quinta-feira, 18 de junho de 2009
Rapidinha 18 - Só volto dia 1 de julho.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Shows com Jorge de Altinho fazendo o monitor – Susto no começo, mas está estabilizando.
Olá pessoal.
Recebi uma proposta para fazer o monitor dos shows de Jorge de Altinho, artista daqui de Recife. Os shows começaram no dia 4 de junho e vão até o dia 11 do próximo mês. Ao todo vão ser 28 shows. Já fiz quatro shows: Gameleira (PE), Major Izidoro e Maceió (AL), e Extremoz (RN).
Comentei uma vez no site do meu amigo Lazzaro, operador de monitor de Ivete Sangalo, que eu só fazia monitor hoje em dia se não tivesse jeito, pois acho que estou ficando velho para o rojão que é fazer um monitor, principalmente pela qualidade (não muito boa) dos equipamentos que pegamos na estrada aqui na minha região. Muitos artistas já andam com mesa própria de monitor e com os microfones e os cabos. Isso faz uma diferença absurda, principalmente se todos na banda estiverem de fones, o que geralmente acontece nestes casos.
Só fui conhecer o sistema de monitoração da banda de Jorge de Altinho no primeiro show. Tentei conhecer antes, mas não consegui. Era um sistema de amplificação de fones Powerplay da Behringer. Eram dois amplificadores e cada um alimentava quatro fones.
Encontramos muitos produtos da Behringer na estrada, principalmente em firmas de som de pequeno porte, por causa do baixo custo do equipamento. E por causa deste baixo custo, muitos destes equipamentos não têm uma qualidade satisfatória. O amplificador de fones é até legal e faz o trabalho direito. Uso até um no estúdio de jingles faz muito tempo e não tive muitos problemas para merecerem uma crítica ferrenha, mas tem outros produtos da empresa que não quero nem passar perto, como é o caso do DI duplo. Já no primeiro show (Gameleira - PE), notei que o sistema não estava funcionando direito. Além de ser muito demorado ligar tudo, alguma coisa estava errada lá, pois o sinal falhava ou nem chegava ao fone. Eu precisava fazer três conexões para o sinal chegar aos fones. Imaginem para ligar oito fones e com o sinal falhando! Foi aí que vi que meu coração ainda está funcionando direitinho, pois a emoção foi grande. Demorei muito para ligar os fones. Na realidade, nem consegui enviar o sinal para todos, pois não houve sound check e fiz tudo na hora do show mesmo.Como Jorge de Altinho não usava inear, meu trabalho foi ainda maior, pois os monitores de chão destas pequenas empresas que fazem o evento no interior geralmente são do tipo “feito em casa” e não soam nada bem. O show aconteceu, mas não foi nada confortável.
No segundo show (Major Izidoro – AL), o produtor pediu ao técnico que faz o som do PA e que está com Jorge faz um bom tempo, para me ajudar nas ligações dos fones, principalmente porque ele já conhecia o sistema. Neste show teríamos tempo para fazer um sound check. Mas mesmo assim a ligação do equipamento de monitoração foi lenta, pois como eu havia imaginado, o sistema estava falhando. Troca cabo, troca via do multicabo, troca fone, troca via no amplificador. Foi um troca-troca tremendo. Depois de chegarmos num resultado mínimo satisfatório (mas não perfeito), encerramos o sound check. Este show foi mais confortável, mas o cantor ainda sofria com os monitores de chão.O terceiro show (Maceió – AL) foi o mais angustiante para mim!
Era uma mesa só ao lado do palco para fazer o PA e monitor. A mesa era digital, e como o operador de PA de Jorge não tinha prática com o manuseio do notebook, decidimos que ele ficaria na mesa e eu no laptop. Como eu já sabia o que estava falhando no nosso sistema de fones, sabia qual era o meu limite.Por causa do pandemônio que estava no palco, o cantor seguiu por uma pequena passarela para frente do palco para poder se escutar pelo som do PA. Atitude não muito aconselhável porque aumenta em muito o risco das realimentações. Mas acredito que esta atitude ajudou na solução do problema, pois ele pediu para nosso operador de PA ir lá na frente, pois estava achando o som muito estridente. Excesso de freqüências médias, médias-altas e altas. Para os leigos, muito médio e agudo!
Depois de algumas idas à frente, o som foi se estabilizando. Só que se passaram umas três músicas para isso acontecer, e pra mim é tempo demais num show. Quase não mexi no monitor, e isso só faz comprovar que o som do PA é que estava causando a realimentação. Não tinha monitores e microfones endereçados para monitores suficientes no palco para causar tamanha realimentação. Espero que meu colega do PA tenha notado isto.Combinei que eu iria fazer um sound check o mais rápido possível, e antes de começar o show, eu iria conferir se os fones estavam bem posicionados nos ouvidos do cantor, pois eles têm uma posição certa para serem colocados. Depois de tudo conferido, voltei para mesa de monitor e o show começou.
A pergunta da noite era: quanto tempo Jorge de Altinho ficaria com os fones nos ouvidos? Ainda bem que nem pensei muito nesta resposta. Confiava no equipamento que eu indiquei. Sabia que funcionava. Passei grande parte do show escutando no meu fone o que ele estava escutando no inear dele. Tentei aproveitar as dicas que me deram sobre o que ele gostava e do que não gostava de escutar e tentei ajustar o timbre do fone a esse gosto. Ele não tirou uma única vez os fones! E o show seguiu até seu final.Já no hotel, Jorge veio me dar os parabéns pelo trabalho. Estou no caminho certo. Vamos ver agora se o novo sistema de monitor da banda vai surtir o mesmo efeito. Já estou com todo o equipamento e vamos testar tudo no show que acontece nesta quarta-feira, dia 17 de junho em Alagoas, numa cidade chamada São Miguel dos Campos.
Depois eu conto como foi.
Ah... Já ia me esquecendo... Na volta para casa, o ônibus deu um problema na estrada e ficamos umas duas horas jogando conversa fora e chupando cana sentados na mureta de proteção da pista. Peguei até um bronze.
Um abraço a todos.