quarta-feira, 27 de julho de 2022

Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) - Se não tem como fornecer uma estrutura, diminuam os shows!!


Olá pessoal.
Lá vai mais uma vez eu falar da FUNDARPE...
Mas não tem como não falar.
Já fiz alguns shows no FIG 2022, e ainda tem alguns para fazer.
Mas não tá fácil!
Principalmente para as chamadas "bandas locais"!!!
Eita, que assunto repetitivo... Bandas locais...
O roteiro do festival é de Spielberg, mas a estrutura e a logística é de Jaspion!
Ou seja... A turma sofre para fazer um show lá.
A turma que eu falo, é a turma das bandas locais, não esqueçam disso, tá?
Vou falar do Palco Pop porque foi lá que fiz a maioria dos trabalhos até agora, e ainda devo ter dois ou mais shows por lá até domingo. Estou vendo ainda a logística, para ver se consigo fazer esses trabalhos.
Porque não é nada fácil para uma banda local e sua equipe chegarem lá às 8h da manhã para fazer um soundcheck, saindo de van no dia do evento, e com complicações na hospedagem para pernoitar.
Numa matemática rápida, a banda teria que sair de Recife às 4h da madrugada, direto para o palco!
Eu sempre me pergunto: Pra que fazer um festival grandioso, onde a estrutura não vai acompanhar essa grandiosidade???
Só pra dizer que foram "duas dúzias de cem mil" de shows???
É a mesma coisa de eu falar que transei 20 vezes numa noite, sem ninguém saber que usei Viagra (ou coisa do tipo).
Não tem glória nisso não!
Não tem como fazer 4 shows decentemente num palco como o Pop. Alguém vai se lascar!!!
Nos outros eu não sei como está fluindo a coisa, por isso não comento.
Passar som na hora do show? Isso é para festival de bairro, não para um FIG!
Fiz dois trabalhos no Palco Estação (no teatro), com Dois de Paus e Uma Dama e Geraldo Maia.
Lindo. Tudo perfeito.
Equipamentos funcionando, um show por noite, tempo para o soundcheck, tudo tranquilo.
A equipe da Dois de Paus estava hospedada e pernoitaram, mas nem sei se essa hospedagem foi pelo festival ou foram os artistas que bancaram.
(Fiquei sabendo agora que pagaram do bolso)
Geraldo Maia e sua equipe, eu sei que chegaram, fizeram o show e voltaram para Recife!
O famoso e cruel BATE-E-VOLTA.
Parece que o pessoal da organização do FIG acha que o show é no Centro de Convenções de PE e a banda mora nos Aflitos... Fácil e rápido para chegar e voltar pra casa.
Um dia desses eu falei num grupo sobre as licitações para som e luz dos eventos...
De uma pessoa ganhar a licitação para 300 palcos, e depois tentar colocar som e luz nesses 300 palcos, onde logicamente, ele não tem material para todos esses palcos.
Aí sai tentando tapar os buracos, e é quando a coisa começa a complicar.
Em alguns palcos, tem mais de dois "colaboradores" do rapaz que ganhou a licitação.
É o chamado equipamento "Frankenstein", formado por vários pedaços diferentes, de empresas diferentes!!!!
Fiz um trabalho no São João em Campo Grande esse ano, que fazia tempo que não via (ouvia) uma caixa de som falar daquele jeito... Ou várias caixas de som falarem daquele jeito.
A mesa de som não conectava com o iPad, vários faders com defeito etc, etc, etc, etc.
Me arrepio só de lembrar.
O colega técnico do palco na maior boa vontade para me ajudar a fazer o trabalho, mas era impossível ficar perfeito. Ou pelo menos chegar perto disso.
O show aconteceu, mas...
O que me salvou foi eu ter ido 4h antes do show por conta própria, para tentar ajustar as coisas. 
Se eu tivesse ido na hora para fazer esse show, sem saber dos problemas no palco e no PA, teria sido muito ruim, como foi o show anterior ao nosso, onde a banda e o técnico chegaram na hora do show.
A diferença sonora dos dois shows foi absurda! (Bom pra mim, o cliente notou)
Não porque foi eu quem estava fazendo um dos shows, mas pelo técnico da outra banda não ter ideia dos problemas.
E eu ainda informei para ele sobre os defeitos da mesa, mas ele não tinha a menor ideia de como estava falando os monitores e as caixas do PA.
Aí... Se lascou.
Voltando ao FIG...
A situação lá no FIG não está igual a essa de Campo Grande (não tem como!), mas está bem aquém do que era para ser, de acordo com a importância e grandiosidade do evento para o estado de Pernambuco.
E mais... Já são TRINTA ANOS, e ainda passamos por isso????
Oxe. Tem lógica???
Masoquismo???
Sei lá... Fico tentando encontrar uma justificativa, para um festival com 30 anos de estrada ainda passar por isso.
No meu ponto de vista, era pra ser perfeito (ou quase)!!!
30 anos? Não são 30 meses, viu?
Oxe (2). Tem lógica não.
Tá parecendo meu time, o Santa Cruz, que era melhor nos anos 70!!!!
Pela estrutura ($$$) que o Santa tem atualmente, é pra ficar mesmo na divisão que está. Talvez uma C...
Mas se colocar ele na A agora, vai apanhar mais do que torcedor com a camisa do Palmeiras entrando na torcida do Corinthians, gritando que os torcedores com as camisas verdes são uns bostas!!!!
Será que o rapaz iria levar umas lapadas??
É isso.
Esse é meu ponto de vista sobre o FIG.
Tentem melhorar, pois não está legal.
Pelo menos para a parte técnica, onde é o meu caso, e ainda arrisco afirmar que para a parte artística também, onde vejo muitos produtores enlouquecendo, tentando encaixar seus artistas numa programação com uma logística "porra-louca".
E quando conseguem encaixar, ainda tem que torcer para que o palco tenha a estrutura necessária para atender seu artista.
Não sei se melhoraram, mas nos trabalhos que eu fiz até agora no Palco Pop, essa estrutura mínima não existiu!
Perguntem para o produtor do Ave Sangria o que ele achou do show da banda dele...
Se vocês não tem como fornecer essa estrutura mínima para todas as bandas, DIMINUAM OS SHOWS!
Não continuem querendo fazer um filme com um roteiro de Spielberg, mas com o orçamento, a estrutura e a logística de Jaspion!
Vai dar merda!!!
Pra ser mais exato... Já deu.
Só posso falar pelos shows de música.
Pelo resto das atrações, como exposição, circo etc, não tenho a menor ideia.
Não continuem achando "normal" essas licitações de som e luz.
Ou qualquer outra licitação onde uma pessoa ganha 300 palcos, sem ter equipamento para 3.
A única coisa boa que consegui nesses shows que fiz lá no Palco Pop, foram os elogios que recebi dos artistas e dos colegas e amigos técnicos com os quais trabalhei.
Realmente foi gratificante o reconhecimento.
Mas o sofrimento foi grande, e eu tenho certeza que pode ser evitado!!!!!!!!
Um abraço a todos.

PS: Será que meu Santinha sobe para C? Pelo que vejo, infelizmente não deve subir.

terça-feira, 26 de julho de 2022

Trabalhos no FIG - A foto fala por mim.

Foto by @dzaogustavo.

Olá pessoal.
Estou escrevendo esse texto direto no Blog, pois normalmente faço o texto no Word, e só depois publico.
Vai ser rápido hoje a conversa.
Fiz alguns trabalhos no FIG (Festival de Inverno de Garanhuns), mas ainda falta fazer um com Flaira Ferro no sábado, dia 30, e talvez um ainda no dia 28, mas ainda não está confirmado.
Essa foto registrada por meu amigo Rebelde, que mora aqui em CDU, e hoje é conhecido no seu meio por Dzão, foi quando eu estava fazendo o monitor de Otto no Palco Pop, no sábado dia 23.
Nunca fui de tirar fotos. Principalmente com os artistas com quem já fiz algum trabalho.
Muitos amigos, colegas e ex-companheiras sempre me cobraram isso durante esses meus anos em shows, mas mesmo assim continuo sem tirar fotos, principalmente quando tem que fazer pose (ação ou efeito de posar, de ficar imóvel para ser retratado, fotografado).
Mas essa foto de Dzão me chamou a atenção, pois ela mostra o meu trabalho SEM POSE!
É assim, sempre foi assim, e sempre será assim.
Sempre vou tentar fazer o melhor.
Seja com Otto, Forró na Caixa, Siba, Silvério Pessoa, Banda de Pau e Corda, Geraldo Maia, Flaira Ferro...
Essa foto resume muito o que penso sobre meu trabalho.
Obrigado Rebelde pela foto.
Em CDU, você vai ser sempre o Rebelde.
E vou colocar essa foto em todos os meus perfis!
Um abraço a todos.

quarta-feira, 6 de julho de 2022

Dica dos Amigos 009 - Configuração do StageMix no iPad.

 
Olá pessoal.
Essa postagem é direcionada aos colegas e amigos da profissão.
Vi essa dica do Matheus Madeira (Yamaha Brasil) no Instagram, e achei legal deixar esse vídeo aqui no Blog para futuras pesquisas.
Existem outras configurações que o usuário tem que fazer no iPad para usar o StageMix com as mesas da Yamaha, como por exemplo, colocar o endereço da mesa no StageMix.
Mas essa dica está fora do aplicativo.
Importante checar isso nas configurações do iPad, antes de tentar sincronizar com a mesa.
No vídeo abaixo, que publiquei também no meu canal do YouTube, Matheus explica direitinho o que deve ser checado nas configurações do iPad.

Com certeza essa dica vai ajudar muita gente.
Já me ajudou, pois eu nem sabia desse detalhe, que pode servir até para os outros aplicativos de outras mesas de som.
Vi que na maioria dos aplicativos para controlar as outras mesas, tem essa opção que o Matheus falou no vídeo dele.
Obrigado mais uma vez Matheus.
Um abraço a todos.

Monitor de Mariana Aydar na Macuca - Explicando o porquê de rever minha tese.

Olá pessoal.
Lembram que no final da postagem do dia 01 de julho, sobre o trabalho com a Academia da Berlinda, falei que no show de Mariana Aydar eu tinha comprovado que teria que mudar o meu jeito de trabalhar?
Mudar uma tese que eu tinha?
Pois bem... Vou tentar explicar aqui o porquê dessa minha convicção.
Nunca tinha feito trabalhos com Mariana Aydar.
Muitos artistas do sul/sudeste decidiram ultimamente andar com apenas um técnico, e contratar o segundo no local do show, ou pelo menos perto desse local.
Trabalhei no show do Ira! por essa razão, e agora com Mariana.
Fui indicado para este trabalho mais uma vez por Adriano Duprat.
Cassia, a produtora de Mariana, entrou em contato para acertar os detalhes.
Como imaginei, eles estavam trazendo o técnico que sempre faz os shows da cantora, que se chama Alê (Cabelo).
Me passaram o contato de Cabelo, e eu fui ajustando as coisas com ele, já pedindo o rider técnico para ter uma ideia do show, como sempre faço.

No detalhe, a X32 da Behringer.
Como fiquei sabendo qual seria a mesa de monitor, uma X32 da Behringer, tratei de montar em casa uma cena inicial no meu laptop.
Nesse show de Mariana Aydar, chamado Veia Nordestina, são apenas 17 canais.
A banda é formada por Bruno Marques (bateria), Magno Vito (baixo), Rafa Moraes (guitarra), Feh Silva (zabumba) e Cosme Vieira (sanfona).
O baixista e o guitarrista usam caixas na monitoração, e o resto da banda (bateria, zabumba e sanfona) usa fones.
Pra ser mais exato, o baterista usa fone e caixa na monitoração.
E a bateria é eletrônica, onde ele usa o pé para tocar o bumbo, e todo o resto da bateria é tocada com os dedos, num PAD com vários botões (Maschine Mikro MK2), fabricado pela Native Instruments.
Maschine Mikro MK2.

Além da bateria, ele dispara no MK2 outros samplers durante o show.
Acho que foi a primeira vez que trabalhei com uma banda onde a bateria de todo o show é tocada com os dedos.
Alguns anos atrás, quando fiz o monitor do palco 2 no Festival Coquetel Molotov, teve uma banda chamada Rosa Neon que tinha uma formação parecida, sem bateria, mas se não me falha a memória, o músico disparava bases programadas e disparava alguns samplers em cima dessas bases, mas não tocava cada peça da bateria.
Muito legal o trabalho da Rosa Neon, que infelizmente acabou.
E uma das cantoras dessa banda, em carreira solo atualmente, está fazendo o maior sucesso!
Rosa Neon no Festival No Ar Coquetel Molotov (2019).
Quem?
Marina Sena.
Mas a postagem de hoje não é para falar de Marina, e sim de Mariana.
Montei a cena inicial da X32 em casa, enquanto pegava algumas dicas com Cabelo.
Durante nossa ida de van para o local do show, que ficava perto de Garanhuns, no interior de Pernambuco, fui anotando outras dicas, e vi que teria que ajustar muito minha cena inicial.
Principalmente nos monitores do guitarrista e baixista, onde eu já tinha enviado todos os instrumentos e vozes para esses monitores, e os músicos não ouvem tudo isso nas caixas.
Para vocês terem uma ideia, no monitor do guitarrista só vai a guitarra dele e a voz da cantora.
Isso é comum, principalmente quando o show é num palco pequeno, onde todos ficam muito juntos, como foi no caso desse show na Macuca.
Chegamos ao local um pouco fora da hora marcada, o que eliminou a sobra de tempo que teríamos, pelas minhas contas.
E com essa diminuição no nosso tempo de soundcheck, a coisa foi bem corrida.
Para dar mais uma animada no trabalho, todos os monitores eram diferentes!
O de Mariana era um modelo, o da guitarra era outro, e o do baixo e bateria era o mesmo modelo, mas cada um "falava" de um jeito!
Eu tenho outra tese, mas essa até os dias de hoje não penso em mudar.
Eu não confio em caixas de monitor com botões de grave, médio e agudo.
As caixas do side eram assim.
Na frente da mesa de monitor, a caixa do side.
Mas eu não tinha tempo para ficar pensando em teses. Corri para tentar alinhar os monitores.
Quando eu achava que estava quase tudo meio que controlado, o microfone da voz de Mariana começou a realimentar no palco.
Não estava. Começou depois.
Pedi para Cabelo fechar a frente, e vi que a realimentação era realmente no palco.
De uma hora para outra? Não...
Pode ter sido quando coloquei a voz dela no side.
Para confirmar, fechei o side enquanto falava no microfone, e realmente a sobra vinha do side.
Ajustei novamente a equalização do side no equalizador da via.
Não toquei nos botões que ficam na parte de trás das caixas!!!
Geralmente deixo todos no meio, como se fosse zero de equalização, nenhum acréscimo ou decréscimo.
Side ajustado, seguimos em frente no soundcheck.
Nesse trabalho, o método "pós fader" que usei na cena não me ajudou muito no início.
Mas como seria muito pior mudar isso na hora, segui usando o método onde eu levanto o fader do canal, e esse canal vai para todas as vias.
Se não for todos da banda usando fones, acredito que não uso mais esse método pós fader.
Ou então vou pensar em outros ajustes para esses shows, onde alguns usam fones e outros usam caixas.
Mesmo na correria, chegamos num ponto que todos estavam satisfeitos no palco, inclusive Mariana com seu in-ear sem fio.
Cabelo já tinha me adiantado, que não era difícil ela tirar o fone durante o show, mas eu achava que ela não iria precisar fazer isso.
Mas se ela decidisse por isso, tinha a voz dela nos seus monitores de chão e no side.
Soundcheck finalizado.





Boa parte da equipe não foi para o hotel, que ficava em Garanhuns.
Ficamos aguardando pela hora do show no local.
O show não poderia atrasar, porque Mariana e a banda tinham viagem marcada de Recife para Belo Horizonte no outro dia, no começo da manhã.
Mas quando chegou nossa hora, deu tempo de ligar tudo no palco, e checar todos os canais e vias de monitores bem antes do previsto.
Ficamos até esperando pela hora exata de começar o show.
Vou aproveitar essa pausa aqui para começar o show, e vou ali na esquina tomar um sorvete e comprar as garrafas de vinho para o fim de semana.
Hoje tem jogo bom na TV da Libertadores, e não será difícil eu não respeitar outra tese que tenho, onde acho que só é bom beber vinho na quarta, sexta e sábado!
Essa eu nem considero uma tese. Seria apenas um pensamento vago.
Este texto foi criado na terça-feira (06/07/2022).
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Remédio Chileno e petiscos (leves) garantidos até sábado, vamos voltar para o show na Macuca.
Começou o show, e não demorou muito para Mariana ajustar o volume do seu receptor.
Solei a via dela no meu fone, e aumentei um pouco sua voz, ainda sem querer mexer na mix que ela tinha aprovado no soundcheck.
Acho que nem chegou na terceira música e ela já tirou um dos lados do fone.
Foi aí que joguei minha tese para o espaço, e resolvi meter a mão novamente na mixagem do fone, mesmo sem ela me pedir modificações.
Ajustei de imediato os volumes da sanfona e do baixo (achei alto), e fiquei olhando para ela, pra ver se me pedia algo. Nada.
Ajustei também um pouco o nível dos vocais... Dei uma verdadeira geral na mix.
Pelo que recordo, ela só me pediu para aumentar um pouco a voz da sanfona no fone.
Foi aí que notei que ela estava ainda usando um lado do fone.
Achei que ela tinha tirado os dois fones, me desanimando completamente.
Aí pedi para nosso roadie (Lucas) falar com ela num intervalo entre as músicas, para ver se poderia colocar o outro lado do fone, já que eu tinha ajustado tudo (ao meu gosto, logicamente), e que agora poderia estar bem melhor do que no começo do show.
Ela disse que estava tudo ok, e que iria ficar com apenas um fone.
Quando ela decidiu isso, ajustei todos os PANs (panorâmicos) dos instrumentos para o centro, porque eu tinha colocado a guitarra um pouco mais para um lado, a sanfona um pouco mais para o outro lado, assim também fiz com os vocais.
E sempre usando a posição do músico em relação à ela.
Se a sanfona estava do lado esquerdo dela, no fone também estaria mais para o lado esquerdo, e isso servia para os vocais também.
Quando ela tirou o lado esquerdo do fone, a sanfona e a voz do sanfoneiro quase sumiram para ela, pois não tinha quase nada desse instrumento e vocal no lado direito do fone.
Por essa razão, acabei com a mixagem estéreo do fone dela.
Ela foi até o final do show desse jeito.
Com relação aos monitores da banda, fiz pequenos ajustes durante o show, que eles mesmos me solicitaram.
Nada de anormal.
No contexto geral, acho que foi bem tranquilo o trabalho.
Poderia ter sido melhor (meu trabalho)?
Acho que sim, se eu tivesse jogado para o espaço a minha tese nos primeiros minutos do show!
Mas como diz o ditado: "Há males que vem para o bem".
E por causa desse show, tenho certeza que meu método na monitoração de vias com fones mudou.
Agora, vou meter a mão sempre na mixagem!
Se a mudança não agradar, eles me avisam.
Quanto ao show, o vídeo abaixo que eu gravei da mesa de monitor, mesmo com o som distorcendo no microfone do meu celular, consegue dar uma ideia do que foi, e de como o público estava reagindo.
Muito legal, né?
Dava pra notar que o som estava bem redondinho lá na frente.
O tal do Cabelo, que eu não conhecia, mandando ver!
Muito legal participar desse trabalho, que eu também não conhecia.
Um abraço a todos.

domingo, 3 de julho de 2022

Over Point - Profissionalmente, onde tudo começou pra mim!


Olá pessoal.
Adoro escrever enquanto bebo meu vinho.
Os sentimentos afloram.
Não é à toa que o pessoal se droga tanto.
Mas eu tento segurar a onda com essa minha única droga.
Quem se deslumbra, se lasca.
Eu "consumo moderadamente". (risos)
Mas mesmo sendo consumidor, acho que não deveria ter propaganda de bebidas alcoólicas nos meios de comunicação.
Acho que prejudica mais do que ajuda.
Vamos ao assunto...
Recebi mensagens aqui no WhatsApp sobre uma festa da Over Point que vai acontecer aqui em Recife por esses dias.
Para quem não sabe, comecei minha carreira no áudio nessa Boite, no final dos anos 80.
E já contei muito "causo" para os amigos que eu passei nesse tempo na Over.
Mas só contei para os amigos!!!!!!!
Quase nunca falei aqui.
E foram muitos! Bons, não tão bons, felizes, tristes...
De superação, de insegurança, de humilhação, de soberba...
De aprendizado, de construção da minha linha profissional...
Tenho muita coisa para compartilhar, e acho também que pode ajudar algum profissional que está começando no áudio.
Por todas essas razões, resolvi abrir um espaço aqui no Blog só para falar sobre esse meu tempo lá na minha Querida Over Point.
Espero que vocês gostem.
São tantos assuntos, que só sei o tema da primeira postagem e da última, mas o que está no meio, vai ser o que eu lembrar mesmo, pois tem muito assunto!!!!!!
Sempre vai ter no título Over Point. O subtítulo vai ser o causo.
Espero que vocês curtam.
Eu vou adorar relembrar!!!!!!!!!!!!!!!
Um (Over) abraço a todos.

PS: Nem vou falar que choro aqui escrevendo isso, ouvindo um som muito bem feito de Nando Reis com Jão num festival no Multishow, lembrando de vários flashs meus na Over Point...
Coisas do vinho?
Nem sempre.
Simplesmente, me emociono com coisas bem feitas.

sexta-feira, 1 de julho de 2022

Operando o monitor da Academia da Berlinda na Casa da Rabeca - Tenho que repensar sobre minha tese.

Olá pessoal.
Notei agora que não escrevi nada sobre esse trabalho.
Mais uma vez, substituindo Adriano Duprat, fiz o monitor da banda Academia da Berlinda.
Acredito que, pela primeira vez, vou postar sobre um trabalho que aconteceu antes da postagem anterior.
Vou quebrar a cronologia dos fatos!
O trauma foi tão grande lá em Arcoverde, que o fato aconteceu depois desse show com a Academia, mas acabei postando antes sobre o trabalho em Arcoverde.
Mas não tem problema, né?
Vamos para o show da Academia da Berlinda, que aconteceu no dia 11 de junho, na Casa da Rabeca, que fica em Olinda.
Fiquei sabendo que seria uma LS9 da Yamaha no monitor, e que o equipamento seria de Elenildo.
Massa, pois sei que ele cuida muito bem dos equipamentos, e isso eu comprovei mais uma vez nesse show.
E sabia também que era Marcão que estaria lá pela empresa. Muito difícil algo dar errado.
Para agilizar meu trabalho, peguei a cena da PM5D que usei anteriormente com a Academia em Natal, e converti para LS9.
Só que o Yamaha Console File Converter não converte direto.
Temos que converter primeiro de PM para M7 ou CL/QL, para só depois converter para LS9, como mostra a foto abaixo.

Chatinho, né? Mas é o jeito.
Converti para M7, e depois peguei essa cena de M7 e converti para LS9.
Quase tudo fica igual. Nomes, ganhos, sends, 48v, compressores, gates...
A única coisa que tem que ajustar é o RACK com os efeitos e os equalizadores gráficos insertados nas vias.
Mas isso é o mínimo, pois já adiantamos bastante o serviço.
Passei minha nova cena de LS9 para a mesa, e chequei todas as vias de monitores, enquanto a banda não chegava.
Fumato estava fazendo o som do PA.
O soundcheck foi super tranquilo. 
A cena, mesmo convertida, funcionou bem para começar o trabalho, e tudo transcorreu normalmente.
Pelo que eu recordo, a banda checou os canais individuais, e só tocou UMA música!!!
Antes dessa música, notei uma pequena realimentação no palco, pedi para Fumato fechar o PA, e vi que não era no palco, e sim a volta do som do PA para o palco que estava causando a realimentação. 
Conversei com Fumato, ele ajustou o EQ do PA, e tudo ficou legal.
Era só conferir com a banda.
Passaram uma música, e disseram que estava tudo ok.
E é?
Tá... Vocês estão falando, então tá falado.
Nessa música, o percussionista Tom me pediu mais volume nas congas e também mais um pouco de bateria.
A caixa de som não aguentou, e tivemos que segurar o volume, para evitar a distorção.
Ele viu que não tinha jeito, e disse que estava tudo bem, mesmo sem achar que estava.
Foi o único contratempo que tive.
O baixista Yuri é o único que usa fones na banda.
E nem lembro dele me pedindo ajustes nessa via estéreo de fone...
Maravilha. Soundcheck encerrado.
Mas ainda estava com o problema da via da percussão na cabeça, enquanto salvava a cena na mesa e no meu pendrive.
Aí lembrei das caixas de reserva que tinham levado!!!!
Falei com Marcelo, que era o técnico da empresa que estava me dando assistência no palco, pegamos outra caixa (idêntica) e colocamos na percussão.

Logicamente o nível de som foi alterado por causa da adição da segunda caixa, ficando muito alto.
Enquanto eu tocava nas congas, ia ajustando no iPad o nível da via, para chegar num nível com muito mais presença quando tinha apenas uma caixa, mas ficando ainda confortável.
Baixei uns 3 dBs o máster da via.
O som das congas ficou num volume muito legal, e com isso eu sabia que provavelmente o resto chegaria bem também. E ainda eu fiquei com uma sobra, caso Tom solicitasse mais volume em alguma peça.
Primeira parte do trabalho finalizado.
Aí veio a parte mais cansativa... A espera pela hora do show!!!!!!
Não fazia sentido eu voltar para casa, para depois seguir novamente para Olinda.
E resolvi ir para casa de Ambrósio, um dos roadies da banda.
A espera foi longa, viu?
Deu tempo de tomar uma garrafa de vinho com Ambrósio, e ainda dormir!!
Eu estava com receio de não dar público, porque corria-se o risco de chuva forte, mas ela não caiu nessa noite, e o público foi grande.
Quando chegou nossa hora, fui para o palco arrumar as coisas.
Tudo ligado, chequei todos os canais e vias. Tudo certinho. 
Começou o show, e depois de alguns minutos... Mudei de profissão.
Me tornei um "cuidador" de mesa de som.
Só checando para ver se tinha algum sinal saturando (clipando) na mesa, olhando o nível do sinal no transmissor do in-ear do baixista, mas sempre olhando também para a banda no palco, para ver se alguém queria alguma coisa nos monitores.
Realmente não fiz mais nada durante o show.
Relaxei tanto, que nem lembro de ter ido ouvir como estava o fone de Yuri.
Tenho uma tese (errada!) que se o músico não fala nada, é porque está tudo bem.
Tenho que mudar esse jeito de trabalhar, principalmente quando todos na banda usam in-ears!
Sei também que cada músico tem um "jeito" pessoal de ouvir nos fones.
Nem todos gostam de colocar todos os instrumentos no fone, e o volume de cada instrumento geralmente varia entre os músicos.
Mas eu tenho que rever esses meus conceitos nos próximos trabalhos.
Até esse show, vou ter que me conformar com o pensamento de ter sido um cuidador de mesa de som, onde tudo saiu perfeito. O que é muito bom, não tenham dúvidas.
Mas no trabalho com Mariana Aydar, eu tive a certeza absoluta que tenho que mudar esse meu método de trabalho!
Ou seja... Rever minha tese.
Um abraço a todos.