quinta-feira, 14 de maio de 2015

Rapidinha 195 - Bró o que?

Conversa num dia desses...

X = Amigo meu do ramo.

E aí X, tudo certinho?
Tudo Titio, e tu?
Rapaz... Tou vendo como faço para equacionar as minhas contas aqui.
Como estão os shows aí para tu X?
Porque para mim aqui tá complicado.
Tá fraquinho Titio, não está muito bom para mim também não.
Eu não tenho nada fechado este mês X. Em junho até agora só tenho dois trabalhos fechados em São Paulo.
Não fechei nada ainda no São João.
Eu até tenho dois shows este mês Titio.
E os cachês X? Como estão os cachês para você?
Como não faço muitos shows X, não sei direito como estão os cachês na cidade.
Estou até querendo fazer mais shows, estou me sentindo enferrujado, mas vejo certos cachês absurdos.
Eu sei X que os cachês que recebo dos dois artistas que normalmente faço não podem ser referência, pois eles são considerados "nacionais" e não "locais", mas como está o mercado local?
Poxa Titio... Muitos dos shows que faço aqui em Recife é na "brodagem".
Bró o que X?
Brodagem Titio. De Brother.
(Brother = Irmão).
Ah... Entendi X.
Poxa... Tá assim é X?
É Titio.

Resumindo (ele me falou dos valores), X fez dois shows ao preço de um.
É, a coisa não está legal...
Concluí.
Obs: X é um dos excelentes operadores de áudio que eu conheço em Recife.
Um abraço a todos.

2 comentários:

Unknown disse...

A situação está ruim de uma modo geral em todos os setores. Para o dono de locadora de pequeno e médio porte, ou seja, aquele em que o dono além de fechar o contrato, é o motorista, ajuda na carga e descarga dos equipamentos, fica o dia na montagem, fica no evento e só vai embora quando realmente tudo acaba ( e ainda tem que fazer o procedimento inverso de montagem) é que está ruim mesmo. Os ajudantes não possuem DRT, não possuem carteira assinada, porque não tem como pagar. O que acontece no mercado de banda baile hoje é que os artistas ( donos das bandas) negociam com o cliente um valor X ( ex: 8 a 10 mil reais) pela banda completa e som, "ameaça" o cliente que só faz com aquela aparelhagem porque não garante a qualidade da banda em outro som que não seja o "dele" e chega pro dono do som e negocia um valor de 800 a 1.000 reais, para uma super estrutura e exigência, quando em valor de mercado justo seria de pelo menos 2 a 2,5 mil reais. E tem que ter mesa digital de 30 mil reais ou mais. (como é que se paga?). A classe também não ajuda, é uma informalidade só, cada um coloca seu preço, vira leilão e os que estão no topo ficam abafando , segurando, passando por cima dos outros para que este não cresçam

Titio disse...

Olá Fernando.
Realmente nos vários setores relacionados ao áudio, a coisa não está muito legal.
Muita coisa melhorou e muita coisa piorou.
O que melhorou?
A grande maioria dos eventos hoje em dia tem diretor de palco, equipes contratadas pelo evento, como roadies, técnicos de monitor e de PA, iluminador, etc.
Antigamente isso tudo e muito mais era de responsabilidade da empresa de som.
E este lance dos valores está o "samba do crioulo doido".
Começando pela locação dos equipamentos de som e luz.
Contratos baixos para locação de equipamentos caríssimos.
E isso reflete no resto da cadeia.
Vejo muita gente de empresas de som reclamando do leilão dos preços também. Eles tem o mesmo problema que nós (técnicos/operadores), e está difícil segurar os técnicos com carteira assinada.
Acredito que sem uma formalização da profissão não tem como coordenar os cachês.
Vai continuar no leilão que você falou aqui.
Obrigado por participar.
Um abraço.