quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Live - Palavra do Inglês, que traduzindo para o Português, quer dizer "Ao Vivo"!


 

Olá pessoal.
Me diverti com uma frase que ouvi um dia desses na pandemia, onde alguém falou: --- Tou preocupado com essa segunda onda. Segunda onda de Lives! (Risos)
Pois é...
Como muitos sabem, principalmente os que perdem um pouco do tempo lendo aqui esses meus textos, eu odeioooooooooo lives!
Nem vou mais explicar o porquê.
Acho também que a live continua depois da pandemia, como uma transmissão (ao vivo) de um show, onde as pessoas vão pagar para ver.
Logicamente, essa transmissão ao vivo(!) não vai ficar gravada nas plataformas para ser vista posteriormente.
Só estou conjecturando, viu?
Esse assunto de gravação "versus" live, aconteceu nessa semana, numa conversa com um amigo cantor, que estava fazendo várias lives para o carnaval, onde algumas seriam gravadas antecipadamente, para só depois serem transmitidas.
Ele falou que era normal isso, e que até os grandes artistas estavam usando este método.
Foi quando discordei.
Veja bem... Falei: --- Não acredito que um artista com um nome reconhecido em todo o país, e que zele por esse nome, vai simular que está fazendo uma live, enquanto transmite uma gravação feita antecipadamente.
Não acredito.

Setup de mixagem do áudio da live de Luan Santana.

E não tenho nada contra quem grava antes, ajusta tudo e depois transmite pela internet. Só não acho legal colocar o nome LIVE nessa transmissão.
Acho uma falta de respeito do artista com as pessoas que vão ver a tal da live.
Falei que até poderia ter muita gente fazendo isso, mas que eu não achava correto, que não poderiam falar que era uma live, e sim uma transmissão de uma coisa gravada.
E esse papo continuou com um amigo (colega, porque não me pagou uma aposta que ele perdeu) iluminador, que acha também que várias lives de grandes artistas são gravações, transmitidas como se fossem lives.
Por coincidência, alguns dias antes eu estava conversando sobre lives com Neto, que está trabalhando comigo na digitalização do acervo da FUNDAJ, porque estavam acontecendo muitas lives aqui em Recife, e ele me perguntou se eu tinha visto a de Luan Santana no Pantanal, pois achou muito interessante e muito difícil fazer uma daquele lugar.
Por causa dessa conversa com Neto, usei a live de Luan como referência, e falei para o iluminador que duvidava muito que ele tivesse gravado tudo antes e que tivesse usado o termo LIVE na transmissão, mesmo sendo num lugar muito difícil de se fazer uma transmissão ao vivo, ou seja, uma live!
E fui atrás de respostas concretas, através do meu (Espetacular) grupo de áudio chamado GraxaBR.
Não esperei 10 minutos por uma resposta.
Ainda fico impressionado com a funcionalidade desse Grupo, que reúne técnicos e produtores de quase todas as regiões do país.
Pena que é limitado o número de participantes, pois é no WhatsApp.
Depois de colocar minha dúvida lá no grupo, para saber se a live de Luan foi verdadeiramente uma live e não uma transmissão de uma gravação, Renato Carneiro (dentre outras coisas, técnico de PA de Bruno e Marrone e suporte técnico pra DiGiCo) me explicou que foi "ao vivo" mesmo, e já me enviou o contato do técnico de áudio de Luan Santana que fez a mixagem desse evento, que se chama Zaka Gomes, para eu falar diretamente com ele.
Eu estava querendo uma autorização para comentar sobre isso no meu Blog e colocar uma foto que Renato me enviou do setup de mixagem de áudio da live, como estou fazendo agora, depois de Zaka autorizar.
Como imaginava, a coisa não foi simples lá no Pantanal.
Internet? Como eles iriam transmitir isso, numa estabilidade que seria imprescindível???
Zaka me explicou.
O sinal mixado (áudio e vídeo) não saiu do local pela internet.
Foi via satélite!
Na realidade, foi tudo via satélite, segundo Anselmo, diretor da live.
Esse sinal desceu primeiro na produtora Casablanca, que fica em São Paulo.
A produtora ficou responsável por enviar esse sinal para a sede da National Geographic (NatGeo) na América Latina, que fica na Argentina e por "subir" o vídeo para o canal de Luan Santana no YouTube. Tudo via satélite, como falei acima.
É... A National Geographic transmitiu também essa live de Luan Santana.
Nem sabia que podia colocar um vídeo no YouTube via satélite.

Clique na foto para ampliar.

 
Clique na foto para ampliar.

A bronca maior que Zaka me falou, foi que ele não tinha como monitorar o que estava no AR.
Não tinha como ele conferir a volta do sinal enviado via satélite.
Tiveram que confiar no pessoal que estava responsável pela transmissão via satélite e pela distribuição do sinal pela Casablanca.
Ele só viu o vídeo dois dias depois no YouTube!!!!
Foi quando ele chegou na cidade, pois o show, como ele mesmo me contou, foi "no meio do nada"!
Pelas fotos que coloquei aqui, dá pra entender porque ele falou que estava no meio do nada, né?
Achei até exagero quando ele falou pra mim dos dois dias para chegar na cidade pra poder ver o vídeo, mas depois de conferir aqui no YouTube onde foi montado o palco, vi que ele não estava exagerando!
Parabéns pelo trabalho.
Vi alguns trechos da live aqui...
Tem até algumas inserções de matérias e depoimentos durante a live, que acredito que foram gravadas anteriormente, e eles montaram tudo na hora, em cima do show, o que torna o trabalho ainda mais complexo..
Realmente foi uma live "de responsa".
Como gosto de falar: --- É muito bom ver (ouvir) uma coisa bem feita!
Como destaquei na foto abaixo, o termo LIVE foi bem empregado.

Clique na foto para ampliar.

Agora... Gravar tudo antes, mixar todo o áudio antes, editar todas as imagens antes, juntar áudio com imagem antes, montar todo o programa, para só depois colocar o produto final numa plataforma digital com o termo LIVE estampado?
Acho estranho... Pra não dizer falso.
Coloca outro termo. Transmissão, programa... Sei lá.
Vamos transmitir um show que foi gravado no dia tal, em tal lugar...
Vamos colocar um vídeo na plataforma tal, que é um programa que montamos antecipadamente, que tem até um show dentro...
Ou como tá em moda, quem sabe se colocar o termo "Fake Live" não fica legal, não é? (Risos)

Clique na foto para ampliar.

Não esqueçam que a palavra live, quando traduzida para nossa língua, quer dizer: AO VIVO.
Ou... Vivo, viva, vivos, vivas.
Quem quiser ver essa live de Luan Santana que ficou gravada no YouTube, clique AQUI.
Mas no dia, foi ao vivo mesmo, viu? (Risos)
Obrigado Renato, Zaka e Anselmo pelas informações.
E obrigado também ao Grupo GraxaBR por sempre colaborar nas respostas às minhas dúvidas.
Um abraço a todos.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Darci Lynne - Como é bom ver (ouvir) coisas bem feitas!

 




Olá pessoal.
De boca fechada, canta melhor do que muitos que abrem a boca pra cantar...
Essa foi a primeira coisa que pensei quando vi o vídeo da menina num programa dos EUA no YouTube, que estou colocando aqui para vocês verem.
Darci Lynne é o nome da menininha, que na época desse vídeo estava com apenas 12 anos.
Doze anos!

O vídeo é de 2017, mas só vi agora.
Não sei se por causa do avanço da idade eu estou ficando mais mole do que já era, pois choro até com desenho animado, mas a garotinha me levou às lágrimas. E nem tinha bebido meu vinho, viu???


Não foi a primeira vez que me emocionei com bonecos. Já tive essa experiência no SESI Bonecos, quando eu operava o som de uma peça anos atrás, em algum lugar do Brasil, e fiquei disfarçando na housemix.


E o pior... Mesmo no outro ano, em que a mesma peça estava na programação e eu já sabia de todo o roteiro, me emocionei na mesma parte! (risos)
Por causa desse vídeo de 2017, fui ver outras apresentações da menina, e continuo com a mesma opinião: --- Ela é muito especial no que faz.
Um grande talento na arte do ventriloquismo. E na arte do canto!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Vou colocar mais dois vídeos dela aqui. Um onde ela contracena e canta com dois bonecos ao mesmo tempo, e o último, pra fechar com chave de ouro, ela com a coelhinha cantando uma ópera!!!! Muito bom!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Além disso, o roteiro das apresentações, que não sei se é ela quem faz, também é muito legal.
Numa época em que cada vez mais a voz está ficando em segundo plano em um show de música, ver (ouvir) uma menina de 12 anos cantar assim de boca fechada me animou!

Como é bom ver e/ou ouvir coisas bem feitas!


Um abraço a todos.


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Live no Estúdio Carranca, usando o Pro Tools como mesa de som - Ambiente controlado, deu até pra beber vinho!

 

Olá pessoal.
É... Minha vista tá cada vez pior mesmo...
Oito horas quase que direto, olhando para uma tela de computador, e conferindo nas capas dos CDs se a digitalização está correta lá na FUNDAJ, está dando uma "canseira" nos olhos.
Mas vamos em frente (como diz um cantor amigo meu).
Esse é o sexto texto do Projeto aprovado na Aldir Blanc Pernambuco, e como eu achava que iria acontecer, é muito chato escrever por obrigação.
Com certeza eu iria falar sobre esse trabalho que eu não fiz, pois achei interessante, mas com certeza também, não acredito que escreveria essa semana se não fosse pelo Projeto.
Dificilmente eu escrevo sobre trabalhos em que eu não participei, mas quando o assunto é legal, eu gosto de mostrar.

Técnica do Estúdio Carranca com suas três salas para gravação.
Bruno, técnico freelancer que faz trabalhos no Estúdio Carranca, aqui em Recife, me convidou no final do ano passado, para acompanhar um trabalho dele lá no estúdio.
Isso aconteceu no dia 21 de dezembro.
Frank & Ella era o título da Live.
 

Como também eu já era amigo de "longas datas" da cantora que iria participar da live, resolvi sair de casa.
Fui lá dar uma olhada para ver como faziam.
Pra forçar ainda mais minha saída de casa, Bruno falou que iria "rolar" um vinhozinho nesse dia.
Ajudou bastante esse detalhe técnico(?).
Levei uma garrafa para ajudar.
Cheguei bem cedo lá, antes até dos músicos.
A banda era bem enxuta, para acompanhar as duas vozes. Bateria, baixo (acústico) e piano (também acústico).
O estúdio Carranca tem 3 salas interligadas para quem quiser gravar com vários instrumentos ao mesmo tempo.
No caso dessa live, todos os músicos, inclusive os cantores, ficaram numa única sala.
Na outra sala ficou o equipamento de controle do vídeo, e não foi usada a terceira sala.
Só dois monitores de chão foram usados. Um para o pianista, onde ele só queria ouvir o baixo, e outra caixa para os cantores.
O baixista usou uma via estéreo de fones de ouvido e o baterista não usou monitores.
Afinal eles não iram tocar rock pesado, o repertório seria mais pro lado do blues, jazz...
Frank (Sinatra) & Ella (Fitzgerald).

Sala 1 com o pessoal do vídeo.
Coloquei minha garrafa de vinho na geladeira e fui dar uma olhada no soundcheck.
Não tinha mesa de som.
O próprio software de gravação do estúdio, no caso o Pro Tools, faria essa função.
Qualquer software de gravação (multitrack) pode substituir a mesa de som numa live, desde que você tenha uma interface de áudio com entradas suficientes para ligar todos os instrumentos e vozes, e saídas suficientes para monitoração da banda, monitoração do técnico de som e para o envio do sinal da mixagem para o pessoal do vídeo, que vai fazer a transmissão.
No Carranca pode-se gravar 32 canais simultaneamente, e são 16 saídas (podendo expandir para 32).
Ou seja... Deu para ligar tudo tranquilamente.
Com tudo ligado, passaram o som.
Enquanto o técnico ia ajustando as coisas para os músicos, e para o pessoal do vídeo, tudo estava sendo gravado no Pro Tools.
(E meu vinho esfriando na geladeira...)


A mesa de som, o Pro Tools.

Ahhh... Antes de começarem a passar o som, o pessoal do vídeo bate uma claquete perto de um microfone e com isso ajustam a imagem com o som, colocando um atraso no vídeo.
Por causa da conversão AD/DA (Analógico Digital/Digital Analógico), mais o processamento dos plugins dentro do Pro Tools, o áudio chega com um certo atraso em relação a imagem.
Fora isso, depois de gravar o soundcheck, Bruno dá play na gravação e vai escutar o som direto no YouTube, numa transmissão fechada, onde ele pede para o pessoal do vídeo baixar ou aumentar o sinal do áudio na entrada do equipamento que vai juntar o áudio e vídeo para a transmissão.
Outro detalhe que Bruno me falou, foi que ele processa o sinal L/R da mixagem com vários plugins em outro computador, para só depois enviar esse sinal para a turma do vídeo.
Ele explicou que se colocar todos os plugins (compressor, equalizador, simulador de fita, etc) que ele normalmente usa no máster dentro do Pro Tools, ele tem problemas consideráveis de atraso na monitoração dos músicos, impossibilitando o trabalho deles na execução das músicas.
Feito todos esses ajustes, foi só aguardar pelo início da live.
Abri o vinho.

O outro computador, processando o sinal L/R antes de ser enviado para a transmissão.

Como a internet do estúdio é dedicada para essas transmissões, tudo é muito estável.
Não foi à toa que não tiveram problemas com a transmissão, como áudio ou imagem falhando ou travando.
Apareceu até um pratinho com salgadinhos para petiscar com o vinho!
Quase vira um barzinho... (risos)

Gravando no Pro Tools.

A intenção poderia ser até essa, de uma coisa bem intimista ou despojada (fora as roupas dos cantores!), como se todos estivessem num pequeno palco em um bar ou numa sala de estar...
Mas na realidade era quase uma sessão normal de gravação num estúdio.
Eu fiquei na técnica, só saindo para encher a taça de vinho (espero que o dono do estúdio não leia isso, pois nem sei se podia beber vinho ali dentro).
Achei muito legal o resultado sonoro, e do geral também, mesmo eu continuando a não gostar de lives, como já falei várias vezes por aqui.

Sala 2 com os músicos e cantores.

Mas para quem estava vendo em casa, deve ter sido muito legal ouvir aquelas músicas, sendo bem tocadas e muito bem cantadas.
A dupla formada por Cláudia Beija e Arthur Philipe arrebentou nos vocais e nas interpretações!
Como diz Tony Thomé, produtor dos shows de Alceu Valença em São Paulo: --- Um luxxxo!
Quem quiser conferir essa live gravada que está no YouTube, clique AQUI.


Bruno Lins no controle do áudio.

Realmente... Com o ambiente totalmente controlado, otimizado, com uma internet potente e dedicada, com equipamentos de primeira linha, com bons músicos, e logicamente com os bons profissionais que estavam controlando os equipamentos, foi só curtir o resultado.
O vinho foi apenas a cereja do bolo!
Um abraço a todos.