quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Manuais ou apostilhas em português - Dominando a rede da Behringer XAir.

Olá pessoal.
Passeando pela internet, me deparei com este documento produzido por Tiago Borges, um colega técnico de Brasília.
Como o título do documento já diz, ele fala exclusivamente da REDE da Behringer XAir.
Ethernet, WiFi Client e Access Point.
XAir (Modelo Xr18)

Baixei o documento para ter comigo aqui, caso eu cruze com uma XAir.


Quem quiser, é só solicitar aqui nos comentários colocando o email, que eu envio.
Logicamente, pedi autorização do Tiago para disponibilizar aqui este documento.
Obrigado Tiago.
Um abraço a todos.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Evento da Assembleia de Deus na Arena com o Carranca Live - O Inferno de Dante!


Olá pessoal.
Fui na confraternização do Estúdio Carranca/Onomatopeia nesta segunda.
São dois estúdios no mesmo lugar. O Carranca responde pelas gravações de CD/DVD de bandas, projetos de eventos ao vivo, e o Onomatopeia fica com a parte publicitária, produzindo jingles e trilhas para comerciais de rádio e TV.
Fiz tantos trabalhos para a empresa ultimamente, que me chamaram para a confraternização.
E este trabalho na Arena de Pernambuco foi mais um que eu fiz pelo estúdio, que passa a ser chamado de Carranca Live em eventos como este.
Tenho até a senha ainda do portão eletrônico do estúdio.
Não bloquearam ainda, pois testei um dia desses.
Pois bem... Durante o bate-papo descontraído na "confra", onde na maioria das vezes o assunto era som, Carlinhos Borges (Kborges), um dos sócios do estúdio me falou:
--- Má rapá (Mas rapaz)... Tu não escreveu para teu Blog sobre o nosso trabalho na Arena de Pernambuco da Assembleia de Deus? A principal razão da gente ter te chamado foi exatamente para isso!

Brincadeiras à parte, analisando friamente, foi bem assim mesmo.
Fui mais um assistente de Vinícius (Vini), que criou o projeto de monitoração, do que qualquer outra coisa.
Como falei em texto anterior, tinha até comentado que já tinha o título do texto na cabeça para este trabalho, que eu "roubei" de Carlos (Financeiro do Carranca), só faltava a coragem chegar para eu escrever.
Avisei que iria usar a ideia dele.
Por que Inferno de Dante?
Gosto destas brincadeiras aqui.. Na leitura do título, ninguém vai entender.
Só depois de ler o texto todo, ou quase todo, entendem qual o sentido de alguns títulos, sem sentido à primeira vista.
E depois da "brincadeira" de Kborges na confraternização, vou tentar escrever este texto até o final, pois só disse que iria tirar férias em janeiro de 2019. Ainda posso escrever sobre outros trabalhos que vieram depois deste, mas não garanto.
O evento na Arena de Pernambuco foi bem grande.
Só de público, foi mais de 60 mil pessoas!
Só no local, foi uma semana de preparação das mesas, para apenas um dia de evento.
Ajustando as mesas, alguns dias antes do evento.
Mas esta preparação começou muito antes, na elaboração do projeto de sonorização, monitoração, gravação e transmissão!!!!
Isso mesmo. Teve o som do PA para a grande plateia, o som do monitor para os músicos, cantores e oradores, o áudio para a gravação multipista, que serviria também para a mixagem usada na transmissão para a internet.
Para gerenciar todos os canais, várias mesas de som foram utilizadas.
Duas PM5D da Yamaha, e cada uma com o DSP5D acoplado. Fora isso, mais uma X32 e duas X32Core da Behringer. E para completar o time, mais duas mesas Yamaha CL5.
Uma PM com DSP mixou 96 canais da orquestra, a outra PM com DSP ficou responsável por 90 canais do coral.
Na X32 entrava 15 canais via AES50, sendo 11 de microfones sem fio, mais 4 canais para o áudio de um laptop e do vídeo.
Estes canais na X32 eram gerenciados pelo operador de áudio da Assembleia de Deus.
Somando... 96+90+15=201.
Duzentos e um canais!!
Com Gera e Vini, dando uma olhada na PM5D.
Deu até saudade dos 6 canais do show acústico de Alceu Valença! (risos)
Uma CL ficou no monitor e outra CL ficou para gravação/transmissão.
Mas cada CL só "aguentava" 64 canais. E eram 201!!!!
Ou seja... Foi preciso fazer "reduções" para poder os 201 canais entrarem nas CL5.
Como reduções?
Simples (teoricamente).
Da house mix, Kborges que mixou a orquestra, e Gera que mixou o coral, em vez de mandar todos os canais separados, o que não daria pra fazer com o equipamento disponibilizado (ou o que foi possível com o orçamento), tiveram que enviar via auxiliar, várias "submixagens".
Uma mixagem estéreo (pós fader) com todos os canais da percussão, outra mixagem em estéreo com todos os violinos, e assim por diante. Reduziram aonde podiam reduzir.
Se a percussão tinha 12 canais, viraram 2 para o monitor e para a gravação/transmissão.
Ou seja...
Transformaram os 201 canais em 64, sempre usando as submixagens.   
 
Vista da House Mix.

Qual o problema maior nestas reduções?
No monitor, se o percussionista solicitasse um aumento de volume de uma determinada peça do setup dele, não poderia ser feito, pois o que estava na mesa de monitor não eram os canais separados da percussão, e sim um conjunto mixado em apenas dois canais.
O mesmo aconteceu na gravação e transmissão. Na hora, Júnior Evangelista (Júnior), que ficou responsável pela gravação e mixagem para a transmissão, não poderia aumentar ou baixar uma determinada peça que estava vindo por uma submixagem, como foi o caso da percussão.
Até poderia ser feito... Era só pedir para Kborges aumentar o volume individual deste canal no AUX SEND, mas isso só iria piorar as coisas, tanto para a monitoração, quanto para a gravação/transmissão.
Nem sei se Vini ou Júnior pediram isso alguma vez naquele dia...
Para o PA não iria alterar em nada esta "mexida" no auxiliar.
Vou fazer um resumo do que foi usado na monitoração. O texto já está ficando bastante longo, pra variar, mas não teria como resumir mais, pois nem no DANTE do título eu entrei ainda.
Vini foi quem elaborou o plano de monitoração. Já cheguei com o "bonde andando".
Todas as 32 saídas da mesa CL5 de monitor foram usadas.
Para a banda (bateria, baixo, guitarra/violão e teclados) foram 4 vias de fones. Só na percussão eram 2 vias com caixas SM400.
Não lembro da maioria das referências dos monitores, ok? Nem Vinícius lembra também.

Continuando... 
Mais 2 vias para o side EAW (estéreo), mais 1 via para o maestro com duas caixas Clair Brothers, mais 1 via com duas caixas JBL para o pastor e oradores, que muitas vezes cantavam também, mais 4 vias com caixas SM400 para os cantores principais que ficavam na primeira fileira do grande coral formado por 2.300 vozes que ficaram nas arquibancadas atrás do palco. Destas vozes, 64 tinham microfones individuais.
Mais 1 via para várias caixas amplificadas que foram espalhadas no meio deste coral, levando a mixagem da banda e orquestra.
Ainda tinha 1 via com uma caixa SM400 para os solistas da orquestra no palco.
Até aqui 16 vias... As outras 16 saídas da mesa alimentaram as várias caixas CBT da JBL espalhadas nas laterais da orquestra. Era muita gente no palco!!!
Achei que num local menor e fechado, estas caixas CBT renderiam melhor. O palco era muito grande e totalmente aberto, dificultando o serviço das "caixinhas", que trabalharam um pouco além do limite delas.
Caixa CBT da JBL.

Mas a intenção de Vini foi boa.
Nem sei o que eu faria com apenas 32 saídas.
Poderia até falar sobre a monitoração "pós fader" que Vini costuma usar nos seus trabalhos, mas vou deixar para uma outra ocasião, com um texto específico sobre o tema.
Enquanto Vini ficava na lateral do palco com um iPad atendendo as solicitações dos músicos, eu fiquei na mesa de monitor, basicamente com a via principal do pastor em SOLO, e ajustava o volume dos oradores e cantores à medida que iam mudando. Nesta via já ia uma mixagem da banda e orquestra.
Os mesmos canais que chegavam na mesa de monitor, chegavam na mesa de gravação/transmissão, que ficava numa sala dentro da Arena, distante uns 100 metros.
Estes canais eram "splitados" (divididos) para dois laptops que gravavam simultaneamente.
Agora vou começar a falar sobre o título do texto que tá lá em cima.
A comunicação (interligação/conexão) entre as mesas que estavam na house mix com a mesa de monitor e a mesa da gravação/transmissão, e desta  última para os dois laptops que iriam gravar, tudo isso foi feito através de cabos de rede, usando um protocolo chamado DANTE. 
O que o filme O Inferno de Dante tem a ver com este trabalho?
Nada. Ou quase nada.
Filme O Inferno de Dante.
O Inferno de Dante que eu conheço é um filme antigo que fala de uma cidade (Dante) que tem um vulcão prestes a entrar em erupção.
Não é um filme calmo, muito pelo contrário.
Muita correria, fogo, tensão...
Aí é que entra a ligação com este trabalho na Arena.
Kborges quebrou direitinho a cabeça para fazer estas conexões via DANTE, pois nem todas as mesas usavam o mesmo protocolo. Teve dia em que ele saiu com o semblante completamente desgastado, de tanto projetar os caminhos dos áudios.
As mesas da Behringer usam o protocolo AES50, por exemplo. Mas tem como você comprar um "card" DANTE para estas mesas.
As duas X32Core estavam com estes cards.
A PM5D, por ser uma mesa muito antiga, não vem com saída DANTE, mas as mesas mais recentes da Yamaha já saem de fábrica com o DANTE, como é o caso da CL3 ou CL5.
Até saídas ADAT foram usadas nas ligações.
Eita! E como pode misturar todo tipo de protocolo?
Não pode. Um não entende o outro.

Para "salvar a pátria" e Kborges, entra em ação um equipamento muito interessante, que eu até já falei aqui em texto anterior.
O Multiverter! Da Appsys.

Impressionante o que o danado faz.
Como o nome já insinua, ele é um conversor. Um multi conversor!
Você pode entrar MADI, ou AES50, ou ADAT, e sair DANTE.

Ou o contrário. Entrar DANTE e sair AES50 ou ADAT...
Foi ele quem fez toda a comunicação e a conversão digital entre as mesas!
Foram eles!!! Dois Multiverter foram usados.
Mas quem gerenciou os dois foi Kborges.
Ele falou que até quando estava caminhando com Mutreta, seu cachorrinho de estimação, ficava imaginando os caminhos dos sinais de áudio!
Nem perguntei como ele estava fazendo esta ligação dos dois aparelhos. Ele já estava bem ocupado calculando os caminhos.
Dei só uma ajuda na configuração da PM5D, e fiquei conferindo os caminhos de alguns sinais, enquanto ele me perguntava enquanto "conversava" com o Multiverter.
Inclusive, ele conhece o cara que inventou o equipamento.
Fala diretamente com ele.
Ainda tem o gerenciamento do "clock", que se não for bem resolvido, acaba com qualquer ligação digital.
Mas aí é assunto para um outro texto!!!
Com certeza, se todas as mesas fossem CL5, que usam DANTE, tudo seria bem mais calmo.
Nem falei muito sobre Júnior com os dois laptops MacBook Pro da Apple, gravando os 64 canais via DANTE simultaneamente.
Lembro que ele falou que não teve nenhum problema com a gravação, e nem com a mixagem para a internet, e que comeu mais biscoitos de coco do que trabalhou.
E nem falei também que além das torres do PA, várias outras torres foram usadas para fazer a cobertura sonora para a grande plateia. Gera cuidou disso, com a ajuda de Ricardo Cruz.
O foco do texto hoje era o tal do DANTE.
E qualquer dúvida, deixe nos comentários que peço para Kborges responder!!!!! (risos)
Ahhh...
A empresa de som responsável pelo fornecimento da grande maioria dos equipamentos foi a Luminário, que é daqui de Recife. 
O Carranca levou umas coisinhas, mas o resto foi a Luminário quem forneceu.

No final das contas, e de alguns (muitos!) fios de cabelo que Kborges com certeza deixou ali naquele local, ou que se não caíram, ficaram brancos, os canais de áudio chegaram nos locais que deveriam chegar.
Como todo mundo no estúdio ficou sabendo desta correria atrás dos caminhos dos sinais de áudio via DANTE, o nosso amigo Carlos saiu com esta pérola alguns dias depois do evento lá no Estúdio Carranca:
--- Eu soube do inferno lá na Arena com a quantidade de canais e os endereçamentos. O Inferno de Dante, né???!!! (todos riram)
Um abraço a todos.