segunda-feira, 30 de março de 2020

Censo Setorial da Música - Participem!

Olá pessoal.
A FREMÚSICA criou um censo nacional virtual para saber

QUEM SÃO, QUANTOS E O QUE FAZEM OS PROFISSIONAIS DO ENTRETENIMENTO NO BRASIL?

Infelizmente, me informaram que não encontraram no site da Fremúsica o endereço para participar deste censo.
Clique AQUI para ir direto para a página do censo.
Vou deixar aqui por extenso também:
http://sgiz.mobi/s3/1bd98dffd519
Vai aparecer esta página da foto abaixo.
Não aparece tudo na foto, é apenas o começo da página.


Eu já fui lá, e preenchi o formulário onde tem algumas perguntas.
Muito rápido e fácil de participar.
Já faz um bom tempo que precisamos fazer um levantamento como esse.
Quanto mais profissionais participarem, melhor.
Não me lembro se já fizeram alguma coisa parecida nesses meus 33 anos dentro do mundo do áudio.
Pois é... Comecei como DJ em 1987.
Divulguem esse censo para todos que vocês conhecem que vivem do entretenimento.
Precisamos ter uma ideia de quantos somos.
E isso também é muito importante para as pessoas que fazem nossas leis, e não tem a menor ideia da quantidade de pessoas que vivem disso no Brasil.
Um abraço a todos.

sexta-feira, 20 de março de 2020

Apoie o PL do seguro MEI - Eu assinei.

Olá pessoal.
Vou continuar na luta aqui para tentar amenizar as consequências do Coronavírus, além de tentar também melhorar o MEI.
Se quiser saber mais detalhes sobre o MEI, e de como se tornar um Microempreendedor Individual, segue o LINK.
Acho que quanto mais a gente fortalecer o MEI, melhor para a classe dos Autônomos.
Quem quiser assinar o apoio ao Projeto de Lei (PL) da Deputada Federal Margarida Salomão, clique AQUI.
Se der algum problema no link, segue ele por extenso:

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeW7fjRVNclkvka8P1DajJAb_7wVvLuUivnkyF1-YID-lfSjw/viewform

Eu assinei.
Um abraço a todos.

Coronavírus - Só pra confirmar que minha classe é absurdamente frágil.

Olá pessoal.
Pois é...
Umas semanas atrás, eu só conhecia duas pessoas que achavam um exagero este vírus.
Um cantor amigo meu, e o presidente da república.
O cantor não demorou muito a mudar de ideia, e o presidente mudou essa semana, né?
Minha ex-esposa, de dez palavras que me passa quando conversamos pelo WhatsApp, uma é a palavra NEGATIVO.
Você é muito negativo, atrai coisas negativas, tua conta ainda tá negativa?...
Ela ainda conseguiu ficar comigo uns 10 anos!
Não é possível que eu seja tão negativo, né?
(Brincadeirinha, viu Jan? Só pra tornar o texto de hoje mais leve)
Obs: Ela nunca me perguntou se minha conta estava ainda no vermelho.
Vamos voltar para a parte séria.
Já passei muitos apertos na minha vida. Como muita gente, né?
Comum, eu acho, para quem trabalha com som, com música, com shows.
Comecei por acaso como DJ, no final dos anos 80, e fui aproveitando as oportunidades.
Passei para estúdio de gravação, jingles, e fui parar nos shows, onde estou até hoje.
Já operava o som de bandas na época em que eu era DJ, mas em shows grandes, fui começar por volta de 1992...
Uma das minhas razões de deixar a profissão de DJ, foi exatamente a instabilidade da profissão.
O DJ era funcionário da casa, não podia fazer outros trabalhos em outras casas noturnas.
E as boates não duravam muito tempo. Então era um tal de abre/fecha, empregado/desempregado, que doía. Vi muitos colegas e amigos da profissão correndo de um lado para outro atrás de trabalho.
Mas eu ainda tive sorte. Comecei e terminei minha carreira de DJ na Over Point.
Comecei recebendo um pouco mais de um salário mínimo, e cheguei a ganhar até bem, viu?
Em 1991 fui para o Rock in Rio pagando tudo! Minha primeira viagem de avião.
Mas nesse período como DJ, a casa fechou um ano para reformas, e tive meu primeiro teste de sobrevivência.
Passei um ano comendo bolacha cream-cracker com goiabada no jantar, e muitas vezes meu almoço era coxinha com guaraná, que eu deixava no "pendura" no carrinho de lanches que ficava ao lado da casa onde eu morava (era um quarto alugado pra ser mais exato), que era colada com um grande e famosos colégio em Boa Viagem.
Passei um bom tempo depois sem querer ver uma cream-cracker!
Nesse mesmo período da reforma, o dono da boate, meu Amigo Rogério Amorim, me colocou como caixa do restaurante dele, pois eu tinha falado que não sabia o que iria fazer com o fechamento da casa.
Já fui caixa de restaurante sim!
E no fim de semana operava o som (voz, violão e percussão) nesse restaurante que virava bar.
Como o dinheiro era curto, dormia o fim de semana num depósito de tralhas da boate e do bar, que ficava no primeiro andar, para não gastar dinheiro com condução, principalmente para voltar pra casa, pois teria que ser de táxi.
Tinha uma cama lá, junto com todo tipo de tralha. Mas o ar-condicionado funcionava!
Vi que não tinha nenhum problema de alergia nesse tempo. Se tivesse alergia a poeira, morria ali mesmo.
Consegui passar por este primeiro teste de sobrevivência.
Quis falar desse meu caso, pra entrar no assunto atual, porque pelo tou estou vendo, vou ter mais um teste de sobrevivência.
Faz um bom tempo que tento melhorar a situação da minha profissão atual, mas reconheço que não me esforcei como deveria.
Acho que falei mais do que agi.
Normal do brasileiro, né?
Desde 1998 declaro imposto de renda, mesmo sem ter muita renda.
O primeiro Imposto de Renda. Sem renda.
E uma coisa sempre me incomodou.
Tanto DJ, que na época era chamado de discotecário, como técnico de som, não eram, e ainda não são, profissões "reconhecidas".
Não existia técnico de som e luz na lista de profissões do governo, pelo menos quando se falava de imposto de renda. Depois veio o MEI.
A de técnico de som/luz, entrou por causa de umas reuniões num grupo virtual chamado GIGPLACE, do meu Amigo Lazzaro, que tive a honra de participar a muitos anos atrás, onde fizemos um abaixo-assinado ou coisa do tipo, e alguém levou para a turma de Brasília.
Essas reuniões virtuais funcionam, basta fazer com determinação.
Estão na lista de profissões agora, mas não têm nenhuma representatividade, até nos dias de hoje.
Zero.
Vou falar aqui da minha profissão atual, ok?
Técnico de som ou operador de áudio.
Mas a quantidade de profissões envolvidas em um show é bem extensa, e praticamente todas estão no mesmo nível de representatividade que a minha.
Já faz um bom tempo que discutimos isso nos grupos de áudio.
Pelo menos no Graxa BR, o assunto aparece sempre.
Mas sempre também não saímos do lugar.
Principalmente porque a profissão não tem uma regulamentação.
Para ser motorista de aplicativos (Uber/Pop), você tem que ter carteira de motorista, e mais alguns detalhes, como carro ano tal, tem que ter 4 portas, etc.
Na minha profissão, não precisa de nada. É só ir para o show, e "mexer" na mesa de som.
Se vai conseguir ou não, aí já é um outro assunto.
Mas não vou mentir... EU também comecei assim!!!!!!!!
Me jogaram num palco para fazer o monitor de vários shows no Carnaval aqui em Recife!
Naquele tempo podia se fazer isso. Anos 90...
Hoje também. (risos)
Basta o artista levar.
Dependendo da situação, o técnico da empresa de som é quem salva o trabalho.
COMO SALVOU O(s) MEU(s) várias vezes até eu conseguir "dominar o touro".
Até hoje me considero um "Ex-DJ Esforçado" ainda se esforçando, quando vejo vários outros profissionais da área trabalhando.
Já pensei várias vezes em parar, mudar de profissão, vendo shows de Frejat, Elba Ramalho, Paralamas, O Rappa, e tantos outros.
Já sei... Vão dizer que minha EX tá com razão, né?
Sou muito realista, e tenho uma autocrítica muito forte (até demais), sei do meu limite.
Fui muito mais longe do que eu imaginei. (Ainda estou indo, né?)
Pois bem...
Mesmo eu tendo passado pelo que muitos AINDA passam hoje no começo da minha profissão, ainda acho que ela deveria ter uma regulamentação, mesmo que seja mínima!
Não só como a carteira de motorista para ser Uber, mas para que tenhamos algum tipo de apoio (jurídico/financeiro/saúde, etc) para resolver problemas que apareçam, como este agora do vírus.
Mais fácil conseguir um plano de saúde para um grupo, do que fazer um sozinho, não é?
Não podemos adoecer, sofrer algum acidente que impossibilite sair pra trabalhar.
Não temos seguro desemprego.
Várias sugestões apareceram nas conversas atuais "pós-vírus" nos meus dois grupos de áudio.
Algumas sugestões são bem antigas, diga-se de passagem...
E nunca tomamos uma iniciativa para concretizá-las até hoje.
Sempre ficava só na conversa.
Este CAOS causado pelo vírus deu mais uma agitada no grupo.
Não tinha como ser diferente.
A palavra caos foi a melhor definição para a situação que estou vendo.
Como tenho fobia de barata, posso fazer uma boa analogia.
Já jogaram álcool líquido em cima de baratas? Não?
É o CAOS para elas, podem acreditar.
Todas correm desordenadamente, desorientadas, para tudo que é lado, sem saber o que fazer, e devem pensar (imagino eu): --- Que porra é isso?
Era assim que eu via a cena.
Depois tocava fogo nelas, para poder tomar banho, com aquele cheiro nada agradável de corpos queimados.
Quando eu entrava no banheiro, já sentia o cheiro delas vindo do ralo do chuveiro.
Fobia é fobia, meus caros. Eu era profissional no assunto.
Tirando a cena incendiária, estou vendo a mesma cena hoje em dia com os meus colegas e amigos de profissão nos meus grupos de áudio.
O Coronavírus é o álcool que jogaram nas baratas (nós, técnicos).
Minha analogia com as baratas seria apenas pela desorientação que minha classe passa nesse momento.
Mas por não conhecer bem os insetos, fico na dúvida se as baratas não poderiam ser mais organizadas como classe, quando comparo com a minha.
Essa é minha sensação.
A desorientação tá grande nos meus grupos de áudio.
E agora? Fazer o que? Vou ficar três meses sem ganhar nada? Como vou sobreviver? 
Todos perguntam...
Shows sendo cancelados a cada segundo, caindo como os soldados na cena inicial do filme O Resgate Do Soldado Ryan.
(Adoro fazer analogias, para terem ideia do que estou vendo ou sentindo)
Desespero total.
E não é pra menos.
Quando os cancelamentos foram entrando nos meses seguintes, não tem como não ficar desesperado.
E com os rumores que até passe de junho estes cancelamentos? São João cancelado?
Oxe... Como assim?
Não tem como eu passar de março até julho sem shows não!!!!
Acredito que começamos a ter uma "leve" ideia do que os atuais 12 milhões de desempregados no país sentem.
Por enquanto ainda é leve a sensação, mas já é também assustadora.
E pode ser leve e assustadora ao mesmo tempo?
Eu acho que ainda pode, por enquanto.
Temos ainda perspectiva de um retorno.
Os mais de 12 milhões de desempregados atuais, não tem essa mesma sensação, acredito eu. Principalmente agora!!!!!!!
Só pra deixar mais claro, quando falo na primeira pessoa do plural (Somos, achamos, temos...), tou me referindo a minha classe, ok?
E qual a solução para essa nossa situação? Essa pergunta pipocava no grupo.
A quem vamos recorrer? Como posso ter um seguro desemprego?
Apareceu todo tipo de fórmula!
Que até Stephen Hawking iria levar tempo para solucionar.
Lembram do filme? A Teoria De Tudo? 
Muito bom!!!!
Se não viram, vejam!
Mas acho que esqueceram que não temos tempo para montar e resolver essas fórmulas.
Eu, negativo como minha EX me considera, falei em apenas duas saídas:
1- Os artistas ajudarem suas equipes técnicas.
2- O governo ajudar a classe (ou qualquer outra) através do MEI.
Acho que a opção 1 ainda tem chance.
A outra não.
Acho difícil obter algum tipo de ajuda oficial, se não estamos oficialmente registrados como profissão. Quem não fez uma reserva de dinheiro para eventuais emergências, como tou vendo que foi a maioria, inclusive eu, vai sofrer agora com estes meses sem trabalho.
Mas ainda aposto muito nesse MEI, viu?
Pior sem ele.
Já estou no MEI faz 4 anos, e antes eu era ME.
Resolvi depois desse grande susto, reservar uma percentagem de todos os meus cachês para um fundo emergencial. Penso em variar esse desconto entre 5 e 10%, dependendo da situação financeira do momento. Mas sempre vou descontar. Como tenho uma conta de banco virtual (Nubank), fora a minha do Itaú, vou usar essa do Nubank para o fundo emergencial.
Decisão tardia, acredito eu, mas não vou chorar pelo leite derramado. Melhor começar tarde do que não começar, não acham? O velho ditado: Antes tarde do que nunca!
Voltando para as fórmulas...
Com um prazo maior de tempo, ainda acho que só vamos ter uma melhoria na profissão quando NOS unirmos OFICIALMENTE.
Depois desse susto, pode ser que este prazo diminua.
Associação, sindicato, grupo, órgão, time, membros... Seja lá o que for! Qualquer coisa tem que ser criada, com um cadastro dos profissionais, com pagamento de mensalidades ou anuidades pelos membros participantes, onde poderíamos ser representados OFICIALMENTE por essa "coisa" em qualquer situação que possa aparecer no caminho.
Com ou sem provas, com ou sem testes para fazer parte disso, mas tem que ter essa coisa oficial.
Sem ser uma classe reconhecida e representada, vamos ficar nas conversas infinitas nos grupos de áudio sobre os mesmos problemas, e sempre sem resolvê-los!
Até que joguem novamente o álcool em cima da gente, e todos se agitam, e correm desordenadamente.
Não sei vocês, mas eu não estou achando muito legal me sentir uma barata encharcada de álcool!
Boa sorte a todos.
Um abraço a todos.

PS: Fica aqui registrado a campanha que levantaram no meu grupo de áudio Graxa BR. Uma pena que não pode ter mais gente neste grupo, por causa do limite do WhatsApp.
Só quem tá lá, sabe como ele funciona.
Temos que expandir para outras plataformas, para que agregue mais gente, viu Leo?
Seguindo as mesmas regras, logicamente.
Como não tenho um artista "fixo" atualmente, esta campanha nem serve muito para mim.
Mas se ajudar alguns outros da profissão, já é um começo. Né?