quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

LISTENTO da Audiomovers - Ferramentas vão surgindo para (Audio) Home Office.

 

Olá pessoal.
Trabalhar com áudio em casa nunca foi surpresa pra mim.
Para quem não sabe, trabalhei durante muitos anos montando os áudios da GM (Chevrolet) para TV e rádio veiculados nos estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.
E em muitos desses anos, fiz tudo em casa!
Já montei esses áudios em lugares completamente estranhos: Saguão de aeroporto ou dentro da aeronave, dentro de ônibus, em bares, restaurantes, ou na piscina de hotel... Até num motel já fiz isso!
No começo eu relutei, pois não achava legal o locutor gravar em casa, sem eu poder falar como queria a locução.
O locutor tinha que ir ao Estúdio Estação do Som, que depois virou Audiomidi, para gravar.
Wemmerson é o nome desse locutor (vai soletrar esse nome até morrer!), que se tornou o locutor oficial da GM para os 3 estados que falei acima.
Geralmente, toda semana tinha que montar esses áudios, mas eu não podia exigir que Wemmerson ficasse no estúdio aguardando pelo pedido da agência, pois não tinha um horário determinado para a agência mandar o roteiro, e em algumas semanas nem tinha pedido de gravação!
Por causa dessa dificuldade, acabei cedendo aos pedidos do locutor, e combinamos que ele me enviaria as locuções.
E no começo, essas locuções ele gravava nos estúdios onde ele estava fazendo algum outro trabalho. Numa pausa, ele gravava usando o setup do estúdio mesmo.
Depois de um tempo, ele montou um setup móvel, para gravar em qualquer lugar, que consistia num microfone bom (condensador) e um gravador portátil, como o meu DR-40 da Tascam, que tem a opção 48v para alimentar o microfone.
Com essas duas ferramentas e uma internet móvel, ele me enviava rapidamente as locuções, e na maioria das vezes ele gravou dentro do carro, num estacionamento de supermercado.
Tudo ficou muito mais prático e rápido.

Eu também tinha minha inseparável internet móvel da Claro, que era um pendrive USB. Lembram?
Eu só saía de casa com meu setup: Mochila com laptop, headphone, mouse e o pendrive da Claro.
Usava a minha internet móvel até nos hotéis, quando viajava para fazer shows ou eventos, pois muitas vezes era mais rápida do que a internet do local, onde tinha muita gente "pendurada" na conexão.
O uso da internet para trabalhos com áudio começou décadas atrás.
Pensando aqui quando comecei a usar a internet nos trabalhos, só me vem na cabeça o envio das peças em MP3 para as agências de propaganda.
Antes, tínhamos que copiar uma fita de rolo com o áudio finalizado para cada rádio que iria passar a propaganda.
Depois apareceu o CD, e tivemos que comprar uma copiadora (1 para 4) para ajudar nas cópias, que a agência ia pegar lá no estúdio e os motoqueiros iam entregar os CDs nas rádios.
Com o surgimento da internet e do MP3, deixamos de ganhar dinheiro com essas cópias, pois enviávamos pela internet a peça finalizada em MP3 para a agência, e ela distribuía para as rádios, também pela internet.
Foi um avanço enorme para a logística, tudo ficou mais rápido.
Mas o prejuízo foi grande para as produtoras de áudio. E para os motoqueiros!
Não tem como evitar o avanço da tecnologia, não é?

Eu já tinha ouvido falar dessa ferramenta de compartilhamento do máster da DAW (Digital Audio Workstation), mas como nunca precisei, nem fui muito atrás.
Na época eu fazia as peças de GM seguindo um roteiro, enviava para a agência, que mostrava para o cliente aprovar.
Caso não fosse aprovado, eu refazia com os ajustes solicitados pelo cliente.
O roteiro já vinha aprovado pelo cliente, o que facilitava a minha vida.
Mas... Muitas vezes eles resolviam mudar tudo, pois os preços das prestações e dos carros podiam variar.
Já estava nos meus planos falar desse Listento aqui no Blog, mas foram aparecendo outros assuntos e acabei não falando nada.
Só que nessa pandemia soube de um caso na campanha política que me fez acelerar o processo de falar desse plugin.
Eu já tinha trabalhado numa campanha política editando os áudios em Recife do programa de rádio de um candidato de outra cidade, mas o diretor do programa de rádio estava ao meu lado, em contato com o pessoal da campanha, e me falando como queria o programa.
Nesse caso que eu soube da campanha política passada, meu amigo Kiko editou os programas de rádio em casa (não lembro se foi  no estúdio), e o diretor estava em outra cidade, ouvindo tudo em tempo real.


Tem um pequeno atraso para o cliente escutar, que você pode até configurar no plugin, mas nada que prejudique o trabalho.
Acredito que a pandemia foi o fator determinante para que este trabalho fosse aceito pelo cliente.
Não sou "expert" em trabalhos na política, pois só fiz três até hoje, mas nunca tinha ouvido falar sobre um caso assim no meio do áudio onde transito.
No caso de mostrar a mixagem de uma música ou de um disco completo para o cliente usando esse plugin, eu já sabia que era bem normal...
Fui falar com meus amigos do áudio (Kiko, Vini e Evangelista) que já usam normalmente a ferramenta, e todos relataram basicamente o mesmo método.
Por uma vídeo chamada, que pode ser pelo Zoom, WhatsApp ou qualquer outro aplicativo, e usando um outro computador para fazer esta comunicação, eles mandam o link gerado pelo plugin para o cliente, que vai dando as orientações.
Nem precisa ser uma vídeo chamada. Pode ser uma ligação normal de voz, como me falou Júnior Evangelista.
Mas o cliente vai ouvir o áudio da mixagem com uma qualidade perfeita, usando um navegador em um laptop para abrir o link, ou até pode escutar dentro da DAW dele, caso queira.
É só colocar o plugin (Receiver) num canal auxiliar ou num canal de áudio.
Qualquer um pode baixar o plugin para testar por uma semana.
Na realidade, você não pode comprar.
Tem três opções de "aluguel" disponíveis no site.
Por uma semana, por um mês ou por um ano.


Já tem vários softwares atualmente usando este método de aluguel.
Baixei o plugin e fiz alguns testes aqui no meu Cubase.
Também baixei o manual, que tem apenas 22 páginas, e tudo é bem simples.



São poucas opções de configurações, o que facilita o uso, mesmo para quem não tem prática com plugins.
Tem uma tabela no manual, para você ajustar a qualidade do áudio de acordo com a velocidade da sua internet (e a do cliente também, viu?).
Quanto melhor a qualidade do áudio transmitido, mais pesado fica para transmitir e receber.
E se a internet de quem transmite e de quem recebe for lenta, fica mais complicado.
Pelo que notei, tem que fazer esses ajustes com o cliente antes de começar o trabalho.
O cliente não precisa alugar o plugin, pois ele escuta o som por um link que ele coloca no navegador dele (Firefox, Chrome, Internet Explorer, etc).
Caso ele queira ouvir na DAW dele, também não precisa pagar nada por isso. Baixa o plugin, que vem com dois tipos: Transmitter e Receiver.
Ele abre o Receiver num canal, cola o link que foi enviado pelo técnico na janelinha, e clica no botão Conectar.
Sempre quem paga é quem vai transmitir.
E numa transmissão, que vem por "default" a possibilidade de 40 pessoas ouvirem ao mesmo tempo, você pode fazer um upgrade, logicamente pagando, para possibilitar que até 500 pessoas ouçam seu máster.
É gente, né?
Fiquei pensando em algum caso para ter 500 pessoas ouvindo... Só veio na mente um show ao vivo, passando pelo Cubase...
Ahhh. Esse deve ser o assunto da próxima postagem. Uma live num estúdio usando o Pro Tools como mesa.
Mas voltando ao Listento...

Qualidade do Áudio x Velocidade da Internet.

Achei bem interessante a ferramenta, principalmente para quem trabalha com mixagens de músicas.
Se essa ferramenta existisse na época em que eu mixava jingles, com certeza eu teria usado.
E já deixei instalado aqui no meu laptop.

Precisando, vou lá no site pagar pelo aluguel, dependendo do tempo que vou precisar.
A notícia não muito boa vai para quem usa Windows, como eu. Para usar o áudio comprimido em AAC, só podemos usar até 192kbps.
Para usar as outras duas taxas (256 e 320kbps) só usando Macintosh.
Vini, amigo meu que trabalha bastante com mixagens de músicas aqui em Recife, me mostrou rapidamente outra ferramenta que ele usa bastante com seus clientes, mas no modo offline.
Grosseiramente falando, o software (plugin) é como um email, onde o cliente recebe um áudio estéreo da mixagem, e ele pode usar marcadores para comentar sobre partes da música onde ele queria acrescentar ou retirar alguma coisa, e quando Vini abre esse programa no Pro Tools e clica nas marcações do cliente, o cursor do Pro Tools vai direto para a marca na música que está sendo mixada.
Legal, né?

Configurando a latência.

Pode ser mais um assunto aqui no Blog, principalmente por causa desse isolamento social, onde novas ferramentas são criadas para se trabalhar em casa.
E no áudio não seria diferente.


Configurando a qualidade do áudio.

Todos os três amigos com quem falei, nenhum comentou nada sobre falhas na recepção do cliente.
Tudo lindo e maravilhoso.
Nos meus testes, alguns colegas e amigos relataram falhas na recepção, com o som engasgando, por isso comentei acima para fazer um teste com o cliente, para ajustar as configurações, evitando assim problemas com falhas no áudio.
Já falei várias vezes para os amigos, que imagino num futuro não tão distante, que um show no Japão vai ser mixado por um técnico em Recife, usando a internet.
Depois do Melodyne, que afina uma voz num coro mixado, ou uma nota desafinada num acorde de guitarra, não duvido de mais nada no áudio!
Eu não sei vocês...
Mas eu sempre gostei de trabalhar em casa!
Um abraço a todos.

PS: Para mais detalhes sobre o Listento, clique AQUI para ser direcionado ao site da Audiomovers.



quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Mais um ano digitalizando o acervo da FUNDAJ - Nunca veio em tão boa hora!

 

Olá pessoal.
Nunca veio em tão boa hora!!!!
Hoje vou começar diferente, já usando o subtítulo do texto no início da postagem, coisa que deixo normalmente para o final, servindo como explicação do porquê eu coloquei esse subtítulo.
Acho até meio "desleal" tentar achar um subtítulo que mais se encaixe na atual situação que nos encontramos, principalmente para quem trabalha com áudio, eventos e shows, que estão completamente parados desde março de 2020.
Não vou mentir que o primeiro pensamento que veio à mente quando fechei o trabalho, mais uma vez com o Estúdio Onomatopeia, foi que eu iria dar uma estabilizada na parte financeira!
Dificilmente teremos eventos e shows grandes antes de junho.
E eu já estava imaginando como iria me segurar financeiramente até lá.
E nem sei se só será até junho essa proibição dos eventos!
Então... Não teve como eu não pensar no financeiro no primeiro momento.
Depois do "susto bom" passar, entrei no próximo estágio, que é a organização com o estúdio para começar o trabalho.
Que começou hoje!


 

Estou escrevendo esse texto na segunda-feira, dia 18, véspera do meu aniversário de 55 anos.
Acredito que não concluo esse texto hoje, mas na quarta ou quinta eu devo finalizar.
Agora eu tenho tempo predeterminado para fazer a postagem, né?
Pelo menos para esse Projeto da Aldir Blanc.
Estou aqui em casa assando o pernil (que é meu bolo de aniversário faz um bom tempo), enquanto escrevo.
Eu iria cancelar a festinha de amanhã, não tinha certeza de que horas eu iria chegar em casa, pois sabia que o trabalho na FUNDAJ começaria essa semana.
Mas hoje eu vi que poderia fazer como sempre faço, que é comemorar meu aniversário sempre no dia exato, 19 de janeiro, independente do dia.
E assim vai ser amanhã.
Fui hoje pela manhã "arrumar" as coisas lá no prédio da FUNDAJ, e vi que não poderíamos sair de lá tarde da noite. Tinha que seguir o horário combinado, que era até às 17h. Por isso resolvi seguir com a ideia da festinha de aniversário.
Vamos usar a mesma sala que usamos no primeiro trabalho em 2017.

Quem quiser saber como foi esse meu primeiro trabalho anterior lá, é só procurar a postagem na ferramenta de busca do Blog, chamada Arquivo do Blog.
Esse ano vai ser um pouco diferente do trabalho anterior, pois vamos digitalizar CDs, fitas cassetes e fitas de rolo, além dos discos de vinil.
No trabalho anterior, só digitalizamos discos de vinil. E foram muitos, viu?
Parece que editei mais de 160 mil faixas...
Nem fui ver na postagem de 2017 para saber se acertei no número, vou deixar vocês conferirem isso, se quiserem.
Esse ano, e me parece que esse trabalho vai durar o ano todo, não teremos muitos vinis para digitalizar.
E pelo que estou sabendo, todos os vinis vão ser de 78 RPM.
Deixa eu ver foto que tirei da lista do que vamos digitalizar, que me mostraram no Onomatopeia...
Sete mil, oitocentos e vinte itens, como mostra a foto abaixo de uma parte do contrato. 

Já sei que vou assinar um monte de páginas!!!!
Mas contratos com Carranca e Onomatopeia, eu assino sem ler.
Assinei meu divórcio sem ler também. Palavra pra mim vale mais que assinatura.
Fora esses itens da foto, tem uma relação do número de capas e contracapas que vamos ter que digitalizar, mas nem olhei isso, fiquei concentrado no áudio, pois não vou mexer com essa digitalização da parte gráfica. Acho.
Fui na sexta e no domingo lá no estúdio, para organizar os equipamentos que vamos usar.
O setup mais uma vez é bem enxuto e funcional.
E mais uma vez começamos escolhendo o Cubase para o serviço, e pelo que estou vendo, vamos usar novamente o Pro Tools como software para gravação e edição.
Essa escolha está sendo mais por causa da edição, como foi em 2017.
O Pro Tools tem uns detalhes na edição que facilitam as coisas nesse trabalho, onde temos muitas nomenclaturas para "imprimir" nos arquivos de áudio.
Exemplo:
Faixa 01 do CD 89.
CD000089_001 (Áudio Bruto em WAV).
CD000089_001 N (Áudio Normalizado em WAV).
CD000089_001 MP3 (Áudio Normalizado em MP3).
CD000089_001 CLIP (Áudio Normalizado e editado para 30s em MP3).
Ou seja... Cada faixa digitalizada, gera quatros arquivos de áudio.

O arquivo bruto em WAV (44.1/16bit), do jeito que foi digitalizado, um arquivo WAV normalizado (volume), outro normalizado em MP3 e mais um arquivo de 30 segundos também em MP3.
Quando aparece discos duplos, triplos, ou alguma coleção com um número grande de discos, acrescentamos os caracteres v001, v002, v003 etc, antes do número do track, para identificar o disco, ficando assim: CD000089_v001_001 (Faixa 1 do disco 1 do CD 89).
Mais uma vez, vou ficar responsável por essas edições e nomeações das milhares de faixas.
Fora minha estação de edição, ainda teremos uma estação para digitalizar os CDs, outra para digitalizar os vinis, e outra para digitalizar as fitas cassetes e rolo.
Todas as mídias são higienizadas (limpadas) antes da digitalização. Inclusive os CDs.
A digitalização dos CDs vai ser via digital, ou seja, o computador vai ler as faixas digitalmente usando um software específico para isso. Não vamos colocar o CD para tocar num "player", entrar com o sinal numa placa de áudio e gravar no Pro Tools.
Logicamente, não podemos fazer isso com os vinis e fitas cassetes, onde vamos digitalizar via interface de áudio, tocando faixa por faixa em tempo real.
O horário para os funcionários da FUNDAJ está reduzido por causa da pandemia, mas acredito que vamos fazer o mesmo horário usado no trabalho anterior.
De 8 às 12, pausa pro almoço no restaurante em frente ao prédio, e voltamos para fazer o trabalho de 13 às 17h.
Oito horas diárias de segunda à sexta, provavelmente durante um ano!
Um casamento?


Acho bem parecido com um relacionamento.
Tem as partes boas, e as ruins.
No começo tudo é maravilhoso, lindo, escutar músicas, editar áudios, trabalhar com áudio...
Depois vai dando uma cansada pra acordar cedo... (Odeio acordar cedo!)
Tem uma crise forte ao acordar cedo, principalmente depois de uma festa de aniversário!
Dá uma melhorada... Vamos nos acostumando com o dia-a-dia...
Afinal estou trabalhando com o que gosto, com áudio.
Depois pensamos: De onde vem tanto áudio? Não acaba mais não, é?
A repetição deixa o trabalho um pouco mais cansativo.
É muito tempo fazendo a mesma coisa todo dia!
Mas...
Mais cansativo estava ficar em casa sem perspectivas de trabalhos (shows ou eventos).
Pelos meus cálculos, acredito numa melhorada na minha área só no segundo semestre.
Torcer ainda pra ver se vamos ter o São João. Só o tempo dirá.
Hoje é quarta-feira, já começamos o trabalho de digitalização, começando pelos CDs.
Estou ainda pegando o ritmo...
E já notei que minha vista já não está igual à 2017.
Logicamente, piorou!

Na maior parte do dia, ficamos praticamente sozinhos no quinto andar do prédio.
Na sala por enquanto, só eu editando, Neto digitalizando os CDs, e Gera Vieira, um dos sócios do estúdio,  organizando o restante das coisas, em contato constante com o outro sócio Carlinhos Borges, que está no estúdio fazendo a retaguarda.
Logicamente que vamos ter mais gente trabalhando lá, para digitalizar as fitas e vinis, como também para digitar as informações numa planilha do material digitalizado.
Ainda não sei se vai dar para todos ficarem na mesma sala, por causa das normas de segurança durante a pandemia.
Essa semana está servindo mais para organizar as coisas e as funções de cada um.
E o pontapé inicial já foi dado na segunda!
É muito bom trabalhar com o que gostamos.
Principalmente para quem praticamente não pode trabalhar desde março de 2020.
Fiquei muito feliz em saber que em uma das reuniões do estúdio com a FUNDAJ, perguntaram se eu estaria novamente na equipe do Onomatopeia para esse novo trabalho.
Parece que meu relacionamento que começou em 2017 com a FUNDAJ deu certo, né?
E esse novo contato nunca veio em tão boa hora!
Né?

Minha estação de edição.

Resisti ao máximo não repetir o subtítulo no final do texto, mas a bola quicou na pequena área no final da prorrogação, e eu chutei pro gol!
Um abraço a todos.



quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Gravação do Natal Para Sempre - O que eu achava que não iria usar, foi exatamente o que eu usei.


Olá pessoal.
Depois de levar um "corretivo" da produtora executiva desse Projeto e do outro componente da equipe, responsável pela tradução dos textos para o inglês e divulgação nas redes sociais, vou tentar seguir o cronograma, publicando apenas um texto por semana... (risos)
Como falei no primeiro texto do Projeto, fiz pouquíssimos trabalhos em 2020. Depois do carnaval, os eventos pararam por causa da pandemia.
Se vocês pesquisarem no Arquivo do Blog, nos textos que escrevi em 2020, vão notar que de março em diante, só tem assuntos falando sobre a falta dos trabalhos, pandemia, adaptações durante a pandemia, etc...
Não fiz quase mais nada depois de fevereiro.
Um desses poucos trabalhos, eu fiz no final do ano, no dia 17 de dezembro.
O Natal Para Sempre.

House Mix do Teatro do Parque (Recife - PE).
Já opero o som desse espetáculo faz um bom tempo. Acho que cinco ou seis anos... Só não trabalhei na primeira edição, mas em todas as outras eu estava presente, como operador de áudio mixando o som, mas fazendo também a função de sonoplasta, onde disparo os efeitos e as trilhas durante as ações dos atores.
O espetáculo sempre aconteceu em parques aqui de Recife.
As primeiras edições foram no Parque Santana, no bairro de Casa Forte, e a última edição foi no Parque da Macaxeira, na zona norte da cidade, e que deve ser o local para futuras edições também.
Já teve ano que foram cinco dias de apresentações, e na última edição foram apenas dois dias.
Acredito que esses dois dias em 2019 foi o maior público do espetáculo desde sua criação. Tinha muita gente. Devo ter falado aqui no Blog sobre isso, é só procurar nos arquivos.
Logicamente que nesse ano de 2020 não deu para fazer nesse formato, por causa da pandemia.
Ainda pensaram em fazer com separação do público, usando grades para demarcar os locais, mas acabaram decidindo fazer uma gravação num teatro sem público, para depois veicular o vídeo num canal de TV, que nesse caso foi a TV Jornal (SBT), e também no YouTube.
E assim foi feito.
O local escolhido foi o famoso Teatro do Parque, que fica no centro da cidade, e que foi reinaugurado recentemente depois de anos fechado para reforma.
Seria apenas um dia para a gravação.
Fui lá no teatro dias antes para uma visita técnica com Roberto Riegert, iluminador do espetáculo.
Eu já sabia qual era o equipamento do teatro, e fui só acertar alguns detalhes com os técnicos de lá.
Equipamento todo novinho, uma mesa TF5 da Yamaha, e um PA (LCR) da JBL modelo VRX 932LAP com o sub VRX 918S.
Esse foi meu segundo contato com a TF5, e foi quem originou o assunto do texto anterior, sobre a dúvida de poder ou não salvar a cena na mesa.
Mas... Voltando para o assunto dessa postagem...
Eu já estava decidido que não usaria o sistema de som (PA) do teatro, pois não teríamos público, e era uma gravação para a TV. E quanto menos vazamento de som, melhor. Usaria as duas caixinhas da Yamaha do teatro, disponíveis na house mix.
Teve um dia para o ensaio geral, mas esse dia não deu para nada, pois tínhamos horário à cumprir do teatro, problema que nunca tivemos nos espetáculos abertos nos parques.
Abaixo, um vídeo com um trecho do ensaio geral.


Passei todos os microfones dos atores, sem usar o PA, usando como referência os monitores da Yamaha, modelo HS5. Ficou muito legal o resultado, e sabia que seria muito bom para a gravação.
Sabia também que os atores iriam estranhar não ouvir nada das vozes no sistema de som, mas expliquei que era a melhor opção numa gravação para TV.
Mas só deu para passar as vozes rapidamente, sem passar a peça toda.
O combinado era passar a peça completa nesse dia, mas por causa do horário, isso não foi possível. Já não tinha gostado muito dessa surpresa, mas teve outra.
Já no final do nosso horário, a produtora do espetáculo me perguntou porque não ouviu no som do teatro as vozes dos atores quando eles estavam passando o som, e eu respondi tranquilamente que usei as caixinhas que estavam na mesa de som, e que logicamente eu não usaria o som do teatro, pois seria uma gravação para TV, sem público, como tinham me avisado.
Quando ela me respondeu: --- Não Titio... Vamos ter público sim, pequeno mas vai ter.
Vixe... (Pensei) Lá se foi meu mini soundcheck para o espaço!
Aqui foi a primeira coisa que eu achava que não iria usar, mas usei.
Ainda deu tempo de ligar o som do PA do teatro e dar uma "alinhada", ouvindo minhas músicas de referência.
Mais nada.
Ficou tudo para o outro dia. Só que o outro dia, era o dia da gravação!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Será que vai dar tempo? Duvido. (Pensei)
Eu ainda tinha uma pequena esperança de passar a peça toda antes da gravação, mas essa esperança sumiu em poucos segundos no outro dia.
Só deu tempo de passar novamente os microfones dos atores, na posição que iriam ficar, com eles usando as roupas e adereços dos personagens que iriam interpretar.
(Ainda pensei em tentar colocar os microfones DPA, que ficam fixos ao lado da boca, presos por fitas adesivas, que resolveria meu problema dos "pufs" causados pelo ar que sai da boca e nariz dos atores/atrizes, e que por não sair do lugar, mantém o som da voz uniforme do começo ao final da peça, mas como vi que o orçamento foi bastante reduzido, nem falei nada sobre esse assunto. Vou tentar colocar agora em 2021.
O combinado é que teríamos algumas paradas na gravação, por causa das cenas onde seriam usadas técnicas de rapel, porque alguns personagens entram no palco de cima para baixo, simulando um voo, usando cordas.
No teatro isso foi mais complicado do que no palco armado ao ar livre.
Fora essas paradas por causa do rapel, ainda aconteceram algumas outras paradas, mas por problemas técnicos.
Achei até pouco, principalmente por não termos feito o ensaio geral completo no dia anterior.
Teve um ator que errou o texto, eu esqueci de abrir um canal para uma fala, uma parte da roupa da personagem principal abriu (rasgou) no meio da cena...
Para uma peça, em que a última apresentação foi um ano antes, acho que ficamos no lucro!!!
Fiquei impressionado com a segurança dos atores com relação ao texto.
E uma chamada pelo rádio comunicador, me fez errar.
Enquanto eu ouvia a informação de que não poderíamos ficar parando muito por causa do horário do teatro, passei da hora de abrir o canal da voz de um personagem.
Meu outro erro foi não ter parado o efeito anterior de uma cena, que era uma trilha que fica por baixo de um diálogo, e quando levantei o fader para o próximo efeito, notei que a trilha anterior ainda estava tocando.
Foi tudo muito rápido, pois baixei rapidamente o fader por causa do susto, e disparei o outro efeito, mas o som da trilha saiu no som do espetáculo, indevidamente.
Como o som dos efeitos e trilhas vão para o palco, o envio desses sons para lá está em "pós fader".
Se eu baixar ou aumentar os faders dos dois canais das trilhas/efeitos no som do PA, acontece a mesma coisa nos monitores colocados no palco.
Com relação a gravação do áudio geral do espetáculo, mandei o sinal do meu L/R para a TV e para meu gravador Tascam DR-40.
Não estava nos meus planos gravar os canais separados para uma futura mixagem em casa.
Primeiro, porque eu já estava usando meu laptop para os efeitos e trilhas. Precisaria de um outro laptop.
Segundo, porque eu sabia que não tinha verba para contratar alguém para fazer esse serviço, trazendo outro laptop.
E terceiro, porque achava que a TV não iria esperar por essa nova mixagem dos canais separados, que eu teria que fazer posteriormente em casa.
Mesmo assim eu consegui gravar os áudios separados, com a ajuda do técnico de som do Teatro do Parque, que é meu amigo.
Ele levou o laptop dele (MAC) e gravamos os canais separados, usando o Pro Tools, sem problemas.
Fiz um teste no primeiro dia com meu laptop (PC), e não consegui fazer a conexão USB.
Descobri dias depois que eu achava que tinha o "driver" para a comunicação USB do meu laptop com a TF5, mas estava enganado.
Agora eu tenho, pois baixei no site da Yamaha o driver correto para essa conexão.
Essa é uma grande desvantagem do PC em relação ao MAC.
Em muitos casos, o PC precisa desses drivers para se comunicar com outros dispositivos.
No MAC, foi só plugar o cabo USB, que o Pro Tools reconheceu a TF5.
Gravei os canais separados no Pro Tools apenas como segurança, achando que não iria usá-los.
Mas quando fui ouvir esses áudios no meu Cubase, vi que o resultado de uma nova mixagem, limpando os canais, ficaria muito melhor do que o áudio que a TV gravou, mesmo eu ainda não ouvindo essa gravação, que eu tinha uma igual no meu Tascam.

Em casa, no Cubase 7, ouvindo a gravação dos canais separados.


Eu poderia melhorar também o áudio que eu gravei pra mim (L/R), que eu sabia que ficaria melhor do que o que estava com a TV, mas nada se comparava ao resultado que poderia ficar com essa nova mixagem com os áudios separados.
Enquanto estava limpando esses canais separados em casa, e já fazendo uma mixagem rápida, entrei em contato com a diretora que estava responsável pela montagem e finalização do programa para a TV, e falei sobre o assunto.

Editando (limpando) os canais no Cubase 7.


Eles já estavam começando a editar, falando que não teriam muito tempo para aguardar, e eu falei que mandaria de todo jeito uma nova mixagem para eles "olharem", e falei que eu acreditava que iriam achar melhor.
Apressei o passo para finalizar a primeira parte do áudio no meu Cubase, e sem ouvir o resultado, fiz o "Mixdown" da mixagem, transformando tudo num áudio estéreo, e enviei para a TV.
No Pro Tools, esse processo de transformar a mixagem num único áudio estéreo (ou mono) é chamado de "Bounced".
Cada software tem seu termo próprio.
Pois bem...
Não demorou muito tempo para a diretora entrar em contato, me avisando que realmente o áudio que eu finalizei em casa estava muito melhor do que o que eles tinham gravado, e que já estavam editando a primeira parte em cima desse novo áudio que eu enviei.
Massa! Tinha certeza que tudo ficaria melhor. Ou quase tudo, como pude ver mais adiante.
Foi aqui que comprovei pela segunda vez que o que eu achava que não iria usar, foi exatamente o que usei!
Avisei que eu teria que ouvir todo o áudio para conferir se não tinha falhas (erros) na mixagem, e ela me perguntou se eu poderia enviar a segunda parte na segunda-feira. Esse contato foi na sexta-feira.
Falei que não teria problema, pois faria tudo no fim de semana, e já no domingo à noite eu enviaria a segunda parte.
Tudo ok.
Foi aí que eu vi que nem tudo ficou melhor.
Conferindo o áudio da primeira parte, escutando do começo ao final, achei que as trilhas e os efeitos ficaram baixos em relação às vozes.
Ainda tentei argumentar com a diretora um novo envio com esses ajustes, mas não tive sucesso, pois eles já tinham editado a primeira parte, e se eu enviasse um novo áudio, eles teriam que encontrar novamente os mesmos pedaços que usaram na edição do vídeo, o que levaria tempo, e eles não tinham mais esse tempo.
Resultado...
Segui a mesma linha de volumes das trilhas e efeitos na mixagem da segunda parte, para não ficar diferente da primeira parte.
E realmente, quando vi o espetáculo na TV pude comprovar que as trilhas e efeitos ficaram bem abaixo do que eram pra ficar.
Paciência... Não tinha mais o que fazer.
A compensação veio nas vozes!
Nenhuma palavra se perdeu durante toda a peça. Tudo bem nítido.
Com certeza, essa clareza nas vozes não deveria estar nas outras gravações.
E para ser sincero, nem ouvi as outras gravações!!!!!!!!
Ahh... Uma curiosidade nessa nova mixagem que fiz em casa.
Como eu iria fazer o fade out nas trilhas e efeitos em casa, ficando igual ao que eu fiz no dia ao vivo? Pois tinha a imagem que seguia o som.
Como saber o que teria que apagar nos canais de voz?
Bem... Para limpar os canais das vozes, foi fácil. Fui seguindo o roteiro e vendo onde deveria ou não ter voz.
Onde não tinha fala, eu apagava tudo. Mas sempre ouvindo, para ver se não falaram nada fora do texto que fazia parte da cena. Fiquei com receio de apagar um improviso.
Só lembrando que eu não tinha um vídeo de referência.
No caso das trilhas, tive que ouvir os microfones dos atores captando o som dessas trilhas e efeitos que vinham dos monitores do palco, para fazer o mesmo fade out no software.
Quando eu fecho os canais no som do espetáculo ao vivo, ou subo o som de uma trilha, ou baixo essa trilha totalmente, essas mudanças não vão para a gravação.
O software fica gravando tudo que está ligado na mesa. Cru. Direto, sem interrupções.
Do jeito que entra na mesa, vai para o gravador. Podemos até mudar essas configurações, mas normalmente gravamos assim.
Foi assim, com essa facilidade de acesso individual dos canais, que corrigi o meu erro quando levantei o fader para disparar um efeito e apareceu a trilha que eu esqueci de parar antes. Lembram?
Ouvi tudo isso pelo vazamento nos microfones, e cortei essa parte que a trilha entrou por engano, deixando só a entrada do efeito.
Ahhh... Outra curiosidade... Me diverti muito enquanto limpava os canais das vozes, ouvindo as falas dos atores que estavam fora de cena. Uma verdadeira "zona"!
No bom sentindo.
Todos se divertindo, e brincando entre si nos bastidores, enquanto aguardavam o retorno ao palco.
E foi por isso que a coisa funcionou. Mesmo na correria e na pressão, todos estavam se divertindo!
Inclusive eu.
Um abraço a todos.

PS: Vou ouvir nesse fim de semana a gravação do L/R ao vivo que está ainda no meu Tascam, só pra "ver" a diferença.


 

domingo, 10 de janeiro de 2021

Manuais ou apostilhas em Português - Yamaha Série TF.

 

Olá pessoal.
Como eu já imaginava, não vou conseguir seguir as normas de publicar um texto por semana para o Projeto Aldir Blanc.
Os assuntos vão aparecendo, e eu vou postando.
Se passar de 12 textos em três meses, tudo bem, fica de bônus. Não vou segurar textos para seguir o cronograma certinho, de um texto por semana.
No caso de hoje, vou disponibilizar um manual em Português da Série TF da Yamaha. 

Tive dois contatos com essa mesa, e nas duas vezes o técnico do evento falou que não dava para salvar a cena na mesa.
Fiquei intrigado na primeira vez, mas nem fui atrás para conferir isso, pois era muito difícil eu pegar essa mesa nos meus trabalhos.
Nesse segundo contato, depois de anos, ao ouvir o mesmo comentário, achei muito estranho isso não ser possível, e fui atrás conferir.
E nessa busca, acabei achando o manual em Português da TF, o qual estou informando aqui.
Quem quiser, solicita nos comentários, informando o email para onde eu devo enviar o documento.
Também não inventei esse quadro "Manuais ou apostilhas em Português" para esse Projeto Aldir Blanc.
Criei esse tipo de postagem faz um bom tempo, viu?
Entrei em contato com Lazzaro da Yamaha, para conferir que eu estava certo, e depois dele me confirmar que (logicamente) podíamos salvar a cena dentro da mesa, resolvi fazer essa postagem aqui.
Pedi para Bruno Lins, técnico de áudio do Teatro do Parque, fazer um vídeo curto mostrando o caminho para salvar a cena na mesa.
Como vocês vão poder notar, é bem simples. Basta clicar na janela SCENE no alto à esquerda, que aparece o local onde você salva, edita ou chama uma cena diretamente da memória interna da mesa.


Caso não consiga ver o vídeo aqui no Blog, é só clicar nesse LINK, que você vai ser direcionado para ver no meu canal no YouTube.
Fica aqui a dica, e querendo o manual da TF é só me solicitar.
Um abraço a todos.


 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Projeto do Blog aprovado na Aldir Blanc - Primeira vez escrevendo por obrigação.

 

Olá pessoal.
Janaísa Cardoso (ex-esposa), já faz muito tempo que trabalha produzindo projetos culturais para prefeitura e governo.
E já faz um bom tempo também que ela fala em criar um projeto para meu Blog.
Ela sempre falou, mas nunca levou para frente a ideia. E eu sempre ouvi, e também nunca tentei levar a ideia pra frente. Nunca fui muito fã desses projetos, confesso, e não via como meu Blog poderia se encaixar num projeto, já que ele existe desde março de 2008!
A pandemia fez com que essa ideia dela se transformasse em um projeto, incentivado pela Lei Aldir Blanc.
Não recebi os auxílios do governo federal e da cultura (Aldir Blanc), pelo mesmo motivo: Declaração do Imposto de Renda de 2019 - Referência 2018.
Achei as regras absurdas para receber esses auxílios.
Usar como referência o que a pessoa ganhou em 2018 não me pareceu uma ideia muito boa, principalmente para quem trabalha com shows e eventos, sem nenhum vínculo empregatício, e muitas vezes recebendo pelos trabalhos meses depois. Não seria exagero eu falar que existiram (e ainda existem) casos em que os profissionais receberam depois de um ano!
Já comentei várias vezes aqui no Blog sobre esses absurdos nos pagamentos dos cachês.
Fiz vários trabalhos no carnaval de 2020 em fevereiro, e foram poucos que eu recebi com menos de 30 dias.
E um desses trabalhos só fui receber no dia 18 de novembro!!!!!
Por aí vocês imaginam como um freelancer "na área da cultura" vive.
Sobrevive seria a palavra mais correta, né?
E por que coloquei em destaque "na área da cultura"?
Porque se você chamar qualquer profissional freelancer para fazer um trabalho na sua casa, como um encanador, técnico em máquina de lavar, faxineira, eletricista, etc, NUNCA você vai cogitar em falar que vai pagar pelo serviço só depois de 30, 60, 90 ou até mais de 200 dias, né?
Ou falar: --- Te pago quando o artista me pagar o cachê do carnaval, ok?
Não existe essa possibilidade.
Na minha área, que considero "da cultura", isso é até comum!
Mas vou morrer falando que ISSO É UM ABSURDO!
Pois bem...
Vivendo desse jeito, é até complicado montar uma declaração de IR.
E para ser sincero, declaro IR desde 1998 apenas para ter uma comprovação de renda, pois isso sempre foi complicado na minha profissão. Comprovar uma renda, para ajudar numa compra à prazo.

A primeira declaração a gente nunca esquece.


Nunca contratei um profissional da área de contabilidade para fazer meu IR.
Sempre fiz uma média do que eu tinha recebido no ano, e em cima disso eu colocava o valor, mas nunca também considerei meus gastos nessas declarações. Ou seja... Praticamente todas as declarações que eu fiz, estavam erradas.
Mas até hoje, nunca tive problemas com a Receita por causa disso.
As declarações foram erradas porque eu não sei fazer, nunca fui de guardar comprovantes de despesas, de calcular direito quanto gastei de plano de saúde, etc.
E essas últimas declarações (2018, 2019, 2020) não fugiram dessa regra. Foram erradas também.
Foi a causa de eu não receber o auxílio do governo, e mesmo depois de eu retificar as duas últimas com a ajuda de um contador, não consegui receber o auxílio da Cultura pelo mesmo motivo, pois segundo o pessoal aqui da Secretaria de Cultura, meu nome ainda estava bloqueado na DataPrev por causa do valor declarado no IR.
Ahhh, enviei a declaração retificada na solicitação de revisão do meu caso, mas não serviu pra nada.
Vamos em frente, como diz meu amigo cantor.
E fui em frente.
Foi quando Janaísa me enviou o "esboço" do projeto que ela fez do Blog para o Edital de Criação, Fruição e Difusão LAB PE, da Lei Aldir Blanc.
Achei muito bem feito, e o mais importante: MUITO COERENTE!
Me animei ao ler o esboço, decidi por em prática, e fui atendendo às solicitações dela com relação aos documentos necessários para viabilizar o projeto.
Nunca fui muito fã desses projetos, como já falei lá em cima no texto, pois acredito que muitos são feitos visando exclusivamente o dinheiro que vão receber, e o que vai ser feito ou o prazer pelo que vai ser feito, ficam em um plano bem inferior.
E ganhar dinheiro com meu Blog nunca foi a razão para sua criação.
Escrevo aqui desde 2008 sem ganhar nada pra isso, só pelo prazer mesmo, de mostrar os bastidores dos meus trabalhos.
Tem até umas propagandas no Blog, que recebo alguns centavos quando alguém clica nos anúncios, mas eles só pagam alguma coisa quando esse valor chegar em 100 dólares.
Na última vez que dei uma olhadela, tava em 60 dólares.
Escrevendo desde 2008... Dá para notar que o dinheiro está em um plano bem inferior no quesito "motivo para escrever".
Ou seja... Nunca ganhei nada para escrever aqui até o mês passado, quando vi o depósito na minha conta Pessoa Jurídica (MEI) referente ao projeto aprovado.
Ele foi aprovado como Suplente, mas me falaram que todos os Suplentes seriam contemplados também.
Não iria mudar nada se o projeto não fosse aprovado, pois eu continuaria escrevendo para o Blog, como vou continuar depois dos 12 textos que terei que produzir para o projeto.
Vou parar de escrever quando não estiver tendo mais prazer com isso, e/ou quando achar que não estou ajudando mais ninguém com meus textos.
Também não posso negar que o dinheiro que recebi por esse projeto aprovado veio numa boa hora, principalmente por eu não ter recebido os dois auxílios citados anteriormente.
E confesso também, que se não houvesse uma remuneração, não acharia interessante colocar esse projeto.
Vou juntar o útil ao agradável.
Só não sei como vou me comportar para escrever para o projeto os 12 textos (agora, 11) com prazos e temas, pois nunca segui prazos, regras ou temas para escrever aqui.
Vai ser a primeira vez que vou escrever "por obrigação".
Normalmente escrevo sobre os trabalhos que eu participei, e todos sabem que os eventos estão praticamente parados desde março do ano passado!
E nesse ano de 2021 já estou vendo que não vou participar de um trabalho por semana, por três meses. Isso antes da pandemia já era difícil. Imaginem agora com os eventos proibidos...
Então, vou ter que ir atrás dos assuntos, coisa que nunca fiz.
Por enquanto, tenho dois assuntos que já sei que vou escrever. Um sobre um trabalho que fiz em dezembro, e outro sobre um trabalho de um amigo que eu fui ver, também no mês passado.
Os nove textos restantes, não tenho a menor ideia. Pois como falei, nunca escrevi por obrigação.
Até tenho alguns assuntos em mente, mas nada certo, só ideias.
Mas vou tentar fazer o que sempre faço nos meus trabalhos...
Me esforçar para fazer o melhor possível.
Vou me arrumar agora aqui pra ir vender as coxinhas, os pastéis, o caldo de cana, os sucos... Pois ainda estou ajudando meu amigo lá na lanchonete que ele inaugurou em outubro de 2020.
Fora esse trabalho aqui do Projeto da Aldir Blanc, estou fechando um trabalho com um estúdio, que deve resolver esse meu problema de não ter shows na pandemia, pois o trabalho de digitalização de acervo de vinil vai preencher todo o ano de 2021.
Fora o dente que quebrei no fim de 2020 comendo pipoca, acho que esse começo de ano vai ser promissor, mesmo com o danado do COVID-19.
Depois eu conto as histórias, e espero que eu me divirta, mesmo sendo por obrigação contratual.
Por causa desse projeto aprovado, recebi uma lista de todos os projetos feitos e aprovados, coisa que nunca tinha tido contato.
É gente, viu????
Com uma rápida "passada de olho" na lista, vi vários conhecidos e amigos do meio musical.
Não imaginava que era tanta gente.
Que bom que está ajudando muitos a divulgarem seus trabalhos
Como disse um amigo meu cantor um dia: --- Titio, o dinheiro está lá, e é para ser usado pra isso. Pagar projetos culturais. Por que não tentar aprovar um projeto?
Pois é...
Depois de ver essa lista, vou pensar mais sobre esse outro ponto de vista.
Só espero que a maioria daquelas pessoas na lista esteja fazendo o "negócio" com o prazer acima da remuneração, e que se divirtam do mesmo jeito que me divirto desde 2008, escrevendo para o meu Blog.
Um abraço a todos. 


terça-feira, 5 de janeiro de 2021

2020 - Arrebentado? Depende do ponto de vista!

Olá pessoal.
Essa da foto acima é Pepita.
Ela é a mascote da lanchonete onde estou desde outubro. O outro mascote é Dudu, um gato com cara de Don Juan, que vive saindo pela janela do caixa da lanchonete, para o passeio noturno, atrás de fazer novas amizades...
Eu ia até usar essa foto de Pepita, como uma analogia de como eu estava me sentindo ou me vendo, depois de 2020. Todo arrebentado (feio), mas depois de dois meses, já vejo a danadinha com outros olhos.
Ela tem vários apelidos carinhosos, como "Covid-19, Gremlin Depois De Molhado"... E por aí vai os elogios.

Gremlin no estado normal.

Para quem é novinho, Gremlins são personagens de um filme de 1984, criaturinhas lindas, carinhosas... Mas quando eram molhadas, se transformavam em monstrinhos horrendos e perversos.


Estrondoso sucesso de bilheteria, e com mérito! Steven Spielberg, pra variar.

Pois bem...
Como diz um amigo meu de Arapiraca, que foi na lanchonete e conheceu Pepita: --- Titio, ela é tão feinha, que é linda!
Pois é...
Já consigo ver a beleza da danada, com as perninhas finas, que lembram uma codorna.

Codorna.

Parece uma mistura de um cachorrinho Pequinês (lembram desse?), com uma codorna, um timbú e um Gremlin (depois de ser molhado).

Pequinês.

Mas não vou mais fazer essa analogia com Pepita, pra falar que eu estou todo arrebentado pelo ano que passou.

Timbú.

Até posso fazer a analogia, mas olhando pelo novo ponto de vista.
Realmente a pancada foi grande pra todos no mundo, e na minha área, estamos levando pauladas fortes até agora, pois não estamos conseguindo trabalhar.
Vou pensar que sou uma Pepita...
Pode até parecer que estou todo arrebentado pelo ano que passou, mas olhando bem, estou respirando ainda, vivo, conseguindo outros trabalhos, grandes prejuízos só financeiros, sem contrair o vírus até agora, e mesmo não conseguindo nenhum dos dois auxílios emergenciais (Governo e Aldir Blanc), um projeto do meu meu Blog feito por Janaísa Cardoso foi aprovado no Edital de Criação, Fruição e Difusão LAB PE, da Lei Aldir Blanc.
A próxima postagem aqui já dever ser resultado deste projeto, onde vou dar mais detalhes.
É isso.
Posso até está me sentindo uma Pepita, mas agora vendo pelo o outro ponto de vista.
Tou me sentindo lindo!
E com fôlego para passar mais um ano.
Logicamente, com todos vacinados, e os trabalhos voltando à normalidade.
Altos e baixos sempre vamos ter na vida. Isso aprendi muito cedo.
Mas essa pandemia saiu dessa normalidade de altos e baixos.
Pelo menos para quem não conheceu a danada da Gripe Espanhola, né?
Um abraço a todos.