quarta-feira, 25 de julho de 2018

Rapidinha 222 - Tem como colocar na PM5D o controle de volume do CUE no fader do Stereo B?

Olá pessoal.
Me perguntaram isso hoje aqui, e como nunca uso caixa de monitor para ouvir o CUE (solo), pois uso meu fone velho de guerra, não sabia como fazia.
Mas sabia que isso poderia ser feito.
Mandei logo mensagens para meus conselheiros sobre a PM5D, Mário Jorge e Rodrigo Nallin.
Mário foi mais rápido que Rodrigo na resposta, e eu já estava no caminho certo quando ele me falou.
Segue abaixo o procedimento para você controlar o volume do CUE no fader Stereo B.
Isso usando o Studio Manager, ok?
Com o editor da PM5D aberto, vá em: WINDOWS > UTILITY > FADER MODE ASSIGN.


Vai abrir esta janela da foto abaixo.


E na parte de baixo do lado direito tem as janelas do Stereo A e B.
Clique em cima de ST B (seta amarela) e escolha a opção CUE (seta vermelha).
Pronto.

Agora quando você solar o canal ou a via na PM5D, o volume da sua caixa de monitor vai ser controlado pelo fader do Stereo B.
Lembrando que o técnico da empresa de som tem que fazer esta ligação da mesa com a caixa de monitor, ok? 
E na mesa? Como faço esta escolha do Stereo B como máster do volume do CUE? 
É só ir na parte direita e acima, onde se encontram os botões de DYSPLAY ACCESS.
E clicar em UTILITY (tinha que ser, né?).
Seta vermelha = Mesa PM5D.
Na página UTILITY, clique na ABA Fader Assign.
Vai aparecer uma página muito parecida com a que você viu acima no Studio Manager.
Com as mesmas duas janelas Stereo A e B (círculo amarelo). 

É só fazer o mesmo procedimento, usando agora o "mousepad" da mesa.
Um abraço a todos

terça-feira, 24 de julho de 2018

Parece mentira... Mas foi verdade! - Caso 25.


Olá pessoal.
Esta aconteceu comigo, e faz um bom tempo.
Não foi em um show, mas foi numa turnê fora do país.
Foi numa das viagens que fiz para a Europa, com o cantor Silvério Pessoa.
Posso até ter falado já disso quando escrevi falando destas viagens, mas não lembro, e ela se encaixa aqui nesta seção "Parece Mentira...".
Vamos ao caso.
Fui tomar banho no banheiro de um hotel, que não tenho mais a menor ideia em que país ou cidade foi.
O banheiro era simples, normal, com vaso sanitário, uma pia, e ao lado dela um box com chuveiro formado por uma cortina de plástico em formato de meia lua.
Assim que entro no box, noto uma coisa estranha.
Cadê a válvula para abrir a água no chuveiro??!!!???
A parede era a coisa mais lisa do mundo! Nenhum sinal de algo para se girar e liberar a água no chuveiro.
Hummm... Será que é sensor?
Comecei a passar a mão por baixo do chuveiro... Uma vez, duas... E nada.
Com as duas mãos! Passei várias vezes também. Nada.
Vou tocar no chuveiro, vai que é assim que funciona. Nada.
Ahhh. Deve ser a cortina que não fechei. Assim que fechar a água é liberada.
Fechei a cortina de plástico. Nada. Deve ser com mais força. Nada também.
Deve ser se fechar e abrir e fechar rapidamente. Nada também.
E eu olhando para o chuveiro, pra ver se caía pelo menos uma gota, avisando que o caminho estava certo.
Nenhuma gotinha sequer!
Comecei a ficar desesperado. Não é possível que não vou conseguir tomar banho aqui!
Já sei!!!
O piso pode ter um sensor.
Saí, entrei novamente pisando mais forte. Nada.
Saltei várias vezes pra ver se o sensor disparava.
Nada.
Oxe. Agora lascou.
No desespero, depois de uns cinco minutos tentando, acabei fazendo quase tudo que falei acima ao mesmo tempo, para ver se tinha alguma combinação.
Fecha a cortina, pula e passa a mão embaixo do chuveiro.
Naaada!!!!!!
Desisto.
Vou ter que me informar com alguém do hotel. Não tem jeito.
E já estava vestindo a roupa (todo suado), quando notei que na torneira da pia tinha uma pequena chave perto da base, parecida com a que tem em motos para abrir a passagem da gasolina, mas você abria a torneira girando a válvula que ficava no topo da torneira, como é o normal.
Chave que abre e fecha a passagem da gasolina numa moto.


Será?
O que será esta "chavezinha" na base?
Abri a torneira normalmente, girando a válvula de cima, e começou a sair água na torneira da pia.
E virei a pequena chave na base da torneira.
ALELUIAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA.
A água jorrou no chuveiro!!!!!!! E cortou a água da pia.
Quase choro de emoção! (risos)
Pois é...
Você ajustava o banho pela torneira da pia.

Imaginem uma torneira como esta da foto acima, e imaginem uma chevezinha na base desta torneira. Foi mais ou menos isso que encontrei lá.
E antes que alguém tire alguma onda aqui, posso garantir que não foi em Portugal este meu caso, ok?
Um abraço a todos.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Novos tempos na gravação externa - Tudo dentro de um carro!


Olá pessoal.
Aproveitei o título da postagem anterior e colei aqui nesta nova postagem, pois tem tudo a ver.
Os tempos mudam sempre, né?
E ainda bem que mudam.
Fui convidado pelo Estúdio Carranca para participar de uma gravação externa.
Era um DVD, ou uma gravação audiovisual, como queiram chamar.
Resumindo, era imagem e som. 
Um projeto que juntava Henrique Albino e banda com a Banda de Pífano de Caruaru, capitaneada por Sebastião Biano, com seus quase 100 anos!
Lembra de uma música de Gilberto Gil chamada "Forrozear"?


Ele falou:
(abre aspas)
No apertar da hora
Periferia de Caruaru
Onde moravam os Beatles
Os Beatles de Caruaru
Sebastião Biano
Banda de Pífano agreste azul...
(fecha aspas)

Pois é... Este Sebastião que Gil falou na música era o mesmo que estava nesta gravação da qual participei.
A gravação aconteceu num salão amplo de um prédio muito antigo no Marco Zero, aqui em Recife.
O salão era muito bonito, como vocês vão poder notar nas fotos.

Só não era acusticamente legal, pois tinha um pé direito muito alto, e ao redor deste salão principal tinha outros pequenos salões...
A reverberação "corria" solta!
Já deu para notar isso logo quando chegamos.
Seriam dois dias de gravações. Não esqueça que um dos artistas estava perto dos 100 anos! Se não me falha a memória, 99 anos. E ficaria muito puxado fazer tudo num dia só.
Quatro pessoas formavam a equipe do Carranca.
Júnior Evangelista, Vinícius, Bruno e eu.

 
Fora eu, os outros são todos do Carranca. Fui de enxerido.
E o que me chamou a atenção neste trabalho, que virou até o título da postagem?
Todo o material, que incluía microfonação, monitorização da banda e gravação, foi dentro de um carro. Um Zafira da Chevrolet.
Eu disse tudo!
Deu tudo aqui dentro.

Pedestais, microfones, cabos de microfone, cabos de instrumentos, multicabos, cabo de AC para o gerador, mesa de som, monitores, gravadores...
Ainda colocamos vários abafadores na mala, caso a gente precisasse usar na sala onde iriam ficar os dois "gravadores".
Para ser mais exato, Foi um Zafira levando todo o equipamento mais um técnico, e um Uber levando o restante dos técnicos.
E como deu todo equipamento dentro de um carro?
Vou explicar a razão. Mas sem ser muito detalhista, ok? (Vou tentar)
Dois LAPTOPs (Macbook Pro) da Apple eram os gravadores.
Nem entraram na mala, foram nas mochilas!
Isso mesmo. Todos os canais foram gravados nestes dois laptops, usando seus HDs internos.
Um principal rodando o Cubase 7, e o outro como backup rodando o Tracks Live, um software gratuito da Waves, que funciona muito bem também para fazer o soundcheck virtual em shows.
Ele é bem simples. Feito somente para gravar e reproduzir.

Acabei de baixar ele aqui na internet, que roda tanto em Mac como em PC.
Quer baixar? Segue o LINK.
Tem que se cadastrar na Waves, ok? Mas é simples também.
Fiquei responsável pela monitorização desta gravação nos dois laptops.
E como estes canais entravam nos laptops?
Foram uns 40 canais de gravação.
Todos os canais iam para os laptops via cabo de rede!
Isso mesmo, um cabinho igual ao que usamos para ligar a internet.
Todos os canais iam por estes cabos usando o protocolo DANTE.
E qual a mesa de som foi usada?
Ahhh. A mesa nem faders tinha! 
X32 Core.
Ver foto abaixo.

X32 Core.

Primeiro os cabos de todos os instrumentos e vozes entravam na I/O Interface Midas DL251. 
DL251 (Frente).

Ela possui 48 entradas e 16 saídas.

DL251 (Fundo).
Aí começava o caminho (curto) até os dois laptops.
Da Midas, os canais seguiam para a X32 Core via cabo de rede, só que usando o protocolo comum aos dois equipamentos, o AES50.
Outro cabo saía também da Midas via AES50 e entrava num conversor (Multiverter MVR-64), onde era transformado em DANTE. 
Multiverter MVR-64 (Appsys).

Na foto abaixo, a parte de trás do Multiverter, cabo azul entra AES50, e cabo cinza sai DANTE.

À princípio, este sinal DANTE sairia do conversor e iria para um SWITCH.
E deste sairiam dois sinais idênticos, onde cada cabo iria para um laptop.
Mas apareceu um conflito no sistema, e Júnior resolveu eliminar o switch.
Como a X32 estava com uma placa de expansão DANTE, um sinal então saiu dela para um laptop e o outro sinal DANTE saiu do conversor para o segundo laptop.
Foi assim que o áudio de todos os canais chegaram nos dois computadores.
E como os ganhos destes canais eram controlados, já que eu disse que a mesa não tinha nem faders?
Logo acima eu falei que os sinais iam da Midas para a X32, correto?
Pois bem... A X32 Core é para ser controlada por um iPad. Não possui faders, entradas de canais, nada!
Para entrar com os instrumentos nela, tem que usar um stage box como este da Midas ou outro qualquer, que tenha conexão AES50.
Comprando a placa de expansão DANTE para a X32, pode-se usar também este protocolo para a conexão.

Aí controlamos tudo pelo iPad. 
E isso inclui os ganhos!
Existe uma saída atrás dela chamada ETHERNET. Por esta conexão, fizemos a ligação com um roteador wireless e abrimos o aplicativo da mesa no iPad.
Vinícius usava um iPad para controlar os ganhos dos canais, e operava também os monitores das duas bandas, onde quase todos os músicos usaram fones, e só tinha uma via com monitores de chão.
Não tinha público no local. Não existiu som de PA.
Como os sinais caminhavam para os laptops digitalmente, o ganho que Vinícius estava vendo no iPad era o mesmo nível que eu via nos laptops. Foi simples ajustar os ganhos.
E nada do que Vini fizesse em termos de equalização, compressão, etc, ia para a gravação. Só o ganho. O sinal ia cru, do jeito que estava sendo captado.
Pela conexão DANTE, também enviamos separadamente as saídas L/R dos dois laptops para quatro  auxiliares da X32.
Eu tinha outro iPad conectado com a X32 Core.
Meu setup de gravação.
Eu via a mesma coisa que Vinícius.
Quando eu queria ouvir o que estava sendo gravado no laptop 1, eu dava solo nos auxiliares 1 e 2 da X32.
E solava os auxiliares 3 e 4 para ouvir o L/R do laptop 2, o de backup.
Monitorando o laptop 1 (Solo nos auxiliares 1 e 2)
Usei fones para monitorar o que estava sendo gravado.
Parava a gravação nos dois laptops toda vez que a diretora gritava CORTA! 
Foram vários takes.
E não tive nenhum problema de clicks, pops ou travadas nos dois computadores.
Tudo limpinho... Mas com reverberação, logicamente.
Júnior Evangelista coordenou o trabalho, principalmente as conexões AES50 / DANTE.
E Bruno ficou mais na parte de microfonação e cabeamento.
Na foto acima, está o rack com todo o sistema usado na gravação.
O stage box da Midas, com as entradas dos instrumentos (cabos coloridos), saídas para os monitores (cabos brancos), amplificadores de fones, o conversor, a mesa X32 Core.
Ao lado do rack, ficavam os dois laptops, como mostra a foto abaixo.




Não vou entrar em mais detalhes, pois estou começando neste lance de conexões DANTE, AES50, MADI, etc.
Vou tomar mais umas aulas no Estúdio Carranca ou lá na Bizasom.
Nem vou dizer que isso vai ser o futuro, pois ele já faz parte do presente.
A facilidade de conectar vários dispositivos de áudio profissional usando um cabo de rede é muito prático e funcional.
Laptop 1 (Cubase 7).

Muitos equipamentos para show ao vivo já estão vindo com estas conexões. Mesas, amplificadores, microfones sem fio, etc.
E os estúdios de gravação vão seguir por este mesmo caminho, como foi o caso deste trabalho aqui.
Por causa desta praticidade, deu tudo dentro de um carro!
É assustador, né? Assustador para o bem!
Lembram quando a internet era discada? (Muitos nem sabem disso)
E era mais lenta do que o ataque de muitos times de futebol daqui do Brasil?


Laptop 2 (Tracks Live).

Pois é...
No caso da internet e do cabo de rede Cat5, tudo mudou!
Já no ataque dos nossos times... Humm... Já não posso falar a mesma coisa!
Um abraço a todos.