terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Carnaval 2010 – Ótimos trabalhos (quase todos) e ótimas recordações! Parte I

Olá pessoal.

Como vocês viram na minha agenda que coloquei em texto anterior, fiz oito eventos neste mês de fevereiro. Seis shows de Silvério Pessoa, sendo dois no começo do mês, três nos dias de carnaval e um na quarta-feira de cinzas. Fora isso, fiz dois eventos para a PA Áudio em Olinda. Não trabalhei no sábado de carnaval. Por incrível que pareça, neste dia acabei indo parar em Olinda. Não para trabalhar, mas como um folião! Isso mesmo! Podem acreditar! Quem me conhece, sabe o porquê das exclamações. Tirei até foto para comprovar. Nem sei onde estão estas fotos, pois foram tiradas em uma máquina que não era a minha. Acho que estão na máquina de André Julião, músico da banda de Silvério Pessoa, e responsável direto por esta minha ida à Olinda (nem sei se é para usar crase aqui, mas...). Fui tentar lembrar a última vez que fui à Olinda como folião... Só me recordo da minha Turma do Hipódromo. Turma com T maiúsculo mesmo. Grandes farras fiz com este pessoal, e ainda faço com alguns ainda. Agora com as esposas e filhos juntos! Estas farras de carnaval aconteceram há mais de vinte anos! Fazíamos uma cotinha para comprar uma sucata de carro, mas que ainda conseguia rodar. Meu amigo Pedro era o responsável pela escolha do carro e por fazer ele andar! Lembram (pelo menos aqui em Recife era assim) que antigamente saíamos num carro velho, caindo aos pedaços, para brincar o carnaval?? As bombas feitas de canos de PVC com cabo de vassoura e a borracha da sandália Havaiana. Enchíamos estas bombas com água para molhar o povo na rua. Abaixo, algumas fotos de farras com esta turma inesquecível! Levei muita carreira de gente que não gostava da brincadeira! Pois foi neste tempo que brinquei carnaval em Olinda pela última vez. Íamos com este carro completamente lotado de gente (ou doidos?) para Olinda. Para vocês terem uma idéia, a única visão que o motorista tinha era três palmos da frente, pois a pessoa que ficava em cima na capota completamente amassada era obrigada a abrir as pernas para ele poder enxergar a estrada! Qualquer outro lugar fora este era preenchido por corpos! Pedro era também o único que dirigia a “coisa” sempre! Faço farra com Ele até hoje. Grande Amigo! Boas recordações. E estas recordações vieram à mente na hora em que seguia de ônibus pela Avenida Agamenon Magalhães em direção à cidade histórica. Foi muito bom voltar lá. Obrigado Andréziiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiinho. Obrigado por ajudar nestas recordações.

Meu primeiro trabalho do mês foi exatamente em Olinda, na semana que antecedia o carnaval. Fiz dois dias (não seguidos) de evento como free-lancer para a empresa PA Áudio. Fui requisitado mais pelo fato de não ter muita gente em Recife acostumado a trabalhar com a mesa digital Venue da Digidesign (agora Avid). Deveria aproveitar mais esta minha vantagem atualmente. (risos)

Sobre o evento não teria muita coisa para falar, pois foi tudo tranquilo nestes meus dois dias de trabalho... A não ser... Pela equalização maluca que o operador de monitor de um artista de renome nacional fez. Por achar que eu iria demorar mais para escrever sobre o carnaval, resolvi comentar este fato rapidamente no texto anterior Rapidinha 47. Quem quiser ver as fotos, veja lá. Não esquecerei nunca a cara de horror do artista durante todo show! Era impossível mesmo alguém escutar algo depois de uma mexida daquela nas vias dos monitores de chão. Soube por um amigo que rolaram cabeças depois deste show. Sinceramente falando, merecia ser dispensado mesmo. Estava ocupando um espaço sem merecer. Subestimo-me às vezes.

Para variar, não tenho nenhuma foto deste evento. Advinha? Exato. Meu filho ficou com a máquina e não consegui pegar mais uma vez.

Entre estes dois dias de evento em Olinda, teve um show de Silvério Pessoa para um bloco de carnaval num bairro do Recife. Sabia que a estrutura era simples. Já fui preparado. Já tinha ouvido falar sobre esta festa e os comentários foram os piores possíveis. Uma mesa só ao lado do palco para fazer PA e monitor e sistema de som deficitário para o tamanho do público. Minha única exigência foi que tivessem duas mesas e a mesa de PA era para ficar na frente. Normando (que faz o monitor) me falou que estava tudo acertado sobre isso. Ele mesmo falou por telefone anteriormente com o dono da empresa de som.

Estava? Claro que não! Só tinha uma mesa quando chegamos ao local. Vamos tentar resolver. Onde colocar a mesa na frente? No lugar onde eu queria não podia porque não poderiam tirar as mesas de bar que foram reservadas antecipadamente. Eu estava pensando que a outra mesa não viria, e já estava decidido a não esquentar a cabeça mais com isso. Deixa a mesa no lado do palco mesmo e “vamos em frente”. Mas Normando me falou que a outra mesa já estava vindo, aí a coisa mudou... Coloca então atrás daquela árvore que ela até me protege dos foliões, falei. Não teria mais nenhuma proteção fora a árvore. Enquanto montávamos nossos equipamentos, eu coloquei minha velha música para ajustar o som das caixas do PA ao meu gosto. Sabia que aquele som não era capaz de dar conta do espaço, mas eu já sabia disso. Sou um novo homem. Vamos fazer. Já discuti várias vezes este assunto com amigos operadores, e achei coerente uma opinião. Somos pagos para fazer o trabalho. Se o equipamento é fraco, não interessa. Temos que fazer o melhor possível para acontecer. Somos pagos para isso, não para decidir se dá ou não para fazer o show. Conversando num fórum de um site (tipo um Orkut) só de operadores de áudio, incluindo operadores de artistas como: Ivete Sangalo, Jota Quest, NX Zero, Roupa Nova, Fábio Jr e muitos outros artistas de renome nacional, tocaram neste assunto. Teve operador que falou que disse que não dava para fazer o show por causa do equipamento e a produção do artista falou que tinha que fazer assim mesmo! Estou relaxando mais neste quesito. Sabia que o som não daria conta do recado, mas faria o melhor possível para acontecer. Só exigi o mínimo necessário para poder trabalhar. Passei o som e vi que daria para acontecer, mas muita gente não iria ouvir direito, como havia previsto. Era muita gente na festa. Estava previsto também que seria outra banda que abriria o evento, mas conseguimos convencer a organização do evento que seria muito complicado desarmar e desligar nossas coisas para a outra banda começar a tocar e ter que remontar e ligar tudo novamente para começar nosso show. Ficou decidido que Silvério Pessoa seria o primeiro show. Decisão acertadíssima!

O show começou e eu fui vendo (ouvindo) até onde poderia ir com o volume. Quando as caixas começaram a parar por causa da proteção que elas possuem, baixei o máster e fiquei todo show naquele volume. Chegava bem até uns metros depois da minha mesa, o resto da galera mais afastada ficou sem ouvir direito mesmo. Quem quiser o áudio (quase completo) deste show, é só seguir este link:

http://www.4shared.com/file/217831268/bb54d284/Chocalho_do_Neno_02-2010.html

O show foi muito legal, mas o espaço no meu pendrive acabou e não consegui gravar todo o show!

Próximo show em João Pessoa, PB. Muriçocas do Miramar. Trio elétrico! Ai. Odeio trio elétrico.

Passei vários anos trabalhando com uma Banda que fazia muito trio elétrico. Versão Brasileira. Mas eu nunca operei o som do trio. Como fazia o monitor da banda, e naquele tempo era só uma mesa (atualmente ainda tem muitos trios que só usa uma mesa!), eu ajudava o operador de PA da Versão ficando embaixo com um rádio comunicador dando uns palpites na mixagem. O operador de PA da Banda é quem ficava lá em cima operando. Passei anos fazendo isso.

Por esta razão não sabia direito como seria o resultado sonoro agora que estava sozinho.

E este seria também o primeiro show de verdade de Silvério Pessoa com a banda dele. Nas outras ele apenas participou como cantor e cantou poucas músicas!

Já no primeiro contato com o técnico do trio, ele me falou que seria bom eu usar o bumbo de bateria do trio, pois o carro foi alinhado com este bumbo como referência. Para que complicar mais não é? Sem ter muita certeza da minha decisão, falei que não precisava, faria com o nosso bumbo de bateria mesmo. (risos)

A mesa era antiga. Bem antiga. Para ser sincero, era a cara da Banda Versão Brasileira, pois esta mesa era muito usada no final dos anos 80 e começo dos anos 90. (risos)

Levei só um sistema de fones para facilitar meu trabalho. Todos de fone. Sempre!

Coloquei minha Lisa Stansfield para tocar no CD player e fui ouvi lá embaixo o som do carro.

Fiquei assustado com o som das laterais. Tinha algo errado. Pouco som. A frente e o fundo tinha som suficiente, mas as laterais... Ai meu deus... Só porque não gosto de trio elétrico, é?

Não tinha nem muito tempo para ficar ajustando. Subi, conversei com o técnico do trio e fizemos alguns ajustes possíveis. Corre-corre para montar tudo e ligar tudo. Tudo em trio é mais complicado. Fui passando o som do trio com a banda e fazendo o monitor ao mesmo tempo. É... Esqueceram que é só uma mesa? Produção! Cachê dobrado da próxima vez, viu? E pelo resultado final, tudo indica, infelizmente, que haverá próxima vez. (risos)

Fui tentando me acostumar em ouvir o som de cima das caixas. É assim em trio. Ficamos em cima das caixas. Desci ainda umas duas vezes para ouvir como estava soando tudo lá embaixo. As laterais ainda não estavam como deveriam, mas daria para fazer.

Depois de passar tudo, esperamos só alguns minutos para começar o passeio sonoro. Vamos começar. Vai chover! Corre para cobrir o trio! Não tenho saudade nenhuma de trio elétrico!

Só faltou o percurso ter um monte de fio energizado para dar mais emoção. Ufa! Tinha não. Era uma reta só e sem fios. Seguimos sem nenhum contratempo. Como eu tinha muito som na frente e no fundo, os outros trios não se aproximaram muito, pois iria complicar para eles. Mas mesmo assim ainda teve muita mistura de sons! Foram 3 horas de percurso (show). Pensei que seria até mais. Chegamos ao final mais rápido do que eu esperava. A produção me falou depois (nem lembro se foi em outro dia) que Chico César comentou que os melhores trios que ele “ouviu” foi o de Elba Ramalho e o nosso. Quem sou eu para discordar de Chico César, não é?

Fui dormir com os ouvidos apitando! Mais uma vez não tenho nenhuma foto.

Próximo show, Praça do Arsenal em Recife. Domingo de carnaval! Chegamos cedo para montar e passar o som, mas a equipe da empresa de som não chegou tão cedo assim. Esperamos um bom tempo para começar a trabalhar. Neste show de Silvério Pessoa, teríamos a participação de Fernanda Takai (Pato Fu). Coloquei mais uma vez meu CD para tocar e ajustei o PA ao meu gosto. Era um line array Staner. Dias atrás presenciei um operador colega meu se dar muito mal num evento com este line array. Estava muito ruim o som. Por este line não ser processado e nem amplificado, o resultado final depende muito dos amplificadores usados e dos cortes dados no crossover pela empresa de som. Este aqui da Praça do Arsenal estava “falando” muito melhor do que o do meu colega que se “lascou”.

Mesmo eu mandando nosso rider antecipadamente com nossas necessidades técnicas para o show, não existia um sistema de fones no palco. Tivemos que esperar a produção do evento resolver. Normando não iria fazer o monitor de Silvério durante o carnaval, pois ele fechou um trabalho para coordenar o palco do Marco Zero no Recife Antigo, maior palco do carnaval da cidade.

Kiko Klaus foi o escolhido. Nem dei meu aval, pois nem sabia que ele estava trabalhando com isso. Conhecia-o apenas como cantor há muitos anos atrás. Nunca tinha trabalhado com ele como operador. Mas ele se saiu bem. Muito bem, diga-se de passagem. Normando passou as cenas de monitor que tinha para ajudar Kiko no sound check. Mas a mesa não leu as cenas no pendrive porque estavam dentro de uma pasta. Passei as cenas para meu laptop e transferi novamente para o pendrive sem colocar em pasta nenhuma. Problema resolvido. Passamos o som e fomos para casa aguardar a hora do show. Antes de sair, pedi ao técnico da empresa de som dois cabos de microfone para eu gravar o show usando minha placa de áudio. Ele desculpou-se e falou que não tinha mais cabos sobrando. Estamos sempre no limite nestes palcos descentralizados. A rampa que passava na frente do palco tinha quase a mesma largura do palco!

O show foi excelente e em nada lembrou o som ruim do line array que tinha ouvido dias atrás. Não é a minha preferência dos lines nacionais, mas é muito melhor que um “caseiro”. Pena ter faltado cabo porque o show merecia ser gravado. A participação de Fernanda Takai foi excelente também. Perfeito.

Segui para Aracaju no outro dia...

Prometi a mim mesmo que não iria mais beber durante a semana. Passei quase ileso pela segunda-feira. Só falei QUASE porque tive que resistir. Os convites para reuniões e festinhas são muitos. E eu ainda tenho uma garrafa de vinho na geladeira que sobrou da grande farra na praia de Serrambi que fiz neste final de semana que passou (mais uma vez!). Estou inchado. Como diz uma amiga, sou o Pança! Voltei aos meus noventa quilos!

Já estou providenciando a compra da cesta básica e me programando para começar a caminhar. Já vi até a quem dar a cesta. O problema maior tá em começar as caminhadas mesmo. Amanhã já vai ser difícil, pois já entrei na madrugada escrevendo este texto que achava que seria um resumo, mas já vi que vou ter que dividir em duas partes porque não vai caber só num tópico no Blog. Dá problemas. Tem um limite de texto e fotos por tópico. São duas horas da manhã!

Sabe de uma coisa?

Vou dormir! Sem tomar o vinho! Nem falei muito do meu lado pessoal. Deve ser o vinho mesmo (a falta dele).

Amanhã termino isso. OBS: Consegui as fotos da minha presença em Olinda. O retorno depois de mais de 20 anos!