito diversificado na idade. Vi muitas crianças na faixa dos dez anos como também vi muitos idosos na faixa dos sessenta anos. Nada fácil fazer um show para um público tão diversificado. Mas notei que todos gostaram e pediram até bis, mas não tínhamos mais tempo. Uma pena, pois estava muito gostoso lá na frente. Estava tão calmo fazer o som que dei até uma olhadinha no jogo da França contra a Holanda que o técnico de som da empresa estava vendo. A França dançou! Perdeu com folga.




Minha cara de felicidade no final do show ao lado do técnico Francês.





Teve alguns desencontros no palco com relação à execução e mudança errada de música, mas isso só quem ficou sabendo fomos nós da equipe. Por isso os músicos e Silvério não estavam com a mesma alegria que eu, mas entendo o lado deles também, pois pra eles não foi 100%.

O público não notou nada, lógico!

O show acabou, eu desarmei meu laptop e fui desarmar o equipamento de Silvério no palco. Depois foi só comemorar o resultado do show. Eu estava muito contente e recuperado do susto na Bélgica. Tomei uns copos de vinho acompanhado de uma carne de porco fatiada bem fininha e meio crua que tinha no camarim e era muito gostosa. Voltei para o hotel, liguei o laptop e coloquei a gravação do show pra tocar. Já era muito tarde, só escutei umas três músicas do show e fiquei muito satisfeito com o que ouvi. Fui dormir pensando: Um dia da caça, outro do caçador!

Ce la vie.

Próximo show? Aracaju.

Um abraço a todos.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Flagey, Bruxelas – Bélgica – A vida é um aprendizado, sempre!


Olá pessoal.

Impressionantemente impressionante! Não tinha outras palavras para começar este texto.

A Lei de Murphy se fez presente neste show como eu nunca tinha visto!

Tudo estava perfeito. O lugar era lindo. Deu público. Tivemos todo tempo para fazer o sound check. Não tinha nenhum outro show antes ou depois da gente. O palco era só nosso!

O técnico de monitor era muito bom, o som era muito bom, a mesa era boa e a acústica do local não era tão boa assim. Nada poderia dar errado. Mas deu! E de um jeito que eu nunca tinha presenciado!

Meu grande erro foi a confiança total de que nada poderia dar errado. Não fiz o line check que geralmente faço quando o palco é modificado para outros shows antes do nosso, pois não haveria show antes do nosso! E paguei caro por isso. Não passou pela minha cabeça que algo poderia dar errado neste show. Passamos o som e tudo ficou ligado e funcionando. Aguardamos um pouco mais de uma hora pra começar o show. Perguntaram se estava tudo ok comigo e eu disse: sim, pode começar.

Augusto soltou a vinheta de abertura e eu fui abrindo os canais. Tudo certo, mas... Cadê a voz do cantor? Nada!

O show começou e a voz de Silvério não saía no som da frente. Notei que ele estava se ouvindo normalmente, e isso me deixou mais desesperado, pois o problema era só na frente. A primeira coisa que fui ver foi se realmente eu tinha aberto o canal da voz, mas tinha certeza disso pois é a primeira coisa que abro quando a vinheta começa. Mas nessas mesas digitais que você tem várias páginas de faders, não custa conferir. Depois de quase dois minutos sem voz e sem achar o problema com os técnicos Belgas, falei por um microfone interno com Silvério e a banda que não dava pra continuar. Teríamos que parar para achar o problema. E assim foi feito. Qual foi o problema? Vou tentar explicar.

Esta mesa digital que estava usando, a DM2000, só tem 24 entradas analógicas. Se necessitar de mais entradas, como é o nosso caso que trabalhamos com 32 canais, estes canais extras tem que entrar em conversores análogo/digital para converter os sinais e enviar digitalmente estes sinais para a mesa. Eu tinha 8 canais entrando neste conversor: violão, acordeão, escaleta, voz guitarra, voz Silvério L, voz Silvério R, voz Silvério sem fio e Air Fx. O problema é que os canais de voz de Silvério estavam chegando no conversor mas não estavam indo para a mesa. Ou o cabo digital deu problema ou as entradas digitais da mesa foram desconfiguradas. Os técnicos Belgas olharam a configuração digital e disseram que estava correto, então eles enviaram os dois canais de voz por outro caminho, e me mostraram aonde estava agora. Só que eu baixava os faders destes canais e a voz continuava saindo. Algo estava errado ainda, e eu não sabia o que era, pois não sabia como eles estavam fazendo as ligações digitais. Eles olharam assustados para minha observação e modificaram novamente as ligações, e os dois canais de voz chegaram. Ok, já podemos começar. Recomeçamos e foi aí que tive o outro susto. Todos os outros 6 canais que estavam no conversor não chegavam também na mesa. Não tinha violão, acordeão, escaleta, voz da guitarra, voz sem fio e air fx.


Falei novamente pelo microfone interno e notei que Silvério não iria parar mais. Chamei novamente os técnicos locais e eles foram redirecionando os outros canais digitalmente. Conseguimos recolocar quase todos os canais, mas não deu pra redirecionar o sem fio e a voz da guitarra. Ficamos sem estes canais até o final do show. O sem fio não fez tanta falta, mas o da voz da guitarra era importante. Depois de toda essa emoção (dispensável!), o show transcorreu normalmente (quase) e teve até bis! Mas não consegui disfarçar meu desânimo no jantar logo após o show. Fui dormir pensando no episódio e tentando achar outras opções para resolver o problema mais rapidamente, e acabei achando. Queria não ter achado, pois fiquei pior, mas tenho que levar isso como um aprendizado. Vivemos num eterno aprendizado. Em qualquer profissão.

Qual seria a outra solução?

Não lembrei na agonia, que na hora que estávamos ligando os instrumentos, nós cancelamos uns 4 canais da percussão, pois estes instrumentos não vieram para a Europa, por causa da nova política de peso nos transportes aéreos. Os técnicos Belgas ligaram estes canais na mesa, mas não usaríamos. Eu tinha estes canais livres dentro dos 24 que tinham entrada analógica. A solução era pegar os cabos com os sinais da voz de Silvério, do acordeão e o da voz da guitarra e colocar nestas entradas vagas em vez de ficar nas entradas do conversor. O resto seria redirecionado via digital. Resolveria mais rapidamente meu problema e por completo, mas infelizmente não enxerguei isso na hora.

Ainda bem que Silvério Pessoa não lê este meu Blog!

Um abraço a todos.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Chegando na Europa - Day Off - Como são os nossos dias aqui de folga.

Oi pessoal. Vou usar este espaço para colocar fotos dos nossos dias de folga (Day Off) nesta primeira parte de turnê aqui na Europa. Não entrarei muito em detalhes, pois uma imagem vale mais que muitas palavras.

Detalhe do mapinha que é mostrado durante todo o vôo no trajeto Recife > Lisboa.








Dentro do avião TAP - Vôo Recife > Lisboa.











Aeroporto de Orly - Paris.













Arrumando nossos instrumentos na van - Paris.










Saguão do hotel em Paris, enquanto finalizava o texto de Aquiraz.










Saindo de Paris para a Bélgica na nossa van.














Barzinho na Bélgica, especialista em cerveja!











As duas cervejas que tomei.















Chegando em Paris.













Quarto do hotel na Bélgica. E a coragem pra levantar para ir trabalhar??












Compras na Bélgica.












Ouvindo a gravação do show no quarto do hotel em Paris.









Passeando na Bastilha - Paris. Tinha perdido (achei depois) o casaco e o dia estava frio.









Jantar em Paris antes do show. O baterista Augusto em pose suspeita.
Eheheheheheheh
Rimos muito durante toda a turnê.












No quarto de hotel em Paris, ouvindo o show que gravei no laptop.












O sanfoneiro cochilou no avião, e fizeram a cabeça dele de lixeiro!