terça-feira, 30 de agosto de 2022

Operando o som de Elba Ramalho em Serra de São Bento - Lembrei de Paula Fernandes.

Olá pessoal.
A preguiça reina aqui em casa, e não foi fácil começar a escrever sobre esse trabalho.
Assunto até que tem, mas fui "empurrando com a barriga"... Pensando principalmente qual o assunto eu usaria como base para o texto.
Paula Fernandes? Oxe!
Mais na frente vão entender.
Coloquei meu Deezer no modo Flow, onde ele toca desordenadamente as músicas dos artistas que eu tenho nos favoritos, e acrescenta algo diferente, onde o tal do logaritmo escolhe essas outras músicas.
Nesse momento, Ney Matogrosso canta a música Poema, numa gravação "ao vivo".
Muito bom.
Muito bom também foi o show de Elba Ramalho no Festival de Inverno de Serra de São Bento, no interior do Rio Grande do Norte.
Esse show aconteceu no dia 13 de agosto.

Mais uma vez, fui substituindo meu amigo Mário Jorge, técnico de PA de Elba Ramalho, que está com ela faz um bom tempo!
Nasci na capital do RN, mas nunca tinha ouvido falar do nome dessa cidade, que não por coincidência, está situada no alto de uma serra. O nome já diz.
A equipe (músicos e técnicos) foi um dia antes do evento para lá, só que ficamos numa cidade a cinquenta minutos de distância, chamada Santo Antônio.
O soundcheck estava marcado para às 14h do outro dia.
Fui informado que a mesa do PA seria a Venue S6L da Avid.
Me informaram também que essa mesa consegue ler uma cena das outras mesas Venue, mas as outras mesas não conseguem ler uma cena da S6L.
Então peguei uma cena de Flaira Ferro, que eu tinha feito recentemente no FIG numa Venue SC48, e adaptei para esse show de Elba.
Eu até tinha uma cena de um show de Elba que eu fiz numa SC48, mas resolvi pegar esse show em Garanhuns que fiz o PA de Flaira.
Só tinha usado a S6L duas vezes.
E na primeira vez, só usei dois canais para receber o L/R da mesa que estava no palco, que eu controlei via iPad.
Por causa desse pouco convívio com a S6L, fui ver uns vídeos que encontrei no YouTube.
As dicas do Robert Scovill foram tão legais, que indiquei aqui no Blog.
Não tinha muito o que fazer em Santo Antônio, por isso passamos a maior parte do tempo na pousada, conversando...
Helisom de Natal seria a empresa de som/luz do evento.
Bom saber.
Já é sinônimo de equipamentos bons.
O horário do soundcheck foi mudando no outro dia... Mudou duas vezes, e pelo que recordo, chegamos lá às 16h.
Pra variar, o "geradorista" ainda não estava no local, mas não demorou muito para ele chegar.
Tudo ainda tranquilo...

Passei minha cena para a mesa, tudo ok. 
Com a ajuda de Fabinho, técnico da empresa, ajustei as saídas da mesa de acordo com as ligações dos equipamentos.
E quando comecei a checar o PA, notei que era gritante a diferença de som entre os dois lados.
À princípio, meu colega achou que o problema seria na configuração do processador das caixas.
Muda pra cá, pra lá, chama o "preset"... E nada. Mesmo problema.
Depois de um tempinho (20 minutos eu acho), ele me pediu para colocar a música que eu sempre uso no soundcheck, e foi conferir caixa por caixa.
Foi aí quando encontrou o problema.
Algumas caixas estavam com transdutores parados.
Resumindo...
Ele teve que descer esse lado do PA para trocar as caixas.
O que estava folgado no tempo, foi para o espaço!!!!!
Enquanto a gente ajustava as caixas do PA, a banda já foi passando as coisas no monitor.
Quando o lado do PA subiu de novo, dei um alô no microfone, comparando os dois lados, e tudo estava normal agora!
Mas nem fui mais ouvir minha música de "alinhamento", não tinha mais tempo.
Não mexi no EQ do PA, usei flat mesmo.
Caso eu sentisse necessidade durante o show, eu ia lá dar uma ajustada.
Fui levantando os canais à medida que os instrumentos eram tocados no palco, enquanto Flávio Rego (técnico de monitor) ajustava as coisas com os músicos.
Elba Ramalho normalmente não passa o som, como acontece com Alceu Valença também.
Pelo menos, nos poucos shows que fui substituir Mário Jorge, ela não foi no palco antes dos shows.
Mesmo na correria, deu para passar tudo.
Não do jeito que eu queria, mas chequei tudo.
Ainda consegui que alguns instrumentos fossem tocados novamente, pois eu estava esperando o ajuste das caixas do PA na hora que estavam passando o som deles no palco.
Venue S6L-24C. (Clique na imagem para ampliar)

Existem vários modelos de S6L.
A que estava lá era uma S6L-24C.
Acredito que esse C seja de Compact.
E essa compactação, no que pude notar nesse trabalho, tira um pouco da velocidade de manuseio, onde os mesmos "knobs" (botões) são usados para váááááááááááááááááááárias funções.
A mesa é totalmente configurável.
Nos modelos mais caros, existem telas sensíveis ao toque (touch screen) acima desses botões, facilitando a operação.
Venue S6L-32D. (Clique na imagem para ampliar)

Confesso que não tive a mesma agilidade na S6L-24C em comparação com as antecessoras (Mix Rack e SC48).
Isso pode ser resolvido (acho) com mais encontros com a mesa na estrada.
A Avid ainda teima em não colocar a opção de cadeado (LOCK) nas cenas salvas nas mesas Venue, onde é muito fácil outro técnico salvar por cima (overwrite) da cena do colega.
Não consigo entender isso.
Outra coisa que achei perigoso na S6L foram os botões X e Y, que ativam e desativam o gate e o compressor respectivamente.
No vídeo do YouTube, o Scovill fala que mais na frente o técnico vai poder configurar esses dois botões, mas atualmente servem somente para essas funções do gate e compressor. Não sei se a gente pode desabilitar essas funções. Vou procurar saber, pois podem causar problemas durante o show.

Parei aqui pra tomar o resto da sopa da sexta passada.
Legumes com carne.
Coloquei um pouco de água e esquentei no micro-ondas.
Perfeito.
Requentar é comigo mesmo.
Seja no micro-ondas, no forno elétrico ou no fogão.
Depois assei na frigideira pedaços de panetone na manteiga.
Para acompanhar, meu velho leite quente com Nescafé Matinal.
Agora dá para eu terminar esse texto hoje.
Voltando ao show...
Durante o soundcheck, Alessandro (backing vocal) passa o microfone de Elba.
Ajuda bastante.
Finalizamos o soundcheck, salvei a nova cena no(s) meu(s) pendrive(s) e voltamos para a pousada em Santo Antônio.
Não deu tempo para descansar.
Jantamos numa lanchonete que ficava perto da pousada, retornamos para pousada pra tomar um banho e já tivemos que nos arrumar para retornarmos ao local do show.
Não esqueçam que o local do show ficava a quase uma hora de distância da pousada.
Deu tempo tranquilamente de beber no camarim uma taça de vinho antes do show.
Chamei minha cena, e fui checando os canais no fone, enquanto isso era feito no palco.
Tudo ok.
Mas...

Após o anúncio do show pelo locutor, o baixo não entrou na primeira música!!
Impressionante, né?
Mas foi isso que aconteceu.
Checamos esse canal do baixo, antes do início do show.
Logicamente todos no palco notaram isso, pois o baixo sumiu nos fones.
Todos da banda usam fones.
Fiquei sabendo depois desse show, que o baixista (Fofão) está usando amplificador no palco.
Ele não usava.
Mesmo eu notando visualmente que todos no palco estavam procurando pelo baixo, ainda pedi para Fabinho avisar que eu também não tinha o baixo na minha mesa.
O som do baixo estava saindo no amplificador, e acho que isso fez Fofão pensar que o problema era apenas no fone dele, mas o problema era geral!!!!
O baixo estava entrando certinho no DI, e estava tudo certo na saída que levava esse sinal para o amplificador, mas...
A outra saída estava com problema!!!! A que levava o sinal para ser distribuído para a mesa de monitor e PA!!!
Depois de ouvir uns ruídos no canal do baixo, fechei ele no PA e aguardei o pessoal no palco resolver o problema.
E o show rolando...

O baixo retornou no meio da primeira música.
Como falei logo no começo do texto, o show foi muito bom. E tinha muita gente no local para ver!
Gostei também do meu trabalho no PA.
Sempre acho que poderia ter sido melhor, sempre.
Não lembro de ter ido no EQ do PA para fazer algum ajuste. Acho que fiz todo o show com o EQ zerado.
Fui mixando normalmente o show, e quando precisei, ajustei a equalização nos canais.
Perfeito.

Ahhh!!!!
Esse show foi transmitido pelo YouTube.
Fiquei sabendo que teria essa transmissão no soundcheck, e sempre pergunto para a produção do artista se eu posso liberar o som da minha mesa para uma transmissão completa do show.
Nunca libero o som do show para gravação ou transmissão de terceiros sem a autorização da produção do artista.
Autorização dada, enviei uma cópia da minha mixagem do PA para a transmissão no YouTube.
Quem quiser ver esse show, só clicar AQUI.
Vão ouvir os ruídos no som, do mesmo jeito que eu ouvi, enquanto tentavam resolver o problema no baixo.
Trabalho finalizado, e com a sensação de dever cumprido, fui beber o resto do vinho no camarim, antes de voltar para a pousada.

Mas o que isso tudo que eu falei até agora tem a ver com a Paula Fernandes???!!!!
Vejam bem...
Recentemente vi um bate-papo dela com o Clemente no canal Corredor 5, no YouTube.
Não canso de falar sobre essas entrevistas no canal.
Nessa com a Paula, ela falou para o Clemente sobre a responsabilidade de cantar ao lado de grandes nomes da música nacional e mundial, como Roberto Carlos, Andrea Bocelli, Shania Twain.
Basicamente ela falou que não gostava muito de pensar nisso nos encontros, pois seria mais complicado para fazer o trabalho.
E se chamaram ela pra fazer, é porque ela fez por onde ser convidada.
O grande sonho dela era cantar com Shania, e conseguiu.
Falou que deixava para idolatrar (tietar), e para pensar no fato grandioso, depois do trabalho.
Aí ela se transformava em fã.
Por alguns momentos ela até olhava para o lado e pensava: "Meu deus... Tou cantando com ele(a)!"
Mas rapidamente tratava de apagar esse pensamento, e lembrava: "Já que estou aqui, vou botar pra lascar!"
Entendo perfeitamente ela.


Senti isso quando operei o som do PA do Grande Encontro.
Não é nada cômodo substituir um técnico que é uma referência para mim, como no caso dos shows de Elba Ramalho.
Enquanto eu estava bebendo no Maracanã em 1991 no Rock In Rio 2, sem imaginar que um dia eu iria operar o som de grandes shows, Mário Jorge já estava na mesa de PA no show de Alceu Valença nesse mesmo Rock In Rio.
Entendo perfeitamente a Paula Fernandes.
Não é nada cômodo substituir Mário, Rogério, Ricardo, Evangelista, KBorges, Vini, Adriano, Gera, LeoDim, Buguinha, Fumato, Aurélio...
Mas depois dessa conversa da Paula Fernandes com Clemente, estou indo mais relaxado para esses trabalhos.
E se não relaxar é pior, pois já tenho marcado um no dia 23/09, e outro que ainda não está confirmado, no dia 10/09.
Valeu Paulinha pelas dicas.
Abaixo, o único registro que eu fiz desse show em Serra de São Bento.


Um abraço a todos.

PS: Todas as fotos dessa postagem eu retirei do vídeo do show que está no YouTube, exceto as duas fotos diurnas, que eu registrei quando cheguei para  passar o som.

sábado, 20 de agosto de 2022

Gustavo Anitelli no Corredor 5 - Mais um vídeo indispensável para quem vive de música.

Olá pessoal.
Mais uma vez venho falar sobre o Corredor 5, canal no YouTube capitaneado pelo produtor musical Clemente Magalhães.
Nessa semana vi dois vídeos muito interessantes.
E notei que tem muito vídeo novo lá no canal!
O primeiro que eu vi, e vou indicar aqui, é a conversa com a cantora Paula Fernandes.

Enquanto via o bate-papo com a sertaneja, me lembrei de uma repórter, conversando com Lenine quando ele estava com uma música "estourada" numa novela, e perguntou como ele se sentia com a fama repentina...
Onde ele respondeu: "Minha filha, você acha que comecei agora? Estou nessa estrada há décadas!"
Pois é...
Na grande maioria dos casos, essa fama não chega numa semana, ou num mês, ou num ano...
Para ser mais exato, a grande maioria dos artistas nem consegue os famosos 15 minutos de fama.
Ficam no meio desse caminho tortuoso.
A internet deu voz a artistas, que décadas passadas seria impossível o público conhecer, isso é verdade. Mas o caminho ainda não é fácil.
Nunca foi fácil viver de música, áudio, shows, eventos. Já devo ter falado sobre isso várias vezes aqui no Blog.
Sobrevivo disso desde 1987, e conheço bem esse caminho.
Paula Fernandes faz parte desse time de artistas que não estouraram de uma hora para outra!
Não tinha internet na época que ela começou!!! Não esqueçam disso.
A história da trajetória dela é muito legal, como a de muitos artistas famosos.
Sabiam que Seu Jorge já foi morador de rua?
Procurem saber da caminhada dele também.
Mas antes, vejam a bela Paula falando do caminho que ela percorreu com os pais.
Enquanto eu via a conversa dela com Clemente, me indicaram outro vídeo que estava no canal.
Uma conversa com Gustavo Anitelli, irmão de Fernando Anitelli do Teatro Mágico.

Gustavo é o produtor do Teatro Mágico, e da carreira solo do irmão.
A conversa toda é sobre produção, sobre direcionamento de uma carreira artística (antes e depois da internet).
Aqui em Recife só se falou do fenômeno de público do show de João Gomes no Marco Zero que aconteceu na quarta-feira passada (17/08), onde milhares de pessoas foram lá ver o cantor de "Piseiro" do interior de Pernambuco. Fala-se em 100 mil pessoas!!!!
Foi muita gente mesmo. As fotos abaixo confirmam isso.







E foi muita gente esculhambando o evento nas redes sociais, e notei que muitas vezes tinha o lado pessoal envolvido nesses comentários.
O chamado "gosto musical", que também já fiz um texto aqui falando sobre isso.
Mas o que mais me surpreendeu foi um texto de um crítico de música daqui de Recife (José Teles), onde ele tenta dizer que a grande maioria das pessoas (incluindo as que estavam no Marco Zero) não sabe quem é o cantor, ou conhece as músicas dele.
Oxe. Agora lascou.
Realmente EU não conheço as músicas dele, mas já tinha ouvido falar do seu nome.
Mas estou ANOS-LUZ de distância de ser o público alvo de João Gomes, e não sou referência para isso. Muito menos o José Teles.
Com certeza ele tem o público dele, e esse público sabe muito bem quem é ele e canta todas as suas músicas, como foi lá no Marco Zero, onde só para captar o som do público, foram colocados 20 microfones!
Poucos microfones para tanta gente! (risos)
Por que estou falando sobre esse caso de João Gomes?
Porque essa conversa de Gustavo Anitelli com Clemente explica um pouco sobre essa divulgação e distribuição da música atualmente.
Do público alvo, do direcionamento da carreira, das mudanças do setor da música, principalmente depois do surgimento da internet, do download de músicas, Napster, Orkut, Deezer, Tik Tok, Instagram, Facebook etc.

Tudo mudou na música!!!! E na distribuição e divulgação das músicas!!!
Quem não se acostumar com isso, ou não entender, vai ficar para trás, como os técnicos de som que não entenderam e/ou aceitaram o áudio DIGITAL.
Ficaram para trás mesmo.
Mixar usando um mouse?
Foi uma aberração na época para alguns amigos e colegas de profissão.
Hoje usamos mouse até em shows ao vivo!
Os tempos mudam para tudo e para todos!!!
E na música não poderia ser diferente!
Um frase do Gustavo Anitelli foi perfeita: "Sempre tem alguém que é a bola da vez. Pro mercado, mas não pro público."
Muitos artistas "das antigas" ainda não perceberam isso!
Alguns críticos de música também.
Um abraço a todos.

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Dicas da S6L com Robert Scovill.

Olá pessoal.
Quem acompanha o Blog, sabe que eu fui operar o som do PA de Elba Ramalho no interior do RN nesse fim de semana que passou, substituindo meu amigo Mário Jorge.
Depois devo falar sobre esse trabalho numa nova postagem aqui.
Seta indicando a lista dos 12 vídeos.
Pois bem...
Quando eu soube que seria uma Venue S6L no PA, fui procurar algo na internet que falasse algo sobre essa mesa digital, pois fiz poucos trabalhos com ela.
Encontrei no YouTube esse conjunto de 12 vídeos com Robert Scovill falando sobre vários tópicos da mesa. E o que é melhor... Com legenda!!!!!!!

Aí não tem desculpa para você não ir lá ver as dicas que ele dá, não é verdade?
Avid S6L Training.
Clique AQUI para ir até a página no YouTube.

Ajudou muito eu ter visto os vídeos antes do trabalho.
Já cheguei lá sabendo muito mais do caminho que eu deveria seguir.
Espero que ajude vocês, como me ajudou.
Um abraço a todos.

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Mudança de Palco 120 - Deu vontade de escrever para meu diário, como Andy Warhol.

Olá pessoal.
Depois de passar 4 dias em Caruaru, comemorando atrasado o aniversário do meu Amigo André Julião, estou em casa vendo uns jogos de futebol, vendo uns filmes, comendo uvas, pipocas, laranjas e cocadas...
Nada de álcool!
Minha passada por Caruaru foi um pouco pesada nesse sentido.
Foi tão pesada que resolvi "tentar" passar de 3 garrafas de vinho por semana para apenas uma!
Se vou conseguir, já é um outro assunto.
Mas vamos ao motivo de escrever essas linhas hoje.
Comecei vendo esse documentário na semana passada.
São apenas seis capítulos, mas fui vendo devagar.
Acabei a parte cinco quase agora, e devo ver o capítulo seis ainda hoje.
O nome do documentário é: Diários de Andy Warhol.
Escolhi no "chute", sem ninguém me indicar.
Gosto muito de diários, de relatos reais.
Não sabia quem era Andy Warhol. Podem acreditar.
Nada assustador, para quem já passou mais de 4 vezes na frente do famoso Museu do Louvre, e não entrou uma vez sequer!!!!!!
Louvre, Paris. Foto by Charles Platiau / Reuters.

Só vim saber quem era Andy durante o documentário, vendo as famosas obras que ele criou.
Aí eu liguei a imagem dele com as obras.
Andy Warhol e a famosa série Latas de Sopas Campbell.

O documentário é muito bom, mas também não vim só indicar ele para vocês.
Primeiramente, o que me chamou a atenção foi o aviso no início do primeiro capítulo.
Eles avisam que a voz que narra todo o documentário, é a voz de Andy recriada por um programa de IA (Inteligência Artificial).
Lembram que falei sobre esse assunto aqui no Blog?
Pois é...
Ficou muito interessante a ideia.
Logicamente, Andy Warhol faleceu bem antes da criação desse documentário, que é baseado nas anotações que ele fez durante anos!
No final de cada episódio, eles informam o nome de quem fez toda a locução.
A voz de Andy foi "moldada" em cima dessa locução.
(Fui traduzir o que estava no final dos episódios dias depois de escrever esse texto, e o que falei acima está errado. No final eles informam o nome do técnico que fez a modelagem de voz usando o programa de IA. Bill Irwin é o nome do rapaz)
Vale a pena conferir esse documentário, por causa da voz recriada, e principalmente pela história da vida dele, que não foi nada leve, diga-se de passagem.
Foi vendo (e ouvindo) essa narração que resolvi escrever para o Blog hoje, que considero um diário de bordo.
Profissional e pessoal.
Vejo muitos filmes e documentários na Netflix.
Fiz uma lista rápida recentemente para Mariana Aydar, com quem trabalhei dia desses, e essa lista chegou ao número 105.
Faltou muita coisa, porque vários filmes já não estão mais no catálogo da Netflix.
Vou colocar esse de Andy Warhol na posição 106.
Quem quiser essa lista, só me pedir nos comentários, que eu envio por email.
Numa das "pausas" para pegar alguma coisinha para comer, ou para tomar uma sopa, vi o par de tênis que eu deixei no corredor do apartamento ao entrar no banheiro para tomar um banho, depois de uma hora de caminhada, para amenizar a dor na consciência causada pela ingestão desenfreada de álcool e petiscos "nada leves" em Caruaru.

Ao olhar para o tênis, me lembrei na hora de Paulo Rafael.
Na hora lembrei dele, que ria muito quando eu contava das minhas manias de solteiro.
Lembrei do dia que liguei para ele, só pra dizer que lavei o rosto ao acordar na pia da cozinha!
Ele deu gargalhadas! E falou: Isso é que é vida!!!!
Paulinho tinha manias também. Não podia ver nada desorganizado, jogado desordenadamente.
Lembro de um caso que Rogério Andrade (técnico de PA de Alceu) me contou.
Uma vez num hotel, onde eu dividia o quarto com Rogério.
Eu não estava na hora.
Nesse quarto tinha três camas de solteiro, e na cama do meio, Rogério despejou todas as suas coisas (cabos, fones, pilhas, laptop, iPad, conectores, celular, carregador de celular etc, etc, etc...).
Paulinho foi lá fazer uma visita, olhou da porta a cama-depósito de Rogério cheia de bagulhos, e nem entrou. Desconversou, deu um olá e foi embora pro quarto dele. (risos)
Comidas como sarapatel, buchada, dobradinha, mão de vaca, não faziam parte do cardápio dele, mesmo ele nascendo em Caruaru!
Toda vez que eu comia essas iguarias, mandava fotos pra ele.
E o tênis no corredor me fez lembrar dele de novo, por causa da desorganização.
Quando você lembra de alguma pessoa por causa de uma coisa simples, normal, banal, sem importância, é porque valeu a pena conhecer essa pessoa, né?
Ahhh... Eu tinha que escrever isso no meu diário.
Como fazia Andy Warhol.

Estão servidos?
Leite com Nescafé, mais bolachas "Soda" assadas na manteiga.
Vou tentar montar ainda hoje uma cena inicial para o show de Elba Ramalho que vai acontecer no sábado em Serra de São Bento (RN), onde vou operar o som do PA substituindo meu Amigo Mário Jorge.
Mas já estou com sono, vendo um jogo da Libertadores, sem muita emoção...
Não gosto muito de substituir Mário. (risos)
Mas também esse assunto é uma outra história, que devo contar um dia aqui no meu diário...
Eita! Quis dizer Blog.
Fora esse trabalho com Elba, mais nenhum marcado.
Até apareceu uma oportunidade para outros trabalhos com o Teatro Mágico, mas as datas batiam com essa de Elba Ramalho.
Faz parte.
Agora, aguardar a boa vontade da FUNDARPE nos pagamentos dos artistas que participaram do FIG, para eu poder receber, como muitos outros profissionais da área.
Recife, 10 de agosto de 2022 - 20h06.
(Normalmente, num diário, coloca-se data e hora no começo do texto. Quis ser diferente mesmo!)
Um abraço a todos.

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Pela primeira vez, quase morei no FIG - O saldo foi bastante positivo.

Olá pessoal.
Vou começar agradecendo aos artistas com quem trabalhei no FIG 2022, e aos amigos que me indicaram para fazer vários desses trabalhos.
Operei o monitor de Forró na Caixa, Siba, Banda de Pau e Corda, Otto, Augusto Silva & Frevo Novo e Banda Eddie.
E operei o som do PA de Silvério Pessoa (50% - depois explico), Dois de Paus e Uma Dama, Geraldo Maia e Flaira Ferro.
Os amigos que estão sempre me indicando para os trabalhos: Adriano Duprat, Vini, Rogério Andrade, Mário Jorge, Jr Evangelista, Marcílio Moura.
Muito obrigado a todos.
Ao todo, foram 10 trabalhos no FIG (Festival de Inverno de Garanhuns).
Resolvi fazer um "resumão" dessa minha passada por Garanhuns, em vez de falar de cada um dos trabalhos.
Vou até comentar sobre todos, mas bem resumido.
E vou começar pelo começo, logicamente.
Colocarei vários vídeos dos shows para ilustrar esse texto.


Vamos lá...
Os únicos trabalhos que estavam marcados eram com a Banda de Pau e Corda no dia 23 no Palco Pop, com Geraldo Maia no dia 25 no Palco Estação, e se não me falha a memória, com Flaira Ferro no dia 30, também no Palco Pop.
Aí apareceu o convite para fazer Otto no Pop.
Só que não teria soundcheck, e por isso eu não aceitei o convite.
O horário seria muito cedo, e não tinha como o artista e a banda chegarem porque estavam fazendo um show em São Paulo no dia anterior.
Mas...
Liguei para o produtor de Otto, e perguntei se eu não poderia chegar nesse horário cedo do dia 23 para dar uma ajustada nos monitores, que já ajudaria na hora do show.
Eu iria no dia 22 para Garanhuns, dormiria na casa de um parente da minha ex-esposa, e iria cedinho para o palco.
Enrich Kelsen, produtor de Otto, que também é irmão do artista, me confirmou que eu poderia fazer isso, e eu marquei minha ida para Garanhuns no dia 22, às 10h da manhã.
O Palco Pop começaria no dia 22.
Nas minhas contas, eu iria passear nesse dia pela cidade, tomar um chocolate quente, beber um vinho... E dormiria cedo para acordar cedo no outro dia.
Quando eu avisei para meus colegas e amigos técnicos que eu iria chegar na cidade no dia 22, foram aparecendo os outros convites.
O primeiro foi para fazer o monitor da Forró na Caixa no dia 22 no Pop, sem passar o som também.
Como a formação da banda era bem mais simples que a de Otto, aceitei o convite.
Foi quando um amigo técnico (Vini) me pediu para ajudar ele nesse dia 22 no Pop, onde ele não iria poder ficar durante todo o show no PA de Silvério Pessoa, porque houve mudança no horário de outro palco onde ele tinha outro trabalho, e os horários se chocaram.
O combinado era ele passar o som de Silvério, e eu assumiria a mesa de PA durante o show, para ele poder ir para o outro palco.
Por isso que coloquei 50% lá em cima no texto. Porque toda a sonoridade do show foi ajustada por Vini, onde ele usa bastante plugins.
Ok, tudo combinado. Pelo menos eu achava que estava.
(Já tou notando que não vou conseguir resumir essa minha aventura em Garanhuns...)

Como eu já iria fazer Forró na Caixa, e o palco não estava muito fácil de se trabalhar, fui convidado para fazer também o monitor de Siba, onde todos iriam usar fones.
Ainda consegui passar o som de Siba, onde só o baterista resolveu não usar fone.
Quando acabou o show do Forró Na Caixa, corri para a house mix, para fazer o PA do show de Silvério Pessoa, pois Vini não conseguiu nem começar o show.
Ele me passou o pendrive das autorizações dos plugins que estavam na cena que ele fez no soundcheck, e correu para o outro palco.
Fiz o som do PA de Silvério, e corri para o palco para fazer o monitor de Siba.
Mesmo nessa correria, o resultado foi muito bom nos três shows.
O problema foi que o show de Siba, que não estava no meu roteiro, era o último da noite, e por causa disso fui dormir muito tarde.
Cheguei no meu alojamento perto das 4h da madrugada, e teria que acordar às 8h.
Com um grande detalhe... Nesse lugar onde fiquei não tinha chuveiro elétrico, e a água era como se tivesse saído de uma geladeira com o controle de resfriamento no máximo, e ainda sem abrir a porta durante dez dias.
Quase uma "tortura", seria um termo bom de usar nesse caso.
Banho dolorido tomado, segui para o Palco Pop novamente.
Só consegui escutar as caixas de monitor, onde escolhi duas para Otto, e dei uma ajustada no som do side, que achei que estava bem aquém do que eu queria. E foi só!!
Mas ainda foi vantagem eu ter feito isso, pois tive uma ideia de como estava o palco, e não iria começar o show de Otto às escuras.
Era uma PM5D no monitor, o que dificultava os ajustes, por não poder usar um iPad via wireless.
Tive a ajuda de Andreas, técnico de monitor da Banda Ave Sangria, que iria se apresentar no mesmo dia, e emprestei minha cena para ele começar o soundcheck com meus ajustes.
Na outra semana peguei uma cena de Andreas para começar o monitor de outra banda com quem trabalhei.
"Monitor comunitário"... (risos)
Nesse mesmo dia de Otto (23), eu fiz o monitor da Banda de Pau e Corda, onde deu para fazer o soundcheck, e todos usaram fones.
Conversei antes do show com o produtor de Otto e com a banda sobre as condições dos monitores, e a turma subiu no palco com uma raça absurda, fazendo um show memorável!
Ganhei até duas garrafas de vinho do produtor por causa disso. (Ainda vou receber)
Mas o mérito maior foi do artista e da banda dele. Só ajudei, pois sabia exatamente como estava funcionando as coisas nesse palco.
Mais uma vez, mesmo na correria, os dois shows foram ótimos!
Fui dormir com a alma leve e lavada...
Mas não tomei banho! Água gelada naquela hora, jamais! (risos)

Tortura só no outro dia pela manhã, mas o corpo já estava mais acostumado, e demorei muito mais tempo nas idas ao encontro da água pré-gelo.
Mas a agonia acabou aí, pois os outros dois shows que fiz aconteceram no Palco Estação, dentro de um teatro, com apenas um show por noite, passando o som tranquilamente, com o sistema de som quase perfeito.
Só um probleminha nos faders dos primeiros canais, que não me atrapalharam em nada. O resto tava perfeito!
Dia 24 operei o som do PA do projeto Dois de Paus e Uma Dama, com Renato Bandeira, Nena Queiroga e Bráulio Araújo, onde só tinha guitarra, violão, viola, dois baixos e três vozes.
Dois de Paus e Uma Dama - Palco Estação.

E no dia 25 operei o som de Geraldo Maia, que eram os mesmo músicos e instrumentos que acompanharam Nena Queiroga no dia anterior, com o acréscimo da bateria de Augusto Silva.
Não pensei duas vezes, e pedi para o colega da empresa de som ligar a bateria no final, deixando todos os outros instrumentos no lugar do show anterior, que já estariam com o som passado.
E deu muito certo!!!!! Nos dois shows!!!
Mais tranquilo, impossível!!!!
Ok... Para não dizer que foi 100%, desconectaram a viola sem me avisar no show Dois de Paus...
Fiquei puto, mas nada que atrapalhasse o resultado final.
Não tive tempo de comemorar porque voltamos para Recife um pouco depois do show de Geraldo Maia.
Ahhh!!!! Nesse dia 25, pela manhã, passei um minuto direto embaixo da água que eu já não considerava tão torturante. Ainda era, mas bem menos! (risos)
Fiz mais um trabalho no dia 26, mas não fez parte do FIG, foi em Recife, com Geraldo Maia e banda.
Voltei para Garanhuns no dia 29, para fazer o monitor de Augusto Silva & Frevo novo, no Palco Instrumental, que passou a ser chamado agora de Palco Instrumental Paulo Rafael.
Bela e justa homenagem.
Mas eu sempre achei que essas homenagens ficam muito mais dignas quando o homenageado está vivo.

Teve soundcheck nesse show de Augusto Silva, e tudo fica mais fácil quando isso acontece.
E o show foi muito tranquilo. Todos os músicos usaram fones na monitoração.
Eu tinha sido avisado que a mesa de monitor estava com uns probleminhas nas teclas "select", e usei muito meu iPad no serviço.
Perto do final do show, eu já estava bebendo um copinho de vinho.
Era copo mesmo, e de plástico! (triste)
Não dá pra levar uma taça de vidro para esses lugares.
Mas o que interessa é que foi perfeito o trabalho!
Como acabou cedo o show, ainda fui na Praça Principal, onde degustei um caldinho de dobradinha e um acarajé antes de dormir. Ahh! Teve ainda uma cocada de sobremesa.
Só para informar, dormi no mesmo lugar da primeira etapa do festival, mas o corpo já estava acostumado com a água gelada, e consegui tomar um banho antes de dormir, e outro quando acordei.
Nesse dia 30, eu tinha mais dois shows no Palco Pop.
Flaira Ferro, onde eu iria fazer o som do PA, e Banda Eddie, onde eu iria operar o som dos monitores.
À princípio, a produção de Flaira Ferro não iria levar técnico de monitor, mas eu consegui convencê-la que era muito importante esse técnico, e indiquei Andreas para o serviço, principalmente porque ele estava "por dentro" da situação daquele palco.
Iria ter soundcheck para Flaira, e com Eddie eu não teria esse "luxo".
A mesa de monitor já não era mais a PM5D, pois ela deu defeito no meio da semana.
Trocaram por uma M7CL.
Por causa disso, peguei a cena do monitor de Otto na PM5D onde eu tinha ajustado o side e os dois monitores da frente, e converti para uma cena de M7CL.
Como Andreas foi fazer o monitor de Flaira, passei minha cena convertida para ele começar o monitor dela, e depois que ele passou tudo, peguei essa cena dele e adaptei para o show de Eddie, onde eu não iria passar o som.
Monitor comunitário...

Deu muito certo esses "compartilhamentos" de cenas!!!!
Tanto para mim, quanto para Andreas.
Só precisei da primeira música para ajustar o monitor da Banda Eddie.
E adorei o resultado sonoro no PA do show de Flaira!!!!
Eu nunca tinha trabalhado para a artista.
Quando o show acabou, fui comemorar com todos no camarim.
Com meu vinho, logicamente. Mas ainda no copo de plástico!
Para ficar "menos ruim", usei o copo da água mineral, onde o plástico é mais "duro"
Aproveitei essa comemoração do dia, e comemorei (comigo mesmo) o saldo bastante positivo desses meus trabalhos no Festival.
Nunca tinha feito isso no FIG.
E já conversei com um Amigo técnico sobre a possibilidade de me alojar em Garanhuns no próximo ano durante todo o festival, aumentando as possibilidades de fazer mais trabalhos.
Não consegui ficar até o último show do Palco Pop, que depois de Flaira Ferro, virou Palco do Forró.
Estava cansado, e iríamos sair bem cedinho para Recife.

Fui andando para meu novo alojamento, um hotel perto do palco, conseguido por Sibely, produtora de Flaira.
E fui rindo.
Não mais pelos trabalhos que fiz lá no FIG, e sim porque eu tinha a certeza que iria tomar um banho quente para dormir (e outro quando acordasse!!!!).
Um abraço a todos.