quarta-feira, 29 de junho de 2011

Zizi Possi no Teatro da UFPE – Grata surpresa.


Olá pessoal.
Durante os dias de trabalho pela PA Áudio na Praça do Arsenal, fui remanejado no dia 11 de junho para o Teatro da UFPE, onde a empresa estava também sonorizando o show da cantora Zizi Possi.
Neste caso, meu trabalho seria somente dar uma assistência ao técnico da cantora.
O sistema disponibilizado para o evento era formado por 4 caixas tipo line array AERO50 da DAS por lado, mais duas caixas de subgraves da FZ por lado. Uma caixa AERO28 foi colocada na frente do palco para fazer o “front fill”.


Estas caixas posicionadas na frente do palco servem para sonorizar as primeiras fileiras próximas ao palco que não recebem direito o som das caixas laterais do PA. Quanto mais distantes entre si as caixas do PA ficam, mais necessidade de colocação de caixas para cobrir a região mais próxima do palco.
Como o line array ficou no chão com angulação invertida, achei que somente uma caixa para fazer o front fill foi pouco. Durante o sound check, fui dar uma caminhada pelo ambiente para checar a cobertura sonora. Precisava de mais duas caixas ali na frente para ficar 100%.

No detalhe, a caixa de som na beira do palco fazendo o front fill.

Para controlar o som do evento, duas mesas digitais Venue Mix Rack da Avid (antiga Digidesign).
No palco, trabalhando comigo, estava Arnaldo.
Parceiro completamente diferente do que encontrei no Arsenal. Foi Arnaldo quem ligou quase todo o sistema (PA e monitor) do evento.
Eu montei minha mesa e liguei o multicabo a ela. O que é montar a mesa? No caso destas duas mesas da Venue que estavam lá, temos que ligar o monitor de vídeo, conectar o mouse e o teclado, e fazer uma ligação com um cabo chamado “umbilical” entre a mesa e o Stage Box. Não existem entradas físicas na mesa para ligar o multicabo com os sinais dos instrumentos que vem do palco. Ligamos estes sinais no stage box externo e ligamos este stage box à mesa através deste único cabo chamado umbilical.

Venue Mix Rack, embaixo o stage box e o cabo umbilical.
 
A mesa faz o papel de uma controladora dos sinais que entram no stage box.
Tudo ligado e testado, esperamos pelo sound check.
Roque, técnico de áudio de Zizi Possi, me solicitou umas mudanças nas ligações ao seu gosto. Ele queria uma mandada independente para as caixas de subgraves e para a caixa do front fill. E queria ligar dois processadores de efeitos externos.
Refiz algumas ligações de cabos e modifiquei algumas coisas dentro da mesa para atender as solicitações do técnico da cantora.


Por coincidência apareceu um problema no som do PA. Achando que tinha sido por causa das minhas mudanças nas ligações externas e internas, tentei em vão achar o problema.
Depois de uns 10 minutos tentando e não achando a solução, apelei para Arnaldo e pedi para ele rever as ligações dele no palco.
Na mesma hora que eu falei do problema que estava havendo e não estava conseguindo resolver, ele levantou o braço e falou: --- Êpa, deve ter sido eu aqui que fiz besteira.
E o problema era no palco mesmo.
Arnaldo nunca faz besteiras.
Enquanto ele ligava as coisas no palco, ele tropeçou lá atrás nuns cabos desconectando-os e religou errado.
Isso se chama trabalho em equipe!



Refeito do susto, pois eu já estava desesperado por não conseguir resolver o problema, começamos o sound check.
Não fiz praticamente mais nada. Só fiquei dando assistência para Roque e mostrando como funcionavam alguns recursos da mesa.
Não deu tempo para ir em casa tomar um banho. Fiquei no teatro aguardando pelo horário do show.
Aí veio a melhor parte do trabalho.


Conheço Zizi Possi pelo nome e sabia que ela tinha alguns hits que tocaram muito nas rádios com é o caso da música A Paz.
Nunca comprei nenhum CD dela e muito menos fui ao seu show.
Seria a primeira vez que eu veria um show da cantora. E a surpresa foi gratificante. Depois de ouvir muita coisa “não tão boa” no Arsenal, pude ver e ouvir uma banda muito entrosada com instrumentos muito bem afinados. Sons de teclados envolventes. Solos perfeitos. O show foi literalmente um sussurro. O público não dava “um pio”.
Também não consigo ver um show deste em um lugar aberto com um público barulhento. Não deve funcionar.


A cantora também me surpreendeu. Uma grande intérprete! Não sou músico, mas sentia tudo muito bem afinado, no tom. Coisa que não está muito em voga atualmente, onde muitos acham melhor ter atitude do que tocar no ritmo e no tom correto.
No repertório músicas completamente diferentes, só faltou ter frevo!
Mas Zizi consegue manter a mesma classe em qualquer estilo. Arrepiei-me umas duas vezes durante o show, e isso só fez comprovar o que eu estava achando de tudo aquilo.
Ela conversou com o público como se estivesse numa grande sala de visitas.
Não preciso previamente conhecer ou gostar do trabalho do artista para me emocionar com o resultado final. O som estava perfeito, e a banda colaborou muito porque todos da banda não usam volumes absurdos no palco.
Mesmo o show sendo na maioria do tempo calmo, não cansa.
A beleza do conjunto prende a atenção.
Grata surpresa.
E ainda ganhei dinheiro para ver o espetáculo.
Um abraço a todos.

Mudança de Palco 033 - Caminho da liberdade.

Acabei de ver este filme aqui enquanto bebia meu Travessia e comia meu queijo parmesão Faixa Azul.
Morri de vergonha.
Porque?
Porque eu desisto muito fácil. Faço tudo para não ter problemas. Evito problemas.
Como foi no palco do Arsenal que pedi para sair.
Num pequeno sinal de problema, eu desisti!
É muito fácil desistir. O difícil é continuar.
Como um simples filme faz você pensar diferente. Pelo menos no meu caso é assim.
Estou completamente envergonhado pela minha atitude no palco do Arsenal.
Poderia até está com a razão, como acho que estava, mas não seria uma questão de desistir.
Para quem se cansa com apenas 100 Km, como é o meu caso, vejam este filme e mudem de atitude.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Mudança de Palco 032 - Começo do nosso fim.


Saiu hoje no jornal aqui em Recife.
Para mim, é o começo do nosso fim!
Demoram milhões de horas para mexer no código penal e quando mexem fazem isso?
Estamos perdidos!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Trabalhos na Praça do Arsenal – Assinei meu atestado de doido.



Olá pessoal.
Domingo, 26 de junho de 2011, estou começando a escrever este texto aqui para falar dos trabalhos que fiz no mês de junho. 
Estou na sala de casa, TV ligada para ver as novidades da semana, pensando se tomo umas taças de vinho ou não. Com certeza eu não vou acabar este texto hoje. Estou sozinho em casa, e vou ficar assim durante uns quarenta e cinco dias. Meu amigo André, que divide o apartamento comigo, viajou para a Europa com Silvério Pessoa. Por que eu não fui? Por vários motivos que dariam um tema aqui no Blog. Quem sabe um dia eu escrevo sobre isso aqui no Blog...
O feriado foi muito agradável. Companhia agradável.
Deixei e fui pegar meu Filho nas festinhas, bebi meu vinho, comi pamonha, sunomono de kani, tapioca, crepe, salada de bacalhau, tomei sorvete e chupei picolé...
Fui à casa de um amigo para uma noitada de vinho, bate-papo e petiscos deliciosos. Companhia agradável.
A carne de porco com linguiça e batatas preparada na panela de pressão e servida como prato principal parecia que tinha sido feita na Europa.
Fiz muitas coisas neste feriadão... Mas para quem acha que eu conto tudo no Blog, se enganou. Alguns detalhes eu deixo de fora. (risos)
Ah! Inaugurei o ar-condicionado! Calor nunca mais!


Não acredito que apareça mais algum trabalho para este mês, mas não vou ficar chateado se eu estiver enganado.
Quase todos os meus trabalhos deste mês foram pela empresa PA Áudio. Seriam nove dias operando o PA do palco armado na Praça do Arsenal, que depois fiquei sabendo que seriam dez dias, mas no final acabei fazendo somente sete dias de evento.
Ainda operei o som do show de Silvério Pessoa neste mesmo palco onde eu estava trabalhando.
Várias coisas aconteceram nestes sete dias de trabalho. Mas não estou afim de falar detalhadamente sobre cada acontecimento, ficaria um texto chato e longo (eu acho). Vou tentar chegar logo no motivo pelo qual escolhi o título deste texto, pois acredito que tenha sido a “coisa” mais relevante (para mim) deste trabalho.


O trabalho na Praça do Arsenal, mesmo sendo um evento com várias atrações por noite, não foi um trabalho puxado porque a maioria das bandas não passava o som. Tudo era checado na hora do show mesmo.
Isso era bom porque a equipe técnica do evento (eu estava no meio) não precisava chegar cedo no outro dia para passar o som das bandas. E normalmente eu só deitava para dormir na madrugada deste novo dia de trabalho. Como não precisei passar o som antecipado das bandas, só começava a trabalhar depois do meio-dia, e geralmente deitava para dormir perto das 2h do outro dia. Foi tranquilo. Tinha mais de oito horas para dormir!



A parte negativa era que eu não tinha a menor ideia do som dos instrumentos dos músicos das várias bandas. E podem ter certeza, a diferença do som dos instrumentos (e dos músicos!) era considerável.
Não resisti a garrafa aberta na geladeira e coloquei uma taça de Concha y Toro (Reservado – Cabernet Sauvignon). Como não pretendo me estender muito nem no texto e nem no vinho, o petisco escolhido foi um resto de Stiksy da Elma Chips que sobrou de uma farrinha aqui em casa.
Não sabe o é Stiksy? Sabe aqueles palitinhos (ou pauzinhos) produzidos com farinha de trigo e que tem pedacinhos de sal colados em quase todo o seu corpo? Isso é Stiksy. E combina com vinho?
Olha... Se combina muito com vinho tinto eu não sei não, mas na falta de algo mais interessante como um queijo parmesão, um crepe ou uma pizza, os palitinhos quebram o galho! Vou deixar para começar a tomar o xarope contra tosse amanhã pela manhã. (risos)

River Plate rebaixado no futebol Argentino. Pancadaria, morte e destruição no dia do jogo. Vou desligar a TV, não estou aguentando mais ouvir estas notícias absurdas. Eita, entrou uma reportagem sobre o Cirque du Soleil. Nem tudo está perdido neste mundo!
O sistema de som do evento era formado por um line array DAS AERO 28 (oito caixas por lado), mais quatro caixas de sub-graves da FZ por lado.
Tinha uma mesa digital M7CL da Yamaha no monitor e outra no PA.
Mais uma vez a mesa de som foi armada na lateral, na frente de um dos lados do PA. Acho que não seria tão difícil deixar esta mesa no centro. É impressionante como o pessoal responsável por esta parte técnica não consegue mudar este ponto de vista equivocado da prefeitura e/ou governo! Tudo bem... Conseguiram tirar as telas da frente das caixas de som que acabava com o som do PA, principalmente em dias de chuva, eu admito. Briguem agora por este posicionamento correto da mesa de PA!



Fui no pólo do Pátio de São Pedro, e a mesa de som de PA estava lá no lugar correto, no centro! Porque no Arsenal não pode? Consertem isso colegas!
Meu Filho fez 16 anos no dia 20 de junho. Jantar num restaurante com rodízio de carnes. Muito bom! Duas garrafas de vinho, bastante palmito, mini-milho e carnes variadas. Jantei? Que nada! Usei o rodízio mais uma vez como tira-gosto (petiscos).
Raian estava feliz. E isso me deixa feliz, como todo pai, não é?
Eu fiquei feliz por ter fechado o trabalho com a PA Áudio. São meus Amigos (pelo menos dois dos três sócios são amigos com letras maiúsculas). Gosto de trabalhar com eles. Já me colocaram em algumas roubadas (o Philips Festival foi a maior!), mas esta confiança que eles tem no meu trabalho me deixa feliz também.

Este São João da prefeitura do Recife na Praça do Arsenal não era uma roubada. Nada de complicado. Poucas bandas por dia, e muitas usavam basicamente os mesmos instrumentos.
Se nenhum técnico de artista exigisse posicionamento de canais, deixaríamos os instrumentos básicos sempre ligados nos mesmos canais para todas as bandas. Combinei isso com Bruno, que era o técnico responsável pelo monitor. Dando assistência a Bruno no palco estava Estagiário, nome que ele ganhou dos colegas por está ainda começando no ramo.
Pensando aqui com “meus botões”, não me lembro de eventos (não me veio nenhum na cabeça no momento) onde eu era o responsável pelo som do PA e seriam vários shows sem passar o som.
Vou dormir que hoje já deu o que tinha que dar.
--

 
O feriadão acabou, a rotina de trabalho recomeça. Montagem dos áudios de GM, contatos para novos trabalhos em shows e eventos. Já tomei meu leite quente com Nescafé e vou tentar finalizar este texto.
A novidade do mês de junho é que estou abrindo uma firma, uma micro empresa. (uh uhhhh!)
A empresa vai se chamar Titio Produções de Áudio. Vou recomeçar a pagar meu INSS, estava muito inseguro quanto ao meu futuro, quando eu chegar aos 60, 70 anos...
Nem sei se vou chegar tão longe com as coisas que como.
Vou tentar produzir os áudios para GM diretamente pela minha empresa. Em julho esta firma deverá está funcionando.
Vamos ver no que vai dar.

Show Moraes Moreira
 Muitos aqui nem imaginam, mas já pago imposto de renda desde 1998. Em alguns anos, quando a grana foi curta, declarei sem pagar nada, mas normalmente pago alguma coisa. Acho a cobrança do IRPF injusto. Acho muitos impostos injustos, pois não temos muito retorno com este pagamento. A roubalheira é grande! A cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira) foi uma das coisas mais absurdas que já vi. Espero que não voltem com esta cobrança absurda!
O imposto de renda era meu único comprovante de renda até agora. Isso vai mudar com a abertura da firma. Vou ser alguém juridicamente!

Vamos voltar ao São João...

O evento não foi cansativo fisicamente. Como falei anteriormente, deu para dormir legal.
O cansaço foi mais psicológico. Peguei muito som ruim de acordeom. Fiquei impressionado com a qualidade ruim da grande maioria do som eletrificado destes instrumentos. Cada acordeom falava de um jeito, e quando eu solava o som do instrumento no meu fone, escutava mais o som do palco do que o som do instrumento. Sistema de captação muito ruim!
Muito baixista tocando como se o baixo fosse um instrumento de percussão! Batiam nas cordas com os dedos atabalhoadamente. Fiquei impressionado. A cena mais engraçada (para não falar trágica) com relação ao baixo foi um baixista que tocava lendo a partitura. Até aí nada de anormal, pois muitos músicos tocam lendo. O problema é que em muitos casos as músicas estavam emendadas e quando toda banda passava de uma música para outra sem parar, o som do baixo parava porque o músico estava procurando a página da música que entrou. O som do baixo só retornava lá na frente quando ele finalmente se encontrava na partitura.


 
Teve outro caso que o cantor tocava seu violão completamente fora do tom e do ritmo! Parecia o “samba do crioulo doido”. Eu quase choro lá na frente. Achei uma falta de respeito com o público. Não sei se ele tocava e cantava daquele jeito mesmo ou se estava bêbado.
Comecei a ficar triste por não gostar do resultado do som lá na frente. Será que sou eu o problema?
Meio que sem querer, pois nos dois shows o som foi passado por técnicos contratados pelos artistas, acabei operando o show de Moraes Moreira e o show com Geraldo Azevedo, Xangai e Maciel Melo. Os técnicos acabaram ficando no palco na hora dos shows.
O som já mudou consideravelmente. Comecei a me animar.
No show de Silvério Pessoa que aconteceu no domingo (dia 19/06) é que me animei mesmo, pois comprovei que eu não era tão ruim assim como estava pensando. Com instrumentos bons, músicos bons, banda ensaiada tocando no tom e no ritmo, dá para fazer um trabalho bem melhor.
Fiquei satisfeito com o resultado sonoro do show, e mais aliviado.

Sound Check Silvério Pessoa
 A comunicação entre a house mix e o palco estava um pouco complicada porque o sistema que ficava ao meu lado não emitia nenhum sinal sonoro ou de luz para me avisar que estavam me chamando. Para eu chamar o pessoal do palco não tinha problema porque existia uma sinalização luminosa no sistema que eles estavam usando no palco.
Por causa desta complicação na comunicação, tive dois problemas.
O primeiro foi que colocaram um grupo (que não estava no roteiro) tocando acordeons no começo de uma noite, e posicionaram um microfone na frente deste grupo. Isso eu só vi na hora, não fui avisado.
Como minha visão já não está estas coisas, jurei que estava vendo um microfone com fio na frente do grupo, mas não era! Procurei em todos os canais da mesa e nada! A locutora notou que não estava saindo o som do grupo lá na frente e colocou o seu sem fio na frente do grupo para resolver o problema. Só depois, no final da noite, eu soube que o microfone que foi colocado na frente do grupo foi um dos quatro sem fio. Nem fui nestes canais na hora porque estava crente que era um com fio!




O outro problema também teria sido evitado se houvesse a comunicação antecipada.
No show de Geraldo/Xangai/Maciel foi feito um sound check básico à tarde. O técnico de Maciel Melo (meu Amigo Ricardo Cruz) e o de Geraldo Azevedo ficaram no palco arrumando os monitores para os três cantores. Não deu para Geraldo e Xangai participarem do sound check. O combinado era para um dos técnicos (ou de Geraldo ou de Maciel) fazer o som do show na hora. Apenas chequei e anotei os canais na mesa fazendo uma equalização simples para eles não começarem do zero quando chegasse a hora.
Só que na hora do show não apareceu nenhum dos dois lá na frente e eu tive que levantar os canais nas pressas e fazer o som na hora. Não tinha muita complicação porque eram somente três vozes e três violões. Tudo estava certinho até a hora que Xangai entrou. Cadê a voz dele? Solei o canal da voz dele que estava previamente marcada, e só ouvia o som do palco. O microfone estava ligado, mas ele não estava cantando nele. Corri para o intercom, e antes de colocar no ouvido, pude ouvir meu colega Bruno falando que ele estava cantando num dos microfones sem fio! Mas não foi este o microfone reservado para a voz dele no sound check que aconteceu à tarde. Simplesmente mudaram o microfone e não me avisaram.



Eu já estava triste durante alguns dias e esta falta de comunicação me deixou mais triste ainda. Não gosto muito de errar. Quem gosta, não é?
Desde o primeiro dia achei o Estagiário um pouco “marrento” para atender certos pedidos, mas fui levando. Podia ser impressão.
Mas nunca ele atendia a um pedido na hora, sempre falava: --- Vai indo que eu vou depois.
Já tinha trabalhado com ele quando fiz o monitor de um dos palcos no Abril Pro Rock neste ano e não tinha notado nada.
No dia que fui para o evento também como técnico de Silvério Pessoa, pude notar a má vontade dele na questão do posicionamento da bateria do meu artista que não é no centro do palco. Naquela hora, eu não era mais Titio (free-lancer para PA Áudio), era Titio (operador de PA do cantor Silvério Pessoa).



Eu como free-lancer, pode colocar os músicos aonde acharem melhor! Não muda nada para mim. Mas como operador de áudio de Silvério Pessoa, tem que armar como está no meu mapa de palco, pois é assim que o artista quer. Se não dá para armar do jeito que o mapa pede, que a produção do evento resolva isso com a minha produção. Pode parecer meio louco isso, mas eu separo as situações. Posso ter atitudes diferentes num mesmo evento, onde estou trabalhando como free-lancer e como técnico de um artista. Mas esta não é a atitude de loucura do título do texto. Vou chegar lá ainda.
O Estagiário foi ganhando pontos no quesito “má vontade”.
Durante o show de um grupo regional simplório de coco de roda, um microfone muito importante parou de funcionar, pois o pedestal foi trocado de lugar para outro músico tocar o tambor que dava todo o peso (grave) do som do show.
Tentei durante toda uma música me comunicar com o palco e nada de atenderem! Fiquei com o dedo doendo de tanto apertar o botão.
O técnico do grupo, vendo que ninguém atendia, se prontificou a ir lá no palco para avisar. Morto de vergonha, eu concordei.
Mais uns pontinhos negativos acumulados.



Neste caso fiquei chateado também com meu colega que era responsável pelo monitor, o Estagiário era só o assistente dele.
A gota d’água para mim foi durante a troca de bandas que tivemos neste mesmo dia. Enquanto eram ligados os instrumentos da outra banda e eu checava novamente os canais, notei que o microfone do surdo da bateria estava “fritando”.
Liguei mais uma vez para o palco, e quem atendeu foi o Estagiário. Foi aí que sobrou para ele todo meu descontentamento, principalmente por causa da resposta que ele me deu. Com aquele jeito “marrento” que eu tinha notado desde o primeiro dia, ele falou: --- Relaxa! Estava funcionando na banda anterior.
Relaxa? Estava funcionando? Oxe.
Endoidei.
Fiquei imaginando ele dizendo isso para um técnico de algum artista “de nome”.
Peguei meu microfone (deixo ligado para o caso de algum técnico querer testar o som do PA ou regular algum efeito), abri o som dele no PA e solicitei que o diretor de palco pegasse o intercom. Relatei o acontecido e deixei-o decidir. Ou começo com o canal com defeito ou consertam isso no palco antes de começar o show.
Consertaram.





No final da noite, depois de desligar minhas coisas lá na frente, fui ao palco conversar com o Estagiário. Não sou de achar que está tudo certo quando não acho que está tudo certo.
Nem muito menos falar mal de ninguém sem a presença da pessoa em questão.
Falei tudo para ele no final daquela noite. Do meu descontentamento pelo trabalho em equipe. Que um show é um trabalho em equipe, que eu dependo dele e ele de mim para que tudo dê certo. Do absurdo de um técnico ter que sair lá da mesa da frente para avisar do problema no palco porque ninguém atendeu o intercom. Que a atenção deve ser a mesma independente se a banda é famosa ou não!
Que a frase “estava funcionando antes” não é desculpa para não se resolver um problema.
Estava, mas não está mais!
Falei tudo que achava que deveria falar.  Falei que já rejeitei trabalho por não conhecer o pessoal que estaria comigo no palco e que tenho que confiar nos outros que estão comigo no trabalho.
Disse que achava (posso está errado também) que ele estava começando errado no trabalho. Que se realmente ele vai querer trabalhar com isso, que pensasse como uma equipe e não como uma coisa individual.
Disse tudo que eu achava, e fui embora. Certo ou errado, era o que eu achava, e tinha que falar isso no palco.

Ricardo Cruz operando o som do show de Maciel Melo
 
No outro dia, liguei para um dos sócios da empresa de som, que por acaso é meu Amigo, e mesmo se não fosse eu faria do mesmo jeito. Falei que não estava satisfeito com o trabalho em equipe, e se ele conseguisse colocar outro profissional no meu lugar eu não iria mais fazer os três dias que restavam do evento. Caso ele não conseguisse outro técnico, eu faria os três dias. Ele conseguiu e eu não fiz os três dias restantes.
Assinei meu atestado de doido ao jogar pela janela três cachês. Antes liso do que enfartado.
Desculpe-me Normando se o decepcionei profissionalmente, mas não consigo fazer a coisa quando estou insatisfeito.
Prefiro ser um doido sincero do que um sadio falso!
Ah! Aproveitando a palavra doido...
Tem muita gente achando que sou doido também por causa das duas cores (preto/azul) no texto. Uma hora o texto está com letras pretas e outra hora está com letras azuis.
Alguém descobriu o motivo?
Um abraço a todos.

 
PS: Só lembrei agora enquanto estava montando o texto no Blog com as fotos, que eu fui remanejado pela PA Áudio durante estes dias no Arsenal para outro evento sonorizado pela empresa no Teatro da UFPE. Foi o show de Zizi Possi.
Como já tinha acabado o texto e não estava querendo emendar, falo disso noutro dia.