terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Lucas & Orquestra dos Prazeres no Teatro do Parque - O prazer foi todo meu.


Olá pessoal.
Ano acabando...
Muito tempo sem escrever...
Mas nesse caso tem um explicação.
Mais uma vez o "projeto" do Blog foi colocado para avaliação num edital da LAB (Lei Aldir Blanc).
Dessa vez foi por Recife, e o projeto anterior foi por Pernambuco.
Falo projeto, mas nem sei se posso usar esse termo. Não é mais um projeto, pois ele já existe desde março de 2008.
Não é uma coisa que eu estou pensando em criar, o que combinaria mais com a palavra projeto, mas...
Resumindo...
Mais uma vez o projeto foi aprovado, e nesse eu terei que escrever, se não me engano, 6 textos em  3 meses. Dois textos por mês. Um a cada quinze dias.
Muito mais tranquilo que o anterior, onde eu tive que escrever 4 textos por mês, durante 3 meses, dando um total de 12 textos. Um texto por semana!!!!!!
Foi tenso! E muito desgastante.
Por que?
Porque eu não costumo escrever por encomenda. O Blog é quase como um diário de bordo, onde comento situações que eu passei no trabalho, misturado com a vida pessoal.
Acredito que uma depende da outra.
Por causa dessa incerteza se o projeto iria ou não ser aprovado, e por eu não gostar muito de escrever por encomenda, segurei alguns textos que eu tinha certeza que iria escrever, como esse aqui do Teatro do Parque, na intenção de "guardar munição".
Mas não é muito legal segurar os textos, pois ficam defasados, já que a maioria deles são de fatos que realmente aconteceram comigo. Por isso resolvi falar desse trabalho, mesmo perdendo um texto para o projeto da LAB, que deve ser iniciado mais à frente. Se demorasse mais, era capaz de nem lembrar mais como foi!
Esse trabalho aconteceu no dia 12 de novembro, e fui salvar meu amigo Bruno Lins, que é o técnico contratado do Teatro do Parque.
Nem coloquei esse trabalho na minha agenda de shows e eventos, pois eu considerei uma ajuda.
Bruno só iria me pagar o Uber e o almoço.

 

Ele tinha uma coisa muito importante para resolver num cartório, e que não poderia ser adiado.
O combinado era eu ir logo cedo, participar com Bruno da montagem e soundcheck de todos que iriam se apresentar naquele dia. E no horário do almoço, ele daria uma escapada até o cartório e eu "segurava a onda" até ele retornar.
O teatro não tem backline. Só disponibiliza o sistema de som, que é fixo, formado por uma mesa TF5 da Yamaha, mais um line array da JBL (incluindo subgraves). Supre muito bem as necessidades do local. 
Fora isso, só tem alguns microfones sem fio tipo bastão, mais alguns microfones tipo headset.
De monitor, só duas caixas amplificadas, mais duas caixas idênticas ao line array, ficando com no máximo 4 vias de monitoração.
Nesse quesito o teatro fica totalmente dependente de um complemento, que tem que ser locado pelo artista que vai se apresentar lá.
Como nada foi alugado para fazer esse complemento na monitorização, tive que me virar com o que tinha.
Conheço Lucas dos Prazeres já faz um bom tempo...
Sabia desse projeto que ele tem, pois me encontrei em alguns palcos pela cidade, mas nunca tinha visto do começo ao fim. Na maioria das vezes, só via um pedacinho do soundchek, ou um pedacinho do início do show, pois tinha que ir para outro trabalho.
Sabia também que essa formação que ele trouxe para o teatro, era bem menor do que a normal.
Foi uma adaptação ao local (não sei se também ao cachê), e ainda bem que ele adaptou, pois com uma formação bem maior, e com o que estava disponível para a monitoração, não iria ficar legal. Muitos músicos não iriam se escutar.
Não tinha muito o que fazer. Uma caixa amplificada ficou para o baterista (Perna), onde eu avisei que não daria pra exigir muito dela, pois não aguentaria uma monitoração pesada, e a outra caixa ficou para Pepê, que iria tocar viola.
As outras duas caixas de monitor, como falei, eram as mesmas do PA, ficaram como uma única via no meio do palco.
Tirando a viola, todos os outros instrumentos eram percussivos.
Antes de começar o soundcheck, Bruno saiu.

À princípio, foi informado que iria ter um técnico de Lucas para operar o som, e eu apenas deveria checar os canais para ver se estava tudo ok.
Chequei tudo rapidamente, só levantando os faders para ver se não tinha ruídos.
E quando vi que esse técnico não iria chegar, solicitei fazer um novo soundcheck, para eu dar ajustes nos canais, pois não tinha feito nada anteriormente.
Deu para passar tudo, mesmo na correria. O som de uma das alfaias não ficou legal, e Lucas decidiu trazer outra na hora do show. 
Hora do almoço.
Bruno chegou depois do almoço, quando estávamos para começar o soundcheck das outras três atrações da noite, que basicamente eram formadas por um DJ e uma cantora.
Só uma dessas atrações tinha uma guitarra além do DJ.
Bruno pegou o iPad e foi para o palco levantar o som nos monitores. Só usamos a via da frente com as duas caixas.
Foi bem rápido essa parte. Mesmos 3 canais para todos (Base estéreo do DJ mais a voz da cantora).
Era só salvar a cena com outro nome e fazer ajustes finos para a outra artista.
Ficamos aguardando pelo começo do evento.
Eu até poderia ir embora pra casa, mas como eu tinha feito todo o soundcheck de Lucas & Orquestra dos Prazeres, achei melhor operar o som do evento todo.
E foi isso que eu fiz.
Faz tanto tempo, que nem lembro a ordem das apresentações.
Só sei que deu tudo certo.
Pequenos ajustes no começo do show de Lucas, incluindo o som da alfaia nova, e seguimos tranquilo com o evento, com Bruno ao meu lado com o iPad, para fazer ajustes nos monitores, casso fosse necessário.
Só tomei dois sustos. Mas sustos bons... Muito bons.
O primeiro foi com a apresentação da cantora/rapper Bione.
Não conhecia.
Encontrei um vídeo do início do show dela no Instagram (https://www.instagram.com/p/CWTs1VmDf7a/)
Corpinho franzino... Pequenininha... Quem não conhece não imagina o que vem.
Letras fortes, decididas, e textos muito bem construídos. 
Achei massa!!!
E o susto maior foi com Lucas & Orquestra dos Prazeres.
Mesmo com só um instrumento de harmonia (viola), o show é muito empolgante.
Quase me transformo em espectador, esquecendo do que eu estava fazendo ali.
Bem que eu poderia parar o texto lá em cima, quando falei que "deu tudo certo", mas aí entra meu lado pessoal, que não consigo separar, e acabo falando como espectador.
Como se eu estivesse numa poltrona no teatro, só vendo os shows.
Eu ainda tenho vários comentários como espectador que eu poderia deixar aqui, mas não é essa a intenção do Blog. Pelo menos, não é a intenção principal.
Nesse trabalho (ou seria ajuda?) fiquei bem satisfeito, tanto profissionalmente, como pessoalmente com a visão de espectador.
Bruno ainda me pagou duas garrafas de Casillero Del Diablo, fora as despesas com o almoço e os translados (pode ser traslados também, viu?).

E para finalizar...
Pensei numa coisa, que falei depois para alguns amigos.
Fiz os últimos shows de Naná Vasconcelos, incluindo as últimas aberturas do Carnaval do Recife.
E nos shows que tive a oportunidade de ver nesses anos, esse show de Lucas & Orquestra, logicamente com uma estrutura maior para o palco gigantesco do Marco Zero, para mim, foi o que mais chegou perto de um show para a abertura do Carnaval do Recife no lugar do saudoso Juvenal.
E para Lucas dos Prazeres e sua Orquestra, só posso dizer uma coisa:
--- O prazer foi todo meu.
Um abraço a todos.