terça-feira, 24 de março de 2009

Rapidinha 7 - Finalmente o Blog está atualizado com os shows.

Olá pessoal. Finalmente consegui sincronizar o Blog com o último evento em que trabalhei (ufa!). Trabalho agendado agora só no começo de abril. Show de Sir Rossi no UK Pub no dia 4. Não sei se farei o Abril Pro Rock este ano, pois o evento deu mais uma enxugada na estrutura e logicamente na mão-de-obra. E também ainda não está confirmada a turnê 2009 na Europa de Silvério Pessoa, que seria no fim de maio. O trabalho no navio que eu poderia fazer agora depois do carnaval também não aconteceu. Enquanto isso, Silvério Pessoa está montando um show novo, agora totalmente em cima da obra de Jackson do Pandeiro, uma de suas influências musicais. Se aparecer algum assunto interessante, eu comento aqui no Blog, caso contrário só vai ter texto novo depois do dia 4 de abril. O Blog está passando das 5000 visitas. Obrigado a quem sempre dedica um pouco do tempo para ler o que escrevo. Um abraço a todos.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Quinta-feira, 19 de março – Show Portátil de Silvério Pessoa em Caruaru – A mesa de som da frente sumiu!

Olá pessoal.

Liguei para o nosso produtor para saber algo sobre o sistema de som que estaria em Caruaru, pois não teve nenhum contato e eu não sabia se estava tudo certinho. Ele falou que já tinha entrado em contato com o responsável do som e o mesmo falou: “Diga ao seu técnico que não vai ser o melhor som que ele já pegou, mas também não vai ser o pior”. Não posso negar que esta frase me incomodou. O que eu iria encontrar? Como este show portátil é bem mais simples que o show normal de Silvério Pessoa, não esquentei muito com a frase. Se fosse o show normal, com certeza eu ligaria na hora pra saber o que aquela frase representava. Sabia que iria ter duas mesas no local. Pelo menos foi isso que a produção me passou. Ok, vamos levar Normando para fazer o monitor.

No dia anterior ao show, ou seja, na quarta-feira, enquanto eu estava bisbilhotando o sound check do show de Frejat, o meu produtor me passou o contato do responsável pelo som em Caruaru. Liguei pra ele e perguntei se estava tudo certo para o meu trabalho no outro dia e se ele tinha alguma dúvida em relação aos documentos que minha produção havia enviado. Ele simplesmente me falou que não tinha recebido nada até o momento! Nem perguntei mais nada depois disso. Desculpei-me, desliguei e liguei para minha produção para passar o acontecido, e solicitei que isso fosse resolvido. Falei também que não ligaria mais para o pessoal de Caruaru e que estaria à disposição se eles tivessem alguma dúvida sobre o documento com minhas necessidades para o show que era para estar com eles. No outro dia pela manhã, Alexandre (que fazia a produção) me ligou para perguntar se o posicionamento do nosso equipamento no palco poderia ser mudado, pois haveria mais dois shows na noite além de Silvério Pessoa. Mais uma vez fiquei surpreso, pois o que me falaram foi outra coisa. Disse que independente de quantas atrações tivesse na noite, o nosso posicionamento deveria ser respeitado, pois este show é bem intimista e com um posicionamento bem particular. Aproveitei e perguntei quais eram as duas mesas que seriam usadas, pois ele já estava no local do show. Mais uma surpresa! Só seria uma mesa digital no palco e na frente teria um laptop controlando esta mesa via wireless (sem fio). Seria a mesma mesa para fazer P.A. e monitor. Como diz um amigo meu... Vamos em frente! Liguei para Normando para contar as novidades. Falei pra ele que faria uma sessão no meu laptop e que para facilitar o trabalho nos monitores eu duplicaria alguns canais mais importantes para ele poder fazer uma equalização destes canais independente da minha. Vou tentar explicar para os leigos. Inclusive já comentei isso uma vez em texto anterior, só não lembro onde. Mas vou falar novamente. No detalhe, o laptop que controlava (sem fio) a mesa que estava no palco.

Quando temos só uma mesa para fazer o som da frente e do palco (P.A. e monitor), como foi o caso do show de carnaval na Torre Malakoff, quando eu mexo na equalização do canal, esta equalização vai interferir no som da frente e do palco ao mesmo tempo. É o mesmo canal que vai para o som da frente e para o som do palco. Se eu noto que no som da frente eu preciso de mais agudos na voz do cantor para dar mais “brilho” e acrescento estes agudos no canal, pode ser que nos monitores não precise destes agudos extras e o som vai ficar muito estridente ou “espirrado” no monitor. E se for monitor de chão, provavelmente vai apitar. O uso de duas mesas é exatamente para evitar tais problemas. Com duas mesas, nenhum ajuste do som dos instrumentos no palco vai interferir no som dos instrumentos que chegam para mim lá na frente. Existe no palco uma central aonde são ligados todos os canais de instrumentos e vozes (ex: 48 canais). Esta central é chamada de MEDUSA. Desta central saem dois cabos grossos distintos que chamamos de MULTICABO. Cada cabo desses leva o sinal dos 48 canais separados. Um cabo desses vai para a mesa de monitor e cada canal é ligado separadamente na mesa. O outro multicabo vai lá pra frente e fazemos a mesma coisa. Temos assim o mesmo sinal de cada canal em duas mesas distintas. O que é feito na mesa do palco não interfere na mesa da frente. Lindo!

Foto de uma MEDUSA. A mesa que estava no local do show era uma digital da Yamaha chamada LS9-32. Esta mesa possui 32 entradas físicas e se você comprar os conversores de sinais (analógico > digital) pode ligar mais 32 canais, ou seja, 64 canais! Quando falo entradas “físicas”, é porque existem estas 32 entradas atrás da mesa e é só chegar com o cabo e ligar. Para ligar alguma coisa nos canais 33 ao 64, é preciso comprar estes conversores externos e comprar também uma placa de expansão com entrada óptica para mesa. Estes conversores (8 canais cada) possuem as entradas físicas. O que entra é convertido em digital e são ligados nas entradas ópticas das placas de expansão com cabos específicos. Você só pode ligar alguma coisa externa nestes canais (virtuais) se tiver estes conversores, mas... Estes canais virtuais estão lá na mesa e você pode direcionar internamente qualquer coisa que já esteja ligado à mesa fisicamente para estes canais virtuais. Tinha até esquecido deste detalhe. Quem me alertou foi o técnico da empresa de som que já estava trabalhando usando esta filosofia. As 32 entradas físicas da mesa foram direcionadas também para os canais virtuais 33 ao 64. O canal 33 recebia também internamente o sinal que entrava na entrada física do canal 1, o canal 34 recebia também o sinal do canal 2, o canal 35 recebia também o sinal do canal 3, e assim sucessivamente. Resumindo... Os canais 33 ao 64 recebiam exatamente o mesmo sinal dos canais 1 ao 32.

Então eu usava os canais do 1 ao 32 para o som da frente e Normando usava os canais do 33 ao 64 para o monitor. O que Normando mexia nos canais 33 ao 64 não interferia pra mim, pois eu estava usando os canais 1 ao 32. Deu pra entender? Vou explicar só mais um pouco. O canal 1 era o bumbo da bateria. E o canal 33 recebia este mesmo sinal. Eu mexia na equalização do canal 1 e o som deste canal ia para o som da frente. Normando mexia na equalização do canal 33, que era também o som do bumbo da bateria e ele enviava o sinal deste canal 33 para os monitores. Passei a sessão que fiz em casa no meu laptop para o laptop da empresa de som que já estava sincronizado com a mesa e modifiquei rapidamente os endereçamentos dos canais 33 ao 64. Foi perfeito! Só teve um problema.

Eu estava com o laptop lá na frente sincronizado com a mesa via wireless. Não esqueçam que era uma mesa só. Estávamos em locais separados, mas controlando a mesma mesa. Quando eu selecionava um canal lá na frente para ajustar o som deste canal (equalizar), era a mesma coisa de selecionar este canal lá na mesa do palco, o laptop era só uma extensão desta mesa. Tivemos um pouco de dificuldades no sound check com isso, pois esquecíamos que era só uma mesa, mas combinei com Normando que eu ajustaria primeiro o som do canal para mim, e depois ele selecionava o outro canal correspondente a este meu e faria os ajustes para o monitor. E isso tornou o sound check muito mais lento.

Não tínhamos problema quando eu queria aumentar o volume de um canal no som da frente e ele queria aumentar o volume de outro canal no monitor, pois não precisávamos selecionar o canal para fazer isso.

Durante o sound check, o computador perdeu o sinal wireless que vinha da mesa umas 3 vezes, e isto me deixava sem nenhum controle da mesa. Isso atrasou mais ainda o nosso sound check, pois eu não podia fazer mais nada até restabelecer o sinal. O problema era perder este sinal na hora do show!

Tive só uma pressãozinha por causa do horário no final do sound check, mas deu pra passar tudo. E em menos de meia hora o show começou. Não tive nenhum problema, pois a maioria dos ajustes de equalização foi feito no sound check. O sinal via wireless da mesa não falhou uma única vez! Foi muito bom o show, fiquei muito satisfeito com o som do show também e foi muito divertido operar a mesa pelo laptop. Gostei. Seria infinitamente pior operar lá do palco!

Ah! Não usamos nenhum monitor de chão no palco! Não tivemos também nenhuma realimentação (microfonia) e nenhuma sujeira no som dos instrumentos por causa do som dos monitores de chão. Continuo odiando-os cada vez mais. (risos)

Apareceu gente lá na frente assustada, pois não viu nenhuma mesa de som no local, perguntando se todo aquele som estava saindo do laptop! (risos)

Ficariam mais assustadas ao saberem que já podemos controlar estas mesas com dispositivos que cabem na palma da mão, do tamanho de um palmtop.

Um abraço a todos.