domingo, 16 de julho de 2023

Documentário sobre Donna Summer - Só sei que nada sabia!

 
Olá pessoal.
Pois é...
Acabei de ver esse documentário sobre Donna Summer.
Comecei a ver no dia 15 e acabei no dia 16.
Dica do meu Amigo DJ Érico, com quem fiz muita farra quando eu estava na profissão de "discotecário"!
Eu tinha indicado para ele ver o documentário Wham!, que mostra o início da carreira do cantor George Michael.
Tanto eu como Érico, tocamos muito as músicas da banda, antes de George Michael seguir com a carreira solo.
Achei muito legal esse documentário, e indiquei até para amigos que nem sabiam quem foi a banda Wham!.
Um deles me falou: --- Titio, quando a banda acabou, eu tinha 5 anos!
Muitas vezes me perco no tempo...
Mas mesmo quem não viveu a época do Wham!, vale a pena ver.
A história é bem legal!
Quando falei para Érico sobre esse documentário, ele me perguntou se eu tinha visto o documentário de Donna Summer.
Brooklyn Sudano, filha de Donna Summer e diretora do documentário.
Na Netflix? (Perguntei)
E ele me respondeu: --- Não, está no HBO.
Só tenho Netflix, mas apelei para o meu "fornecedor ilícito".
Stremio.
É... Não sou 100% mocinho!
Mesmo me vangloriando por nunca ter dado suborno para conseguir alguma coisa na minha vida até o dia de hoje, não sou inteiramente honesto.
Uso ferramentas ilícitas!
Pago para usar o Netflix.
Mesmo eu não pagando um centavo para usar o Stremio, a ferramenta é ilegal.
Vocês decidem, se usam ou não.
Tinha lá o documentário de Donna Summer.
E fui ver.
Já me senti imbecil várias vezes na minha vida, por diversas razões, que nem vou enumerar aqui.
Hoje me senti assim.
Tudo bem, exagerei. Vamos dizer que eu me decepcionei comigo mesmo.
Como uma pessoa que gosta tanto da obra de uma cantora, não sabe nada sobre ela?
Ia deixar para escrever quando acordasse mais tarde, mas resolvi adiantar, para o texto ficar fresquinho.
E nem vou me estender no assunto.
Vou só indicar esse documentário da "Rainha da Disco Music", que eu tanto gosto. (Até hoje!!!!)
Dancei escutando suas músicas quando eu era adolescente, toquei essas mesmas músicas na época que eu era DJ da Over Point, e ainda tive o prazer de tocar músicas mais recentes dela, antes de abandonar a carreira de DJ.
Com Bruce Sudano. Pai de duas filhas da cantora. Ficou com ela até sua morte.
Me senti bastante chateado depois de ver esse documentário, porque a única coisa que eu sabia dela, era que começou cantando na igreja, como muitas outras cantoras negras dos EUA.
E ver um pouco da sua trajetória (que não teria como resumir tudo em menos de 2h), foi muito prazeroso e acabei regredindo mentalmente no tempo.
Como sempre falo aqui, não gosto de usar o termo FÃ, acho muito pesado, porque sempre acho que vem de FANATISMO, palavra que abomino!
Fui pesquisar e achei explicações. (Foto abaixo)
Clique na imagem para ampliar.
Vou me considerar um grande admirador!
E como grande admirador, fiquei muito feliz em conhecer parte da vida dela!
Vou dormir leve.
E mesmo que você não saiba direito quem foi Donna Summer, veja esse documentário. (Licitamente ou ilicitamente)
Para um grande admirador do trabalho dela como sou, sabia muito pouco, ou quase nada!
Mas uma coisa eu sempre soube...
Nunca vou deixar de ouvir Donna Summer!!
Obrigado Érico pela dica.
Vamos marcar uma farra numa boate gay, pra relembrar dos velhos tempos??!!?? (Risos)
Vou é dormir!!!!
Quase 1h30 da madrugada!
Quando eu acordar, eu monto a postagem e publico!!
Um abraço a todos.

sexta-feira, 14 de julho de 2023

Mestre Ambrósio no São João da Macuca - O único atropelo foi na estrada.

Olá pessoal.
No dia 24 de junho fui operar o monitor da banda Mestre Ambrósio (MA) no São João da Macuca, lá em Correntes, interior de Pernambuco, próximo de Garanhuns.
Já tinha feito o monitor da MA no dia 11 em Caruaru, e meu primeiro trabalho com a banda foi no dia 24 de março em Teresina.
Postei aqui no Blog sobre este trabalho no Piauí.
Pois bem...
Em todos os shows que fiz com a banda, só no de Teresina teve soundcheck com os músicos.
Fui avisado nesse São João que a banda não iria passar o som nos quatro shows agendados (Caruaru, Arcoverde, Macuca e Recife). 
Eita.
Por causa disso, peguei a cena da M7CL (Yamaha) que usei no show em Teresina, e parti dela para iniciar o trabalho em Caruaru, que seria também uma M7CL no monitor.
Ajustei as coisas para o novo palco, e funcionou.
Nesse show na Macuca, à princípio, a mesa de monitor seria a X32 da Behringer e a de PA seria uma LS9 da Yamaha.
Como eu já sabia que a banda não iria passar o som, solicitei a troca das mesas, pra poder converter a cena do último show (M7CL) para a LS9.
Sem passar o som com a banda, era muito mais simples montar a cena do PA do que a cena do monitor.
A Yamaha tem um conversor de cenas que ajuda muito no trabalho.
Já falei no Blog sobre o Yamaha Console File Converter.
Converti a cena e levei para o novo show.
Logicamente, que depois da conversão, eu fiz ajustes na cena para esse novo show com a outra mesa da Yamaha.
Em todos os shows, levamos o sistema completo de in-ears.
Usei o mesmo método que usei em Caruaru.
Passei a cena para mesa, ligamos todos nossos instrumentos e monitores, ajustei a equalização das três caixas de monitor (mais o side) que usamos nesse show, checamos todos os canais, ajustei as vozes nos monitores de chão e no side, e salvei a nova cena nos meus pendrives.
Só me restava aguardar a hora do show.
Sobrou tempo até para esperar no hotel!
Foi tudo (muito!) certo no show.
A cena ajustada do show anterior encaixou muito bem no novo palco.
Fiz poucos ajustes durante o show.
Mesmo o equipamento sendo de médio porte, deu para suprir as necessidades do palco, que tinha um tamanho reduzido.
Não esqueçam que estávamos usando nossos in-ears, ok?
Já é um bom começo.
Não tenho o que falar sobre alguma coisa durante o show.
O show foi massa! Sem atropelos.
Foram só elogios no final, quando estávamos no camarim.
Massa!
Ainda consegui degustar um "tiquinho" de vinho.
E o atropelo?
Foi só na estrada.
Lembram do show em Teresina?
Fui dar uma olhada no texto para saber qual foi a data desse show no Piauí, e notei que o subtítulo da postagem era quase igual ao dessa postagem aqui.
Lá, a agonia foi sair da cidade.
Aqui, o atropelo foi chegar na cidade!!! (Risos)
O desse show na Macuca, o caso foi mais grave, porque a gente poderia ter se machucado.
Estávamos (a técnica) numa van, que puxava um carrinho com os instrumentos.
Tudo tranquilo. Tudo programado.
Quem era a equipe? Eu no monitor, Can no PA e os roadies Ricardo e Lucas.
Passamos direto pelo Rei da Coxinha, que eu nunca vi um engarrafamento daqueles para entrar no local!
Era carro, moto, van, caminhão, bicicleta...
Meio de transporte terrestre, quase todas as opções estavam tentando entrar no estacionamento pra comer coxinha (e outras guloseimas) naquele dia!!!
Era fila no acostamento, ou... A turma estava estacionando no acostamento!
Combinamos para almoçar em outro local, mais perto da Fazenda Macuca e mais tranquilo.
Só que...
No meio do caminho, o motorista parou a van para checar alguma coisa estranha no carrinho onde estavam os instrumentos.
Eu não tinha notado nada até aquele momento.
Não sei ele viu o problema pelo retrovisor lateral, ou ouviu algum som que eu não ouvi...
Quando voltou, explicou que uma das rodas estava "bambeando", e que não era problema na roda e sim no CUBO onde é aparafusado o pneu.
Mudar o pneu não iria adiantar nada, falou ele.
E seguimos viagem, eu já mais atento agora com a situação.
Não sei se por causa desse foco no problema, já comecei a escutar um ruído "nas baixas frequências" (hummm).
E não demorou muito tempo para um carro emparelhar com a gente e o motorista avisar que a roda direita do carrinho estava bamba!!
Eu estava num banco do lado direito na van.
A intenção era parar num posto para ver como poderíamos resolver o problema, mas...
Percebi que o ruído estava aumentando, e na segunda vez que fui falar para o motorista, não consegui terminar a frase!
O som de baixa frequência foi interrompido por um pequeno estampido e pelo som alto de ferro sendo arrastado no asfalto!
A van não se mexeu, continuou em linha reta. Sorte nossa!
Se o carrinho tomba, era capaz de levar a van junto. E aí a coisa iria complicar!
Paramos imediatamente no acostamento, e a gente foi conferir o pneu.
Assinatura que deixamos no asfalto!
Que pneu? Não tinha mais a roda, só o cubo redondo, que não estava mais redondo, porque uma parte foi arrastada no asfalto e ficou reta.
De tanto bambear com o desalinhamento, os buracos na jante do pneu foram rasgados, e o pneu se desprendeu do cubo!
No cubo, só restaram dois parafusos.
Os outros dois se perderam com o pneu que voou na estrada.
Isso tudo a gente só notou quando olhou para o cubo, onde tinha 2 parafusos com o resto da parte metálica da jante presa.
Ainda conseguimos achar o pneu, mas não tinha como utilizá-lo novamente.
Pensando agora novamente no assunto, acho que o motorista não checou se os parafusos estavam todos apertados na única parada que ele deu, antes do pneu voar!
O cubo não estaria desalinhado, e era mesmo o pneu que estava bambeando, e não o cubo!!!
Teria mais lógica. Se os parafusos estivessem bem apertados, não se desprenderiam do cubo, como os dois que ficaram lá com o pedaço da parte metálica da jante. (Agora, águas passadas!)
Quase toda parte central onde tem os 4 furos foi rasgada, feito papel.
Ligamos para a produção para falar do problema, e depois de algumas sugestões, resolvemos colocar o pneu reserva, tirando um parafuso da outra roda, pra ficar os dois pneus com 3 parafusos, e transferimos todos os instrumentos para dentro da van.
Seguimos devagar (todos tensos) até aparecer um posto de gasolina.
Achamos um!!!!!!!!
Ufa!!!
Deixamos o carrinho danificado lá, e seguimos viagem na van com os instrumentos dentro.
Alívio geral!!
Da saída desse posto até o local do show, foi tudo uma maravilha!!!
Deu até tempo de parar num restaurante para comer apenas um sanduíche, por causa do horário que ficou apertado, mas tinha um almoço self service já pronto, e decidimos almoçar.
E para fechar com chave de ouro, o almoço estava espetacular!!!!
Comida caseira!
Seguimos para a Fazenda Macuca, como se nada tivesse acontecido.
E o resto vocês já sabem como foi!
O atropelo (susto!) foi grande, mas o final foi feliz.
Um abraço a todos.

segunda-feira, 10 de julho de 2023

Over Point - Nem os músicos escapavam das brincadeiras. Renato Campelo sabe bem disso!

Olá pessoal.
Conversando recentemente com meu amigo Renato Campelo, músico que se apresentou por muito tempo na Over Point, resolvi falar sobre o assunto dessa conversa.
Renato Campelo.
Ele tinha vários tipos de shows... MPB, carnaval (onde participava do FoliOver), e um projeto chamado Marca Registrada, onde só tocava músicas dos Beatles.
Hebert Lucena era o baterista dessa banda!
Cantor e compositor de Caruaru, que sempre levou o sotaque da nossa região nos seus trabalhos, muito diferente do trabalho com as músicas da banda famosa de Liverpool.
Hebert Lucena.
Me encontrei recentemente com Hebert no Polo Azulão em Caruaru.
Muito bom reencontrá-lo!


Nesse bate-papo recente com Renato, por mensagem de texto (sou puto com isso!), relembramos algumas brincadeiras que eu fiz com ele...
Por causa dessa conversa, resolvi falar de algumas dessas brincadeiras com os músicos que passaram por lá.
Antes de falar das duas brincadeiras que tirei com Renato, me lembrei do "safado" do André Rio.

Não se enganem com a carinha de "menino bom e certinho" dele, viu?
Ele aprontava muito na Over Point.

No mesmo ano, ele anunciava meu aniversário várias vezes!
Parava o show, e cantava parabéns!
E eu toda vez tinha que me explicar para os clientes que iam na cabine me dar os parabéns!!!
Outra muita boa dele, foi quando ele estava cantando, e de repente a voz parou.
Olhei para o palco, e ele estava olhando pra mim falando no microfone sem som, fazendo o sinal de negativo pra mim.
Peguei um cabo e um microfone e saí correndo pro palco.
Isso aconteceu na Over antes da reforma, onde o palco era minúsculo.
Entrei no palco já abaixado e falei pra ele que iria trocar o cabo e/ou microfone.
Ele se abaixou, e falou no meu ouvido: --- Relaxa Titio. Tá tudo certo. Eu que esqueci a letra da música. Tava fazendo mímica no microfone, pra tapar o buraco do esquecimento!
Para vocês terem ideia do nível de André Rio.
Me vinguei dele tempos depois, já na boate reformada.
Palco grande... E ele cantava muito New York, New York.
Mas nunca decorou a letra. Colocava folhas de cartolina na frente dele, com a letra.
Num dia, enquanto ele estava começando a cantar, solicitei ao meu amigo da iluminação, Alexandre (Da Lua), para desligar as luzes do palco que iluminavam as cartolinas com a letra da famosa música.
André sacou na hora que era eu sacaneando-o, e no meio da canção, enquanto a banda tocava (e ele não sabia da letra), ele agradecia a todos da cabine de som.
Só parou de agradecer quando ligamos novamente a luz, e ele voltou a enxergar a "cola" da letra no chão.
Foi perto de um minuto de agradecimentos, viu? Demorei de propósito pra acender as luzes.
Com Renato Campelo, lembro de duas brincadeiras que fiz enquanto ele se apresentava.
Eu já irritava ele no camarim.
Ele tinha um ciúme grande do cabelo dele, usava aqueles pentes redondos, que era o único que servia para arrumar os cachos duros que ele tinha na cabeça.
Na foto abaixo, com os músicos da banda, no tempo em que ele usava o pente para arrumar o cabelo!
George, Bráulio, Tostão e Renato Campelo na Over Point.
Eu passava a mão e desarrumava o cabelo dele. E falava pra usar o pente.
Ele ficava puto!!!! Mas nunca quis brigar comigo.
Acabava levando o "bullying" na esportiva.
Essa era a brincadeira mais pesada que eu tirava.
Hoje em dia nem dá mais pra brincar com o cabelo dele, pois está completamente careca!
Acho que resolveu aposentar o pente "disco-voador" que ele tanto amava!
As outras duas brincadeiras foram leves, mas muito divertidas.
Nessa primeira, não recordo se ele estava com a Marca Registrada ou com a banda que tocava MPB. Acho que foi cantando MPB.
No palco, tinha uma base com um monitor de vídeo, que era usado para a gente enviar as letras das músicas do karaokê.
Exatamente... Não tinha mais as famosas pastas com várias folhas com as letras das músicas!
Chic! O cliente olhava as letras no monitor.
Pois bem...
Além de poder enviar as letras das músicas, eu podia enviar qualquer sinal de vídeo que eu tinha, inclusive os canais das TVs locais.
Lembram do Cine Privê da Band? Que voltou a ser exibido atualmente?
Enviei o sinal da Band com um filme de sexo (light) para esse monitor e deixei um bom tempo lá.
A banda não entendeu porque o cantor estava rindo muito. Eles não conseguiam ver o que estava no monitor.
Renato ficou me pedindo (rindo muito!) para desligar o monitor, porque ficava difícil ele se concentrar.
Rimos muito!
Na segunda brincadeira, todos da Banda Marca Registrada caíram na gargalhada.
Beatles com seus trajes típicos.
Numa conversa com a turma bem antes dessa apresentação, eu tinha perguntado se eles tiveram que comprar os paletós que usavam nos shows da Marca Registrada.
E eles me falaram que não, que eles alugavam quando tinha algum show marcado.
Lembrei dessa conversa muito tempo depois, e aproveitei para tirar uma onda com a banda numa das apresentações na boate.
Congelei a imagem de Renato enquanto eles tocavam, todos "empacotados" com o paletó, e fui para a computação gráfica.
Já sabia o que iria fazer com a imagem!
Sempre teve dois DJs na cabine da Over.
Por causa disso, eu podia sair do som e ir para as brincadeiras com o vídeo.
Clique na imagem para ampliar!

Peguei a foto de Renato, fiz uma plaquinha de ALUGADO e coloquei no paletó dele!
Joguei a imagem nos dois telões da boate, e acho que até a banda parou de tocar, rindo muito!
Quem estava no palco conseguia ver o que se passava em um dos telões.
Foi uma gargalhada coletiva!!!
E Renato teve que explicar o porquê das gargalhadas!!!!
Era muito divertido trabalhar na Over Point.
Não era só um emprego, um trabalho...
Dá pra notar pelos meus textos?
Espero que sim.
Era uma diversão para mim.
Sem falar que a Over Point foi o pontapé inicial para minha caminhada no áudio.
Quanto a Renato Campelo...
Ele sempre foi, e ainda é sinônimo de "alegria".
Atualmente, mesmo se tratando de um câncer, continua alto-astral!
Sempre tirei onda de mim mesmo, mas Renato é muito melhor que eu!
Vou aproveitar essa postagem para um pedido.
Quem quiser ajudar o músico e amigo nessa batalha contra a doença, e quiser ter uma ideia da alegria dele que falei acima, clique AQUI para ler uma matéria sobre o rapaz, que saiu no Blog de Ricardo Antunes.
Caso não consigam abrir esse link da reportagem, só entrar em contato, que explico como ajudar.


Um abraço Renato.
Vamos marcar um encontro, mesmo eu não podendo mais assanhar seu cabelo, pra ver você usar o disco-voador!!!
Para quem não sabe, Renato Campelo interpretou por muitos anos o personagem "O Maluco" numa TV local.

Um (Over) abraço a todos.

sexta-feira, 7 de julho de 2023

Mestre Ambrósio no Alto do Cruzeiro (Arcoverde) - Apertem os cintos, o técnico sumiu!

Palco Polo Raízes do Coco - Lula Calixto. (Foto by Adriano Duprat)
Olá pessoal.
Era um dia para ser esquecido.
Mas não posso esquecer dele, tenho mais é que lembrar e deixar registrado aqui, pra ver se alguma providência é tomada pelos organizadores.
Esse show aconteceu no dia 17 de junho, no Polo Raízes do Coco - Lula Calixto.
Alto do Cruzeiro - Arcoverde (PE).
Foi tanta agonia (novamente!), que nem foto eu tirei dessa vez.
Fui pedir para um amigo técnico que foi fazer show lá antes de mim, e ele me falou a mesma coisa! (Risos)
E deu tempo, Titio? Muita agonia! (Falou ele)
Foi complicado...
Mas lembrei que ele colocou num grupo de áudio três fotos antes de começar a trabalhar no dia dele, que consegui recuperar e vou colocar aqui para ilustrar esse texto.
Inclusive foi esse amigo quem me lembrou que esse show do Mestre Ambrósio (MA) seria no mesmo palco que estava vazando corrente no ano passado, quando a gente foi fazer a Banda de Pau e Corda.
Desanimei na hora!
Só depois que ele me falou, fui juntar as informações...
Vixe... É mesmo! Até os equipamentos são bem parecidos.
Achei até que era a mesma empresa de som, mas não era.
Mas também não mudou muita coisa, acho até que piorou.
Notei isso quando cheguei lá para passar o som.
À princípio, só tinha dois monitores de chão disponíveis nesse palco.
Mais uma via para a bateria e o side.
Era exatamente isso que tinha no ano passado! Por isso achei que era a mesma empresa.
Adriano, depois de muita briga, exigiu mais dois monitores para poder fazer os shows onde ele iria operar o monitor (Almério e Forró na Caixa).
Conseguiram então esses dois monitores amplificados, que logicamente, aproveitei nesse meu trabalho com MA.
Nesse trabalho, uso apenas 3 monitores de chão, mais o side.
Só um músico não usa in-ear.
E dois músicos usam monitor de chão mais in-ear.
Foram 4 shows de MA em junho, onde sempre levamos o sistema completo de in-ear.
Ajudou muito!
Voltando ao palco...
Os equipamentos disponíveis não eram legais.
Levamos nosso amplificador de guitarra, e se não me falha a memória, usamos o baixo em linha, não usamos também o amplificador que estava lá.
Amplificador de guitarra do palco. (Foto by Adriano Duprat)
O palco tinha vários outros problemas, como: 1- Número bastante reduzido de cabos, pedestais e microfones. 2- Não tinha subsnake. 3- Muitos cabos com defeito. 4- Muitos microfones de baixa qualidade. 5- Alguns microfones não funcionavam.
Por causa de todos esses empecilhos, diminuímos nosso input, chegando até a colocar três instrumentos em apenas um canal.
A gente foi se virando...
Pontos positivos? Dois.
O palco não estava vazando corrente e a mesa de monitor, uma M7CL da Yamaha, estava perfeita!
Ligamos todos os nossos instrumentos, checamos tudo, sempre trocando cabos e microfones.
Até que o "aperreio" não foi grande. (Nem imaginava o que estava por vir)
A banda não iria passar o som.
Eu dou uma geral nos fones e monitores nesse soundcheck, onde sempre usei uma cena de um show anterior, e adaptei para o novo show, pois tudo é diferente (monitores, cabos, DIs, microfones etc).
A banda chega na hora do show, faz um linecheck rápido nos instrumentos, e vou ajustando os monitores durante o show.
Não deu tempo da equipe técnica ir para o hotel tomar um banho e esticar as pernas, porque esse hotel era em outra cidade e seria quase um bate-volta.
Ficamos direto, aguardando a hora do show.
Cabeçote do sistema do baixo. (Foto by Adriano Duprat)
Aconteceram vários problemas durante o show anterior ao nosso, que não sei se ajudaram (ou motivaram) na decisão do técnico de monitor da empresa de som quando chegou nossa hora.
O corre-corre no palco foi grande no show de Bia Villa-Chan, e nem vou enumerá-los.
Só vou falar da pior parte, que foi quando Can, nosso técnico de PA, que estava lá na frente vendo o show de Bia, chegou atrás do palco falando: --- Titio... As altas (agudos) do PA pararam!
Aí eu desanimei.
Só me restava torcer para que o técnico da empresa conseguisse consertar o problema.
Chegou nossa hora, e tive a confirmação que o problema no PA não foi resolvido, e que todo nosso show seria realizado sem os agudos no som da frente!
Puta merda... Não lembro de eu ter passado por isso alguma vez...
Pegar algum monitor com drive queimado e não ter outro para substituir, eu já peguei algumas vezes. Mas pegar todos os monitores com esse problema, ou pegar um PA inteiro sem as altas, eu nunca peguei!!!
Fui ligar minhas coisas no palco. O sistema de in-ears e as 3 caixas de monitor.
O multicabo que ligava os in-ears era meu. Então estava tudo funcionando e eu que marquei tudo.
Deixei os três cabos das caixas devidamente marcados, amarrados no meu multicabo.
Pluguei rapidamente esses cabos nas saídas da mesa, e chequei todas as vias de monitores.
Como a banda anterior não usou caixas de monitor, elas não foram desconectadas dos cabos, e estava tudo certo.
Os in-ears, tudo ok.
O side, tudo certo também.
Os monitores estavam todos conectados e checados.
Vamos fazer o linecheck.
Foi aí que o caos começou...
Os instrumentos não chegavam certos, ou nem chegavam nos canais da mesa.
Fui ver então com o técnico da empresa, que tinha feito todas as marcações na plugação, por que os canais não estavam chegando.
E foi aí que tomei o susto.
Tinha um rapaz novinho tentando ligar os cabos no "spliter", com cara de não saber direito o que estava fazendo.
Spliter (Divisor) = Recebe os canais dos instrumentos e divide esses sinais para as duas mesas (PA e Monitor).
Oxe.
Cadê o técnico que fez essas marcações nos cabos? (Perguntei para o rapaz)
E ele sem graça, respondeu: --- Não sei.
Agora lascou mesmo!!
Quando olhei para os cabos, vi que muitos estavam ligados nos canais errados e nem foi muito culpa do garoto, pois as marcações dos canais no spliter eram confusas mesmo.
A pessoa tinha que notar nos primeiros canais que a numeração ficava abaixo do conector e não acima.
Ou seja... Ele tinha conectado errado vários canais!
Mas mesmo eu mostrando onde estava um dos erros, os problemas continuaram, pois não estávamos entendendo as marcações que o técnico da empresa tinha feito.
E mesmo conectando o cabo onde tinha uma marcação visível correta, o sinal não chegava na mesa, porque muitos cabos eram emendados e no show anterior essas emendas foram desfeitas, para tentar solucionar os problemas que apareceram na hora desse show.
Ou porque os cabos estavam com defeito mesmo.
Na agonia, lembrei do filme que vi quando era adolescente:
"Apertem os cintos, o piloto sumiu!"

No meu caso foi o técnico de monitor da empresa de som que sumiu!
Não tenho a menor ideia do que aconteceu para ele tomar esse decisão.
E nem tinha tempo para pensar sobre isso.
Vamos ter que religar todos os canais que não chegam. Não tem outra alternativa.
E o tempo passando...
Lembram que falei no meio desse texto, que um dos problemas desse palco era que tinha poucos cabos?
Pois bem...
Não tinha como pegar novos cabos e ligar diretamente no spliter.
Não existiam mais cabos!
Tivemos que fazer essas ligações usando os cabos que já estavam no palco, e completamente emaranhados!
O famoso "ninho de cobras"!
O vídeo abaixo, feito pela nossa produtora Virgínia Correia (Vivi), mostra um pouco do desespero com os cabos.

Mas eu não começaria o show sem ligar tudo no lugar certo.
A não ser que a produção do Mestre Ambrósio solicitasse para eu começar de todo jeito.
O que não aconteceu. Acertadamente!
Alguns membros da banda subiram no palco e informaram ao público o que estava acontecendo.
Alguns canais estavam ligados corretamente, por isso falaram no microfone.
O público aguardou pacientemente, e conseguimos ligar todos os canais, depois de muitas tentativas.
O show começou, como se nada tivesse acontecido. (Teoricamente)
E foi muito bom!
Durante o show, apareceu de uma hora para outra, algumas realimentações (microfonias), que achei estranho, porque eu só tinha 3 monitores de chão e o side que poderiam causar isso.
Enquanto eu tentava achar onde era, não lembro se tinha comunicação com o PA e Can me avisou que era ele tentando puxar "na marra" as altas lá na frente, ou foi o roadie que veio me avisar isso.
Nem sei se avisaram os músicos sobre esse defeito no som do PA...
Acho que ficaram sabendo só depois do show.
Pois é...
O show saiu na marra! (E sem agudos na frente)
Mas não deveria ser desse jeito, não é?
Mais um palco com estrutura muito deficiente.
Esse foi bem pior do que o palco em Vitória de Santo Antão, que falei na postagem anterior.
Muito pior!
E foi o segundo ano consecutivo que colocaram uma estrutura muito ruim nesse palco em Arcoverde!
Se for assim também em 2024, vai poder até pedir música no Fantástico!!! Infelizmente.
Só não estou com vontade de voltar lá no próximo ano para ver se ajustaram os problemas.
Acho que não esqueço mais do local.
Alto do Cruzeiro.
Mais uma vez montaram uma programação de Spielberg com uma estrutura de Jaspion.
Tem tudo para dar errado.
E está dando errado nos dois anos consecutivos que tive o desprazer de trabalhar lá.
Acho, antes de qualquer coisa, um desrespeito com artistas, produtores, técnicos e público(!).
E esse desrespeito, esse descompromisso, essa falta de zelo, essa falta de responsabilidade, essa falta de profissionalismo dos gestores que contratam essas estruturas (palco, som e luz), está a cada ano que passa, se alastrando (e piorando) pelos palcos "secundários" nos eventos em Pernambuco.
Nos palcos principais eles dão uma atenção "elevada a décima potência"!
(E ainda há controvérsias!)
Querem montar 60 palcos, com estrutura decente para montar 6.
Desanima.
E cometem um erro grave antes de tudo!
As licitações das estruturas são feitas, sem saber quem vai se apresentar no local!
Se não tem jeito para ser diferente, que deem uma olhada antes nas estruturas que ganharam a licitação, e só assim escolham as atrações.
Também não tem como fazer isso?
Inventa uma saída para o problema. 
O pior é deixar do jeito que está, piorando a cada ano.
Fico mais triste ainda, quando vejo as propagandas das prefeituras e governos falando: O MAIOR ESPETÁCULO DA FACE DA TERRA E DO UNIVERSO!
A propaganda é a alma do negócio, né? 
Estou quase vendo de novo o filme antigo de comédia que citei aqui, pra ver se dou umas risadas.
Estou precisando rir, mas de alegria.
Na época, quando eu vi o filme com 14 anos, ri muito!
Atualmente estou rindo muito das piadas sem graça!
Aquele "riso amarelo"...
Um abraço a todos.

quarta-feira, 5 de julho de 2023

Banda de Pau e Corda em Vitória de Santo Antão - A pergunta é...

Olá pessoal.
Não vou falar sobre todos os trabalhos que fiz no mês de junho, vou escolher alguns onde eu tenha um assunto interessante para falar.
Essa foto acima fez o maior sucesso na minha rede social.
Ficou muito legal mesmo, e mostra um pouco do que acontece nos bastidores, que ninguém fica sabendo.
Coloquei o título de "House Mix Portátil".
Cabe tudo dentro da mochila!
Ela foi registrada por Júlio Rangel, violonista da Banda de Pau e Corda.
Vou ser brevíssimo nessa postagem... Tentar, pelo menos.
O combinado era a gente chegar no palco, ligar tudo e começar.
Dois dias antes do evento, a gente não tinha a certeza das mesas que estariam no local, e eu queria fazer uma cena inicial para o PA.
Marcílio Moura iria fazer o monitor.
O proprietário da empresa de som falou para Marcílio que ele tinha três mesas para esse evento.
Vi3000, M7CL e LS9.
Eu queria saber qual seria usada para fazer o som do PA.
Acho que foi um dia antes que chegou a informação que seria apenas a LS9 no palco para fazer o evento!!!
Para ser sincero, nem me assustei, viu?
Pela conversa, imaginei que seria algo desse tipo.
Por causa disso, não montei uma cena inicial.
Nesse mesmo dia que ficamos sabendo que seria a LS9 para fazer o PA e monitor, Marcílio me falou que levaria a X32 Rack para o evento.
O safado me enganou... Disse que já tinha uma cena da banda armada na X32.
Realmente tinha uma cena, mas com todos os parâmetros zerados.
Achei que já estava tudo pré-equalizado, com os filtros, compressores etc...
Nem tinha os nomes nos canais! Só figurinhas para indicar o que era!
Não tenho mais idade para colocar figurinhas em vez de nomes nos canais! (Risos)
Tive que ajustar tudo na hora mesmo, até ligar equalizador e compressor! Tudo desligado!
Depois de organizar essas coisas na correria, segui com o trabalho.
Tirei o L/R da X32 e enviei para dois canais da LS9, que enviava esses sinais para o PA.
O monitor foi feito usando as saídas da X32, porque todos os nossos instrumentos estavam ligados na X32.
Enquanto o pessoal foi ligando nossos canais, coloquei minha Lisa Stansfield para tocar e fui ouvir o PA.
Já tinha notado um ruído num dos lados do PA quando eu cheguei, e depois fiquei sabendo que tinha no palco também.
Não era um ruído grave, principalmente para o PA, mas no monitor era mais complicado porque todos estavam de fones.
Tempo para tentar achar de onde vinha o ruído? Nenhum.
Ligamos tudo e começamos.
Acho que Marcílio sofreu mais do que eu para fazer o monitor.
Mesmo com a foto do início da postagem tentando desmoralizar esse meu pensamento.
Tudo fica mais complicado quando é só uma mesa para fazer os dois serviços.
E numa correria, essa complicação aumenta significativamente.
A pergunta é...
Na licitação para os equipamentos de som desse palco em Vitória de Santo Antão, que aconteceu no dia 16/06/2023, era pra ser apenas uma mesa de som??????
A pergunta que nunca quer calar.
Por isso falei recentemente num grupo de técnicos e produtores de Pernambuco, que não seria má ideia colar nas paredes do Backstage, uma lista dos equipamentos que foram licitados para o evento.
Mas essa minha ideia já vem de década anterior.
Um colega me informou que essa lista existe, e está nas mãos do diretor de palco.
Mas não é só ter a lista, o principal é que essa lista funcione de alguma maneira, evitando que o pessoal ganhe a licitação e disponibilize menos equipamentos do que foi acordado.
Se continuar desse jeito, a pergunta NUNCA vai calar!
Pelo menos, da minha parte.
Logicamente, o show aconteceu.
Somos contratados para isso, não é verdade? (Frase de Mário Jorge)
Mas tenho certeza que poderia acontecer com bem menos atropelos!
Um abraço a todos.

terça-feira, 4 de julho de 2023

X-Air - Finalmente atualizaram o aplicativo para iPad!!!!!!

 
Olá pessoal.
Foi a surpresa boa de hoje!
Nem esperava mais, mesmo achando um absurdo os usuários da linha X-Air (X18, XR18, XR16 e XR12) sendo abandonados pela Behringer!
Quem atualizou o Sistema Operacional do iPad ficou incapacitado de usar com as mesas X-Air.
E faz tempo isso, viu?
Demorou muito para a Behringer se mexer, com um problema tão sério!
Como quase toda semana atualizo os aplicativos do iPad, hoje apareceu o da X-Air!!!
Atualização feita e testada, sem a mesa de som, ok?
Mesmo sem me conectar com a mesa, vi que o problema foi resolvido, como mostra o vídeo caseiro abaixo.
Fora mexer no fader, qualquer função escolhida fechava o aplicativo.
Não faz mais isso.
Finalmente!!!!!!!!!!!!!!!
Sei que muitos proprietários e usuários das mesas compactas da Behringer vão comemorar!!!
Um abraço a todos.

sábado, 1 de julho de 2023

A importância da empresa P.A. Áudio na minha formação profissional.

Olá pessoal.
Acharam que esse texto seria sobre o São João, né?
Mas não vai ter nada a ver com os trabalhos "juninos".
Esse texto eu comecei bem antes do São João, precisamente no dia 21/06, mas só hoje (01/07) peguei para finalizar. Segue abaixo o começo do texto da postagem.
A forma correta de escrever o nome da empresa é como coloquei no título, mas vou tirar os pontos para facilitar a escrita, escrevendo PA Áudio.
Se não me engano, pois faz tempo, e eu não queria perguntar isso para os três fundadores da empresa (Normando Paes, Rogério Andrade e Mário Jorge Andrade) para não perder o jeito de escrever, o PA vem do Paes e Andrade dos nomes deles.
Já falei em texto anterior (bem anterior!) que eles quase encerram minha carreira na inauguração da DM2000 no monitor do Festival Philips no Marco Zero, mas gostaria de falar hoje sobre como a empresa me colocou no mercado, e de como a filosofia dos sócios influenciou na minha formação profissional.
A empresa fez o primeiro Abril Pro Rock (APR), que aconteceu num espaço na Avenida Rui Barbosa, que se não me falha a memória, era chamado de Circo Maluco Beleza, e tinha uma tenda de circo nesse local, onde se apresentavam as bandas que estavam iniciando.
Essa tenda era o palco 2.
E tinha o palco principal onde se apresentavam as bandas mais conhecidas.
Fui muito lá, mas para farrear, nunca pensei em trabalhar numa "coisa" daquelas.
A PA Áudio foi a responsável pela sonorização do festival durante décadas! 
Só se retirando depois que a sociedade da empresa foi desfeita, uns anos atrás.
Eram meus amigos, e são até hoje.
Acabei casando com a melhor amiga da esposa de um deles... Que é a mãe do meu único Filho.
Pois bem...

Não me recordo de Mário Jorge nessa época no local, acho que ele já tinha saído de Recife, indo morar no Rio de Janeiro.
Mas continuava sócio da empresa, vindo esporadicamente para o Recife, para participar dos eventos mais importantes da empresa, quando a agenda dele deixava.
Nem sei a quantos anos ele trabalha com Elba Ramalho...
Mas acho que antes de fazer Elba, ele trabalhou com Alceu Valença.
Fora outros tantos artistas que ele faz o PA ou monitor atualmente.
Meu contato era mais com Rogério e Normando.
E foram esses dois que me colocaram nos shows, em 2004, onde fui substituir Normando no monitor de Silvério Pessoa no Carnaval, num palco armado na frente do Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda.
Nunca esqueci desse dia.
Eu já fazia o monitor da Banda Versão Brasileira, mas levou um tempo para eles acharem (e com razão) que eu estava apto a fazer o monitor de outro artista.
Foi quando comecei pra valer no mercado de shows, depois desse dia no palco em Olinda com Silvério Pessoa.
Turnê de Silvério Pessoa na Europa (2005).
Depois de algum tempo, que não lembro quanto, me chamaram para ser o técnico de monitor do Palco 2 do APR.
O que era ser o técnico do palco?
Se a banda não levasse o técnico de monitor, eu era o responsável para fazer o serviço.
Naquela época, ninguém chegava com técnico de monitor!!!
(Hoje em dia, muitos ainda não levam!!!)
Eu fazia o monitor de todas as bandas.
Os sócios da PA Áudio sempre prezaram por um atendimento diferenciado por parte da técnica com relação aos artistas e bandas que se apresentavam no festival, ou nos eventos que eram contratados para sonorizar.
Naquela época, eles já viajavam muito pelo Brasil e até pelo exterior com Alceu, Lenine, Elba, Nação Zumbi, e perceberam essa defasagem em Recife.
Não era normal um bom atendimento por parte da equipe técnica das empresas de som.
Não era normal uma dedicação por parte da técnica local.
Hoje eu posso afirmar, que a PA Áudio foi a primeira empresa daqui de Recife a se preocupar com o atendimento aos artistas e músicos.
Atualmente ainda é complicado ver uma dedicação e comprometimento por parte de alguns técnicos de empresa de som... Principalmente no quesito atendimento.
Imagina isso no começo dos anos 90???!!!
A empresa mudou essa concepção aqui na região, principalmente em Recife.
Acredito até que por eles serem técnicos, operando o som de vários artistas e bandas, facilitou nessa vontade de implementar uma nova filosofia de trabalho na empresa.
E foi muito bom para mim participar dessa filosofia.
Meu primeiro trabalho em festivais foi no APR!
Só não lembro mais do ano!
Fui pesquisar aqui...
A primeira edição foi em 1993, no Circo Maluco Beleza, e eu era DJ da Over Point.
Só ia pra o APR beber umas cervejas e/ou vodkas e ver o movimento.
Me recordo que comecei a trabalhar no APR quando ele era no Centro de Convenções de Pernambuco.
Mas ele foi transferido para lá em 1997, e com certeza eu não tinha condições de assumir um monitor.
Acredito que só fui chamado para trabalhar lá um pouco antes de fazer o show de Silvério Pessoa em Olinda.
Acho que foi no começo dos anos 2000, pois tenho foto no APR em 2004.
Eu era contratado para atender as bandas que não levavam o técnico de monitor.
E como falei antes, ninguém levava esse técnico!
Eu fazia o monitor de todas as bandas!
Vi aqui na pesquisa que em 2003 foi a primeira apresentação de Pitty no APR, e eu estava lá no palco 2 nesse dia.
Foi a única artista que levou o técnico de monitor.
No ano seguinte, ela se apresentou no palco principal!
Vi também na pesquisa o ano que Tom Zé se apresentou lá e teve o infarto.
Foi em 2002, e eu já estava lá também.
A turma da PA Áudio sempre procurou pessoas que se encaixassem nesse perfil de atendimento diferenciado, e fico muito grato que eles viram isso em mim.
Consegui (e ainda consigo) vários trabalhos por seguir essa filosofia.
Já falei para vários colegas e amigos da profissão, que muitos trabalhos são perdidos por que o técnico simplesmente não tem uma "postura" profissional.
Já consegui vários trabalhos por causa dessa postura, mesmo sendo tecnicamente inferior a outros profissionais.
APR 2004. No meio de Pezão e Wally. Na esquerda, Pequeno.
Relembrando aqui de vários casos, me veio à cabeça um que nunca esqueci, e que tem ligação direta com essa filosofia implementada pela PA Áudio, que acabei incorporando aos meus trabalhos.
Aconteceu num show da banda Mombojó, onde eu estava no monitor do palco 2 do APR.
Só trabalhei um ano no monitor do palco 1.
Pois bem...
Show rolando da Mombojó, e eu lá na mesa de monitor.
Por várias vezes notei que o tecladista estava olhando para mim.
Até então, eu não sabia qual era o nome dele.
Chiquinho.
Até hoje é o tecladista da banda, que se não me falha a memória, é a mesma formação desde esse dia que eu conheci.
Peguei várias vezes ele olhando para mim, e eu tentava entender o que ele queria, mas sempre ele desviava o olhar ou fazia o sinal de positivo com o polegar.
E eu sem entender direito qual era o desconforto dele...
O show acabou, não tive problemas no monitor, mas fiquei intrigado pelos olhares dele durante todo o show.
Enquanto o pessoal desligava as coisas no palco, para ligar os equipamentos da outra atração, fui falar com ele.
E perguntei: --- Oi, tudo legal? Sou Titio e estava fazendo o monitor de vocês.
E ele respondeu: --- Tudo bem, eu vi que você estava no monitor.
E eu emendei: --- Só não entendi porque você olhava tanto pra mim, e não me pedia nada. Só dizia que estava ok.
E ele respondeu: --- Titio... Nunca tinha visto aqui em Recife um técnico de monitor na mesa de som durante todo o show, olhando o tempo todo para os músicos no palco!
Por isso, sempre dava uma olhada para a mesa para conferir, e sempre você estava lá olhando pra gente. Nunca tinha visto isso aqui em Recife.
Pra levantar a autoestima, não é? Isso foi no começo dos anos 2000!!!
Não posso dizer também que a filosofia da empresa teve 100% de importância nesses meus trabalhos em shows e/ou eventos, mas que chegou perto dos 50, chegou.
O resto depende da vontade e do pensamento do profissional.
Na época que eu estava na Over Point, eu ficava um bom tempo observando as pessoas que estavam lá dentro da boate, para ter ideia de qual caminho eu iria seguir no comando das músicas.
Ou seja... Eu já me preocupava em atender bem, em tentar fazer o melhor...
Em ser mais profissional, ou ter pelo menos uma postura profissional!
Estamos em 2023 e ainda vejo essa falta de postura pelos palcos.
Diminuiu? Sim, mas ainda encontro.
Só para ilustrar, no show que fiz no dia 17/06 com a banda Mestre Ambrósio num palco em Arcoverde, o mesmo palco que ano passado estava vazando corrente elétrica, o técnico de monitor da empresa (simplesmente) foi embora durante a troca dos instrumentos no palco. 
Deve ter acontecido algo no show anterior, ou ele tinha marcado outro compromisso... Não sei.
Só sei que ele "picou a mula" e sumiu! 
Devo falar sobre esse causo no Blog, se eu ainda tiver saco de falar desse palco do Polo Raízes do Coco.
O que importa agora, é deixar registrado aqui no Blog o que a PA Áudio representou para minha formação profissional.
Ahhhh!
Já tive até vontade de deixar um evento da PA Áudio que eu estava responsável pelo som do PA, justamente porque os dois técnicos que estavam no palco não tinham ainda essa filosofia da empresa.
No final de um dos dias desse evento, fui lá no palco e falei para os dois que eu não iria mais seguir no evento, porque não estava vendo "dedicação" por parte deles.
Liguei para Normando, e falei para colocar outro no meu lugar!
Já presenciei técnico de PA de artista famoso que não falava com o baterista (famoso também!).
E já soube de muitas intrigas entre técnico de PA e técnico de monitor que trabalham com o mesmo artista.
Pelo que me conheço, não conseguiria trabalhar num "clima" desses.
Se eu não conseguir enxergar uma EQUIPE no trabalho que estou fazendo ou ainda vou fazer, é muito fácil eu desistir.
Principalmente porque não sei fingir bem!
Quem me conhece, sabe (bem) do que estou falando.
Obrigado Normando, Rogério e Mário Jorge.
A PA Áudio marcou uma geração de técnicos.
Com a PA Áudio em Fernando de Noronha (2008).
E deve ter mudado a cabeça de muita gente que trabalhava na época (e ainda trabalha) com shows e eventos.
Um abraço a todos.