sexta-feira, 16 de julho de 2021

Python, a tecnologia à serviço do trabalho - Medo? Eu não.

 

Olá pessoal.
Conversando hoje com João Menelau, que criou a ferramenta que está me ajudando no trabalho de digitalização na Fundaj, ele me confidenciou que ficou com um certo receio de eu ficar chateado, porque eu poderia achar que a ferramenta estava "tirando meu trabalho".
Essa ferramenta vai ser o tema do texto de hoje.
Lembram do Automator, que falei dele aqui em março desse ano, que me ajudava na nomeação dos tracks (faixas)?
Essa ferramenta que João criou, vai muito além disso!


Entrei em contato com ele ontem, para pedir alguns esclarecimentos básicos sobre como a ferramenta foi criada. Não vou entrar em detalhes mais técnicos sobre ela, pois estou bem distante do entendimento desse assunto.
Meu intuito maior aqui é mostrar como a gente pode ser ajudado pela tecnologia.
Só para lembrar o que fazia o Automator...
Eu criava os 4 arquivos de uma faixa de CD digitalizado, e ele simplesmente nomeava esses arquivos. Era muito arquivo para nomear, viu???!!!
Essa ajuda do Automator já foi indicação de Kiko (Estúdio Carranca).
Depois de um tempo fazendo isso, Kiko me falou que iria ver com um amigo dele, que no caso era o João, que é também o cunhado dele, se não poderia ser criado uma ferramenta de automação que fizesse todo o trabalho anterior ao de nomeação.
Eu duvidei, logicamente, mas... Para minha surpresa, depois de alguns dias ele me manda a ferramenta (que não tem nome) para eu testar.
Antes eu importava as faixas dos CDs para o Pro Tools, que já estavam em WAV (44.1 kHz/16 Bit). Lá dentro eu normalizava, e exportava essas faixas normalizadas, normalizadas em MP3, e normalizadas em MP3 mas editadas com apenas os 30s iniciais, já com as nomenclaturas corretas.
Com o Automator, eu deixei de fazer somente a última parte do processo, que era colocar os nomes corretos em cada faixa (track).
Já ajudou muito o aparecimento do Automator.
Mas como falei acima, essa nova ferramenta foi além!!!!
Para limpar as fitas K7. Conceito criado por Carlinhos "Prof. Pardal" Borges.

Orientado por mim e por Kiko, pois passamos para João como era feito todo o processo, ele criou um programa para automatizar esse processo anterior ao de nomeação, mas fazendo ainda essa nomeação no final.
E tudo fora do Pro Tools!
Ou seja... Eu não iria fazer mais nada (ou quase nada).
As faixas dos CDs já estavam prontas, com começo e fim, pois foram importadas digitalmente. Chamamos esse processo de copiar o CD digitalmente de "Ripar". As faixas foram ripadas.
Eu só tinha que nomear a pasta que continha as faixas do CD já em ordem (01, 02, 03, 04...) com o nome que seria impresso nas "audio files".

Colocava essas pastas dentro de uma pasta na minha área de trabalho chamada ENTRADA, e clicava no comando Iniciar Processamento.
Pronto. Agora era só ir fazer outra coisa.

Ao término desse processo, eu ia numa pasta chamada SAÍDA, e lá estavam todas as pastas processadas, com todas as faixas editadas, convertidas e nomeadas!
Para não dizer que eu não fazia nada, eu dava uma conferida nessas faixas no Pro Tools, antes de processar, para ver se encontrava faixas com defeito de ripagem, ou seja, com falhas.
Esse programa de automação foi criado no Python, usando a "linguagem de máquina", ou também chamada de linguagem de programação.
Esse Python pode ser usado em qualquer plataforma, como Windows, Linux, etc.
Nesse caso aqui, estou usando Mac OS, da Apple.
Outra coisa... O Python é usado em conjunto com o programa Terminal, que é uma ferramenta do MAC, que possui funcionalidade semelhante ao "Prompt de Comando" do Windows.
Mas eu não faço nada além do que clicar no comando "IniciarProcessamento.sh".
Sabendo que a plataforma que eu estava usando era MAC, João foi atrás de bibliotecas de áudio desse Sistema Operacional, para ver como é que funcionava o gerenciamento do áudio no MAC, e à partir dessas bibliotecas, ele montou a lógica do processo. Como normalizar, como transformar em MP3, como editar os primeiros 30 segundos da faixa e dar o fade out... E por fim, como colocar o nome correto em cada faixa processada.
Massa, né? Para não dizer: MUITO BOMMMMMMMMM!
Estação 1 de digitalização.

Para informações mais esclarecedoras sobre essa ferramenta que estou usando, deixe a pergunta ou dúvida nos comentários que ficam no final da postagem, que eu peço para João responder.
Qualquer um pode deixar comentários (ou críticas) nas minhas postagens. Não apago nada.
Como tá muito em moda a palavra atualmente, estou quase chamando o programa que João criou de Titio Fake, ou Fake Edit. (risos)
Mas como diz o ditado... Alegria de (operador de áudio) pobre dura pouco...
Acabamos com o processo de digitalização dos CDs, e agora seriam digitalizados Vinis 78RPM e fitas K7.
Aí mudou tudo, pois eu teria que editar começo e final, e também colocar quem era lado A e B.
Mas não demorou muito pra gente achar uma solução para continuar usando o Edit Fake (EF) sem precisar modificar muito as linhas de comando criadas por João.
Eu já fazia todo o processo bem rápido no Pro Tools, pois normalmente eu tinha que editar apenas 2 faixas, o lado A e o lado B. Diferente de um CD, que em vários casos passava de 20 faixas!
Combinei com Kiko que eu editaria as duas faixas e já deixava com o nome correto. E à partir disso o EF entraria em ação.
A nomenclatura das fitas era completamente diferente da nomenclatura usada nos CDs.
Existe agora lotes de fitas, ou seja... O lote da fita ABC_0001 poderia ser formado por 9 fitas, ou mais.
Nas fotos abaixo mostro o exemplo do lote PSN_0023, onde são apenas 2 fitas. 
Antes do Python processar.






















Depois do processamento do Python.






Então eu editava essas duas fitas no Pro Tools e exportava, colocando já quem era fita 01 e 02, e quem era lado A e B.
Depois disso, é só colocar a pasta dentro da pasta ENTRADA e clicar para iniciar o processamento.
Nesse caso agora das fitas, o título da pasta que eu colocar lá dentro de ENTRADA não vai interferir nas nomenclaturas finais. O programa agora repete a nomenclatura que está na audio file, só colocando o termo no final, depois de processar.
MP3 para o áudio convertido, N para o áudio normalizado e CLIP para o áudio de 30 segundos.
Para facilitar o reconhecimento visual, já coloco o nome na pasta de acordo com o lote em questão.
(Obs: Quando eu uso o termo em inglês "audio file", não tem acento no áudio, viu?
Antes que meu Amigo Carlinhos Borges venha me corrigir, como fez com "apostilha").
O Python trabalhando.
Bem...
O uso do EF está à todo vapor lá na Fundaj. E vai ser assim até o final.
Eliminou o movimento repetitivo, que é comum nessas edições.
Obrigado mais uma vez Kiko pelo interesse em tornar mais leve o meu trabalho de edição, e pela intermediação com João.
Espero que eu tenha explicado direito esse caso, pois não é muito fácil fazer isso usando palavras, mas eu não vou migrar para o vídeo, pois não tenho paciência para filmar e editar.
E numa das últimas vezes que usei uma câmera pra filmar um trabalho, levei um "esporro" do guitarrista e amigo Paulo Rafael. E com toda a razão! (risos)
Vou colocar abaixo dois vídeos que estão no meu canal do YouTube. 
O primeiro mostrando o processo de higienização das fitas K7, e o segundo mostrando o Python em ação.


E só para finalizar, ratificando...
Não. Eu não tenho medo que a tecnologia me substitua. Pode substituir um dia? Pode.
Mas até lá, vou usá-la sem receio para ajudar nos meus trabalhos. Sempre!
Um abraço a todos.

sábado, 10 de julho de 2021

Mudança de Palco 119 - Clive Davis.


Olá pessoal.
Ontem aqui em casa, mais uma vez teve sessão de filmes na Netflix. Vi dois documentários.
Um que eu já tinha visto, e é muito legal, mas vim aqui falar do segundo que vi logo após, que foi dica do meu Amigo Rogério (PA de Alceu Valença).
Ele já tinha me falado desse documentário na semana passada, mas tá difícil eu ver algo durante a semana, pois estou acordando muito cedo.
Ontem aproveitei o vinho e fui na Netflix.
Esse documentário mostra a trajetória de Clive Davis, um produtor/diretor (ou seria diretor/produtor?) que começou sua carreira na música dos EUA no final dos anos 60.
Mesmo sendo chamado de "tirano" pelo Ed Motta, num comentário que ele fez na internet, falando que não conseguiu ver até o final, achei muito legal o documentário, e resolvi indicar aqui.
Não sou artista, e realmente o ponto de vista entre eu e Ed deve ser completamente diferente, né?
O título original é: The Soundtrack of Our Lives (A trilha sonora de nossas vidas).
Muito melhor que o título colocado na nossa língua, não acham?





Deixando de lado essas traduções, vim aqui deixar essa dica de um bom "filme" para ver, principalmente para quem trabalha com shows e eventos.
Falei bom filme porque o documentário é tão bem montado, que parece um filme normal.
A Netflix tá craque nisso.
Com certeza, você vai notar que muita música e/ou artista que você gosta, apareceu por causa do Clive Davis. Ele ajudou na trilha sonora da sua vida, você vai ver.
Por isso que o título original tem muito mais a ver com o documentário, do que o fraquinho "Nosso Ritmo".
Já indiquei outro documentário sobre (quase) o mesmo assunto numa postagem bem anterior, que foi o de Quincy Jones.
O Quincy está mais para produtor musical (genial, para ser mais justo), e o Clive está mais para diretor de gravadora.
Mas ele interferia na criação dos artistas, por isso a "revolta" do Ed Motta.

Os dois estão vivos ainda, viu?
E se você não viu ainda o de Quincy Jones (Netflix), veja, pois é espetacular.

Na minha opinião, não dá para comparar Quincy com Clive, pois o primeiro é um Gênio, mas fico com a frase que um concorrente dele de outra gravadora falou no documentário: "Certamente, qualquer um que fosse capaz de vender milhões de álbuns de um guitarrista de rock de 50 anos que não cantava nada, ganharia minha eterna admiração".
Não é uma verdade?
Esse guitarrista em questão era Santana.
Um abraço a todos.