quarta-feira, 25 de maio de 2022

Show de Renato Bandeira no Festival Do Frevo ao Jazz - Foi uma massagem tão grande, que fiquei envergonhado!


Olá pessoal.
Estava eu em plena sexta-feira 13 em casa, quando toca o telefone perto das dez horas da manhã.
Já tomei um susto, pois ninguém liga mais, manda mensagem no WhatsApp, né?
Eita. Sexta-feira 13 pela manhã, o telefone tocando?
Só pode ser notícia ruim!!! (risos)
Ri porque nem tinha me ligado que era dia 13. Só sabia que era uma sexta-feira.
Era meu Amigo Renato Bandeira, perguntando se eu não queria operar o som do PA do show dele instrumental no Festival Do Frevo ao Jazz.
O show iria acontecer nessa mesma sexta-feira diabólica, às 19h, na Praça do Arsenal em Recife.
Massa. Vou sim, falei pra ele, sem nem saber direito do cachê.
E nem falei pra ele que iria até por menos do que ele ofereceu! (risos)
Para me conquistar, ele falou que além do cachê, tinha uma garrafa de vinho de brinde!
Melhor ainda, né?





O soundcheck seria às 17h, mas cheguei bem antes para ver as coisas.
Na mochila, só levei fone, gravador portátil, pendrive, óculos... E três garrafas de vinho!
Uma era o complemento do meu cachê, a outra era de Renato, e a terceira garrafa levei para garantir.
Nem montei cena inicial do show, pois nem sabia qual mesa tinha lá, e se iriam ligar os instrumentos de acordo com o input list.
O rider para esse show foi eu que montei à pedido de Renato dias antes, e achei que ele iria sem técnico.
Quando cheguei na Praça do Arsenal, já gostei do sistema montado, que era da empresa Selva Nua.
Tudo lindo e organizado.
A mesa do PA era a Vi6 da Soundcraft, que eu nem lembrava mais como "mexia nos pitôcos".
Gosto muito dessa mesa, mesmo não tendo feito muitos shows com ela.
Quem estava no PA pelo festival era Adriano Duprat.
Já fui pegar dicas de operação da mesa com ele, pra saber onde estavam os comandos, e como eu tinha que fazer para chegar nesses comandos.
Cada mesa tem um jeito próprio para os mesmos comandos.
A Studer é a proprietária do sistema Visitronic, usado nas mesas da Soundcraft da série Vi.
Já tinha me deparado com a mesa Vista 5 da Studer, numa das turnês que fui para a Europa com Silvério Pessoa.
Fiquei tão animado com a mesa da Studer, que escrevi até sobre isso na época.
Vou tentar achar aqui a postagem...
Achei. Foi em 2008.
Vista 5 da Studer. Festival Paléo na Suíça.

Quem quiser ler essa postagem de 14 anos atrás, clique AQUI.
Adriano nem precisou explicar muito sobre a mesa para eu lembrar que ela é muito massa!!!
Como não fiz nenhuma cena inicial, falei que usaria os canais na posição que seriam ligados no palco para as outras bandas, mas ele me falou que não tinha problema algum ligar de acordo com o input list que eu enviei.
Ok então, liga como está no input list.
Não coloquei Lisa Stansfield para escutar o som do PA.
Usei a cena inicial de Adriano, que já estava com os ajustes de EQ do PA, com as mandadas para o sub, front e torre de delay.
Só perguntei como fazia para chegar no EQ gráfico do PA, e esperei pela minha vez de passar o som.
Era um show autoral instrumental de Renato Bandeira, com bateria, baixo, teclado e guitarra.

Vi6 da Soundcraft.

Renato é violonista/guitarrista, e nesse show seria usada uma guitarra semi-acústica.
Só fiz uma pergunta pra Renato no palco: --- É jazz, né?
Ele respondeu que sim, e fui lá pra frente.
Me lembrei do FITO, onde eu era o responsável pelo som do palco dos shows, e ia ter Tom Zé.
Já falei também desse episódio aqui no Blog. Muito legal o "causo".
Mas vou deixar esse para vocês encontrarem, usando a ferramenta de busca do Blog.
No primeiro show que fui fazer o som, eu pedi para tocar o bumbo da bateria.
Quando eu levantei o fader, no primeiro "tuum", já ouvi do palco: --- Ei!!! Rapaz do som. Não é bumbo de música pop não, viu? Não é Dance Music! É jazz!!! (risos)
Não lembro se foi Tom ou Jarbas quem falou isso na hora.
Jarbas é o diretor musical de Tom Zé, que participa da banda também.
Eu nem tinha mexido em nada!!! Só levantei para ouvir como estava chegando.
Mas entendi o recado.
Nem lembro mais quantos shows de Tom Zé fiz depois desse inicial. Foram muitos, todos no FITO.
Da metade dos shows em diante ele já me chamava de Titio.
Nesse show de Renato Bandeira também não era som de música pop.
Fui levantando os faders, fazendo os ajustes, enquanto a turma passava o som dos monitores.
Aqui não foi como no show de Elba, estava tranquilo. Tínhamos tempo de sobra.
Não mexi em nada na equalização do PA.
Confiei no conselho de Adriano, que foi: Vai levantando os faders que vai soar bem.
E soou!

Pra não dizer que achei tudo legal... Achei um pouco estranho o som da caixa, mas eu achava que era o som dela mesmo. Ainda tentei puxar um pouco de grave, mas não consegui chegar no som que eu queria. Mas como era jazz, com um som mais cru, mais natural, ficou bem ainda.
Quando fui no outro dia do evento ver alguns shows, achei que poderia ter sido um microfone não muito legal no meu dia... Mas no outro dia não vale mais nada!
Foi super tranquilo o soundcheck. E como Renato seria a primeira atração, tudo ficou armado e ligado no palco.
Só aguardar a nossa hora.
A mesma tranquilidade que tive no soundcheck, tive no show.
Só fiz me divertir com o som, e com a mesa Vi6.
Só comprovou o que eu já achava da mesa. Massa!
A Série Vi da Soundcraft é muito legal!!!
No vídeo abaixo, feito por Adriano Duprat, eu me divertindo na mesa de som.


O show foi muito legal, mesmo sendo muito curto!
Acho que não chegou a 1h de duração. Normal num festival, onde os tempos maiores dos shows são para as atrações mais conhecidas.
Achei o resultado sonoro muito bom.
Mas o público (onde tinham muitos músicos) achou o som absurdamente bom!!!!
Renato Bandeira me agradeceu tanto após o show, que fiquei sem jeito.
E olhe que sou amigo de Renato desde 2004, quando o conheci em Silvério Pessoa.
Acho que nesses anos todos, ele nunca me elogiou tanto como nesse show.
Oxe. Fiquei meio "desajeitado" com os comentários.
E eu pensando... Galera... Foi só bateria, baixo, teclado e guitarra...
Como sempre, eu me subestimando.
Tenho esse grave defeito!
Sou muito exigente comigo mesmo.
Depois de vários elogios durante o pós-show, acabei me convencendo que realmente o som poderia ter sido mesmo como estavam achando que foi.
Já na segunda garrafa de vinho no camarim, comemorando e conversando com Renato, ele falou: --- Titio, todo mundo que elogiou meu show, elogiou o som do show. Ninguém elogiou só meu show. Interligaram as duas coisas. Meu show, e o som do meu show!
Foi nesse momento que eu tive a certeza que a garrafa de vinho que eu trouxe de garantia, iria fazer parte das comemorações!

Teve gente falando que foi o melhor som do festival até aquele momento!
Mesmo eu ainda achando um pequeno exagero, não estava mais me importando com isso.
O resultado foi muito melhor do que eu estava imaginando, e ponto final!
Vou comemorar!!!
E foi isso que eu fiz!!!
Fui pra "galeeeeeera"! Como o personagem Seu Boneco, da Escolinha do Professor Raimundo.
A massagem revigorante na autoestima foi tão grande nessa noite por causa dos elogios, que fiquei bastante envergonhado.
Mas uma vergonha como sinônimo de encabulado, desajeitado, sem jeito, lisonjeado...
Voltei para casa só com a metade da terceira garrafa de vinho.
Completamente leve, por tudo que aconteceu no trabalho, sem esquecer também do vinho na corrente sanguínea, logicamente.
Gravei o som do show, tirando o L/R direto da mesa para meu gravador Tascam.
E os elogios continuaram durante a semana por causa dessa gravação!
Vixe!
Como é bom receber elogios, né?
Fiquei imaginando...
E se esse show de Renato Bandeira não tivesse acontecido numa sexta-feira 13??
Como teria sido???!!!! (risos)
Um abraço a todos.

sexta-feira, 20 de maio de 2022

A imagem resume o meio em que vivo desde 1987!

Isadora cantando com Sereno no peito. (Foto by @maxfoto)

Olá pessoal.
Vou sair completamente do cronograma e do jeito que escrevo para o Blog.
Não escrevo direto, faço um esboço no "word", para só depois montar a postagem.
Tou escrevendo hoje direto. Coloquei a foto de Isadora Melo amamentando seu filho Sereno, enquanto curtia o show de Carlos Filho na semana passada.
Ela era plateia nesse dia.
Uma semana depois ela era a convidada, que aconteceu nessa quinta-feira (dia 19/05), onde participei novamente operando o som.
Mas hoje aqui não vou falar de som, nem de DDO (Carlos Filho sabe o que é).
Vou só fazer um breve comentário do que é viver de arte.
Arte... Isso inclui tanta função, que não tem espaço aqui para pontuar todas!!
Viver, para a grande maioria da população do mundo, não é fácil.
Infelizmente, muita coisa que está escrito nas "constituições", são apenas palavras num papel.
Direito a moradia para todos? Só palavras, não?
Nem vou me estender nesse caso.
Quero mostrar aqui com essa foto de Isadora cantando com Sereno (literalmente no peito), que viver de arte também não é fácil.
Comparo com o futebol.
Todos ficam assustados com os salários do jogadores, técnicos etc.
Mas poucos recebem uma fortuna, a grande maioria dos envolvidos recebe valores impressionantemente baixos.
Com a minha área é a mesma coisa.
E essa foto é um "retrato" da minha profissão.
Tenho Amigo técnico de som, que desde que começou a trabalhar com artista que toca muito no São João, não consegue participar dos aniversários dos filhos, pois nasceram em junho!
Lembro de uma história, que Yuri Queiroga, filho de Nena Queiroga e Spok, dormia atrás do banco do baterista Tostão, o tio dele, enquanto os pais tocavam e cantavam.
Sabem o que é isso? Dormir atrás do banco do baterista?
Mas acho que ele adorava, pois tá fazendo a mesma coisa que os pais!
Isadora amamentou Sereno no dia que ela foi ver o show de Carlos Filho com Cláudia Castelo Branco, como amamentou também nessa quinta-feira passada, quando foi a artista convidada.
Tinha até uma cadeira de balanço para ela amamentar, mas ela fez isso na cadeira onde ela cantava.
Todo mundo sentou na cadeira de balanço, menos ela! (risos)
Foi massa! Mas não vou falar sobre isso hoje.
Inclusive, nem avisei aos meus parceiros do projeto do Blog pelo Recife Virado, que ira escrever hoje.
Estava combinado que eu só iria postar na semana que vem!!!
Não vai ter cartela de divulgação, vou postar como faço normalmente, mas usando ainda a assinatura do Projeto Recife Virado.
Raian e Janaísa, me desculpem mais uma vez. 
Já estão acostumados, né?
O Recife Virado está no lucro. Eram apenas seis textos, e esse é o décimo segundo!!!
Me empolguei?
Não. Os trabalhos voltaram!!!
Conheci Isadora fazendo o monitor do Baile do Menino Deus, muitos anos atrás.
Nem sei se ela lembra disso.
Era uma adolescente, que já cantava muito.
E continua do mesmo jeito, só que agora é uma mãe cantando muito.
Sua determinação em continuar nas artes, independente dos obstáculos, é um grande incentivo para quem está começando.
Ou até para os velhinhos do meio, como eu.
Como Isadora, como Nena, como Spok, como Yuri, como tantos outros do nosso meio que eu tive e tenho o prazer de cruzar nos palcos, também passei e passo por perrengues, mas até hoje, não pensei em mudar de profissão.
E nunca esquecer da ajuda dos amigos e familiares (avós, tias, irmãos etc), que sempre seguram a onda quando não temos onde deixar os filhos, pois a profissão é completamente "desregrada".
Não tem hora determinada para quase nada! De uma hora pra outra, surge um ensaio, uma viagem, um show...
E essa foto espetacular resume tudo isso que eu queria falar!!!!!!
Um abraço todos.

PS: Escrevi esse texto hoje, pelo simples comentário de Jozete Cardoso no meu Instagram, quando ela fala: "Que imagem!"
E eu respondi: É mesmo...

terça-feira, 17 de maio de 2022

Show de Elba Ramalho & Luã no Teatro RioMar - A mesa digital jogou um balde de água fria na minha comemoração.

Olá pessoal.
Dizem que nunca é bom comemorar antes do final, mas eu não tenho essas superstições, mesmo eu me lascando de vez em quando.
Mário Jorge, técnico de Elba Ramalho desde o tempo em que "Dercy Gonçalves era Paquita", me chamou mais uma vez para substituí-lo em dois shows da cantora que ele não iria poder fazer.
Adorei essa frase de Dercy, que eu vi hoje num grupo de áudio, usada para ilustrar como um colega nosso era antigo na profissão, e aproveitei para ilustrar como faz tempo que Mário opera o som dos shows de Elba Ramalho.
Esse show aconteceu no Teatro RioMar de Recife.
Mário me passou o rider técnico desse show, que seria sem percussão, e combinamos tudo certinho com Monteiro, colega nosso que responde pela parte técnica de lá.
Ficou tudo acertado. 
Eu já sabia que seria uma CL5 no PA, e uma PM5D no monitor. Ambas da Yamaha.
Montei uma cena inicial em casa, usando o editor offline da CL, com o input que Mário me enviou.
Já adiantei o serviço. 
Sempre faço isso, mesmo começando o soundcheck do zero, como seria nesse show. 
Já coloco os nomes nos canais, ligo o filtro de graves onde sei que vou usar, escolho os efeitos etc.
Cheguei cedo no teatro, para arrumar minhas coisas.
Eu sabia que o sistema de som do teatro tinha mudado, por alguma questão contratual.
O anterior era bem melhor, diga-se de passagem...
Acredito que a mesa de PA também fazia parte do setup que foi mudado, pois nunca tinha ouvido falar de problemas no teatro anteriormente.
Passei minha cena inicial para a mesa de som, e Monteiro fez todos os ajustes nas saídas, que iam para o PA, subgraves, front, balcão etc.
Tudo certinho.


Mas quando fui equalizar o PA, usando os faders do centro da mesa para controlar o equalizador gráfico, notei que alguns estavam com defeito, subindo e baixando sozinhos.
Normalmente, usamos esses faders centrais como sendo os masters das saídas: Auxiliares, matrix, DCAs(!!).
Não podemos chamar DCA de saída, mas geralmente controlamos os DCAs nesses faders centrais.
Já estava desconfiado dos faders da mesa... E quando fui "lincar" (vem do termo LINK - fazer um PAR) alguns canais, notei que um dos faders do par ficava louco quando eu tentava subir ou baixar o par.
Isso aconteceu quando fui passar o som das bases gravadas que seriam usadas em algumas músicas.
Simplesmente eu não conseguia movimentar o par de faders sem um deles ficar descendo e subindo todo tempo, fazendo com que o som aumentasse e baixasse.
Testei nos faders da guitarra, que são lincados também, e aconteceu a mesma coisa.
Não teve jeito e "deslinquei" todos os canais que eu iria usar.
Daria mais trabalho, pois eu ia ter que equalizar, comprimir, ajustar ganho etc, nos dois canais independentes, mesmo fazendo parte do mesmo instrumento.
Mas não tinha saída. Tinha que ser assim.
Até tinha outro jeito, criar grupos para esses canais, mas nem pensei em fazer isso.
E foi nesse momento que resolvi usar meu iPad sincronizado com a mesa, para poder mexer nos ajustes, sem ter que usar alguns faders da mesa.
Outra coisa que decidi, foi eliminar os faders do centro, deixando eles sem função, e coloquei os controles dos DCAs no bloco de oito faders no final da mesa, onde eu notei que não estavam com problemas.
Perfeito. Iria diminuir muito os riscos.
Consegui passar o som da bateria com Tostão Queiroga, pois ele era o único músico que estava em Recife. O restante da banda chegaria mais tarde, e daria tempo suficiente para fazer o soundcheck.
A gente não estava contando com o incêndio que teve nas palafitas no bairro do Pina.
Caos total no trânsito ao redor do local, que era bem perto do Teatro RioMar.
Resumindo... 
O restante da banda, chegou bastante atrasada!
Enquanto Flávio Rego, técnico de monitor, ia passando com a banda no palco, onde todos usam fones, eu ia subindo os faders lá na frente, ajustando a equalização dos canais.
Já estava bem perto do horário de abertura da casa.
Não tínhamos tempo para fazer um soundcheck normal.
Quando ficou razoável no monitor, acabou o soundcheck, independente de eu achar qualquer coisa.
Foi na correria mesmo.
Não deu tempo nem de ver os vocais.
E com o público já entrando na casa, pedi para o roadie dar uma dedilhada no violão de Elba, só para eu saber como iria soar no PA.
E foi só.
Agora, só restava aguardar pela hora do show.


Flávio ainda veio na mesa do PA pra falar comigo, mas nem lembro qual era o assunto. Lembro de ter pedido para ele falar com Luã, filho de Elba, que iria participar do show, para se possível, aumentar um pouco a emissão de voz, pois tive que puxar muito na frente.
O recado deu resultado, pois na hora dele, a voz chegou muito melhor.
Eu já tinha duplicado o canal da voz dele na mesa, caso precisasse de mais sinal de voz.
Vai começar o show...
Como não passei nada dos vocais, ajustei "no olho" os dois canais, baixei pela metade o DCA que controlava o volume desses canais, e durante o show fui levantando o DCA, fazendo os ajustes necessários.
Funcionou lindamente.
Elba começou a cantar e não tive problema em colocar a voz dela na base.
Lembrando que não passamos quase nada da banda com Elba. 
Passamos mais com Luã, do que com ela.
Tudo estava lindo durante o show.
Não lembro agora se o fato aconteceu antes ou depois da participação de Luã.
Também, não muda nada saber disso.
Sei que Elba estava cantando uma música de Belchior.
Se baixou para cantar e falar com as pessoas na primeira fileira de cadeiras.
Um pouco antes dela fazer isso, eu vou explicar um detalhe.
Lembram que eu falei que tinha desabilitado os faders do centro, né?
Pois bem...

Um pouco antes dela se abaixar na ponta do palco, eu chamei os DCAs nos faders do centro. É tão comum a gente usar eles para isso que foi algo automático.
Mas do mesmo jeito que chamei rápido, saí rapidamente, pois esses comandos de DCAs estavam no final da mesa.
Voltei minha visão para Elba, achando que ela estava conversando com as pessoas, pois não estava mais escutando a voz dela.
E parecia mesmo que ela estava conversando, mas quando vi o microfone perto da boca dela, tomei o susto!
Ela estava cantando!!!!
Parou o microfone!!! Pensei na hora! Fiquei tentando me comunicar com o palco para trocarem o microfone pelo reserva.
E quem disse que tinha "intercom" (intercomunicador) para falar direto com Flávio?
Falei ainda no meu rádio, que sempre levo já pensando na falta de intercom, mas nada do roadie me escutar. E eu levantando os braços na mesa...
Foi aí que olhei para minha mesa, ainda tentando entender o que estava acontecendo, e notei que o canal da voz dela estava modulando. Ou seja... O microfone não estava parado. Estava funcionando.
Por isso ela não notou nada no palco. Estava normal para eles, todos escutando a voz dela.
O problema era comigo!!!
Ainda sob o efeito do susto, saí à procura do problema, e fui eliminando as causas.
O fader do canal dela estava levantado? Sim, ok.
O canal estava endereçado para o LR? Sim, ok.
O DCA!!!!!!! Só podia ser.

Puxei o DCA nos faders do centro. Nem lembrei que tinha eles no final da mesa.
O fader do DCA responsável pelos dois canais de voz de Elba estava completamente abaixado!!!!!
Ele baixou (e eu não vi) na hora que chamei por engano aqueles faders.
Fui levantar o fader, e ele não subia de jeito nenhum!!!
Travado embaixo.
Tentei umas três vezes subir ele, e nada! Quase arranco ele na mão.
Foi aí que lembrei que tinha colocado esses mesmos controles no final da mesa.
Olhei para o lado, e estava lá o fader embaixo também, pois ele é uma cópia desse que eu estava tentando levantar.
E pelo que sei, não adiantaria eu ir lá no outro bloco e levantar o fader, porque como ele é uma cópia do outro, se o outro não sai do lugar, esse também não sai.
Eu tinha que sair primeiro dessa página dos faders centrais com os DCAs, pois assim não estaria mais com dois faders com a função do DCA7.
O público já estava tentando avisar que não tinha voz, e Flávio também avisou pra ela pelo microfone dele, que ela escuta, pois ele faz vocal também durante o show.
Foi quando subi o DCA7 no outro bloco, e surgiu a voz de Elba falando: --- Como? Parou a voz na frente? 
E o público respondeu: --- Voltou, voltou!!!!
Isso a banda já tinha parado de tocar. 
E Elba continuou falando, agora olhando para mim, logicamente: --- O que foi que houve? Parou a voz aí na frente? Qual foi o problema?
Com uma "cara de bunda", (nem sei de onde vem esse termo) apontei para a mesa.
E ela continuou: É... Mas é você que está operando, né?
Vou dizer o que? Nada.
Tempo que durou a agonia? 60 segundos.
Parece pouco, mas num show onde aparece um problema, é uma eternidade!!!!


Lembrei do outro caso que aconteceu comigo em 2005 com Silvério Pessoa na Bélgica, onde um equipamento perdeu o sincronismo com a mesa de som, e perdi 8 canais no início do show, onde um deles era a voz. Parou o show também, com todos ouvindo tudo perfeitamente no palco.
Esse na Europa foi mais complicado, pois os técnicos Belgas tiveram que fazer o sincronismo novamente dos equipamentos.
Tudo bem...
Fazendo as contas, comecei em 1987 a operar som ao vivo, e só duas vezes eu passei por isso, num intervalo de 17 anos (2005-2022).
Mas... Não é nada legal passar por isso.
Eu poderia ter resolvido esse problema com Elba em menos tempo??
Poderia sim, se eu tivesse visto o fader baixar. Não tinha a menor ideia que isso poderia ter acontecido.
Descobri por eliminação.
Quando descobri onde estava o problema, poderia ter resolvido mais rápido?
Poderia. Era só tirar a voz do DCA7, desmarcando a opção na página do canal.
Fazendo isso, ele não estaria mais vinculado ao DCA que estava com o fader totalmente zerado, e a voz apareceria normalmente.
Mas no desespero, esquecemos por alguns instantes de detalhes que podem ajudar.
Lembrei disso quando levantei o fader do DCA7.
Talvez nem teriam parado o show, por eu ganhar uns 20 segundos, mas se duvidar, ficaria pior o resultado, ficando a música com um buraco no meio sem voz.
Ela cantou novamente a música de Belchior do começo, e seguimos com o show, sem mais nenhuma surpresa, e eu ainda gostando muito do som., mesmo me recuperando ainda do susto!

Ahhhh... Não tirei a voz do DCA7. Foi assim até o final, mas sem eu tocar nos faders centrais!!!!!!
Usando os faders do outro bloco, mais o Ipad.
Realmente, foi um balde de água fria na minha comemoração.
Já vinha comemorando durante o show, antes de acontecer o problema na mesa de som.
Mas não deixei de comemorar o resultado geral.
No final do show, Monteiro veio falar comigo, e prometeu que não iria mais fazer eventos no teatro com essa CL5 que me deu a rasteira. Espero que ele tenha cumprido com a promessa, evitando que outros colegas e amigos de profissão passem pelo que eu passei.
Se ainda vou comemorar antes do final do show? Não parei para pensar nisso.
Cabeça-dura como sou, e que não liga para superstições, tenho quase certeza que continuo comemorando, mesmo sem o show terminar.
Como faço desde 1987!
Faz parte.

E nada como o que aconteceu no show de Renato Bandeira, que fiz nessa sexta-feira 13, operando o som do PA, para comprovar meus pensamentos.
Mas... Mais uma vez vou falar que isso já é uma outra história...
Um abraço a todos.

PS: Com essa correria que foi o show, vocês não queriam que eu tivesse tirado fotos, né? Só tirei uma, que é a que está no início do texto, e foi tirada enquanto eu aguardava o resto da banda!
Todos os vídeos, exceto esse último, foram feitos por minha amiga Mevinha Queiroga.

quarta-feira, 11 de maio de 2022

Carlos Filho no Teatro Hermilo Borba Filho - Praticamente um sarau na sala de estar.

Carlos Filho, Cláudia Castelo Branco, Rafael Marques e Julinho. (Foto by @maxfoto)

Olá pessoal.
Mais uma vez, fui chamado por Vini (Vinícius Aquino) para substituí-lo em três shows que ele não vai poder fazer.
Esses três shows fazem parte de um projeto de Carlos Filho, chamado "Que voz é essa?", que já começou no dia 05 desse mês, no Teatro Hermilo Borba Filho, em Recife.

Vou falar desse que aconteceu no dia 05, e ainda faço o do dia 19 e 26 desse mês.
O teatro não é muito antigo, pois iniciou suas atividades em 1987.
Eu achava que era bem mais velhinho...
Nesse mesmo ano (87) comecei minha caminhada no áudio, quando entrei para ser assistente de discotecário (atualmente chamado DJ) na saudosa Boite Over Point.
Uns dias atrás, fui almoçar no Restaurante Leite.
Famosíssimo (e chic) restaurante aqui em Recife.
Esse sim é velhinho... Tem uma placa na frente informando a data de inauguração, e lembro até que me assustei quando eu vi os números.
Mas a data é tão antiga, que nem lembro mais do ano.
Vou pesquisar aqui...
Vixe. 1882 é o ano!!!!
Placa na entrada do Restaurante Leite.
O restaurante em funcionamento mais antigo do Brasil, segundo o site do restaurante.
Mesmo sendo tão antigo, eu nunca tinha ido lá!
E um dos motivos é que não é nada barato...
Não tem preço para operador de áudio.
Mas eu tinha que ir conhecer, pois já estou com 56 anos.
Se duvidar, ainda volto lá.
Uma vez por ano não dá para matar.
Quando entrei no Teatro Hermilo Borba Filho, me lembrei do Leite, porque eu nunca tinha entrado nesse teatro.
Não sei se ele foi sempre nesse formato, um teatro arena, onde os artistas ficam no centro, e a plateia nas laterais, em duas arquibancadas de ferro, que faz a pessoa lembrar dos circos!
O cantor, numa hora do show, fez até um comentário: --- Eita, aqui as pessoas chamam de arquibancada. Na minha terra, no interior, a gente chama de "puleiro". (risos)
Se escreve poleiro, mas a gente fala o termo errado mesmo.





Se não me engano, Carlos Filho é de Serra Talhada, que fica a 415 km de Recife.
Vamos voltar para o show, antes que eu volte muito mais no tempo...
Vini já tinha me falado como seria a arrumação dos músicos nesse show.
Ficariam no centro, e seriam quatro caixas de som para sonorizar o ambiente.
Duas caixas apontadas para cada lateral, onde estavam os puleiros (arquibancadas).
Não iria precisar de caixas de subgraves, pois o show era só voz, violão, piano elétrico, bandolim e sanfona.
Nesse projeto, Carlos convida outros cantores(as).
Nesse show aqui a convidada foi Cláudia Castelo Branco, do Rio de Janeiro.
Cláudia se divertindo. (Foto by @maxfoto)

Todos os músicos usaram fones (in-ears) com fio.
Decisão mais que acertada.
Todo o sistema de som foi fornecido pelo Estúdio Carranca, onde Neto era o responsável pela montagem.
A mesa foi uma XR18 da Behringer, muito prática para esses shows com poucos canais e poucas vias de monitor.
Logicamente, precisa-se de um iPad ou um computador, para manusear a XR18.
Mesmo ela possuindo um roteador wireless embutido, não é confiável.
Sempre uso meu roteador Airport (Apple) para essa função.
As caixas de som eram da marca Turbosound, modelo iQ12.
Como não tínhamos muito equipamento para ligar e checar, achei que teríamos tempo suficiente, mesmo começando às 14h.
Eu sempre prefiro o termo "sobrar" do que "faltar".
Por mim, teria começado a montagem pela manhã, entre 9 e 10h.
Com certeza iria sobrar tempo.
Nesse, quase faltou.
No detalhe, uma das arquibancadas. (Foto by @maxfoto)
O show começava cedo, 20h.
Um pouco antes de começarmos o soundcheck, notei que estava com problemas em duas máquinas de efeitos na XR18. Ela possui quatro máquinas de efeitos.
Montei uma cena inicial em casa, que eu nem sabia que era possível no iPad, mas Vini me informou como se fazia.
Essa cena a pessoa pode montar tanto no iPad como no editor offline no laptop.
Acho muito mais prático montar a cena no laptop.
Mas para sincronizar essa cena com a mesa, o iPad fica na vantagem porque você não tem que ligar um laptop para chamar a cena na mesa.
Tudo certo. Chamei minha cena que fiz em casa no iPad.
Mas... Quando fui testar os efeitos, apareceram problemas nos efeitos 1 e 3.
Já estava na correria para começar o soundcheck, que nem lembro se conferi o efeito 4.
O reverb que estava no efeito 2, não tinha problema, e decidi usar só ele mesmo. Não tinha mais tempo para tentar achar onde estava o defeito.
Ainda tentei falar com Vini, pois ele usa muito essa mesa, e nós dois estávamos achando que era algum erro no roteamento interno (PATCH), ou algum defeito (BUG) do software.
Ele até apareceu lá minutos antes de começar o soundcheck, mas não encontrou nada de errado no patch, e eu não tinha mais tempo.
Decidi que levaria a mesa para casa após o show e iria procurar o erro.
E nessa segunda-feira (dia 09) eu liguei tudo aqui em casa e achei!!!!! Liguei para Vini explicando.
O velho problema de "DDO".
No final explico o que é DDO.
Carlos Filho fazendo um café durante o show.  (Foto by @maxfoto)
Fora esse problema, o soundcheck aconteceu tranquilo, e ainda deu tempo de fazer um "lanchinho" especial muito gostoso no teatro, preparado por Giovanna Nacarato, companheira da Carlos Filho.
Tinha até escondidinho de charque se não me engano. Que não comi porque não estava com fome suficiente.
Um luxo!
Aí, foi só aguardar pela hora do show.
Que eu não sabia como ia ser.
Muito legal a ideia do formato.
Quase uma peça de teatro, onde o cenário era uma mesa no centro de uma sala, com os quatro ao redor, conversando.
Fizeram café, beberam vinho...
Hora do vinho. (Foto by @maxfoto)

Se eu soubesse, tinha levado meu vinho para participar da festa!
Até a plateia experimentou o vinho tinto!

Plateia degustando o vinho. (Foto by @maxfoto)

Muitas vezes, Carlos conversou com o público sem usar o microfone, para vocês terem ideia do clima do show.
Cantou uma música "à capella" (só voz) com Cláudia, passeando pelo teatro, sem microfones também.
Muito legal.
Carlos Filho e Cláudia Castelo Branco à capella. (Foto by @maxfoto)

Tudo bem... O espaço (pequeno) era propício para isso, eu sei. 
Em certa hora do show, eu já estava me sentindo mais plateia do que operador de áudio.
Rafael Marques no bandolim e Julinho no acordeom (eu prefiro chamar sanfona), completavam o grupo ao redor da mesa.
Cláudia usou o piano elétrico.
E Carlos Filho usou o violão em algumas músicas.

Eu fiquei atrás de uma das arquibancadas (puleiros), perto da mesa de som e do laptop que estava gravando o L/R da mesa, mais o multitrack com os canais separados, via cabo USB.
Uso o Cubase 7 para esses serviços.
Tudo certo. Nenhum contratempo.
Só as dores nas pernas por ficar em pé o tempo todo durante o soundcheck e o show.
Tinha que ficar em pé para poder ver os músicos no centro, olhando pelas brechas entre as pessoas sentadas.
O resto foi perfeito... O show foi muito legal... Eita!
Quase perfeito se não fosse pelo problema do DDO que falei lá em cima.
Deixei de usar mais efeitos por causa desse DDO, porque Carlos sugeriu o acréscimo de um efeito em determinada hora no microfone que iria captar a voz e violão ao mesmo tempo, e eu falei que tinha aparecido esse problema, e que estava só com um reverb.
Ok, sem problema, acrescenta mais reverb nessa hora que já vai chegar perto do clima que eu quero, falou ele.
Ok. Fiz isso e seguimos em frente.
E o DDO?
DDO = Defeito Do Operador. 
Nesse caso, eu.
Descobri nessa segunda-feira em casa, que o problema não foi patch interno, não foi bug do software, e sim nos efeitos, que estavam com uns ajustes que causavam a realimentação.
Na hora de montar a cena, ajustei alguma coisa nos parâmetros erradamente, pois esses ajustes são visuais, a gente não escuta o resultado. E isso estava causando os problemas na hora do soundcheck.
Foi só eu trocar os efeitos, ajustar os parâmetros, agora ouvindo o resultado, e tudo ficou certo.
Salvei a cena novamente no iPad.
No próximo show desse projeto, no dia 19, que está programado para eu fazer novamente, vou ter os quatro efeitos normalmente, e vamos chegar no som do microfone que ele quer.

Quer dizer... Isso se Carlos não ler esse texto aqui antes, e achar melhor colocar outro operador, né?
Eu tenho que perder essa mania de escrever o que aconteceu nos (quase) mínimos detalhes!!!!
(Foto by @maxfoto)

Logicamente, quando cheguei em casa depois do show, de tanto ver o pessoal bebendo o vinho tinto, e para comemorar um resultado sonoro muito legal e um belo espetáculo, abri uma garrafa de vinho e fui para minha sala de estar, como se eu estivesse no sarau que aconteceu no teatro.
Com a diferença de que eu só tinha Tom para conversar.
Mas foi legal também. Ele me entende. Sem reclamar.
Não é, Tom?
Tom, escutando o que eu tenho para falar, sem reclamar.
Não deu para estender a conversa com Tom, porque no outro dia eu tinha o show de Elba Ramalho para fazer no Teatro RioMar, substituindo o técnico dela, meu amigo Mário Jorge.
Mas aí já é uma outra história...
Um abraço a todos.

terça-feira, 3 de maio de 2022

Show de Marisa Monte em Recife - Pois é...

 
Show de Marisa Monte no Teatro Guararapes. (Foto by Sávio Uchoa)
Olá pessoal.
Um dos shows que me arrependo de ainda nunca ter visto, é o de Marisa Monte.
Toda vez que acontece, escuto o mesmo comentário das pessoas que foram: Show lindo, impecável, perfeito!!!
Mas tem uma explicação para isso. E eu acho até uma explicação simples!
Alguns meses atrás, fui ver um documentário de Marisa Monte no YouTube, indicado por um amigo produtor aqui de Recife.
Esse documentário é antigo, 2008, 2009... Por aí.
Tá no YouTube. Só colocar na janela de busca o título "Marisa Monte documentário", que vai aparecer duas opções, uma com legenda em Espanhol (Documental), e outra com legenda em Inglês (Documentary).
Ou então, clique AQUI e vá direto para a página no YouTube.
"Infinito Ao Meu Redor" é o título do documentário.

Documentário no YouTube.

Quando comecei a ver esse documentário, com menos de 20 minutos, liguei para Duda Lopes, que tinha me indicado esse vídeo, e falei: --- Você me indicou esse vídeo porque, entre outras coisas, a narração é muito parecida com a que eu faço no meu Blog, né?
Ele respondeu que sim, parece mesmo.
Quem narra tudo é a própria cantora, e ela fala que é a visão dela, que cada músico ou outra pessoa envolvida nos shows pode ter uma visão diferente.
É a cara do meu Blog mesmo!
Como eu, ela narra tudo, direcionando para pessoas que não vivem no meio artístico.
Explicando cada detalhe de como uma turnê musical é produzida e realizada.
Nos mínimos detalhes...
Usando palavras e frases simples.
É muito legal o documentário. Não deixem de ver.
Várias coisas me chamaram a atenção nesse documentário.
Show de Marisa Monte no Teatro Guararapes. (Foto by Sávio Uchoa)

Uma delas foi essa forma de narração feita por Marisa Monte.
Perfeita! Uma conversa na sala de estar da casa dela, com amigos que não sabem como funciona, ou não sabem o que está por trás de um show e/ou turnê.
Ela não fala só dos shows, fala de tudo ao redor.
Ensaios, produção, divulgação, entrevistas para rádio e TV no mundo todo, e muitas vezes respondendo as mesmas perguntas, noites mal dormidas, músicos, técnicos etc.
Mostra até ela lavando suas roupas na banheira do hotel, procurando depois um local no quarto para estender essas roupas pra secar...
Documentário no YouTube.

Ela mostra nesse documentário até ela errando!!!!
Foi aí que ela ganhou os 100% da minha admiração!
Para muitos artistas (grande maioria), uma coisa inimaginável, inadmissível. Mostrar um erro? Jamais!!!!
Ela mostra.
Show de Marisa Monte no Teatro Guararapes. (Foto by Sávio Uchoa)

Vendo esse documentário, a pessoa consegue enxergar os motivos que fazem com que um show de Marisa Monte seja diferenciado.
Ela aluga um teatro por vários dias, monta todo o cenário e som, e faz os ensaios, ajustando tudo!
Ela anda com esse cenário para todos os shows no Brasil, e para todos os shows no resto do mundo!!!!!!
Não vou mais falar do documentário, vou deixar o resto para vocês conferirem no YouTube.
Só vou falar na conclusão do texto, da frase de Marisa que resume tudo, e que é a razão do título dessa postagem, ok?
É a razão também para a frase "explicação simples" que eu falei no começo desse texto, sobre todos gostarem dos shows dela.
Tá todo mundo aqui em Recife falando (mais uma vez!) desse show recente dela no Teatro Guararapes.
E o cenário, mais uma vez, aparece nos comentários.
O pessoal ainda se assusta.
Eu não.
E nunca fui à um show dela, como já comentei no início do texto.
E tem uma frase espetacular (entre muitas outras) que ela fala no documentário, que resume tudo isso que estou falando aqui...
Ela fala:
"Existem mulheres que compram sapatos. Outras, bolsas de grife. Eu, gosto de investir meu dinheiro fazendo shows. É minha maior vaidade."
Não tenho mais o que falar, a não ser:
Pois é...
Tá explicado, não?
Um abraço a todos.

segunda-feira, 2 de maio de 2022

Moogie Canazio no Corredor 5 - Já vi que vou me tornar repetitivo.

Olá pessoal.
Tenho certeza que vou indicar tantas entrevistas do Corredor 5 aqui no Blog, que vou ficar repetitivo.
Mas prefiro me tornar repetitivo do que egoísta.
Seria um egoísmo da minha parte não indicar, comentar ou sugerir essas entrevistas.
Principalmente para quem vive de música, shows e eventos!!!!
Acho que é quase uma obrigação ouvir o que esse pessoal tem pra falar.
E Moogie tem muito o que falar!
Quem é do ramo, principalmente de estúdio de gravação, sabe quem é Moogie Canazio.
Não lembro de ouvir falar que ele mixou o som de algum show ao vivo.
Ele é reconhecido "mundialmente" pelos trabalhos em estúdios.
Ele é brasileiro, viu???!!!
Mora lá nos EUA, mas nasceu aqui no Brasil!
Vi na sexta-feira (29/04/22) esse bate-papo no Corredor 5 (YouTube).
O Clemente foi até Los Angeles para fazer essa entrevista.
Não sei se ele foi exclusivamente fazer isso, só sei que foi lá que aconteceu a conversa, e que tem quase 2h30min de duração, mas que é tão boa, que parece ter 10 minutos.
Com certeza, o Moogie tem histórias para contar que renderiam um número de horas de conteúdo que eu não consigo calcular.
Já estou com outra entrevista "engatilhada" aqui para ver, com o produtor musical Mario Caldato Jr., que foi Júnior Evangelista quem me indicou.
Mas essa entrevista, como a de Moogie, já estavam agendadas para minhas noites com vinho.
Não vou me estender hoje aqui, vim só indicar essa conversa de Clemente com Moogie.
Com certeza, mesmo sem ver ainda, a conversa com Caldato deve ser muito boa também.

Como foi a com Manoel Poladian, Tico Santa Cruz, Marcelo D2, Ney Matogrosso...
Já tenho várias outras entrevistas agendadas pra ver, como podem notar nas fotos abaixo.










Com certeza, vou apreciar.
E sem moderação!!!!!!
Um abraço a todos.