domingo, 19 de junho de 2022

Palco do Polo Raízes do Coco em Arcoverde - Fazia tempo que eu não sofria tanto!


Olá pessoal.
Um dia desses, um amigo meu baterista me perguntou se eu não me preocupava em falar abertamente no meu Blog, principalmente informando o nome do artista com quem eu estava fazendo o trabalho?
Respondi que não, que eu não estava escrevendo sobre o show do artista, e sim do meu trabalho, que faço com inúmeros artistas.
Nunca vou falar que um artista cantou mal, que a banda não estava entrosada, que o cantor meteu o pedestal na cabeça do baterista que estava tocando lento...
Nunca a intenção do Blog foi essa, e nunca vai ser.
Sempre vou falar do que aconteceu comigo, e se eu gostei do show, geralmente eu falo.
Se achei uma merda o show, nunca vou falar isso no Blog.
Não sou crítico de música (ou shows). Sou um operador de áudio mostrando o que acontece nos meus trabalhos, sempre olhando para a parte técnica.
Se a banda não toca bem, ou o cantor faz isso ou aquilo na vida pessoal dele ou até no palco, não me interessa.
Meu único compromisso é fazer soar muito bem o som do PA ou do monitor, independente do artista que está me contratando.
Fico mal quando não consigo isso, seja com Alceu Valença ou com uma banda de bairro que foi tocar no palco onde eu era contratado pelo evento.
Fico mal mesmo.
Já deixei um evento no São João na Praça do Arsenal (Recife) onde eu estava fazendo o som do PA, por causa dos colegas técnicos que estavam no palco e relaxavam absurdamente quando a atração não era "de nome".
Liguei para o dono da empresa de som, meu Amigo Normando Paes, e falei que não iria mais trabalhar no evento, por falta de compromisso do pessoal do palco.
Tudo isso por causa de uma "bandinha de bairro" que eu estava fazendo o som do PA.
Não me interessa quem está tocando. Nunca me interessou.
Quero fazer muito bem feito o trabalho pelo qual fui contratado.
Vou aproveitar a opinião do meu amigo baterista, e não vou falar o nome do artista que fui fazer o monitor em Arcoverde, no Polo Raízes do Coco, mas acho besteira, pois é muito fácil saber com quem eu fui.
E minha opinião nunca está ligada aos artistas com quem trabalho. É uma opinião minha!!!!
Nesse caso aqui, nunca fiz antes um trabalho sequer com essa Banda, e acabei virando fã, pois fizeram o show na raça!!!!!
Nunca fui fã da FUNDARPE e/ou EMPETUR. Nunca! Mas isso eu já falei várias vezes!
E por vários motivos: Demora no pagamento dos cachês, horários que colocam os artistas locais, falta de hospedagem para esses artistas locais, valores dos cachês desses artistas locais, estruturas montadas muito aquém do ideal etc, etc, etc...
Notaram a repetição das palavras "artistas locais"?
Já falei isso várias vezes para amigos e aqui no Blog mesmo.
Academia da Berlinda até falou recentemente sobre esses cachês defasados (para os artistas locais!).
Posso garantir que a lista de artistas que pensam igual a Academia é grande, mas poucos (nenhum?) tem coragem de falar.
Essa não vai ser a primeira vez que vou de encontro a atitudes da velha FUNDARPE e/ou EMPETUR.
Parece que não vai ser a última, infelizmente.
Estou achando que gostam de críticas, feito a COMPESA.
COMPESA é jogo duro também.
Vamos voltar para o sofrimento no meu trabalho.
Duvido muito que Elba Ramalho vai ou foi fazer o show em Arcoverde sem hospedagem...
Em outro palco, logicamente.
Já pensou Elba fazendo um bate e volta, comum para os artistas locais? (risos sem graça)
Como não teríamos hospedagem, fica difícil você ir bem mais cedo para passar o som, e ficar na calçada levando sol e chuva na cabeça, ou sentado na van toda fechada, esperando pela hora do show.
Por isso, foi decidido que a gente não ia passar o som, que chegaríamos perto da hora do show, e faríamos apenas um linecheck antes do show.
Fiz até uma cena inicial da mesa digital, para agilizar o serviço na hora do "vamos ver".
A intenção era usar fones em todos os músicos.
Mas ficou só na intenção mesmo...
Tudo estava atrasado no palco do Polo Raízes do Coco.
Quando chegamos, a segunda atração da noite, Karynna Spinelli, estava passando o som ainda.
Resumindo... A segunda atração da noite foi quem abriu a noite.
A primeira atração, que era um coco, virou segunda atração, e a banda com quem eu fui ficou na mesma posição da programação (terceira), e depois da gente tinha outra atração para finalizar a noite.
Só que os horários foram "para o espaço!".
Mas o problema maior nem foi esse.
A estrutura do palco estava com vazamento de corrente elétrica!!!!!
Aí a coisa complicou mais.
Não sei se a produção de Karynna estava sabendo desse detalhe, mas ela subiu normalmente no palco.
E não fiquei sabendo de choques durante o show dela.
Mas a nossa produção passou o problema para os responsáveis pelo evento, e chegou eletricista lá para ver se resolvia.
Durante esse tempo de espera, fiquei sabendo que esse vazamento já tinha aparecido no início da montagem, e tinham falado que foi resolvido. 
Mas... Não foi.
E o tempo foi passando...
Depois de Karynna, a banda de coco subiu ao palco.
Várias crianças faziam parte dessa banda, e soube depois que tinha criança descalça na apresentação. Fazia parte do trabalho.
Não sabiam do risco que estavam correndo.
Enquanto isso, os eletricistas estavam ainda tentando aterrar o palco satisfatoriamente.
Acabou o show do coco, e ouvi uma das crianças na descida pela escada do palco falando que tinha levado choques durante o show.
Fui lá no camarim do coco com minha produtora, e chamei o menino, que não deveria ter 12 anos, e perguntei pra ele sobre o choque.
Ele respondeu: --- Foi, levei choque, mas foi de leve.
Ah tá...
Chegou a nossa hora.
Abrir um parêntese aqui...
Só ficamos sabendo do vazamento de energia no palco por causa de Adriano Duprat, que foi fazer o som do PA.
Ele anda com uma chave teste, onde informa a voltagem que está vazando. Vou até comprar uma igual.
Foi ele quem comprovou o vazamento, ao encostar o teste na escada do palco.
No vídeo abaixo, Adriano usando a ferramenta.

Ele disse que sempre faz esse procedimento nos seus trabalhos.
E eu vou incluir nos meus também.
A nossa produção estava conversando com a banda e com os organizadores do evento, para ver se a Banda subiria ou não no palco para fazer o show.
Por causa desse vazamento, decidimos não usar os fones com fio na banda, e foi aí que me lasquei no trabalho.
A decisão da banda foi correta, pois quanto menos contato com cabos em cima do palco, menos riscos de choques.
Enquanto a gente montava nossas coisas no palco, e eu tentava ajustar a mesa de som para fazer o monitor com as vias que eles tinham no palco, tiveram que desligar o gerador, pra mudar alguma coisa, pra ver se amenizava o vazamento.
Foi uma novela...
E o tempo passando...
Pela foto abaixo, vocês vão poder notar a quantidade de gente que ficou aguardando.

Ou seja... Todo mundo foi embora.
Quando falo todo mundo, imaginem 50 pessoas no máximo, que era o público vendo o primeiro show.
Difícil alguém sair de casa na chuva para ver alguma coisa naquele palco, onde nem as barracas de comes e bebes estavam funcionando.
Passamos rapidamente o som, depois do aviso que o vazamento estava mínimo e começamos o show. Nem sabia que existia esse vazamento "mínimo".
Público, só a família do baterista.
Foi aí que me tornei fã da Banda.
Fizeram o show na raça, com um monitor sofrível.
Só tinha 2 vias de monitor no palco, mais o side.
As caixas do side na altura da cintura dos músicos, que só quem tocasse sentado iria ouvir bem alguma coisa.
Foi um sofrimento para a banda e para mim também, pois não consegui fazer um trabalho legal.
Mas com todo esse sofrimento, a Banda fez o show completo, para a família do baterista que estava na frente do palco!
Essa empolgação da Banda me cativou.
Mesmo o pessoal da Banda me agradecendo na volta pelo trabalho, sei que ficou muito longe de ter sido um resultado legal.
Eles que foram muito "raçudos".
E eu pedi hoje para o produtor agradecer à banda pela atitude no palco.
Parabéns mais uma vez para a FUNDARPE e/ou EMPETUR pelo serviço prestado.


Me lembrei da COMPESA na hora quando vi o banner de vocês no palco em Arcoverde.
Um dia isso deve mudar. Acho.
Vejam no vídeo abaixo, como o palco estava bem "estaiado".


Se serve de consolo, ninguém da nossa turma levou choque!!!!
Ahhhhh!!! E a última atração?
Foi embora pra casa sem se apresentar, logicamente.
Um abraço a todos.

quinta-feira, 16 de junho de 2022

Curiosidade no acervo da FUNDAJ - Pausa analógica.

Olá pessoal.
Em abril desse ano, encerrei o trabalho de digitalização do acervo sonoro da FUNDAJ, pelo Estúdio Onomatopeia.
Foi mais de um ano digitalizando, e já tinha participado desse mesmo trabalho em 2017/2018, também pelo Onomatopeia.
E nesses trabalhos, me deparei com várias curiosidades.
Pegamos vários formatos de discos, feitos de diversos materiais, e até já devo ter falado deles em textos anteriores.
Por exemplo, eu lembro que falei do disco que tocava do final para o início no "Parece mentira, mas foi verdade!".
Discos coloridos eu já tinha tido contato quando fui DJ no final dos anos 80, o que não me causou surpresa ao encontrá-los nesses trabalhos.
Nos deparamos com discos em vários formatos, como esse da foto abaixo em forma de sino, produzido para as festas de fim de ano.

Já peguei um disco feito de papelão, produzido para a campanha política de Jânio Quadros...
Achei o texto de 2018, onde falo dessas curiosidades. Clique AQUI para ler a postagem do primeiro trabalho lá na FUNDAJ.
Vim falar hoje aqui de uma curiosidade que encontrei nesse último trabalho em 2021/2022.
Tirei as fotos no dia em que me deparei com o disco "estranho", mas acabei escrevendo sobre outros assuntos.
Mas não poderia deixar de falar desse caso, porque nunca tinha visto algo parecido.
Não apaguei as fotos do celular porque eu queria falar sobre o caso de todo jeito, e resolvi escrever hoje.
Eu estava editando os áudios digitalizados, quando um dos meus amigos que era responsável por essas digitalizações, me chamou a atenção para os espaços gigantescos entre as faixas de um disco.

Dei uma olhada no disco e não consegui entender do que se tratava.
Continuei editando os áudios.
Não demorou muito para meu amigo achar a razão dos grandes espaços entre as faixas.
Ele estava digitalizando, e depois da primeira faixa, ele achou estranho a demora para começar a outra faixa, pois ele sempre tem que marcar onde começa cada faixa, para eu me guiar nas edições.
Esperou, esperou, esperou.... E nada de começar a outra faixa para ele colocar a marca!
Oxe. Não passa para a outra faixa!!!!
Ahhhhhhhhhhh!
Tá explicado.
A agulha fica ali presa, em loop, e não segue em frente.
O usuário tem que levantar o braço com a agulha e colocar mais na frente.
Falei na hora: --- Criaram uma pausa analógica!!!!!
Na foto abaixo, o áudio contínuo que chegava para mim, onde eu editava faixa por faixa.
Logo acima da "waveform" (forma de onda), ficam as marcações em amarelo, indicando o início de cada faixa.
Mas na própria forma de onda, dava pra "ver" onde cada faixa começava, por causa dos picos produzidos pela mudança manual das faixas.

Clique na imagem para ampliar.

Aí peguei a capa do disco para dar uma olhada.
E estava lá a explicação.
Tinha um propósito, como vocês podem ver na foto abaixo do texto que estava estampado na capa.

Mesmo com meu inglês chulo, entendi o propósito.
Mas traduzi aqui para vocês, usando o Google Tradutor.
"Para facilitar o uso dessa gravação em sala de aula, as seleções individuais são separadas umas das outras por ranhuras travadas. Ao final de cada seleção, a caneta de gravação (no caso, a agulha) permanecerá na ranhura travada até ser movida manualmente".
Eram aulas de música.
Making Music Your Own (Fazendo sua própria música) - Silver Burdett (1965).
É uma coleção formada por 7 discos.


Achei muito interessante a ideia, principalmente por ter sido em 1965!
Pausa analógica.
Esse termo foi eu que inventei na hora. Foi a primeira coisa que veio na cabeça!
Fica então registrado aqui essa curiosidade que eu achei interessante.
Espero que vocês tenham achado interessante também.
Um abraço a todos.

segunda-feira, 6 de junho de 2022

Moises - A resposta SIM, para a pergunta que sempre me fizeram, chegou!

Olá pessoal.
Durante todos esses meus anos no mundo do áudio, me perguntaram infinitas vezes uma coisa:
--- Titio, tem algum programa para tirar a voz de uma música?
E eu sempre respondi: --- Não. Que eu conheça, não tem nada que faça isso satisfatoriamente.
Pois bem...
Não tinha!
Agora tem.
Moises.
Eu estava numa farra num barzinho na quarta-feira passada, quando numa conversa com Cássio Cunha (baterista de Alceu Valença), ele me mostrou o aplicativo Moises.
Nem me lembro qual foi o motivo que fez ele me mostrar essa ferramenta.
O nome é horrível, para um programa que trabalha com áudio, né?
Mas não quero saber a razão para esse nome. Não tem a menor importância, principalmente depois de eu ver (ouvir) o que o aplicativo é capaz de fazer.
Eu tinha visto alguns vídeos de Cássio na internet, onde ele toca em cima de bases de músicas conhecidas, muitas de Alceu, e eu ficava imaginando como ele estava fazendo isso.
Como ele estava tocando com todos os outros elementos da música, como baixo, gtr, teclado, sem o som da bateria???
Assim que ele me mostrou o aplicativo no celular, falei na hora:
--- Ahhhhhhhhhh! É assim que você faz aqueles seus vídeos tocando na internet, né?
Ele riu, e seguimos na conversa de explicação do aplicativo.
O Moises não tira só a voz!!!
Moises no celular.

Ele pode tirar a bateria, pode tirar o baixo, a guitarra... É impressionante.
Não fiz testes mais apurados para conferir a qualidade do áudio processado, comparando com o áudio original, mas já fiquei impressionado na primeira audição.
Mas vi no site do Moises, um produtor renomado aqui do Brasil afirmando que retirou de uma música mixada a voz de uma cantora (também renomada), para fazer uma regravação mais atual da música. Ou seja...
Pode-se afirmar que dá para usar em trabalhos profissionais!
Como funciona a "coisa"?

No detalhe, no laptop, as 4 faixas separadas da música que enviei.

Você, no aplicativo do celular ou no site, envia a música, e eles devolvem essa música em faixas separadas, onde uma é a voz, outra é a bateria, outra é baixo... E assim vai.
Não sei qual é o limite de "faixas" separadas.
No teste que eu fiz, como usuário sem pagar pelo serviço, pude escolher 4 faixas.
Voz, bateria, baixo, teclados.
Tem um Plano Premium, onde pode pagar por mês (R$ 16,90), ou por ano (R$ 164,90).
No plano gratuito, o usuário tem limitação de várias coisas, como a quantidade de músicas que pode enviar para eles separarem as faixas.
Acho que no gratuito só tem direito até 4 faixas e no Premium podemos ter até 5 faixas separadas.
Por enquanto, vou ficar no gratuito, pois até agora não precisei muito dessas ferramentas nos meus trabalhos, mas não descartei a possibilidade de pagar pelo serviço.
Ahhhhhh! Antes que eu me esqueça...
Além do usuário poder abrir ou fechar faixas, ele pode ter um metrônomo da música, baixar ou subir o tom dessa música etc.
Para músicos, que estão sempre ensaiando novas músicas com vários artistas, ou para esses músicos darem aula do instrumento, acho uma ferramenta indispensável, e não custa quase nada pagar por isso.
Então...
Para quem sempre me perguntou: --- Tem algum programa ou aplicativo para retirar a voz de uma música?
Agora, vou poder responder: --- Sim!!
Moises.
Para mais detalhes da ferramenta, clique AQUI.
No vídeo abaixo, eu faço uma breve demonstração da ferramenta.


Um abraço a todos.