quarta-feira, 31 de maio de 2023

Sade (Live Bring Me Home) - Um audiovisual de extremo bom gosto.

Olá pessoal.
Duas semanas atrás, exatamente no dia 18/05, encontrei esse show no YouTube.
Gosto muito de Sade Adu, conhecida pela maioria por Sade, uma cantora britânica que nasceu na Nigéria.
Fez muito sucesso nos anos 80, principalmente com a música Smooth Operator, mas sempre levei o som dela comigo, seja no HD externo, pendrive, e agora no Deezer.
Suas músicas sempre tocaram na Over Point da minha época.
Acredito que nesse dia 18 eu fui procurar algo dela no YouTube para acompanhar meu vinho Chileno.
Não conhecia esse show de 2011 (12 anos atrás!!), que foi gravado no Citizens Bank Arena, em Ontario (Califórnia).
Preparei os petiscos, enchi a taça, liguei minha caixinha Flip 4 da JBL na TV, e fui ver o show.
Excelente surpresa!!!
O show tem duas horas de duração, mas de tão bem feito, o tempo passa rápido.
Sempre com meu foco no SOM, fui me deliciando com o show.
A caixinha Flip da JBL, para mim, é uma grande opção para quem quer ouvir bem um som de um show ou filme.
A minha é a 4, mas acho que já está na 6.
Muito pequena, por isso muito fácil de transportar em viagens.
Ela é estéreo e tem entrada auxiliar, que é por onde ligo o som da TV, para não ter atraso entre som e imagem com uma ligação Bluetooth.
Potência sonora muito boa para o tamanho, perfeita para meu apartamento de 64 metros quadrados, ou qualquer quarto de hotel.
E qualidade sonora excelente, sem exageros em determinadas frequências.
Ótimo custo/benefício.
Normalmente não tenho o mesmo interesse pela imagem como tenho pelo som, por razões óbvias, mas...
Já no começo do show, comecei a prestar mais atenção nas imagens.
Palco absurdamente "clean" (limpo), e não lembro de ter visto um posicionamento dos músicos como o que feito nesse show. Como entram e como saem.
Chama a atenção!
E foi aí que o show ganhou mais beleza!
O som estava maravilhoso, mas as imagens também estavam.
Como gosto muito da cantora e de suas músicas, isso ajuda ainda mais numa avaliação positiva.
E ainda tinha o vinho para ajudar a amolecer uma opinião mais desfavorável! (Risos)
Embriagado (em todos os sentidos) pelo que eu estava vendo, comecei a mandar mensagens, indicando o show para colegas e amigos da profissão, principalmente iluminadores, porque achei a luz sensacional.
A primeira turma que me veio à cabeça foi o Estesia, aqui de Recife, que faz essa ligação forte entre som, luz e imagens nos shows que fazem.
Já operei o som de alguns desses shows, por isso a certeza dessa interatividade.
No dia, não pensei em falar desse show aqui no Blog, principalmente por achar que a garrafa de vinho pudesse ter interferido na minha avaliação.
E deixei o assunto de lado, porque também não tive nenhum retorno dos iluminadores, produtores e cantores que eu pedi para ver o show.
Vai ver foi a garrafa de vinho que amoleceu demais minha percepção, né?!
Mas...
Ontem eu recebo a mensagem de Carlos Filho, vocalista do Estesia, elogiando o show.
Ahhh. Se Carlinhos elogiou o show, é porque eu estava certo mesmo!
Já é um excelente aval para a minha opinião!
Ele é muito detalhista, perfeccionista, e de um gosto musical apurado e requintado.
Mesmo assim, resolvi ver novamente o show ontem, depois da nossa troca de mensagens.
E sem colocar uma gota de álcool na boca, só água.
Não teve jeito...
Continuei com a mesma opinião!
Todas as fotos vendo o show na sala são de ontem, logicamente.
Não tem garrafa de vinho na mesinha. Notaram? (Risos)
Por causa dessa força de ontem do cantor, escrevo esse texto hoje, indicando esse belo trabalho audiovisual, que eu já deveria ter indicado no dia após eu ter visto.
Não posso também deixar de comentar que o diretor do vídeo teve uma importância enorme para o excelente resultado final do produto.
No meu ponto de vista, ele conseguiu filmar e montar o vídeo com maestria, e conseguiu deixar o telespectador dentro do show, como se estivesse lá na Arena.
Mesmo que você nunca ouviu falar de Sade, e nunca ouviu uma música dela (o que acho pouco provável), veja esse show pensando num trabalho audiovisual.
Muito provavelmente, acredito eu, você deve achar que, pelo menos, é um trabalho charmoso, elegante, e de muito bom gosto.
Foi isso que senti nas duas horas de show!
Quem quiser ver esse show no YouTube, clique AQUI.
Um abraço a todos.

PS: Também não me recordo de já ter visto um artista reverenciar seus músicos como Sade fez nesse show!

segunda-feira, 29 de maio de 2023

Over Point - O mérito é todo seu!

Olá pessoal.
Vou me tornar repetitivo aqui nos textos sobre a Over, pois sempre vou afirmar que ela sempre esteve à frente do tempo na época, pelo menos no tempo em que eu estive lá.
Esse caso nunca vou esquecer.
Tecnologia sempre foi o forte da boate.
No final dos anos 80, a boate possuía equipamentos próprios para a música ao vivo.
Tinha mesa de 16 canais, microfones, monitores, processador de efeito...
Tinha duas máquinas de efeitos!!!!
Um Quadraverb da Alesis e um SPX 900 da Yamaha. Não tenho certeza se era um SPX 90 ou 900.
Uma eu usava nas peças da bateria e percussão, e o SPX usava nas vozes e/ou na guitarra.
Meu sobrinho JR era (ainda é) muito ligado nesse lance de tecnologia, e sempre teve naquela época a assessoria de Luizinho Referência nas questões relacionadas ao áudio.
Quando saímos da mesa de 8 canais da Staner para a de 16 da Alesis, foi indicação de Luizinho.
Ele deu várias indicações, e sempre foi o responsável pela o alinhamento do som e também pelos projetos de caixas e sistemas de amplificação a serem utilizados.
A mesa da Alesis era mais dura que uma rocha, operacionalmente falando, mas tinha 16 canais!!!!
Um luxo para uma boate naquele tempo!
E eu lá... Aprendendo na marra!
DJ operar som ao vivo de boate? Jamais. Não lembro de outro fazer isso aqui em Recife naquele tempo.
Seguindo esse padrão da tecnologia, meu sobrinho deu a ideia de instalar uma antena parabólica na casa.
Pra que?
Para poder pegar o sinal da MTV, que era gerado no sudeste, e não chegava aqui em Recife!
Esse sinal ia para o equipamento do Bar Ponto de Encontro, onde eu passava tardes e mais tardes das minhas folgas gravando fitas de vídeo com a programação da MTV.
Enquanto eu gravava, acompanhava o que estava rolando na música pelo mundo.
Com essas gravações "brutas", eu escolhia clipes que achava interessante e montava (editava) as fitas de vídeo que seriam passadas no bar.
Não sabia naquele tempo, mas eu estava fazendo a tão famosa "playlist" dos dias atuais, só que manualmente.
Com essa gravação do Ponto de Encontro, levava o videocassete lá para a boate, fazia a conexão com o vídeo de lá e saía editando...
Usava a velocidade mais lenta (EP) para gravar na outra fita, conseguindo assim muito mais tempo de clipes.
Acho que na velocidade EP, se conseguia 4h de clipes.
Não me recordo, mas era capaz de eu ter usado a velocidade EP também para gravar as fitas brutas no Ponto de Encontro.
E não é que toca aleatoriamente aqui Losing My Religion no meu Deezer?!?
Esse texto é exatamente para falar sobre essa música!
Numa dessas várias gravações e edições de fitas de vídeo, usando os clipes da MTV, me deparei com a banda R.E.M. cantando Losing My Religion.
Achei muito legal!!!
Não me recordo porque não levei o clipe para tocar na boate...
Não sei se só vi uma reportagem na MTV sobre a música da banda... Acho que sim.
A música não combinava com a boate. Era fato.
Era muito fora do perfil dela, mas eu adorei a música!
Minha recordação já pula para um dia onde eu estava com DJ Érico numa loja de discos importados, tentando achar músicas para tocar nas boates onde a gente trabalhava.
Ele era DJ de outra boate.
Era a loja de Flávio Galetinho, que ficava em Boa Viagem.
Uma loja especializada para DJs, trabalhando basicamente com discos importados, onde cada disco só tinha uma música, com várias versões.
O chamado "Remix" de 12" (doze polegadas).
Nessa procura por músicas, me deparo com o remix de Losing My Religion da banda que eu vi na MTV!!!!
Que massa!!! Uh uhhhh!
Achei a música!
Mostrei todo animado o meu achado para Érico, falando que eu iria tocar a música na boate.
Ele perguntou se eu tinha endoidado, porque a música não tinha nada a ver com a casa.
Ahhh, que se dane!
Achei a música massa, e vou tocar lá, falei pra ele.
Ok... Tu que sabe... Falou ele.
Levei o disco.
Logicamente, por estar bem fora do perfil da Over Point, meu sobrinho também não gostou.
Mas vamos tentar, falei pra ele... Vamos tentar.
Ele não mudou muito de ideia não, viu? (Risos)
Mas o disco estava na cabine.
Vou esperar uma oportunidade boa para tocar.
Como eram essas oportunidades para lançar músicas novas?
A gente esperava o salão estar completamente lotado para jogar a música nova.
Mesmo sem o aval do meu sobrinho, escolhi uma hora para fazer isso.
Salão lotado, animação...
A gente tinha uma vinheta com o nome Over Point cantado por Robson Ricardo.
Robson era a voz mais conhecida nas rádios da cidade, porque ele cantava muitos jingles publicitários, incluindo o famoso jingle do Hotel Jardim, que na realidade era um Motel.
Quem mora aqui em Recife, nunca esquece esse jingle.
Tocava muito.
Pois bem...
Com o salão cheio, faço o corte na música que estava tocando, jogo a vinheta e solto a introdução da música da banda... 
Tan nan nan nan nan... (Lembram?)
E...
Parecia que tinham jogado uma bomba no meio do salão!!!!
Nunca esqueci da cena!
Só ficou UM casal no meio do salão dançando!!
Será que o casal soltou um "peido" na hora e eu não fiquei sabendo? (Risos)
E foram os dois que soltaram ao mesmo tempo, pois um peido só, não causaria toda aquela correria.
Nunca vi um "êxodo dançante" tão grande!
Logicamente, levei o maior "esporro" do DJ principal da Over, meu sobrinho.
Eu entendi perfeitamente o desgosto dele, pois foi uma debandada que a gente nunca tinha visto ali.
Eu entendi, mas ainda apostava na música.
E estava disposto a tentar outras vezes, sempre esperando um salão lotado para poder encaixar a música.
Na segunda tentativa, o salão secou de novo, mas bem menos!!!
Acredito que uns 7 casais ficaram no salão...
Devo ter levado outro esporro, não lembro.
Mas fui tentando... Sempre usando a mesma técnica... Salão cheio, música, salão cheio, música...
E as debandadas foram diminuindo... Até chegar num ponto que já era uma música que daria para tocar em quase todas as noites.
Foi aí que ela começou a tocar nas rádios locais!!!
Aí veio a compensação de tantos salões esvaziados...
À partir desse dia, se a gente não tocasse toda as noites, apanhávamos dos clientes!
Sucesso total!
Numa dessas noites, eu estava na frente da cabine, observando o movimento, vendo o pessoal dançar... E meu sobrinho estava comandando a noite naquela hora.
A gente revezava durante a noite, o que era muito bom, porque cada um tinha um jeito de "tocar".
Isso foi antes da reforma da casa, acredito que em 1991, e a boate era bem pequena.
Meu sobrinho estava na cabine, e bateu no vidro me chamando a atenção.
Olhei pra ele, que estava me chamando.
Entrei na cabine e perguntei o que ele queria.
Ele me passou o fone, apontou para o disco que estava pronto para ser tocado, e falou: --- R.E.M..
E eu retruquei: --- Sim. Certo, ok. O que é que tem? 
E ele completou: --- Pode colocar. O mérito é todo seu!
Achei muito legal a atitude dele.
Peguei o fone, e coloquei a música para tocar, do mesmo jeito que fiz na primeira vez, cortando e colocando a vinheta.
Só que agora, eu já sabia qual seria a reação do público!!!!
Era assim que funcionava a cabine da Over Point!!!
Lembro que não gostei de Pump Up The Jam da banda Technotronic, quando estava escutando os discos novos na cabine da boate num dia de folga.
Achei que não iria dar certo.
Agora foi eu quem achou que não era o perfil da boate. (Risos)
Mas JR gostou.
E tocou. E deu no que deu.
Gosto da R.E.M. até hoje.
Tanto que a banda está na minha lista de favoritos no Deezer.
Technotronic também.
E Losing My Religion toca até hoje!
Como Pump Up The Jam também!
Um (Over) abraço a todos.

quarta-feira, 24 de maio de 2023

Johnny Hooker no Armazém 14 - Tirando Jeri, foi tudo dentro do esperado para mim.

 

Olá pessoal.
O show de Johnny Hooker no Armazém 14 seria minha despedida dos shows, não sabia por quanto tempo, mas seria o último.
Seria mesmo? Não foi.
Explicação mais na frente.
Esse show aconteceu no sábado passado, dia 20.
Cheguei bem cedo ao local do show, para adiantar as ligações dos in-ears, e de tudo que eu pudesse adiantar.
Um Amigo técnico me alertou, por causa de experiências anteriores, que era muito provável eu encontrar problemas com os equipamentos da empresa de som.
Já fui preparado.
O sistema de in-ears foi alugado por fora.
O cantor e a maioria da banda usariam in-ears.
Menos riscos.
Caixas de monitor para o guitarrista, para a baterista, que usaria junto com o in-ear, e para o tecladista, que seria apenas para ser ligada se tivesse alguma bronca com o in-ear.
Essas caixas estavam falando até legal!
Menos um problema.
A baixista usaria apenas o in-ear, como Johnny Hooker.
Chequei o som do side e estava soando bem também.
Quando eu estava ligando o sistema de in-ears, todos com o mesmo ajuste de nível de entrada de sinal, me deparei com um sinal absurdamente alto numa das bases. 
Essa base estava, como falei, com o mesmo ajuste de nível de entrada, que deixei em -3dB.
Para testar, tirei os cabos da saída extra 3/4 do Slot 1 da mesa de som, e coloquei os cabos de envio para outra base dos in-ears, e vi que o mesmo sinal muito alto também apareceu na outra base.
Ou seja... O problema era na saída extra 3/4 da mesa.
Por que extra?

A mesa M7CL da Yamaha vem com 16 saídas físicas (analógicas) atrás dela.
Mas o proprietário pode expandir essas saídas, comprando placas de expansão (entradas/saídas), que são colocadas em 3 Slots, podendo fazer mais 12 saídas analógicas.
Nessa mesa do show, tinha duas placas de saídas extras instaladas.
Cada placa com 4 saídas. Foto abaixo.
O problema apareceu na saída 3/4 da primeira placa.
Como não achei nada nas configurações internas da mesa que poderiam estar causando o problema, resolvi escolher outras saídas da mesa para enviar os sinais para a base.
Escolhi duas saídas nativas da mesa, que já vem nela.
Ao fazer isso, resolvi meu problema, e os sinais chegaram com o mesmo nível das outras bases.
O problema realmente era na saída 3/4 da placa de expansão.
Tudo ligado e checado, só me restava esperar pela banda, que viria direto para passar o som e ficava no camarim aguardando a hora do show.
Antes de Johnny iria ter uma DJ, e depois teria outra banda, que não iria passar o som.
Massa!
Os nossos equipamentos não seriam desligados e/ou desmontados!
Menos outro risco!
Os riscos foram diminuindo. Notaram?
Acho que meu Amigo técnico vai errar no prognóstico que deu, pensei.
(Prognóstico: Ação que, se pautando em dados reais, indica o que poderá acontecer.)
A mesa M7CL da Yamaha já é famosa por problemas.
É uma mesa antiga muito boa, mas sem uma manutenção constante, esses problemas aparecem "com força"!
O mais famoso deles é o "fader maluco", onde esses faders assumem vida própria, subindo e descendo sem a gente tocar neles.
Ou seja...
Podem acabar com o trabalho do operador de áudio e/ou podem até acabar com o show, dependendo da quantidade de faders com essa "doença".
Dei uma testada rápida antes do soundcheck e notei o problema em apenas um fader.
Fiquei de olho nele, e se o problema continuasse, eu teria que escolher outro fader para controlar o canal do instrumento.
A banda chegou e começamos com o soundcheck.
Foi tudo seguindo normal.
Inclusive, o fader nem deu mais problemas...
Eita. Legal.



Usei uma cena do show anterior que eu fiz com Johnny Hooker, meses atrás aqui em Recife.
Essa cena era de outra mesa da Yamaha, a CL5, mas a gente tem um conversor de cena que ajuda bastante no trabalho.
Converti a cena da CL5 para a M7CL.
Nessa conversão, algumas coisas são perdidas, mas a maioria dos ajustes são convertidos.
E no show anterior, a baixista não usou in-ear, e também seria outro baterista nesse show.
Mas a formação da banda seria a mesma.
Só teve o acréscimo de 3 canais extras de instrumentos, em relação ao show que eu fiz anteriormente.
Para não prejudicar a cena da mesa, colocamos esses canais extras no final, depois de todos os canais.
Então todos os outros canais estariam com os ajustes do show anterior, incluindo o envio para os monitores dos músicos.
Mesmo sendo outro músico na bateria, ela pediu para deixar a mixagem que eu tinha feito para o baterista do show anterior no fone dela, e a gente ia ajustando as coisas.
Foi assim que eu fiz, e deu super certo.
Tava indo tudo bem, até que apareceu um ruído no meu ouvido enquanto ouvia as vias dos músicos, e fui tentar achar de onde vinha os estalos.
Não era um ruído contínuo, aparecia de vez em quando, mas se aparecia em todas as vias dos músicos, era algum canal que estava indo para todos.
Achamos!!!
É no canal da guitarra!
E depois de alguns testes, descobrimos que o problema era no amplificador, que estava dando estalos.
Como o som desse amplificador, que era microfonado, ia para todos os músicos, todos eles escutavam os estalos.
Já estávamos no final do soundcheck, e mostramos o problema para os técnicos da empresa.
Só que... Não tinha amplificador de reserva!
Só depois do show, o guitarrista me falou que tinham comunicado pra ele que o amplificador seria trocado. Ele me falou isso no camarim, depois do show! (Risos)
Na hora do show, quando anunciaram: --- E com vocês, JOHNNY HOOKER!!!
Cadê o som da guitarra?
O amplificador morreu!
Morreu mesmo. Nem som tinha mais!
Corre pra lá, corre pra cá, tenta ligar o amplificador, nada de sinal!
O problema não é nos pedais do guitarrista! Simplesmente o amplificador morreu!
E agora?
Não tem outro amplificador.
Vamos ter que usar em LINE (linha)!
Não tem outra solução.
Usa o canal do Violão 2, que não vamos ter hoje, falaram.
Não!! Vou usar o mesmo canal da guitarra, que já está endereçado para todos os músicos!
Despluguei o cabo do microfone que estava pegando o som do amplificador, liguei num DI (Direct Injection ou Direct Box), e liguei o cabo que saía dos pedais do guitarrista no DI.
Ok, agora é só eu ajustar o ganho, que a guitarra já está indo para todos.
Começamos o show assim!
Mas deu certo.
Durante o show, fazendo os ajustes normais de uma monitoração, notei que o reverb aumentava sozinho em algumas vias.
Lembrei do fader louco!!!
Mas não notei que esse fader da volta do efeito estava louco.
Selecionei o canal do efeito, e foi quando notei na tela da mesa, o botão (knob) da mandada para a via girando sozinho!
Vixe!!
Não lembro de já ter visto isso. O botão girar sozinho.
O normal é o fader mexer sozinho.
A mesa estava com alguns "probleminhas"...
Aprendi mais uma!!
Meu Amigo do prognóstico acertou.
Fora esses probleminhas do amplificador e da mesa, deu para chegar até o final do show com uma certa tranquilidade.
Alguns pedidos normais dos músicos durante o show.
Nenhuma microfonia, o que é muito importante.
Para ser sincero, já peguei vários equipamentos de som com muito mais problemas do que esses do  show de sábado!
Nenhum pedido do cantor durante todo o show...
Eu vou até perguntar a Júnior "Bokaum", produtor técnico, se Hooker falou algo pra ele sobre o monitor, pra saber onde acertei ou errei.
Mas no contexto geral, acho que foi tudo dentro do que eu imaginava.
Vídeo produzido por @golarrole. As imagens do vídeo foram feitas durante o evento.

Mas vamos para a parte que fugiu completamente do esperado... Pelo menos pra mim!
Mas não foi no show. Aconteceu dois dias depois!!!!
"PS2: Acabo de fechar o trabalho no Ceará. Terça-feira viajo para Jericoacoara.
Mudança profissional mais radical da minha vida. Depois conto a história."
Lembram desse PS2, no final da postagem anterior?
(P.S. = Post Scriptun, Pós Escrito. Indica algo que o autor julga necessário acrescentar a um texto após o seu encerramento.)
Uso muito o termo PS no final dos meus textos.
Usei esse PS seguido do número 2 no texto anterior, porque era minha segunda observação.
Pois é...
Não deu certo essa observação do texto anterior.
Estava tudo fechado naquele momento, porque recebi a ligação do contato do hotel confirmando, enquanto eu encerrava o texto. Por isso entrou como PS. O texto já estava finalizado.
Eu iria operar o som do hotel, principalmente nas festas que acontecem de quarta à domingo, das 16 às 22h.
Folga na segunda e terça.
Eu ia morar no hotel, num quarto ao lado do escritório, que fica atrás do hotel.
As festas acontecem numa cobertura, num telhado.
Pelo que eu vi em vídeos, a área é descoberta, então se chover não tem festa.
Mas acho que não deve chover lá durante muitos dias, né? (Risos)
Basicamente era operar o som para DJs, onde alguns utilizam percussão, violino, sax ou um violoncelo nas apresentações.
Não tem show com bandas, com bateria, baixo, guitarra, teclado, vocais etc...
Era isso que eu estava sabendo.
Eu já vinha acertando os detalhes com o hotel muitos dias atrás.
Acho até que mais de 30 dias.
Fui indicado para esse trabalho por Dérick, técnico aqui de Recife, que agora está morando em São Paulo, e que já fez esse trabalho no hotel em Jeri anteriormente.
O contato do hotel, depois de várias conversas anteriores, me ligou na sexta-feira pra me perguntar se eu poderia finalmente ir para lá na segunda-feira.
Falei que eu tinha um show no sábado (esse de Johnny), e que precisava tirar os pontos da extração de um dente na segunda-feira, e ele falou que ficaria então para a terça-feira essa minha ida.
Ok, falei pra ele. Tudo certo.
Na segunda, enquanto aguardava o atendimento na clínica odontológica, ele me manda mensagem no WhatsApp e pergunta se está tudo certo para minha ida no outro dia.
Falei que sim, que eu estava aguardando somente ele me passar a passagem com o horário.
Foi aí que veio a surpresa!
Ele perguntou se eu não sabia chegar lá, e se eu nunca tinha ido à praia famosa.
Ele queria que, teoricamente, eu "desse meu jeito" para chegar lá.
Respondi a mensagem falando que eu nunca tinha ido à Jericoacoara, mas não era esse o problema para mim, e sim arcar com as despesas pra chegar lá.
Fiquei de ligar para falar diretamente com ele, depois do atendimento para retirar os pontos.
Liguei.
Era isso mesmo que eu tinha entendido.
Era para eu arcar com meu deslocamento até o hotel em Jeri.
Não aceitei.
Falei que isso não era o normal.
E ele foi falar com o chefe dele sobre o assunto, dizendo que entrava em contato mais tarde.
Me ligou no final do dia e falou que realmente não daria para o hotel arcar com esse translado.
Ok então, falei.
Job cancelado!
Agradeci pelo contato, e encerramos a conversa.
Fui até comprar mais mantimentos, porque deixei tudo chegar no finalzinho prevendo essa viagem.
Não toquei no assunto do meu translado para o hotel nas conversas com o contato, mesmo eu achando estranho ele não falar nada sobre isso, porque pra mim é muito normal o contratante arcar com essa despesa. Nem passou pela minha cabeça atitude diferente.
Aprendi mais uma!!
Era até capaz de eu aceitar ir de ônibus, mas nem isso ele ofereceu.
E nem eu pensei em oferecer!
Eu pagar? Isso eu tinha certeza que não iria fazer, independente do meio de transporte.
Logo após nossa conversa sobre o cancelamento do trabalho, liguei para a produção de uma banda que tinha me convidado para um trabalho em junho, e eu tinha negado por causa da viagem para Jeri.
Consegui ainda pegar esse trabalho, e tinha outra data em junho com a mesma banda.
Ok, agendado os dois shows!
Também informei todos meus amigos do ramo que a viagem foi cancelada, pois todos eles estavam cientes dessa minha mudança de Estado.
"Estou na pista" novamente! Falei para todos.
Foto by @golarrole.
Um abraço a todos.

quinta-feira, 18 de maio de 2023

"Decibelimetricamente" falando, está complicado fazer shows em Recife.

 

Olá pessoal.
Estou quase indo morar em outro Estado, mas deixa eu fechar o trabalho que eu aviso aqui.
Enquanto não vou, continuo fazendo meus trabalhos, e no fim de semana passado fiz dois.
Um show de Otto na La Casa, e um show de Nena Queiroga & Ylana no Plaza Shopping.
Ambos aqui em Recife.
E atualmente posso afirmar que não foi um coincidência o que aconteceu nos dois shows.
Dois shows completamente diferentes, em lugares diferentes, com bandas diferentes, mas com um ponto em comum, que está cada vez mais comum de acontecer aqui em Recife.
O que?
O nível sonoro do show tem que ser baixo!!!
Esse problema com o nível sonoro nas casas de shows aqui em Recife está crescendo de uma forma, que daqui a pouco não tem lugar pra fazer um show com um "som" decente.
No primeiro contato que eu fiz com os técnicos das empresas que iriam sonorizar os shows, a questão do nível baixo do som no ambiente já foi informado.
Vou falar de cada show separadamente.
Otto - Soundcheck - La Casa.

O de Otto aconteceu na La Casa, um casarão muito charmoso numa avenida movimentada de um bairro nobre de Recife.
Um jardim enorme, com várias mesas, cadeiras e guarda-sóis.
Lugar muito bonito!!!
Pelo que entendi, o local é (ou era) um restaurante/cafeteria, e pode ser locado para eventos, como acho que foi o caso desse show de Otto.
Pela foto abaixo, vocês vão poder ter ideia do problema.

O local do show foi montado nesse terraço no final da escada.
Foi colocado uma coberta nesse terraço, onde o mini-palco ficou no lado esquerdo, e a mesa de som no lado direito.
Na foto ainda dá para ver os vários prédios ao redor do casarão, né?
Aí começava a bronca.
E ela foi maior, porque o show de Otto não foi voz e violão.
Em shows mais "calmos", sem instrumentos de percussão e nenhum amplificador de guitarra e baixo, o trabalho para deixar num nível sonoro que agrade a todos (proprietários, clientes e vizinhos) é bem mais fácil.
Mas num show como o de Otto, fica complicado.
E olhe que só foi um guitarrista!!! Normalmente são DOIS!!!!!!!
Com dois amplificadores potentes!
Nesse show, não tinha tanta diferença para o show que ele fez no carnaval na Praça do Arsenal.
Foi só um guitarrista a menos, e algumas peças de percussão que não entraram.
E só!
Então, só o som que vinha do mini-palco já estava bem acima do que era permitido (ou esperado) pelos proprietários da casa.
Fora os instrumentos percussivos (bateria e congas), fora os amplificadores de guitarra e baixo, ainda tinham 4 caixas de monitores no palco, para Otto e dois músicos escutarem suas vozes.
Vou resumir...
Não tinha como ajustar o nível sonoro desse show para o que eles queriam.

Um dos grandes problemas que vejo nesses meus trabalhos, é que os proprietários das casas noturnas acham que todo show é igual, que podem ter o mesmo nível de pressão sonora.
Projetam a casa para shows de voz e violão, e colocam (ou aceitam) shows de rock!
Pra ser sincero, esse projeto do som nem existe na grande maioria dos espaços que vão utilizar música ao vivo.
Aí, não tem como dar certo!!!!
Fiquei sabendo que no Abril Pro Rock desse ano, que aconteceu no Clube Português, foi exigido 70 dB (decibéis) como limite sonoro do PA (caixas direcionadas ao público).
Comecei a rir quando vi o aviso. (Foto no início dessa postagem)
Não tem como um show de rock ficar nos 70 decibéis!!!!!!!!
Só o baterista tocando no palco, sem o som da frente (PA) ligado, já passa desse nível para quem está no ambiente do show!
Nem sei como resolveram isso lá...
Não sei também como tem shows grandes no Clube Português com aquele prédio do outro lado da rua!!!! E vários outros prédios ao redor do local. Não tem como o som não chegar num nível incômodo nas residências ao redor do clube.
No meu caso, durante o show, fui baixando várias vezes o máster da mesa à pedido da produção da casa, até chegar perto de MENOS 10 dB.
Baixar 10 dB, é baixar MUIIIIIIIIIIIIIITO.
Ao chegar nesse ponto, falei que não tinha mais como baixar o volume geral.
Era o máximo que eu poderia chegar naquele show.
Falei que para baixar mais, eu iria cortar todo o som da frente, e ficaria só o som que estava vindo do palco.
Deu para ficar nesse nível durante todo o show, mas sempre quando a dinâmica da banda mudava para cima, chegava gente no meu lado.
Já perto do final do show, chegou alguém do meu lado com o celular me mostrando uma foto de grupo de WhatsApp de algum morador do entorno reclamando do som.
Mas deu para ir até o final do show.
Já guardando meus equipamentos, enquanto tocava uma playlist do laptop da casa, o mesmo rapaz chegou de novo na mesa de som para solicitar que cortasse todo o som, pois agora a polícia estava na frente do estabelecimento! (Nem vou rir...)
Quase impossível agradar todas as partes. Eu reconheço.
Deixei num nível aceitável para o público que estava no local, mas mesmo assim era muito para os moradores.
Como falei, só voz e violão para não ter problemas com a vizinhança.
E como o espaço é todo aberto, até com voz e violão complica, dependendo do horário.
Já estou pegando trauma com polícia chegando nos meus trabalhos.
Esse foi o segundo caso, mas sei que o problema não sou eu.
O problema é onde essas casas de eventos são montadas, como são montadas, e quais os estilos musicais que são escolhidos para serem executados nesses ambientes.
Vamos agora para o show de Nena Queiroga & Ylana...
Show Nena Queiroga & Ylana. (Foto by @paulamaestrali)
Muito legal o espaço montado numa área externa do Plaza Shopping.
Ambiente charmoso e arejado, com mesinhas e cadeiras, quiosques com comidas e bebidas.
Palco legal para o tamanho do ambiente.
Poderia ter mais equipamentos de som, principalmente no PA, que poderia ser o dobro de caixas pelo tamanho do ambiente, mas... Eu já sabia que tinha problema também com o nível sonoro.
Fiquei sabendo que houveram alguns problemas no dia anterior com o AC, e que acabou aparecendo no meu soundcheck, mas conseguiram resolver.
A mesa de som também foi trocada por causa de problemas no dia anterior.
Usei a Ui24 da Soundcraft, que eu só tinha usado duas vezes na minha vida, mas não foi complicado usar as funções, depois da breve explicação do proprietário da empresa de som.
Eu já sabia que existiam os mesmos problemas com a vizinhança como no show de Otto.
Passei o som normalmente pela manhã, e comecei o show à tarde, esperando para ver se iria aparecer o pedido para baixar o som.
Mas não chegou pedido algum!!!
Passeando pelo lugar durante o show, achei que estava boa a cobertura sonora, mesmo eu indo até o final do espaço.
E lá no final, colocaram uma caixinha de reforço sonoro, que era a cópia do som do PA.
Aí tudo ficou bem justinho, onde todos da plateia estavam escutando tudo confortavelmente.
Era outro espaço, bem maior que o terraço do show anterior, era outro show, outro estilo de música... Não era show de rock com guitarras distorcidas!
No show de Otto, o público estava praticamente dentro do palco!
O nível sonoro que vinha do palco de Nena Queiroga não chegava perto do que vinha do palco do show de Otto no terraço da La Casa.
Então foi bem mais fácil juntar o som do palco com o som da frente, deixando confortável para o público e para a vizinhança.
Uma observação... Os dois shows começaram cedo e acabaram cedo, não chegando perto das 22h, principalmente o de Nena Queiroga.
Isso já foi uma grande ajuda.
Show Nena Queiroga & Ylana. (Foto by @paulamaestrali)
Se eles tivessem começado depois das 22h, onde o nível de ruído vindo das ruas (carros e transeuntes) diminui absurdamente, tudo seria mais complicado.
Depois desses shows, conversei com vários colegas e amigos de profissão sobre os problemas com o nível sonoro nos eventos em Recife.
E são muitos fatores envolvidos, que deixam tudo mais complicado.
Muitos reclamantes e reclamados não entendem das leis do município, e alguns estão até acima dessas leis, principalmente os reclamantes.
Muitos reclamados não se importam com o tratamento da casa para shows ao vivo ou música mecânica, não sabendo nem a diferença entre tratamento acústico e isolamento acústico.
Muita residência foi construída ao redor depois da casa de eventos.
E muitas casas de eventos foram abertas no meio de residências, utilizando o espaço já construído sem fazer adaptações para execuções sonoras no ambiente.
São muitos pontos envolvidos, e pela nossa conversa no grupo de áudio do WhatsApp, vai ser difícil chegar num consenso.
Já deixei de fazer um trabalho com uma banda, porque vi que seria uma "novela" o lance do nível sonoro quando conversei com o técnico responsável pela sonorização do evento.
O show seria na casa Di Branco, no bairro da Torre (Recife), já famosa pelos problemas com o nível sonoro.
O mesmo problema... Montam a casa para grandes festas de casamentos e aniversários num bairro residencial, onde vão utilizar música mecânica (DJ) ou bandas ao vivo, mas não fazem um estudo antes para o bom uso dessas atrações musicais.
Eu estou deixando de fazer o trabalho, sou doido mesmo.
Liso mas feliz.
Na Di Branco ou na La casa, só volto se for show de voz e violão. (Risos)
O complicado é: Para o vizinho que está reclamando, a culpa é sempre da casa de eventos, independente das leis, e o proprietário do estabelecimento tem a certeza ABSOLUTA que a culpa é do técnico da banda!
Como trabalho com som, sei perfeitamente o quanto um som externo pode atrapalhar a vida de uma pessoa dentro da sua casa.
Já passei por uma situação, morando num apartamento, onde minha varanda dava para uma rua onde tinha uma casa que usava a calçada como lava-jato.
Era o dia todo ouvindo o som contínuo da máquina de jato d'água na lavagem, que se juntava com o som do aspirador de pó gigante em determinadas horas.
Eu tinha que fechar a janela da varanda para poder ouvir o som da minha TV.
Com a janela aberta era impossível!!!
Sei o quanto o som pode incomodar. Sei disso.
E numa análise particular (não sou o dono da verdade), numa escala de culpa, do menor para o maior culpado pelo problema, eu colocaria:
1- O vizinho. 2- O técnico (operador) do artista. 3- O proprietário da casa de eventos.
Acho que o maior responsável pelo problema é o proprietário da casa de eventos!
Se a casa não tem tratamento e/ou isolamento acústico para eventos sonoros no seu interior, só aceite shows que se adaptem ao local.
Não queira fazer um filme de Spielberg com um orçamento de Jaspion!!!
Decibelimetricamente falando, não vai dar certo nunca!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Um abraço a todos.

PS: O resultado dos dois trabalhos foi massa! Mesmo com as limitações. (E do carro da polícia chegando no final!)
PS2: Trabalho fechado no Ceará. Terça-feira viajo para Jericoacoara.
Mudança profissional mais radical da minha vida. Depois conto a história.

segunda-feira, 1 de maio de 2023

PittyNando - Uma overdose de animação num momento muito desanimado.

 
Olá pessoal.
Escolhi o título dessa postagem enquanto via na sexta-feira o show de Pitty com Nando Reis no YouTube, bebendo meu vinho Chileno 3 Medalhas e pensando na vida.
Vinho e música... Auto-terapia. (Risos)
Hoje já é segunda-feira, e ainda não tenho certeza se termino esse texto hoje, mas vou tentar.
Não tou muito animado, e como sou um ferrenho auto-crítico, acredito até que isso que estou sentindo seja depressão.
Mas se nem os cachês atrasados das prefeituras e governos aos artistas me derrubaram até hoje, não acho que a depressão consiga fazer isso.
Conversando com colegas e amigos técnicos por esses dias, vou trocando informações com eles.
E um dos assuntos foi a demanda de shows e eventos para a sobrevivência (digna) da parte técnica.
Mas não vou falar disso agora, pois recebi um convite para mudar radicalmente de vida (profissionalmente), que vai ser o assunto que vou falar em outra postagem.
Só os amigos mais chegados estão sabendo dessa minha mudança "de ares".
Hoje vou falar de Pitty e Nando.
A primeira e última vez que cruzei com Pitty num palco foi num Abril Pro Rock (APR) a muitos (muitos mesmo) anos atrás.
Ela estava começando, e eu estava no monitor do palco 2 do festival no Centro de Convenções.
Jamais esqueceria desse primeiro contato.
No começo do dia, fui olhar na folha colada na lateral do side os horários de soundcheck das atrações daquele dia, e dentre eles estava o nome de Pitty.
Pitty?
Que porra é essa? Banda?
Nunca ouvi falar.
Esse era um dos pontos mais fortes de festival!!!! Mostrar o novo!!!
Mas também acho que o festival acabou se distanciando a cada ano do nome ROCK.
E pagou um preço alto.
Vi esse ano a programação do Abril Pro Rock, que vai ser em maio! (Como assim?)
Quase um Rock In Rio em Portugal!!!
Mas sou muito detalhista... Não levem em consideração esses meus comentários.
A programação do APR desse ano, pelo que vi, é ROCK puro!!
Não fui pesquisar as bandas, mas olhando rapidamente, não tem rock "levezinho" não, viu? (Risos)
Espero que dê certo, pois sempre gostei do evento, trabalhando ou não lá.
Vou voltar para Pitty no Centro de Convenções...
Fui me informar no dia, e me falaram que não era uma banda, e sim uma cantora da Bahia.
E é? Cantora da Bahia? Cantando rock????
Oxe... Tá... Vou ver qual é...
Já naquela época, ela foi a única que veio com técnico de monitor!
Hoje em dia, ainda tem vários artistas que não andam com técnico de monitor!!!!!!
Já gostei da postura dela na hora!
Independente se era ela ou uma gravadora que estivesse bancando isso.
Eu nunca tinha ouvido falar dela. Ponto.
Fiquei abestalhado com o show dela!
Ganhou mais um admirador.
Não gosto muito de falar a palavra FÃ, pois me lembra fanatismo.
Nem sei se tem relação as duas palavras, e nem vou ver hoje se existe isso, vou deixar pra quem quiser pesquisar.
Eu não gosto de falar fã, mesmo tendo falado algumas vezes aqui.
A baixinha e a banda dela me conquistaram naquele dia!
No final do show, avisaram que ela teria que cantar mais uma música porque a atração do palco 1 ainda não estava pronta.
Como ela não tinha mais músicas autorais ensaiadas, resolveu cantar Cindy Lauper nessa hora.
E arrasou!!!!
Não foi por coincidência, que no outro ano ela estava no palco 1 do Abril Pro Rock!

A primeira e única vez que cruzei com Nando Reis num palco não foi muito legal.
Eu estava no monitor de outro festival de música, que não me recordo agora qual foi, e ele iria participar só com violão e voz.
Ele estava com problemas com o álcool nessa época, e foi muito constrangedor pra mim, vê-lo cambaleante no palco.
A produtora me pediu para esconder uma garrafa de whisky na mesa de monitor para evitar que ele bebesse mais, mas... Não teve jeito.
Ela veio pegar de volta.
Logicamente não foi uma boa apresentação, pois o álcool é muito democrático.
Passou do limite, qualquer um cai, independente de qualquer coisa, gênero, sexo, cor, raça etc.
Sempre me policio com o álcool, pois sou fã do vinho! (Usei o FÃ de propósito!)
Sempre estou falando isso também para meu Filho, que está com 27 anos.
Se der bobeira com o álcool, tá literalmente lascado!!!
Fiquei triste ao ver Nando naquela situação.
E fiquei muito feliz ao vê-lo nesse show com Pitty no YouTube!!!

Com certeza ele deve ter domesticado o álcool, porque ele foi perfeito no palco com Pitty.
Tudo bem... O diretor exigiu muito, querendo que ele tivesse a mesma graciosidade de Pitty quando dançava, mas é irrelevante.
Pra mim, foi muito bom ouvir os dois cantando juntos!
Muito bom o roteiro do show!

Gosto muito dos dois e estão na minha lista de "favoritos" no Deezer.
Pra ser sincero, escutava mais Nando do que Pitty, mas ela é muito legal também, mesmo sendo "linhas" diferentes de composição.
Mas como intérpretes, são dois "experts"!
O show me deu uma injeção de ânimo!!!!
Me emociono com músicas, ou com shows bem feitos.
Me emociono com qualquer coisa bem feita. Já falei disso aqui em postagens...
Eu já estava me sentindo muito bem vendo show, aproveitando a overdose de animação, quando um amigo me liga, fazendo uma proposta de trabalho no Ceará.
Posso te indicar? Perguntou ele.
Ceará?? Vixe...
Mudança radical...
O que eu falei pra ele?
Calma...
Falo depois aqui, pois pode ser a maior mudança profissional que vou fazer na minha vida.
Só não vou parar de beber meu vinho!!!!
Independente do que vai acontecer, vejam o show dos dois no YouTube.

Mesmo sem gostarem dos artistas, pode ser que vocês achem que foi uma coisa bem feita!
Um abraço a todos.