quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Parece mentira... Mas foi verdade! – Caso 2

Olá pessoal. Essa aconteceu comigo. Faz muito tempo que aconteceu isso, e até hoje não conheço outro caso igual. Eu operava o monitor da Banda Versão Brasileira. Ricardo Cruz fazia o som do P.A.. A banda fazia muito show em trio-elétrico. Nunca gostei de trabalhar em trio-elétrico. Muitas vezes nem sabíamos qual seria o “carro” que iríamos usar. Esta apresentação da banda seria numa cidade próxima daqui de Recife. Seria uma “puxada” de carnaval. Não lembro se tinha bloco com cordão de isolamento. Sempre a equipe técnica seguia na frente para arrumar as coisas. Mesmo só tendo uma mesa para fazer o som do P.A. e monitor, a banda levava os dois técnicos. Enquanto o pessoal armava os equipamentos da banda, Ricardo e eu conferíamos o som. Nesta época, o vocalista da banda preferia sempre ir com o carro dele, separado dos demais músicos que seguiam no transporte contratado para o deslocamento. Neste dia não foi diferente. Enquanto a banda seguia para o local num micro-ônibus, o vocalista foi com o carro dele. Depois de um tempo tentando ajustar o som do carro, eu e Ricardo chegamos a uma conclusão não muito boa. Simplesmente o som do trio com o mínimo de volume necessário já distorcia. Só o bumbo da bateria já fazia o som distorcer. Não conseguimos ajustar isso, e nem o técnico do trio. Não tinha condições. Resolvemos ligar para o pessoal para avisar, mas o ônibus com a banda chegou antes. Ficamos sabendo também que o vocalista já tinha chegado e estava numa casa de amigos próximo ao local da saída do trio-elétrico. Subimos para o ônibus e comunicamos o ocorrido para os integrantes da banda. Ok, se não dá pra fazer, não vamos fazer. Decidiu a banda. Aí começou a confusão. A notícia se espalhou e um dos organizadores do evento foi ao ônibus falar com a banda. O pessoal tentou explicar o motivo da desistência, mas o organizador num tom não muito amigável falou que a banda não saía do local sem fazer o show. A confusão aumentou. Toca, não toca, toca, não toca... O ônibus começou a ser cercado... A banda sem ter alternativa, pois já estava virando ameaça, decidiu fazer o show. Só que as notícias da confusão chegaram ao local aonde estava o vocalista, e ele sem pensar duas vezes, foi embora! Exatamente! Foi embora! E agora? A banda tentou explicar ao organizador que o vocalista não vinha, pois ficou sabendo da confusão, mas o organizador não quis saber. Não teve acordo! Sem ter mais o que fazer, os músicos subiram no trio e fizeram todo o percurso sem o cantor! Exatamente! O tecladista e o guitarrista, que já faziam os vocais nos shows e cantavam pouquíssimas músicas como solistas, assumiram todas as músicas que eram cantadas pelo vocalista principal! E o melhor. Fizemos todo o trajeto e o pessoal não reclamou a falta do vocalista principal! Ah! O som foi distorcido mesmo. Deixamos no máximo volume que dava pra fazer sem a distorção interferir muito. (risos) Nunca soube de outro caso como esse. Até o próximo caso. Um abraço a todos. Prato de bolinho de bacalhau que pedimos num bar em Paris. Quase 9 Euros. O prato era formado por 3 bolinhos. Como éramos 3 na mesa, foi um bolinho para cada. Turnê 2005 - Europa - Silvério Pessoa.

8 comentários:

Anônimo disse...

Ahh mas trio é isso mesmo. Não existe limites ou previsões para o que pode acontecer. Acontece de tudo. Os trios dos anos 80/90 tinham uma tecnologia para voz muito deficiente, tanto que era frequente os cantores no terceiro dia de carnaval já estarem sem voz (tanto que as bandas tinham 2, 3 vocalistas). Da segunda metade dos 90 em diante, as coisas melhoraram muito. Hoje a maioria dos bons trios possui a mesma qualidade sonora dos 5 melhores trios dos anos 80/90. Eu tenho muitas estórias de trio elétrico. Umas engraçadas, outras nem um pouco.

Titio disse...

Olá Ney.
O inusitado desse caso que eu contei não foi nem a distorção no som, pois encontramos muitos trios ruins na época. O absurdo, que eu nunca vi até hoje, foi uma banda fazer um show sem o vocalista principal, aonde todos que conheciam a banda sabiam quem era o cantor principal. Seria a mesma coisa hoje em dia Mundo Livre S/A ou Nação Zumbi fazendo um show sem os seus cantores principais. Todos sabiam quem era o cantor principal da Versão Brasileira naquela época.
Um abraço.

Unknown disse...

Olá Titio!
Faltava na web um blog como o seu, que consegue agradar tanto aos leigos quantos aos que possuem algum Know-how na área. Já ouvi muito falar de você pelo mundo do audio afora, e conheci seu blog através do Orkut, na comunidade Line Array se não me engano.
O conteúdo publicado por você já foi de grande valia algumas vezes,(seu post sobre como sincronizar as mesas Yamaha com o Pc conseguiu derrubar completamente todos os obstaculos que existiam com relação ao uso do Notebook "Live").
Percebi que compartilhamos de duas paixões: Vinhos (na verdade bebidas em geral) e Audio.


Parabéns pelo blog!
Abraços,
Lucas Demicheli

Anônimo disse...

Ah mas eu já vi uma história parecida com essa. Aqui mesmo em Natal, acho quem 1996 no carnatal. Uma cantora baiana muito famosa atualmente liderava uma banda que fazia um sucesso relativo na época. Com 30 minutos de show no bloco ela passou mal e teve que ser levada para um pronto socorro. As duas vocalistas de apoio da banda seguiram cantando até o final do bloco, quando os diretores pediram desculpa ao público. No último dia do evento essa cantora voltou reestabelecida e fez o show que ficou devendo. Agora a que você contou é muito mais cômica (se não fosse trágica). rsrs

Titio disse...

Olá Lucas.
Muito obrigado pelas palavras. Ser elogiado nunca faz mal. Estou aqui em casa no final de uma garrafa de vinho SUNRISE Merlot (Concha y Toro) e lendo as mensagens. Espero que meu Blog continue ajudando alguém, mesmo que seja por meus erros, pois essa é minha intenção. Aonde você reside? Gosto de saber aonde o Blog está chegando.
Um abraço.

Titio disse...

Oi Ney.
Esse seu caso é diferente, pois a cantora começou o evento e passou mal. No meu caso, começamos sem o cantor! É muito mais complicado.
Tou vendo que você é de Natal, minha cidade natal! Nasci aí. Legal. Fui duas vezes neste ano com Silvério Pessoa por aí. A primeira não teve show por causa da chuva. Foi o MPBeco. A segunda vez rolou o show no anfiteatro da UFRN. Muito legal o local.
Um abraço.

Unknown disse...

Olá Titio!

Eu particularmente sou fã dos vinhos Concha y Toro, pois chegam aqui no Brasil com preços atrativos o que os faz ter um dos melhores Custo x Benefício dentre os vinhos chilenos.
Eu uma vez comprei 12 garrafas de Casillero Del Diablo Carmenere 2006 e acabei com elas em menos de 15 dias. (hehehe)

Quem me dera encontrar por aqui as famosas "caixinhas" com bons vinhos. Do jeito que os brasileiros são, não duvido de aparecer por aqui um "Wine-in-a-box" tupiniquim, com "grandes marcas" como Chapinha, Canção, Sangue de Boi... (Blerrrgh).

Eu resido em Belo Horizonte-MG.
O que me surpreende cada vez mais no mundo do audio é a generosidade que grandes e renomados profissionais (como você) têm com meros apaixonados por esse universo (como eu).

P.S. São 05:06, é natal e estou acompanhado por uma garrafa de JW Black Label, já bebi metade dela, e as letras começam a se embralhar na minha frente.


Grande Abraço!

Unknown disse...

Ah, e a propósito..
Um Feliz Natal, com muita paz, harmonia e toda a felicidade que a vida tem a oferecer.