terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Martins na prévia do Eu Acho É Pouco - Duvido que acharam que foi pouco.

 
Foto by @klenilton_de_araujo
Olá pessoal.
Carnaval chegando, né?
Mas antes eu trabalho no Porto Musical nos dias 2 e 3 de fevereiro, operando o monitor do evento, onde já fui informado que nenhuma das dez bandas vai levar técnico de monitor.
Nem técnico de PA.
Mas o texto hoje não é para falar de trabalhos que ainda vão acontecer, e sim dos que já aconteceram!
Esse de Martins aconteceu no dia 20 desse mês.
Foi uma prévia de carnaval de um bloco famoso aqui de Olinda chamado "Eu Acho É Pouco".
Só fiquei sabendo pela produção do artista que o show iria ser na quadra de esportes do Colégio de São Bento, que fica em Olinda.
Vixe... Quadra de esportes?
E tome reverberação... Já imaginei.
Fui convidado dessa vez para operar o som do PA.
Por causa disso, fui atrás de um colega ou amigo para fazer o monitor, enquanto aguardava as informações técnicas da produção do evento.
Recebi o contato da empresa de som, que já foi uma boa notícia, pois sei que a L&R de meu amigo Ricardo é muito organizada, que sempre prezou pelas manutenções dos equipamentos.
Conheci Ricardo quando ele alugava só microfones sem fio, e acho que era só do tipo headset.
Não lembro mais se ele tinha microfones de bastão...
Não importa.
Desde a época dos microfones, ele cuida dos seus equipamentos como pouca gente aqui na região.
Essa foi a notícia boa... 
Falando com ele, vieram várias outras informações (ruins).
A primeira foi o palco. (Foto abaixo)
O palco.
Tomei um susto com o palco.
Falei para Ricardo que não era um palco, era um tablado! (Risos)
Falo muito sem pensar, quando respiro para falar, já falei.
Conversamos muito sobre o evento.
Fiquei sabendo que seria apenas uma mesa de som, a LS9 da Yamaha, que ficaria ao lado do tablado. (Eita! Quis dizer palco)
Vamos lá... Mesmo sendo apenas uma mesa, fui falar com a produção de Martins que era muito importante colocar outro técnico para fazer o monitor, enquanto eu ficava lá na frente com o iPad operando o som do PA.
A produção concordou e fui continuar minha conversa com Ricardo, onde enviei o Rider Técnico desse show de Martins, para combinar com ele como iríamos colocar a banda no meio daquele círculo.
Foi aí que veio a pior notícia.
Ricardo me falou que o produtor do evento não queria a bateria dentro do círculo, ele tinha "decidido" que a bateria iria ficar ao lado do DJ, na passarela lá atrás, como mostra a foto abaixo.
Clique na imagem para ampliar.
Falei na hora que não concordava, que não era legal para a banda ficar com o baterista separado lá atrás, principalmente por causa do ambiente muito reverberante.
Fora isso, meu amigo Rapha B teria que gritar a contagem para a banda poder escutar ou usar um megafone para as contagens iniciais, que geralmente é o baterista quem faz isso.
O posicionamento do DJ estava perfeito!!!!
Acabei convencendo Ricardo sobre colocar o baterista no círculo, e fiquei despreocupado.
Não lembro se foi no mesmo dia ou no outro, que Ricardo entrou em contato falando que não teve acordo!
O produtor do evento falou que a bateria ficaria lá atrás, ao lado do DJ.
Solicitei o contato do produtor para poder conversar sobre o assunto e tentar mostrar pra ele que não era legal para a banda (e artista) o posicionamento do baterista lá atrás.
Não teve acordo.
Ele falou que era impossível a bateria ficar no círculo.
Foi aí que novamente falei antes de respirar fundo...
Falei: --- Primeiro, isso não é um palco, é um tablado.
(Ele já ficou meio "arretado")
Segundo, sabe qual é o maior problema que vejo aqui nos eventos?
As produções montam as estruturas do jeito que querem, e nem olham como é a formação dos artistas contratados!
E se eu soubesse que seria desse jeito, eu nem iria fazer esse trabalho e não estaria falando com ele por telefone!
(Aí ele se arretou de vez!)
Falou que era melhor cancelar então etc etc etc.
Falei que não sou eu que cancelo show de artista, só não aceito fazer o trabalho.
Mas não tinha como eu fazer isso agora, pois o evento aconteceria dois dias depois.
Falei que iria passar o problema para o produtor do artista, pra decidirem se iriam fazer com a bateria lá atrás.
O que eles decidissem, eu iria fazer.
Quando fui falar sobre o problema com o produtor do artista, ele já tinha recebido mensagem do produtor do evento falando que fui grosseiro com ele, etc etc etc.
Falei que fui direto nos meus comentários, sem "arrudeios", como descrevi no texto acima, aí pode parecer grosseria mesmo.
Tem uma frase que acho perfeita: "A sinceridade anda de mãos dadas com a grosseria".
Passei meu ponto de vista para minha produção, e esperei pela decisão do artista/banda/produção.
Nesse intervalo de tempo, liguei para meu amigo Brigídio, que iria operar o som da banda Mombojó nesse mesmo evento, estranhando porque só eu estava brigando por esse posicionamento da bateria.
Ele não estava sabendo de nada!
Só sabia que o palco era redondo.
Depois de mostrar para ele a foto do palanque (quis dizer palco!), e informar onde ficaria a bateria, ele concordou na hora com meu posicionamento e disse que iria falar com a produção da Mombojó para entrar em contato com o produtor do evento.
Pelo menos eu teria mais alguém apoiando a causa.
Nessa nossa conversa, combinamos até como ficaria a arrumação dos músicos no palco, que serviria para as duas atrações, como mostra a foto abaixo.
Clique na imagem para ampliar.
Só é um trombone no show de Martins.
Coloquei dos dois lados que era só pra escolher onde seria melhor para todos.
Mombojó iria começar, e em seguida seria Martins.
Foto by @klenilton_de_araujo

Depois de Martins, o produtor do evento poderia colocar a bateria até no banheiro, sem microfones!!!!
Cada um que brigue por seu artista.
Mas um pouco depois que desliguei o telefone, recebo a mensagem da produção do artista falando que tudo estava resolvido, que a bateria iria ficar na base do "pole dance". (Quis dizer novamente palco!)

Não sei qual foi a alma caridosa que resolveu o problema, nem avisei Brigídio que estava resolvido.
Deixa a produção dele falar também, pensei com meus botões...
O estresse maior foi esse, mesmo eu achando que a reverberação iria ser outro problema grave, mas queimei minha língua.
No soundcheck já notei que não era uma coisa absurda.
Só para explicar, dupliquei os canais na LS9, onde de 1 a 32 eu usaria para o PA, e do 32 ao 64 meu amigo Rafael usaria para fazer o monitor.
Fiquei direto no local do evento, porque eu já tinha decidido isso antes.
E o atraso para ligar o gerador só retificou o que eu já tinha resolvido.
Soundcheck.
Depois do soundcheck fui almoçar na esquina e aguardei pela hora do show de Martins.
O evento começou cedo, e se não me falha a memória, o show dele começou antes das 20h.
Foi tanta gritaria no início do show, que tive que levantar o fader do máster, pois não ouvi mais nada do lugar onde eu estava.
Passei todo o show lá na frente com o iPad, num lugar estratégico na arquibancada, onde era menor o contato com o público, e não levei empurrões ou cotoveladas.
Por incrível que pareça, não perdi o sinal do meu roteador em momento algum do show, mas já tinha avisado Rafael, que se houvesse algum problema de realimentação e ele achasse que poderia ser no PA, que ele assumisse o controle, porque poderia ser que eu não tivesse o controle da mesa nesse momento.
Pela quantidade de gente no recinto, e pela distância que fiquei do roteador, achei que o risco de perder o sinal seria grande.

Mas não saí do lugar durante todo o show, que foi muito bom!!!!
Já perto do final do show, percebi dois faders de canais levantados lá no final, que eu não tinha ideia do que se tratava.
Desliguei rapidamente e baixei os faders, mas depois que vi os faders subindo novamente, e li o nome que estavam nesses canais (LIBERA), percebi que era um aviso de Rafael lá da mesa de som, e esses dois canais eram mais dois microfones sem fio que ligaram no palco para os convidados cantarem juntos no final!!!
Até onde eu sabia, só seriam dois microfones sem fio, um deles para os convidados.
Não levei meu celular lá para a frente, por isso não tirei fotos ou fiz vídeos durante o show.
As fotos onde apareço operando o som usando o iPad, foram tiradas sem eu perceber pelo meu amigo Raí, iluminador que trabalhou no show da Mombojó.
O vídeo de uma parte do show, que estava quase no final, baixei da página do Eu Acho É Pouco no Instagram.
Vídeo by @euachoepouco

Mesmo pelos poucos segundos do vídeo já dá para se ter uma noção de como foi o show, né?
A turma "mandou ver" no "Ringue de Sumô". (Palco!! Palco!!)

Lembrou o show em Natal!
Até esbarrei com o produtor do evento na hora do soundcheck, mas fiz questão de não me apresentar.
A bateria estava no lugar mais coerente, e era o que me importava.
Ainda passou pela minha cabeça, depois do final do apoteótico show de Martins, tentar encontrar o produtor/arquiteto, para falar:
Tás vendo que não é impossível a bateria ficar no meio do teu tablado???
Mas não tenho mais idade para isso.
O mais importante foi o resultado do show, e a alegria do público!
Que não foi pouca!
De pouco, só no nome do bloco!
E tenho certeza que todos que estavam no evento, acharam que o show poderia ser muito mais longo!
Ahhh... Com certeza, acharam pouco.
Pouco tempo!
Um abraço a todos.

PS: E o palco? Ahh, achei pouco também.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

E o Réveillon? - Como foi?

 

Olá pessoal.
Réveillon?
Oxe. Faz é tempo que passou, né?
É que o trabalho que fiz em Natal com Almério & Martins foi tão legal, que não aguentei esperar para falar sobre esse belo show na minha cidade natal, e passei na frente.
Exato. Nasci em Natal no dia 19 de janeiro de 1966.
Na sexta-feira passada, completei 58 anos de idade!
Vou novamente quebrar a cronologia dos textos, falando de uma coisa que aconteceu antes da última postagem.
E nem vou falar muito sobre o show da Banda Eddie em Maracaípe, porque já passei e falei aqui de muitas dificuldades em shows, mas nunca tinha passado a virada de ano onde passei agora.
Vamos lá...
Fiz o Réveillon com a Banda Eddie em Maracaípe, onde operei o som do PA.
No final dos anos 80, quando eu era DJ da boate Over Point, passei o réveillon na rua, correndo do bairro da Encruzilhada até o bairro das Graças.
Rompi a ano literalmente correndo!
Como era na Corrida Internacional de São Silvestre, muiiiiiitos anos atrás!
Para quem é novinho, até 1988 essa corrida era realizada à noite, começando às 23h30.
Os competidores "viravam" o ano correndo.
Foi o que aconteceu comigo nesse réveillon no final dos anos 80.
Lembro que era final dos anos 80 porque a boate ainda era pequena, sem a grande reforma que aconteceu no início dos anos 90.
Tenho até hoje na memória, as imagens de quando eu cheguei completamente encharcado de suor, subindo na pequena cabine de som para trocar o fusível do amplificador responsável pelos agudos das caixas de som.
Meu amigo Tavares (maître) não sabia que existia esse problema no amplificador, que às vezes queimava o fusível na hora de ligar.
Ensinamos ele a ligar os equipamentos, mostrando como colocar o som do K7 para as caixas de som da boate.
Mas esquecemos de falar sobre o problema com o amplificador.
Foi ele quem me recebeu na recepção com cara de assustado, porque já tinha cliente na casa, e o som estava completamente abafado!
Por saber que esse problema existia e era intermitente, já tínhamos vários fusíveis guardados para reposição! (Risos)
Nesse réveillon atual, eu não estava correndo.
Vou fazer um breve resumo da situação, para vocês entenderem como fui parar no lugar.
O show da Eddie foi na praia de Maracaípe, que fica a 65 km de distância de Recife.
Uma hora e meia de carro aproximadamente.
O combinado seria ir de van para passar o som pela manhã, voltando pra Recife logo após o soundcheck.
Todo mundo "rompia" o ano em casa, e retornaríamos um pouco depois da meia-noite para fazer o show na praia, que estava marcado para às 3h da madrugada, se não me falha a memória!
Não tenho mais carro.
Uso Uber, 99 ou InDrive.
E por causa disso, lembrando ainda do meu réveillon no final dos anos 80, onde tive que ir correndo para a boate porque não consegui táxi, falei para a produção da banda que seria bom a van me pegar em casa para ir pro show.
Mas isso não aconteceu.
Ou seja... Eu teria que ir ao encontro da van, que sairia de Olinda, e é muito longe da minha casa.
A opção que encontrei foi aguardar a van no trajeto de Olinda para Maracaípe, e o ponto que escolhi foi a Praça do Derby, um local mais central entre Olinda e Boa Viagem, que seria por onde a van sairia de Recife.
Para ir e voltar do soundcheck foi muito tranquilo.
Fui de Uber para a praça, e voltei da praça para casa.
Mas o soundcheck não foi nada tranquilo.
Tudo muito atrasado!
Para não entrar muito nos detalhes (que foram muitos!), e para vocês terem uma ideia, começamos a passar o som na hora que estava marcada para acabar!
Foi uma correria absurda.
E não foi nada interessante.
Só deu tempo de checar os canais, levantar o fader, fazendo pequenos e rápidos ajustes, e só!
No monitor foi a mesma coisa, mas ainda é pior, porque são várias vias para enviar vários sinais, e no meu caso só tem duas vias, que são os canais esquerdo e direito do PA.
E não levamos um técnico de monitor, o que dificultou mais ainda.
Foi isso.
Foi "na tora", como falamos aqui em Recife.
De qualquer jeito! Do jeito que dá!
Não ficou legal, inclusive na hora do show, mas...
Mas eu estava sentado num ponto de táxi na esquina da Praça do Derby, conversando com alguns motoristas, e torcendo que eles não saíssem daquele local até que a van que me levaria para Maracaípe com a Banda Eddie chegasse.
Minha irmã me deu uma carona no carro dela, e me deixou na praça 30 minutos antes da meia-noite.
Sentei no ponto de táxi e aguardei.
Consegui a imagem do ponto de táxi no Google Maps!!!!!!
Clique na imagem para ampliar.
Foi assim que eu "virei" o ano!
Mais uma vez na rua, mas não correndo.
Num ponto de táxi.
Ouvindo "as conversas" dos motoristas para combinar se cobrariam 80, 100 ou até mais do que isso pelas corridas.
Desanimador ouvir.
Para mim, é um décimo terceiro salário à mão armada!
Mais desanimador é ver os motoristas de aplicativos (Uber, 99 e InDrive), que seriam a solução para o tratamento extorsivo dos taxistas, fazendo exatamente a mesma coisa!
Ou seja... Acho que tem jeito mais não...
Bem depois da meia-noite, quando eu já estava vendo o que iria fazer ali sozinho, porque só tinha um carro parado no ponto, a van chegou.
Confirmei mais uma vez que não ligo absolutamente nada para o réveillon.
Poderia tranquilamente trabalhar como motorista de aplicativo, ou ser um taxista.
E como me conheço, não iria extorquir ninguém!
Liso mas feliz e com a consciência limpa.
Quando só um carro estava na parada, e eu estava torcendo para ele não sair para extorquir os passageiros, comecei a procurar um outro lugar para esperar a van, porque ficar ali naquela esquina não era uma boa opção.
Já sabendo que poderia acontecer isso, levei o básico na mochila, para o prejuízo ser menor num assalto, onde o risco seria grande.
Muito ruim a sensação de abandono, de insegurança que senti, e que muitos brasileiros sentem!
Por essas e outras tenho uma verdadeira aversão e/ou ojeriza a políticos, pois eles tiram muita onda com a gente!
Discursos vazios e mentirosos para se elegerem...
E fazem bem menos ou nem fazem nada do que falam, depois que entram.
Já entram pensando em como vai ser para se reelegerem!!!
E esse meu sentimento pela classe política só cresce, numa progressão geométrica!
Porque as merdas que eles fazem seguem a mesma progressão geométrica no crescimento.
É outra coisa que começo a achar que não tem jeito mais não...
São eles que fazem as leis, né?
E o povo não exige firmemente uma mudança, independente do seu partido ou político do coração...
Aí lascou de vez!
Enquanto torcia no ponto de táxi para não ficar só, lembrei de Naná Vasconcelos, quando eu estava com ele numa turnê pela Europa.
Caminhávamos pela rua em alguma cidade de Portugal, voltando tarde da noite de um restaurante onde tive o prazer de experimentar a "carne de porco à alentejana", prato típico da culinária de Portugal, que eu não tinha a menor ideia dos ingredientes, além do porco, né?
Pois bem...
O outro ingrediente principal é um tipo de molusco chamado "almêijoa", como mostra a foto abaixo.

Eita Naná! Falei.
Carne de porco com mariscos? Isso não deve prestar! Mas vou experimentar, né?
Nem sei quando volto aqui.
Pois é, Titio... Pois é... Respondeu Juvenal.
E pedimos o prato.
Quando o prato chegou, achei que as conchinhas eram enfeites!!!!!
Depois do susto, veio a alegria.
Achei o sabor simplesmente fantástico!!!
Se tiverem oportunidade, experimentem.
Nunca me esqueci dessa noite.
Boas lembranças...
Estávamos voltando desse restaurante, eu rodando nos dedos uma máquina fotográfica digital pelo cordão...
E Naná notou que eu estava rindo.
Perguntou: --- Titio, tá rindo de que no meio da rua nesse frio?
Respondi: --- Naná... É indescritível a sensação de ter a certeza que ninguém vai apontar uma arma para minha cabeça (ou atirar antes) para tomar essa máquina fotográfica da minha mão!
É uma sensação extraordinária!
É por isso que estou rindo, Naná.
De felicidade!
É mesmo, né? Respondeu ele numa pergunta.
E seguimos conversando tranquilamente pelas ruas na madrugada.
Esperando pelo início do soundcheck.
Voltei para minha situação na Praça do Derby, nada parecida com a Europa, e quando já tinha escolhido o novo local para aguardar a van, que seria uma pequena lanchonete praticamente vazia com uma luzinha acesa, distante uns 50 metros (100?) de onde eu estava, a van chegou!!!
Era pertinho de 1h da madrugada quando segui com a van para o show em Maracaípe...
Aí vocês já sabem mais ou menos como foi.
Achei mais legal falar sobre a situação de passar o réveillon numa parada de táxi, numa praça deserta em Recife.
Situação com cara de BASTIDORES.
Muita gente que não é do meio acha que é só "glamour" na minha profissão.
Não é não, viu?
Logicamente, que pelo sufoco que foi o soundcheck e o show, não consegui registrar nada!
Apenas duas fotos enquanto aguardávamos por várias horas pelo início do soundcheck.
Um abraço a todos.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Operando o monitor do show Almério & Martins em Natal - O que falar desse show...?

 
Final do show - Lado 1 do palco. (Foto Lilli Rocha)
Olá pessoal.
O que falar desse trabalho...?
Seria a frase mais correta de colocar no título da postagem.
Me empolguei. Mas com razão.
Vamos começar pelo começo.
Fui convidado mais uma vez para operar o monitor do show Almério & Martins.
Para quem ainda não conhece, e tá achando que é uma dupla sertaneja, vou explicar.
São dois artistas daqui de Pernambuco, e cada um tem seus trabalhos próprios.
E não é música sertaneja!!!
E eles tem esse show juntos!
Logicamente com as músicas dos dois!
E essa junção ficou muito boa. Pra não falar excelente!
Ouvi recentemente o disco(?) de Martins lá no Deezer, e fiquei muito animado em ver (ouvir) um trabalho tão bem feito.
Músicas, composições, som, mixagem...
Hoje em dia, onde tudo está sendo resumido, como abreviar palavras nos textos de WhatsApp, ou diminuir as introduções instrumentais das músicas porque o ouvinte atual está muito imediatista, e não tem paciência para escutar introduções longas, parar para ouvir um disco (digital) inteiro com 12 músicas é quase uma missão impossível para muita gente!!!!
Pois bem...
Eu parei para ouvir todo o disco.
E é muito bom!!!!
Ouvi de novo no primeiro dia do ano num churrasco, e continuei com a mesma impressão... É muito bem feito!
O disco de Almério está quase saindo do forno também...
Não duvido que venha coisa boa.
Showtime. (Vídeo by Lilli Rocha)

Mas vamos ao show, eita(!), quis dizer trabalho, que aconteceu em Natal no dia 7 desse mês, no RN Music 360 Festival.
Pela relação dos equipamentos, já sabíamos que não era um equipamento TOP, era um equipamento de médio porte.
Duas mesas X32 para o PA e monitor...
Não era bem detalhada a lista, não falava dos modelos de microfones, era bem resumida.
Foi até cogitado pela produção dos artistas usar o técnico da empresa de som para fazer o monitor do show, ou contratar um lá de Natal.
Meu amigo Adriano, que iria fazer o som do PA conseguiu convencer que seria melhor levar alguém de Recife que todos conheciam.
E me chamaram.
Final do show - Lado 2 do palco. (Foto Lilli Rocha)
Seguimos de van pela manhã, indo direto para o restaurante que ficava ao lado do palco.
Almoçamos e aguardamos nossa hora de soundcheck, que estava marcada para às 14h. 
Depois do soundcheck é que iríamos para o hotel.
Levamos dois sistemas de in-ears para os cantores, e foi a primeira coisa que liguei quando chegou nossa hora.
Tentei conectar o iPad na mesa de som, usando o modo DHCP, mas não tive êxito.
Aparecia um endereço muito louco na mesa.
Adriano apareceu ao meu lado para ajudar, e enquanto eu fui vendo outras coisas, ele colocou manualmente o endereço da mesa e conectou com meu iPad.
Navegar na tela da X32 usando os botões de "setas", ninguém merece!!!!
Com o iPad conectado, fui checar os monitores e o side.
Na realidade eram dois sides!
O palco tinha dois lados!!
Era pra ser um palco 360 graus, que virou moda atualmente, mas como não tinha espaço para o público nos outros dois lados, fecharam esses lados e deixaram apenas dois lados abertos.
Onde estava a mesa de som do PA, chamei de lado um.
Distribui os monitores no palco, colocando duas vias distintas para os cantores, formadas por duas caixas cada, sendo cada via num lado do palco.
Os cantores iriam ficar circulando de um lado para o outro.
Adriano deu a ideia de colocar os dois microfones sem fio para Martins, deixando um de cada lado do palco.
Achei ótima a ideia.
E Almério iria usar o microfone Neumman dele com fio.
Esse microfone faz uma diferença absurda!
Colocamos cabos longos tanto no microfone de Almério como no violão de Martins.
Passei rapidamente o som dos monitores da via um, e copiei a equalização para todos os outros monitores, pois eram do mesmo modelo.
Não tinha tempo de checar um por um.
E dei uma ajustada no side, que era o mesmo sinal para os dois lados do palco.
Achei que seria mais relax o soundcheck...
Mas ficou bem corrido.
Showtime. (Vídeo by Lilli Rocha)

Quando tenho cantores com in-ear, combino com meu amigo que vai fazer o PA, que vou colocar primeiro a voz do cantor no in-ear dele, e depois a gente começa a passar a banda normalmente, começando pela bateria.
No caso de Martins, coloquei a voz e o violão no in-ear dele e nos monitores da frente.
Depois de colocar a voz de Almério no in-ear dele e nos monitores, seguimos com o soundcheck.
Estou a muito tempo tentando usar o método pós-fader para fazer monitor, principalmente quando todos usam in-ears, mas sempre acabo usando o velho pré-fader nos trabalhos.
Sei que é mais rápido o modo pós-fader, e fiz até algumas vezes com Mestre Ambrósio, mas morro de medo dos faders doidos que encontro nas mesas de som, e no modo pós-fader isso é mortal!!!
E não consegui achar ainda o ponto certo no pós...
Mas está nos meus planos.
Precisa de legenda? (Foto by Lilli Rocha)
O soundcheck foi caminhando sem problemas.
Enquanto Adriano ia passando os canais lá na frente, eu ia organizando os monitores e os fones dos cantores.
Estava tão tranquilo no palco, que o baterista não pediu nada(!) no seu monitor, alegando que estava ouvindo tudo.
Logicamente eu tinha enviado as duas vozes para ele.
Era a única coisa que estava no monitor dele.
O guitarrista só pediu o baixo no monitor, e o baixista só pediu a guitarra no monitor.
No monitor do trombone, só o trombone!
Coloquei tudo no side, e acho que foi isso que facilitou a monitoração.
Como o palco não era grande, o que saía nas quatro torres do side ajudou para todos escutarem bem.
Ainda tinha a volta do som do PA para ajudar, mas essa volta era mínima.
Só tive problema de RF no in-ear de Martins, que falhou durante todo o soundcheck, mesmo eu fazendo o "scan", mudando a frequência duas vezes.
Fora isso, todos estavam satisfeitos e encerramos o soundcheck.
O pessoal foi para o hotel, e eu fiquei para resolver o problema de RF.
Natalie ficou também para ajustar umas coisinhas na luz.
Eu tinha 4 sistemas de in-ears da Shure (PSM900).
Foi quem me salvou.
Usando meu analisador de espectro TinySA (foto abaixo), dei uma conferida nas frequências que estavam no AR...
Analisador de espectro TinySA.

Tinha uma torre de telefonia visível ao lado da praça.
Mas não mostrava um congestionamento na tela do analisador.
Eu tinha 4 sistemas PSM900, com 2 num "range" de frequência e dois noutro range.
Range é o espaço de frequências em que o sistema trabalha.
Ex: Sistema 1 trabalha da frequência 470 MHz até 692 MHz.
Eu via as frequências dos dois sistemas que estava usando no analisador.
Como não tive problemas com o in-ear de Almério, resolvi usar em Martins o outro sistema que estava no mesmo range do sistema de Almério.
Usando o scan, ajustei a frequência, dei uma andada pelo palco para conferir, e me dei por satisfeito.
Dei uma arrumada também na mesa de som, porque na correria eu copiei as equalizações nas vias de monitor, mas esqueci de marcar as opções dessas cópias, e todas as vias ficaram com o mesmo nome e cor!!!!!
Acho desnecessário essa opção de copy/paste onde até o nome é copiado.
Por mim, não existiria essa opção!
Quando notei que todas as vias estavam com o mesmo nome e cor (Frente1/Verde), coloquei uma fita crepe com os nomes das vias corretas para seguir com o soundcheck.
Para mudar um nome na X32 é uma novela!!!!!!
Fiz esses ajustes na mesa de som depois de resolver o RF.
Tudo certo agora.
Natalie tinha acabado a parte dela também, pegamos um Uber e seguimos para o hotel.
Nem jantei, decidi comer algumas coisinhas no camarim antes do show, e sabia que teria uma(s) pizza(s) no final.
A mudança de palco foi bem rápida!
Ahhh. Esqueci de comentar uma coisa.
A vontade da equipe técnica do evento de deixar tudo certinho, durante o soundcheck, durante a mudança das bandas na nossa hora, e durante todo o show foi muito importante para o resultado final!
Os técnicos da empresa de som, a roadie, o diretor de palco que assumiu também a função de roadie...
Todos foram extremamente profissionais!!!
Quando chequei todas as vias e todos os canais, falei para nossa produtora que podia começar.
Lili chamou a banda e...
Falar o que do show...?
Lembrei de uma frase do baterista numa postagem no Instagram desse show dias depois, que não lembro se foi Martins ou Almério que publicou, onde o baterista escreveu nos comentários:
--- Esse show foi inesquecível!
Realmente essa frase de Rapha B define rapidamente como foi esse show.
Realmente eu acredito que todos que estavam ali fazendo parte daquele show não vão esquecer.
Pela primeira vez eu curti o palco com dois lados.
Estava meio traumatizado com o palco da Praça do Arsenal em Recife.
Com relação à monitoração, NINGUÉM ME PEDIU NADA durante todo o show!
Nem Martins falou nada de falhas no in-ear!
Vou até perguntar isso pra ele.
No meio do show ainda olhei para o baterista e fiz sinal perguntando se estava tudo certinho pra ele, só com as vozes dos cantores no seu monitor.
Ele disse que estava tudo certo.
Não me dei por satisfeito, e coloquei sem ele saber, um pouco de bumbo e baixo no monitor dele! (Risos)
Não tenho mais como expressar com palavras o que foi o show.
Vou deixar isso para os vídeos e fotos que estou colocando nessa postagem para ilustrar, como esse abaixo, onde filmei o final do show do início da música.
As fotos e vídeos, com certeza, falam e expressam muito mais do que minhas palavras.
Não acham?
Não tenho mais o que escrever sobre esse show (ou trabalho).
Só agradecer pela oportunidade de ter participado de um grande espetáculo!
Até uma próxima oportunidade.
Depois do show?
Só comemorações!
Bebi na rua duas "caipifrutas de seriguela" (não tinha de kiwi) e fui comer uns retalhos de pizza no camarim.
Todos felizes no camarim!
E para completar a alegria, teve a notícia da música de Almério/Isabela Moraes na voz de Maria Betânia...
Aí foi que lascou mesmo!

Vai ter AFTER? Perguntei. (Olha como eu estava?)
Aí teve o coro respondendo: ---Vaiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.
Eu vou!!!!
E fui.
Fomos!
Olha a prova abaixo.
Com Rapha, Ítalo e Rogê, e minha caipifruta!
Farra boa!
E merecida!
Mais duas caipifrutas.
Só que de kiwi!
Um abraço a todos.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Mudança de Palco 125 - Usmark (Camiseta básica preta).

Olá pessoal.
Para quem ainda não sabe, criei essa sessão "Mudança de Palco" para falar de coisas que não tem a ver com meu trabalho, ou para indicar alguma coisa que usei, conheci, experimentei, provei e gostei, ou achei bem interessante.
Nesse caso aqui, além de ter gostado do produto, principalmente por causa do custo/benefício, o assunto também tem a ver com minha profissão.
Para quem não é do ramo, vou explicar uma coisa.
Não é normal o pessoal da saúde usar roupas brancas?
Para os profissionais que trabalham em shows, principalmente os que trabalham no palco, é aconselhável usar roupas pretas!
A principal razão é não chamar a atenção do público, deixando essa parte para os artistas.
Embora que hoje em dia, o que mais tem no palco é gente filmando com celular os passos dos seus artistas para divulgar nas redes sociais.
Acho bem estranho (para não falar FEIO), mas está difícil reverter isso.
Lembrando que essa turma que fica rodando no palco filmando com o celular na mão, faz parte da equipe do artista, ok?
Mas essa prática de filmar tudo no palco não interferiu no uso das roupas pretas por parte das equipes técnicas.
Nossa turma continua querendo não chamar a atenção.
Pois bem...
Por causa disso, tenho muitas camisetas e bermudas pretas.
Geralmente comprava as camisetas na Hering...
Mas na minha última pesquisa, a camiseta não estava com um preço "atraente", principalmente porque eu estava querendo comprar 10 peças, como vocês podem ver na foto abaixo, que pesquisei hoje.

Gastar mais de 700 reais (não esqueçam do frete!) para comprar camisetas só para usar em shows, fica caro, não acham?
Por isso eu já vinha procurando uma opção com preços mais baratos, mesmo que a qualidade não fosse igual a da Hering.
Nem sei direito porque escolhi a Usmark.
Pode ser que até o cansaço de tanto procurar ajudou na decisão.
O preço final da camiseta deve ter sido o fator mais importante...


Achei várias opções de sites especializados em camisetas básicas.
Fiz várias simulações (preços com frete), e até fui pegar algumas dicas com minha irmã, que entende muito mais sobre esse assunto.
Tem um lance de "Fio 10, Fio 20, Fio 50, Fio não sei que número", que nem imaginava que existia.
Explicação abaixo.
Clique na imagem para ampliar.
Fui até procurar no site da Usmark qual o fio que eles usam nas camisetas, mas não encontrei.
Depois de várias pesquisas e conversas com minha irmã, eu decidi arriscar, comprando para testar a camiseta com elastano fabricada pela Usmark.
Comprei 10, pois os preços caem consideravelmente de acordo com a quantidade de camisetas.
Quanto mais camisetas, menor o preço da unidade, como vocês podem ver na foto abaixo.
Clique na imagem para ampliar.

Preços das camisetas de acordo com a quantidade.
A encomenda chegou dentro do prazo informado.
Fiquei um pouco desanimado ao abrir o pacote, quando vi que as camisetas não vinham numa embalagem plástica individual.
Mas relevei essa economia por parte do fabricante.
Minha irmã achou que elas iriam desbotar rápido, por eu usar máquina de lavar...
Comprei as camisetas em setembro, e até agora não me arrependi.
Devo comprar novamente, só mudando um detalhe.
Achei o GG deles justo para mim. Gosto de mais folgado.
Tem uma tabela de medidas lá para você se orientar, e foi seguindo essa tabela que escolhi o tamanho GG.
Existe apenas quatro opções de tamanho: P, M, G e GG.
Mas... Eles tem uma opção chamada Oversized, onde as medidas para as quatro opções são um pouco maiores.
Nas fotos abaixo, as diferenças de medidas da Oversized.
E os preços são diferentes também, viu?


Pelo que estou observando enquanto uso as camisetas nos meus trabalhos, devo comprar novamente na Usmark, mas vou pegar o GG do Oversized, mesmo não tendo a camiseta com elastano nessa opção.
Para o que eu estava precisando e procurando, está servindo muito bem.
Principalmente por causa do preço!
Menos de 26 reais, com frete e com juros pelo parcelamento em duas vezes!
Não divide sem juros, viu?
Essa é a parte ruim.
Mesmo com tudo isso, o preço fica ainda bem convidativo, não acham?
Clique na imagem para ampliar.
Eita!
O texto ficou tão explicativo, que muita gente vai achar que estou sendo pago para fazer a propaganda da loja. (Risos)
Não ganho um centavo quando falo nos meus textos que gostei de equipamentos, produtos ou lugares.
O Blog é apenas o retrato dos meus trabalhos, pensamentos e gostos.
Espero sempre que meus relatos ajudem algum colega de profissão, ou alguma pessoa "normal".
Lembrando que existem vários sites vendendo camiseta básica preta.
Um abraço a todos.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Del Rey em Recife e Academia da Berlinda em Salvador - Acertando o prognóstico.

 
Banda Del Rey no Cais Rooftop Lounge Bar.
Olá pessoal.
Fui olhar onde tinha parado nos textos sobre os shows, e o último trabalho foi o "famoso" no Clube Atlântico de Olinda!
E no final desse texto da postagem do dia 19 de dezembro eu faço uma previsão, um prognóstico, escrevendo:
"Tenho quase certeza que o show de quinta-feira em nada vai lembrar esse show em Olinda!".
Esse show de quinta-feira dessa frase é exatamente o show da Del Rey no Cais do Sertão, que aconteceu no dia 21 de dezembro, dois dias após o grande sufoco no clube de Olinda.
Vou aproveitar essa previsão que eu fiz e falar um pouco também do outro trabalho no dia 23 de dezembro com a banda Academia da Berlinda em Salvador.
O texto de hoje é mais para comunicar que eu acertei em cheio na minha previsão!!!
Ou prognóstico.
(Ação que, se pautando em dados reais, indica o que poderá acontecer.) 
Foi até fácil acertar, não vou mentir...
Dificilmente eu encontraria nos dois trabalhos seguintes, coisa parecida (ou pior) do que encontrei no Clube Atlântico.
O segundo show da Del Rey aconteceu no Cais Rooftop Lounge Bar, que fica em Recife.
Esse bar/restaurante fica na cobertura do Cais Do Sertão, e possui uma área descoberta, onde se monta um palco para shows ao vivo ou com DJs.
O palco era bem pequeno, mas deu para posicionar todos da banda sem atropelos.
Por causa do espaço, decidi com Rogério, que iria fazer o som do PA, usar somente uma mesa para fazer os dois serviços (PA e monitor).
A mesa escolhida foi a M7CL da Yamaha.
Fiz uma cena inicial em casa, onde dupliquei todos os canais.
Do canal 1 ao 20 era para o PA, e do 21 ao 40 eu iria usar para o monitor.
Rogério foi lá para frente com o iPad para fazer o trabalho.
Uma lona foi improvisada para cobrir o local onde a M7CL estava, e foi quem salvou, pois caiu uma chuva antes de começar o show.
Tivemos que rearrumar algumas coisas no palco, porque a água chegou a entrar na parte de trás e tinha uma pequena goteira onde ficava o baixista.
Ajustamos isso, e o show rolou sem mais problemas.
Monitores e microfones originais bons.
Tudo ligado nos canais certos, uma maravilha.
Muito diferente do show anterior em Olinda.
Tudo bem... Só era o show da Del Rey nesse palco, o que facilitou o trabalho, mas o material era bem acima do mínimo, diferente do que aconteceu no Atlântico.
Quando falo material, entenda como equipamento e material humano!
Mas se tivesse caído um temporal na hora do show, não teria sido tão tranquilo, eu reconheço.
Resumindo...
Mesmo com os pequenos problemas que apareceram, acertei minha previsão!!!

Banda Del Rey em ação no Cais Rooftop Lounge Bar.

Dois dias depois, viajei com a Academia da Berlinda para Salvador, onde eu iria fazer o monitor do show num evento chamado Baile Clandestino.
Esse evento aconteceu num local muito legal para shows chamado Trapiche Barnabé.
Falei desse local na postagem do dia 26/12, onde rasgo elogios à ideia do local para se colocar o DJ.
A única coisa que eu poderia falar que não é legal no Trapiche, é o calor dentro do espaço.
Para não ter problemas com chuva, montaram uma grande estrutura para cobrir todo o espaço, mas usaram lonas plásticas no teto, transformando o local num "forno".
Na foto abaixo dá para ver essa cobertura do lugar.

Trapiche Barnabé - Salvador (BA).
Como o soundcheck foi logo depois do meio-dia, o espaço ficou bem quente.
No final parecia que todos tinham participado de uma pequena maratona, de tanto suor.
Enquanto eu checava tudo com o iPad, várias vezes limpei meus óculos molhados com o suor que escorria pela testa.
Os monitores eram diferentes do que estava descrito no documento que recebi da produção local.
Mas os que estavam no local eram bons.
Nunca tinha visto esses monitores da RCF nos shows que eu fiz.
Achei um pouco estridente, mas nada que um equalizador não pudesse amenizar.
Como eram bem grandes, e o palco não era tão grande assim, resolvi não dobrar os monitores para os dois cantores (Tiné e Urêa).
O resto da banda também ficou com um único monitor.
Mas no caso da percussão, não tinha mais o monitor RCF, e colocaram o modelo que estava no documento que recebi.
Mas achei que não iria aguentar fazer a monitoração do músico, pois vai bumbo e baixo num volume considerável para ele, fora o som das congas.
Pedi então para colocar mais um monitor na percussão.
Sem problema, falou o colega da empresa de som.
Nem lembrava mais do show em Olinda!!!!
Ainda apareceram dois probleminhas durante o soundcheck.
Um dos três amplificadores que usamos no show não estava legal.
Distorcia mesmo sem usar o pedal de distorção.
Mais uma vez o pessoal da empresa de som falou que iria resolver.
E o novo amplificador chegou antes da banda chegar para fazer o soundcheck.
Enquanto eu checava todos os monitores, notei que um lado do "side" estava falando diferente.
Mostrei para o técnico da empresa de som, e ele constatou que uma das caixas estava com o drive parado, que iria pegar um novo módulo de amplificação e que faria a troca.
Avisei os músicos que o side estava com esse problema, mas que na hora do show estaria tudo resolvido.
Passamos o som normalmente (quase), mesmo com um dos lado do side um pouco diferente.
Mas o quase da frase acima nem foi por causa do side e sim pelo fato de que um dos músicos (Urêa) não estava no local. Iria chegar na cidade bem depois do nosso horário de soundcheck.
Passei o microfone dele e seus instrumentos de percussão e seguimos em frente.
Quando finalizamos o soundcheck, o módulo de amplificação chegou e o pessoal do som fez a troca.
Mas...
Quando fui testar, o problema ainda persistia!
Mostrei novamente para meu colega da empresa de som, e ele falou:
--- Não se preocupe Titio. Vou trocar a caixa, e quando você voltar para o show, tudo estará normalizado.
Voltamos para o hotel, e foi a hora que tivemos para dar um cochilo, porque a ida e a volta para Salvador foi um bate-e-volta de avião nas madrugadas!
Toda a equipe só dormiu nas poucas horas no avião ou nas cadeiras dos aeroportos.
Foi pesado...
Pesado também está os noticiários.
A novidade agora foi um assalto nas dunas no Ceará!!
Sabe aqueles passeios de "buggy" pelas dunas? Pois é...
Dois assaltantes armados esperaram pelo carro com os turistas no meio do trajeto para assaltar.
O motorista não parou e passou direto pelos assaltantes.
Acredito que as armas eram de brinquedo, por isso não atiraram.
Hoje em dia eles atiram pra matar por uma simples reação de susto!
Para completar, o noticiário mostra a situação no Equador, onde até uma estação de TV foi invadida por bandidos muito bem armados (até com granadas) durante a programação ao vivo.
Fico pensando com meus botões...
Não estamos muito longe disso, viu?
Já falei várias vezes sobre esse assunto, e muita gente continua chamando o problema que só cresce em "sensacionalismo"!!
Não precisa observar muito para acertar esse prognóstico também...
Com o pouco que observei nos preparativos para o show em Olinda, e com o que eu tinha visto nos preparativos para o show em Recife, era fácil eu acertar no prognóstico que eu fiz.
Não tinha como ser igual os dois trabalhos, como não foi!!!!
Ainda estou colocando outro exemplo que foi o show em Salvador.
Sabia também que seria completamente diferente do show no Clube Atlântico!
Quando cheguei de volta ao palco em Salvador para o show, foi a primeira coisa que meu colega da empresa de som falou: --- Tudo certo Titio. Trocamos a caixa e está tudo certo agora.
E foi tudo certo mesmo!
O show foi muito bom.
Nunca viajei com a Academia da Berlinda para fora do Nordeste...
Mas os shows que eu fiz fora de Pernambuco foram muito animadores.
Ouvir a turma cantando as músicas dos meninos em Salvador foi muito legal!!!
Já tinha visto isso em Natal (RN).
É um aviso que estão no caminho certo, né?
Como foi também com Almério e Martins, pelo que pude observar no show deles em Natal no domingo passado, onde fiz o monitor.
Mas aí já é assunto para outra postagem.

Show da Academia da Berlinda no Trapiche Barnabé - Salvador (BA).

Para finalizar essa postagem aqui, só tenho a agradecer ao pessoal envolvido nos shows de Recife e Salvador.
Selva Nua foi a empresa que sonorizou o show da Del Rey em Recife.
Obrigado West, Eduardo e Roberval pelo atendimento.
Augusto Menezes Sonorização fez o trabalho em Salvador.
Obrigado Tio Bill pela direção de palco, e obrigado também Bicudo e Idaílton pelo atendimento.
Lembro de uma frase de Tio Bill enquanto o show rolava, depois de resolvido os problemas que apareceram no amplificador da guitarra e na caixa do side...
Ele chegou ao meu lado na mesa de monitor e falou:
--- Por isso sempre exijo uma empresa de som "grande" nos meus trabalhos de direção de palco!
Pois é...
E esse GRANDE da empresa de som nem precisa ser com relação ao tamanho da empresa.
Pode ser com relação ao tamanho do "profissionalismo" do atendimento!!!
Que sejam equipamentos inferiores, mas com a manutenção em dia, com peças extras para trocas.
Me contento com o mínimo.
Mas nesses dois shows, foi tudo bem acima desse mínimo!
E por isso foi muito fácil acertar o(s) prognóstico(s)!!!
Um abraço a todos.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Dica dos Amigos 023 - Usando a função PREVIEW na Rivage.

 
Olá pessoal.
Antes de escrever sobre mais alguns trabalhos que fiz no final de 2023, vou deixar aqui mais uma dica do amigo Matheus Madeira da Yamaha.
Nesse vídeo curto ele demonstra uma das utilidades da função "Preview" na Rivage.
Só lembrando que a PM5D também tem essa função, na seção das cenas (Scene Memory).
Como mostra a foto abaixo.
Clique na imagem para ampliar.
Matheus até me falou que muitas mesas de grande porte de outros fabricantes possuem essa ferramenta.
Sempre vi isso na PM5D, mas nunca usei.
Quem sabe um dia, né?
Segue o vídeo, onde Matheus ajusta o patch de outra cena, enquanto o operador faz seu trabalho normalmente na mesa.

Conversei com Matheus antes de finalizar esse texto porque apareceram algumas dúvidas enquanto eu escrevia.
O vídeo leva você a imaginar que Matheus está modificando o patch de outra cena, mas o operador está usando a cena da banda dele normalmente, ajustando as coisas para o show que está acontecendo.
E é isso mesmo!
Mas... Isso usando a Rivage, ok? Para a PM5D, só testando antes com o laptop.
Usando o laptop com a Rivage, pode-se chamar a cena no preview no laptop sem interferir na mesa, sem interromper as ações do técnico que está fazendo a mixagem na hora.
Usando a função na mesa, o fluxo do áudio não é interrompido, mas não se pode fazer ajustes nesse áudio. Todas as funções da cena anterior são "congeladas".
Depois de desligar o botão do preview, os controles voltam para a cena que estava congelada.
Logicamente, o usuário que está modificando a cena no preview tanto no laptop como na mesa, tem que salvar essas mudanças na cena antes de sair do modo preview.
Interessante, não?
Obrigado mais uma vez Matheus pelo vídeo, e pelas explicações "extra-vídeo" enquanto eu escrevia esse texto.
Acredito que vai ajudar muitos operadores de áudio.
Um abraço a todos.