quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Baile do Menino Deus – Operador com problemas de claustrofobia não faz este trabalho.

Olá pessoal.

Hoje é terça-feira, dia 26.

Estou tentando há horas começar o texto aqui sobre o evento Baile do Menino Deus em que operei o monitor, mas um acaso está me fazendo passar horas com uma desconhecida (pelo menos da minha parte, pois não lembrava dela) aqui no MSN num bate-papo gostoso, inteligente e divertido. Nunca deixem escapar um bate-papo como este. Se é gostoso, está sentindo prazer. Se é inteligente, você está aprendendo algo. E se é divertido, você está rindo e rir é muito bom. Quem rir, seus males espanta! Não é isso que falam? Se não for este o provérbio, vai ser pra mim agora. Já dizia Chaplin (e eu ouvi também centenas de vezes Nena Queiroga cantar esta frase):

“...Sorri vai mentindo a sua dor E ao notar que tu sorris Todo mundo irá supor Que és feliz...”

No final da música, todas as vezes Nena Queiroga chorava!!!!!!!!!!!!!!!!

Beijos Nena!

A música é linda, a letra idem, mas não rio só para mentir a dor. Nem sempre tem dor para mentir. Sorrir é bom sempre! Gosto de rir. O pessoal pode até supor, mas você vai ter a certeza que está feliz (nem que seja só naquele momento).

Gosto muito das frases de Chaplin.

Continuo aqui falando com minha amiga “quase” desconhecida enquanto escrevo estas linhas. Ela dá pausas longas na conversa, mas isso eu não vou explicar. Deixo vocês na curiosidade mesmo. Só supondo!

Enquanto isso, consumo o último dos meus presentes de aniversário, um vinho Argentino. Não sou fã dos vinhos daquele país. Como vocês já sabem, adoro os do Chile, mas meu estoque de Chilenos acabou (por enquanto!). E este vinho Argentino que estou consumindo aqui foi presente de um dos poucos amigos de verdade que tenho. Então tem um sabor mais que especial.

Fui mais uma vez operar o monitor do Baile. Vou escrever só Baile em todo o texto, pois escrever “do Menino Deus” toda vez que for falar do evento é lasca! Nenhuma mudança considerável em relação ao ano passado. A mesa que colocaram pra mim era inferior em recursos em relação ao ano anterior. Aumentaram mais uns canais na orquestra, mas nada de extraordinário. Continuei entre as ferragens da estrutura, mas nada comparável também ao primeiro ano em que era absurdamente impossível eu me movimentar lá embaixo. Simplesmente não dava para me mexer.

Quem fez ressonância magnética sabe do que estou falando. Fiz uma vez. Estourei meu joelho quando jovem, e só tive coragem de fazer a operação muitos anos depois, quando vi que a cirurgia ficou mais simples, menos bruta do que era na época em que me machuquei. Lembro-me que vi num amigo a cicatriz na época e o corte era de um palmo ou mais na lateral da perna, e isso me assustou. Era muito difícil eu deixar alguém dar um corte daqueles no meu corpo! E acordado?? Jamais!! Anestesia de parto? Tou fora! Sou mole. Assumo. Não me envergonho de falar. Me sinto mal só com o cheiro de hospital. Fico enjoado com cheiro de sangue. Não consigo ver operação pela televisão. Cortou, eu viro o rosto. Médico eu não seria nunca na vida.

Na minha juventude (faz um bom tempo), chegando em casa na madrugada, socorri um casal que acabara de cair de moto na frente de casa. Naquela época ainda podíamos confiar em algumas pessoas, e sinto muita falta disso.

Coloquei os dois na Brasília (lembram deste carro?) dourada do meu Pai e segui para o hospital. O cheiro de sangue tomou conta do carro e eu me concentrei para não vomitar ao volante! Quase fico internado quando cheguei ao hospital. (risos)

Não entendi porque tinha uma placa na recepção da ressonância magnética dizendo que o exame poderia demorar dependendo do paciente. Só entendi quando chegou minha vez. Quem sofre só um pouco de claustrofobia... NÃO ENTRA NUMA PORRA DAQUELA DE JEITO NENHUM!!!!!

Parece que você está sendo enterrado vivo e que vai faltar ar para respirar. Lembro-me toda vez deste episódio na minha vida quando vou fazer o Baile. Lógico que o exame é muito mais claustrofóbico, mas ficar embaixo daquele palco não seria nada agradável para quem sofre deste mal. Acredito que se o operador de monitor tiver realmente esta fobia, não consegue ficar ali no meio das ferragens! Nem vou falar sobre os ruídos provocados pelos saltos dos bailarinos no piso de compensado porque já estou até acostumado com isso. (risos)

Aguentei não... Fiquei conversando com minha desconhecida até 2h da manhã! Vou dormir. Amanhã finalizo este texto.

...

São 20:30h da quarta-feira. Fui acordado hoje as 8:30h com as marteladas de alguma reforma no prédio. Passei a tarde com meu filho e estou de volta à minha mesa na sala para finalizar este texto. Hoje eu termino. Nem entrei no MSN ainda, pois corro um sério risco de parar o texto aqui novamente se encontrar a minha (não mais) desconhecida. Mais tarde eu entro. (risos)

Vou dar uma olhada aqui nas fotos do Baile para dar uma clareada na mente.

A mesa de som deste ano foi a LS9. Por não achar simples navegar nesta mesa digital, sincronizei meu laptop com ela para facilitar o serviço. Foi colocado mais uma vez um monitor de TV ao meu lado para eu conseguir ver quando o coro entrava e saía. Uma mini-câmera foi presa num pedestal perto do maestro para enviar o sinal de vídeo via wireless, ou seja, sem fio. Mesmo assim segui um roteiro que fiz previamente com o diretor do espetáculo e com meu amigo Rogério que fez o som da frente mais uma vez também.

Na foto acima o roteiro do espetáculo (papel maior à esquerda) e relação das vias de monitor (papel menor à direita)

Todos os cantores solistas usaram in-ear sem fio. A monitoração deste ano foi quase a mesma coisa do ano passado, só acrescentei uma via exclusiva para o maestro e foi de uma grande importância esta via de monitor.

Foram cinco dias de trabalho. Um dia para ensaio geral, outro dia de gravação para uma emissora de TV e três dias de espetáculo aberto ao público.

A equipe era formada por 4 pessoas. Eu fiquei na mesa de monitor, Arnaldo ficou responsável para resolver qualquer problema no palco, Mano ficou lá atrás entregando os in-ears e microfones aos solistas quando eles entravam em cena e Rogério ficou lá na frente operando o som direcionado ao público.

A única coisa de anormal que aconteceu foi nos microfones do coro masculino.

No primeiro dia, no ensaio geral, foi muito corre-corre para aprontar tudo e não deu tempo de ajustar tudo com calma. Achei muito estranho o som destes microfones no meu fone. No outro dia, na gravação para TV, cheguei cedo e fui dar uma conferida. Realmente o som dos microfones não estava soando bem no monitores. Troquei todos! Ficou bem melhor mesmo.

Ah!

Lembrei de outra anormalidade. Com a lei seca em vigor (que só funciona para alguns!), não levo mais meu vinho para a noite de Natal!

Um abraço a todos.

Obs: Notaram que eu resumi legal hoje?

Estou doido para entrar no MSN para rir mais um pouco hoje também!

Smile...