quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Show de Almério no CPM - Quase dancei.

 
Olá pessoal.
Fui chamado de última hora pelo meu Amigo Adriano Duprat para operar o som do show de Almério no Conservatório Pernambucano de Música (CPM).
Esse show aconteceu na sexta-feira da semana passada, dia 22.
Ele me avisou no dia anterior!
Ok, não tinha nada marcado.
Fui lá substituí-lo.
Como eu já sabia qual seria a (única) mesa de som, montei uma cena antecipadamente em casa.
Era a DL32R da Mackie para fazer o PA e monitor ao mesmo tempo.
Cada vez curto menos fazer esse serviço duplo.
Sinto sempre que não faço bem as duas coisas.
Tem outros motivos também, como assumir o lugar que poderia ser de outro técnico, por exemplo.
Mas aí o assunto se estenderia, e não é minha intenção hoje.
Vamos ficar só no show.
Com a cena salva no iPad, segui para o local do evento.
É... Montamos a cena da DL32 no iPad.
Depois é só sincronizar com a mesa.
Adriano me falou que passaria por lá para me ajudar, depois ele seguiria para o local do show onde ele iria operar o som.
Chegamos exatamente na mesma hora.
Nem se a gente tivesse combinado, daria tão certo!
Sincronizei tranquilamente meu iPad com a mesa de som.
E já fui ajustando o patch das vias de monitor e front.
A DL tem um problema sério.
Não é raro uma saída dar defeito, já tá ficando comum.
Do nada, ela para de funcionar...
E sabe como fazemos para voltar? Com o sistema de monitores desligado, ou com o técnico tendo a certeza absoluta de que todas as vias estão fechadas, jogamos um ruído rosa no máximo volume para as saídas com problemas por alguns minutos.
Como se fosse para "desentupir" a saída.
Não me pergunte a lógica disso, só sei que resolve.
Soube que isso acontece também nos canais! Nas entradas.
Do nada, o canal não funciona após ligar a mesa!
A solução???
Ligar o 48V do canal e aumentar o ganho ao máximo!
Pode enviar ruído para esse canal também, não custa nada. (Risos)
Lembrando... Certifique-se que o sistema de som está desligado ou de que você tem a certeza absoluta que não está enviando esses ruídos para caixas de monitor ou para o LR da mesa de som.
Um erro, e pode danificar seriamente as caixas de som do sistema!
Eu já tinha feito um trabalho com essa mesma mesa anteriormente, e apareceu um problema no LR.
Fiz todos os procedimentos que falei acima, mas não ficou ainda do jeito que eu queria.
O mesmo problema apareceu aqui nesse trabalho, e se não fosse Adriano e o proprietário do equipamento para me ajudar, eu acho que eu estaria lá até agora tentando ajustar o PA.
Perdemos um tempinho para deixar "mais ou menos" normal.
Adiantar um pouco no tempo aqui...
Já em casa fiquei "matutando" sobre o problema no LR e notei que o problema que eu tive anteriormente foi igualzinho, mas não foi no LR (Left/Right) e sim somente no L!!!!
Não pode ter sido coincidência...
No left de novo?
Trocamos cabos, saídas e o defeito continuava, independente da saída.
Por isso achamos que seriam os cabos.
Falei para Maurício depois, que acho muito provável que a mesa está com algum problema de "software" no Left do máster.
Que depois acaba melhorando, como acontece nas saídas e/ou canais.
Foi isso que concluí depois desses dois trabalhos com a mesa de som da Mackie.
Pedi até para Maurício fazer uns testes, para confirmar ou não essa minha teoria.
Voltando ao show de Almério...
Depois de deixar o PA num nível aceitável, segui com o soundcheck.
Adriano vendo que estava estabilizado, foi para o show dele no Estelita, uma casa de shows aqui em Recife.
A ajuda dele foi muito importante. Depois pago uma garrafa de vinho Dom Bosco pra ele. (Risos)
Com relação aos monitores no palco, estavam todos legais, todos falando lindamente.
Monitores da Yamaha.
Só deixei todos os ajustes que ficam na traseira das caixas idênticos, onde tem nível de entrada e algumas opções de cortes de frequências.
Deixei tudo igual.
Ficou massa!
Só pequenos ajustes na equalização e tudo bem.


Mas todos esses ajustes eu fiz ANTES de ouvir e ajustar o som do PA.
Por isso, quando acertamos o som do PA, fui levantando o som do PA e monitor ao mesmo tempo.
Quando estava tudo certo para a banda e para mim na frente, pedi para tocarem só uma música para eu dar uma ajustada no fone de Almério, que não iria passar o som.
Mesmo com os monitores frontais, Almério usa in-ear.
Mas não tinha sistema de in-ear no evento, então...
Usei meu M-Vave para o serviço!

Sistema M-Vave.
E funciona?
Quebra um galho. Já me salvou várias vezes.
Melhor do que não ter nada!!!
É um paliativo.
E para diminuir o risco de falhas no sinal, coloco o transmissor o mais próximo do músico.
No caso desse show, coloquei entre as caixas de monitor do cantor.
Levo o(s) cabo(s) da mesa de som até lá.
Não dá pra deixar o transmissor ao lado da mesa de som, como fazemos com sistemas de in-ears profissionais, como um PSM900 da Shure.
Com certeza o sinal do M-Vave vai falhar!
Passei o som do in-ear fake de Almério e encerramos o soundcheck.
Só me restava aguardar pela hora do show.
Ahhh. Lembrei de uma coisa.
Durante o soundcheck, achei o som da guitarra um pouco "magrinho", e resolvi depois do soundcheck, colocar meu SM58 no lugar do SM57 que estava captando o som do amplificador.
Nada foi desligado no palco. Adorei!
Tinha uma apresentação antes do show de Almério, mas seria apenas UM canal, que acrescentamos em um dos canais que sobraram na minha cena.
Como teve um intervalo bom entre essa apresentação e o meu show, deu tempo de checar tudo novamente no palco, mesmo sabendo que nada tinha sido desligado.
Mas... Vai que alguém pisou em algum cabo sem querer e desligou algo sem saber, né?
Chequei todas as vias e todos os canais.
Tudo certo.
Já dei várias paradas escrevendo esse texto.
Desde ontem lavando as roupas, os pratos, cozinhei um arroz para complementar minhas quentinhas...
Fiz uma farra boa ontem na casa de um Amigo músico, com a desculpa de ver um jogo de futebol na TV...
Cheguei em casa às 3h da manhã!
Hoje eu acho que vai ser pipoca, água, Netflix, laranja e picolé de frutas.
Acho.
Só acho.
(Fiquei mesmo nas opções acima. Zero de vinho. Deixei pra amanhã.)
Na nossa hora, fui na sala transformada em camarim, e liguei o M-Vave do cantor.
Avisei que muito provavelmente ficaria falhando por causa da distância que ele estava do transmissor, mas quando ele subisse no  palco, o sinal iria estabilizar.
Avisei também onde iria ficar na frente do palco, e qualquer coisa que ele precisasse era só fazer os sinais, que eu estaria olhando para ele.
E foi assim mesmo que aconteceu.
Ele me pediu duas ou três vezes para aumentar a voz dele no fone, e eu acabei aumentando também um pouco nos dois monitores que estavam à sua frente.
Acho que na segunda ou terceira música já estava do jeito que eu queria.
Aí foi só pilotar as coisas durante o show.


Ainda notei que o som do PA "pendia" um pouco para o lado direito, mas a maioria do público ali não deveria estar sentindo essa pequena diferença sonora.
Seguimos até o final sem atropelos.
Os músicos não me pediram nada, e não me falaram nada depois do show.
Acho que ficou tudo bem no palco para eles.
(Acertei na troca do microfone no amplificador da guitarra, pois achei muito melhor o som dela durante o show.)
Parar mais uma vez aqui no texto para comer um pipoca Boku's vendo um joguinho na TV...
Pelo jeito, só vou postar isso amanhã pela manhã.
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Resolvi finalizar isso hoje de todo jeito!
Eu já não tenho muito o que falar sobre esse trabalho, e ainda tenho que montar as cenas dos shows do próximo fim de semana.
Vou deixar todo o dia amanhã para montar as cenas com calma.
Sábado estarei no monitor de Filipe Catto em São Cristóvão (SE) com uma PM5D da Yamaha e no domingo vou operar o som do PA do show de Flaira Ferro aqui em Recife (PE) usando uma SD8 da DiGiCo.
Nesse show de Almério no Conservatório Pernambucano de Música, operei o PA e monitor ao mesmo tempo usando meu iPad, só pra lembrar.
E fiquei até com receio de "dançar" no som ao me deparar com os problemas no PA no comecinho do soundcheck, mas no final deu tudo certo.
Achei o resultado sonoro bem decente.
Ficou bom. Eu achei.
Mesmo sabendo que o que eu acho não é minha referência.
O mais importante é saber o que o público achou!!!
Como eu estava no meio desse público, e ninguém veio reclamar, devo concluir que estava bom para eles também.
E quase no final do show, abriram uma roda de ciranda rapidamente, e eu fiquei com cara de abestalhado no meio dessa roda, com um iPad na mão.
Não sabia eu, que Maurício (músico e proprietário do equipamento de som) estava me filmando, porque achou a cena inusitada e engraçada.
Ficou mesmo!!! (Risos)
Ficou tão bom, que eu mesmo divulguei nas minhas redes sociais.
Como podem ver no vídeo abaixo, eu quase dancei novamente.


Mas dessa vez eu iria dançar uma ciranda!!!!!!
Sou um péssimo dançarino.
Jamais arriscaria dar uns passos nessa hora da ciranda.
Mesmo eu estando bastante satisfeito e animado com o som! 
Um abraço a todos.

PS: Vou chupar um picolé de tapioca. Vinho? Só amanhã mesmo.

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Dica dos Amigos 029 - Como colocar a logomarca da empresa na tela de bloqueio da CL, QL ou Rivage.

Olá pessoal.
Esta dica vai diretamente para os proprietários de empresas de sonorização.
Eu estava no Downtown Aldeia Festival, quando Íkaro mostrou para Westinghouse (Selva Nua) como se faz para colocar uma logomarca na tela de bloqueio das mesas CL, QL ou Rivage, todas elas da Yamaha.
Nesse dia ele usou a Rivage PM3, que estava no evento controlando o som do palco dois.
Íkaro acabou gravando um vídeo explicando o caminho para fazer isso, que eu compartilho aqui no Blog.
Coloquei também na minha página no YouTube.


Obrigado Íkaro pela dica.
@ikarokaruake
Vi que você está sempre gravando vídeos com dicas, e com certeza vou compartilhar vários aqui no Blog.
Um abraço a todos.

sábado, 16 de novembro de 2024

Operando o PA do Downtown Aldeia Festival - Pulei um pouco mais nessa edição.

 
Olá pessoal.
Mais uma vez fui convidado para operar o som do PA das bandas locais que não iriam levar seus técnicos para o Downtown Aldeia Festival 2024.
Fui até dar uma olhada nas postagens anteriores onde falei sobre esse evento para lembrar como fui parar lá!
Esse ano foi a quarta edição do festival.
Na primeira, que aconteceu em 2022, eu fui para operar o som do PA da banda Ira!.
Fui indicado por amigos para a produção da banda.
Um amigo músico de Recife, sabendo que eu estaria com a banda paulista no festival, me chamou para operar o som da banda dele, a Iron Maiden Cover.
Fiz uma postagem sobre esses meus dois trabalhos na primeira edição do evento.
A segunda edição aconteceu no mesmo ano da primeira, onde a banda Blitz foi a atração nacional.
Fui convidado então pelo festival para operar o som do PA para as bandas locais, mas eu já tinha trabalhos agendados e não pude aceitar.
No ano passado, mais uma vez fui convidado pela produção do festival para o mesmo serviço, operar o som das bandas locais que não iriam levar técnico.
Nessa terceira edição as atrações nacionais foram Lobão e Biquíni Cavadão, que não usa mais o Cavadão no nome, é só Biquíni agora.
Fui fazer esse trabalho.
Foram 6 bandas locais, onde só uma levou o técnico de PA.
Logicamente Lobão e Biquíni levaram seus técnicos.
Falei também desse trabalho aqui no Blog, só procurar.

Downtown Aldeia Festival 2024.
Esse ano recebi o mesmo convite, que à princípio seria para operar o som do PA de apenas 3 bandas, que passou depois para quatro.
As atrações nacionais seriam: Nenhum de Nós, Camisa de Vênus e Supla.
Já com a data agendada, recebi uma mensagem do produtor da banda Ira! (Pelicano), me falando que o filho dele era o produtor da banda Camisa de Vênus, e me perguntou se eu não poderia operar o som do PA da banda.
Logicamente, aceitei o convite.
Então, o número de bandas que eu iria operar passou para cinco.
Pelicano nem sabia que eu já iria participar do festival em Aldeia.
Bom saber que meu trabalho com a banda Ira! rendeu frutos.
Pedro, produtor da Camisa de Vênus e filho de Pelicano, entrou em contato e acertamos os detalhes.
Esse ano foram sete bandas no total.


House Band (School of Rock), Supernova, Bob Tayson, Tears For Fears Experience, Supla, Camisa de Vênus e Nenhum de Nós.
Dessas sete bandas, só não operei o som de uma! A Nenhum de Nós que levou seus técnicos.
Não estava no roteiro eu operar o som de Supla, mas... Vamos em frente, como sempre diz Silvério Pessoa.
Quem leu a postagem anterior, sabe que fui direto de Arcoverde para o local do festival em Aldeia, só deixei a bolsa com as roupas sujas em casa.
Isso foi na sexta-feira passada, dia 08/11.
Nesse dia era só para o soundcheck de algumas bandas.
E serviu também para ligar, testar e alinhar todos os equipamentos.
Eu já sabia que Camisa de Vênus não iria passar som, seria um linecheck antes de começar o show. (Vixe!)
Depois de saber que Supla tinha sobrado pra mim, fiquei sabendo também que seria linecheck pra ele também! (Vixe 2!)
Para complicar mais um pouquinho para mim, não consegui colocar duas mesas iguais no PA.
O fornecedor foi outro esse ano, seria a empresa Selva Nua.
Mas eu já sabia que não iria ter problemas com a qualidade do serviço.
Westinghouse faz muito bem o trabalho dele!!!!
Gosto muito quando ele está com a empresa Selva Nua nos eventos por onde passo.
Sei que vai funcionar!
E não me decepcionei mais uma vez com ele!
Acertamos que seria a S6L (Venue) no palco 1, e a PM3 (Yamaha) no palco 2.
A posição das mesas nos palcos foi determinada pela preferência do técnico de Nenhum de Nós, que solicitou a PM3 no PA.
Sabendo então onde iria ficar cada mesa, fiz em casa todas as cenas iniciais das bandas que eu iria operar o som, usando os editores offline das duas mesas.
Nunca tinha usado o editor da PM3, fui atrás de algumas informações, e consegui montar a cena das duas bandas que seriam comigo no palco 2.
Como já imaginei que Supla realmente seria comigo, montei também a cena inicial dele.

Clique na imagem para ampliar.
Com as cenas das bandas no pendrive, segui para o local do festival, sem saber direito se as cenas que fiz da PM3 estavam certinhas.
Não tinha receio das cenas da S6L, pois sempre estou montando cenas para as mesas da Venue, mas usei o editor específico da S6L, mesmo sabendo que essa mesa consegue enxergar as cenas de outros modelos da Venue, como a Mix Rack ou S3L. 
O layout do software é praticamente o mesmo!
Enquanto escrevo aqui, recebo uma mensagem de meu Amigo Normando, onde ele me pede pra ir lá na casa nova dele, para pintar as paredes.
Falei que seria falta de caráter da minha parte fazer isso, já que nunca pintei as paredes das minhas casas!
Oxe!
Me chame para um churrasco! (Risos)
Falando em churrasco, vou até ver aqui o que vai ser o almoço de hoje...
Vou ali na esquina pegar minha quentinha, porque desisti já faz um tempo de fazer almoço em casa.
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Hoje já é sexta-feira, feriado.
Não voltei para o texto depois do almoço de ontem.
Peguei um cupim assado, sucesso total.
Vamos voltar para o Festival?
Eu ainda não tinha decidido se iria passar o som das bandas usando a cena específica de cada uma que eu fiz em casa.
A outra opção que eu tinha era passar o som da primeira, duplicar essa cena, e ajustar os canais para o soundcheck da próxima banda.
Mas daria um trabalho grande, porque os canais iriam sair do lugar, e eu tinha colocado plugins específicos para determinados canais.
Resumindo... Eu teria que fazer muitos ajustes em cada cena duplicada.
Resolvi então usar a cena específica de cada banda para fazer o soundcheck.
Carioca, responsável pelas ligações no palco (Patch) me perguntou logo que eu cheguei no palco:
---Titio, vai ser um input fixo para todas as bandas que não vão trazer o técnico, ou ligo os canais exatamente como está no input list de cada banda?
Pedi para ele ligar como estava no input list de cada banda.
Adiantar um pouco o tempo aqui... Depois do festival, já em casa, fui ler as postagens dos anos anteriores falando sobre esse festival, e vi que eu combinei com meus amigos do palco para fazer um input fixo para as bandas "sem técnico".
As duas mesas eram iguais no evento passado, o que facilitava.
Passei o som da primeira banda no palco 1, peguei a cena e levei para a mesa do palco 2, onde todos os canais seriam ligados na mesma posição.
Aí foi só reajustar o ganho do canal e levantar o fader, que já estava 80% pronto!
Ou até mais, viu?!
Nem lembrava mais desse detalhe.
Nesse ano eu não poderia fazer isso, pois as mesas eram diferentes.
Não iria poder aproveitar uma cena da mesa 1 na mesa 2.
Passei todas as cenas para suas respectivas mesas, e com a grande assistência de Íkaro ajustei tudo na PM3, onde a bronca maior era fazer o patch DANTE da console.
Westinghouse levou Íkaro para ficar na housemix dando assistência nas mesas de som.
Como Íkaro domina bem a PM3, ficou fácil.
Sem ele, eu não sairia do canto nessa questão do patch e de outros detalhes da mesa.
Ele foi me mostrando o caminho, porque eu nunca tinha trabalhado com uma PM3 antes desse dia.
As cenas estavam certinhas, só tivemos que montar o patch, e informar por onde iriam sair os sinais para o PA, Sub e Front.
Na S6L eu nem precisei de ajuda nessa questão do patch, porque isso é bem simples de se fazer, não tem o DANTE no meio, e eu já conhecia a maioria dos caminhos.
Mesmo assim, ainda pedi orientações para Íkaro porque não lembrava de certos detalhes de operação na S6L.
Tudo certo.
Ajustado esses detalhes, foi aguardar pelo primeiro soundcheck.
Como eu tinha decidido usar as cenas específicas de cada banda, quando eu passei o som da primeira banda na S6L, eu salvei na "library" (livraria) os "presets" (predefinições) dos canais principais, como bumbo, caixa, tons e surdo, guitarra e voz.
Tanto a S6L como a PM3 tem essa função, por isso agi do mesmo jeito na PM3.
Esse preset do canal salva tudo o que eu fiz no canal, como ganho, equalização, compressão, gate, e até o nome do canal vai igual, que eu acho ser a única falha do processo.
Mas tudo bem...
Me ajudou muito essa função.
Na foto abaixo eu mostro onde está essa função na mesa Venue.

Clique na imagem para ampliar.
Quando eu abria a cena da próxima banda para passar o som, "puxava" as predefinições na livraria para os canais, que estavam em posições diferentes.
Na S6L foram quatro bandas e na PM3 só duas.
As que eu iria operar, logicamente.
Nenhum de Nós estava no palco da PM3.
Passei o som das bandas que estavam sob minha responsabilidade, com o diretor geral do festival já me repreendendo pelo alto volume do som.
Vixe! RECn'Play de novo??? (Risos)
Mas aí ele estava na função dele.
Se ele me pedisse pra zerar o som do PA, eu baixava o fader até o zero.
Mas ele não fez isso. (Risos)
Expliquei que estava passando o som pra ver até onde eu poderia ir.
Naquele momento não tinha público, e quando tivesse uma multidão ali na frente, a "conversa" seria outra.
Mas deixei-o tranquilo, informando que se na hora dos shows estivesse fora dos padrões do que ele queria, eu ajustava as coisas.
Só não poderia fazer com Nenhum de Nós, pois era o técnico da banda no controle.
Aí ele teria que enviar alguém da produção para falar diretamente com o técnico.
Só escrevi por escrever, porque nada disso aconteceu!!!


Nem falei que na hora do show da Camisa de Vênus, minha postura seria diferente.
Não seria o Titio do PA do Downtown Festival, e sim o Titio técnico da banda Camisa de Vênus.
É estranho isso, né?
Mas tem diferença sim!
Nessa hora sou o contratado da banda e não o técnico do festival.
A postura é outra!
Querem um exemplo prático?
Depois de saber qual seria a bateria que iria para a Camisa de Vênus, liguei para o produtor da banda e informei que seria melhor alugar uma bateria.
Falei que estava com as peles "cansadas", e com certeza iria influenciar no som (pra pior).
Expliquei para a diretora de palco (Raynnara) que eu iria fazer de tudo para ser outra bateria na hora da Camisa de Vênus, e ela se entendeu com o produtor.
Estava falando nessa hora como técnico da banda.
Uma bateria foi alugada para Camisa de Vênus.

Banda Supernova. Segundo show do evento. Palco 2.

Cheguei a baixar alguns dBs do máster em alguns shows, mas tudo foi fluindo sem atropelos.
Ahhh. Esqueci de falar duas coisas.
No dia do evento, ainda teve soundcheck de algumas bandas logo cedo, incluindo a Nenhum de Nós, que não conseguiu fazer isso no dia anterior, que era o que estava programado.
Durante o soundcheck da banda paulista, vendo o técnico usar o microfone pra dar uma escutada no som do PA, resolvi fazer a mesma coisa depois, porque eu não tinha feito isso no dia anterior.
Bobeira minha mesmo.
Pedi para Íkaro ligar meu SM58 nas duas mesas, e fiz alguns ajustes finos no equalizador do PA.
Ainda fiz outros ajustes no SUB e no Front, mas só questão de volumes.
Depois dessas mudanças, fui de cena em cena nas duas mesas para colocar esses novos ajustes.
Ahhhh... Eu já tinha colocado os presets dos canais nas cenas de Supla e Camisa de Vênus, que não iriam passar o som.
Eu iria ajustar os detalhes na hora dos shows!
Eita... Que eu já estou com vontade de ir ali comer uns caranguejos...
Regados à vodka com suco de graviola.
Ainda é cedo, ainda é cedo. O relógio marca 10h30.
Devo acabar esse texto até antes do meio-dia.
Devo postar amanhã, sábado... Vamos ver.
Mais uma vez achei que eu poderia passar vergonha depois que ouvi o soundcheck do Nenhum de Nós.
Ano passado tive esse mesmo pensamento (ou sensação).
A banda não passou o som, só os técnicos com a ajuda dos seus roadies.


Ontem, vendo o documentário de Elvis na Netflix (muito bom, diga-se de passagem), teve uma fala de uma pessoa, que nem lembro quem era... Deixa eu ver aqui o nome...
Conan O'Brien.
Fui ver também quem era esse Conan.
Comediante e apresentador de televisão americano.
Pois bem...
Nesse documentário ele falou umas coisas que eu até anotei, porque senti isso várias vezes em vários trabalhos que eu fiz.
Nesse trabalho desse ano no Downtown Aldeia Festival, até que não foi forte, mas mesmo assim senti um pouco.
Vou colocar as palavras que ele falou.

(Abre Aspas)
Se não tiver medo, há um problema.
Se quiser que seja bom, estará aterrorizado. É um sentimento muito solitário.
O medo do fracasso é um ótimo motivador. O medo da vergonha.
Todos sabemos como é se apresentar na frente das pessoas e dar errado.
E é terrível!
(Fecha Aspas)

Eu acho que essas palavras não servem só para os artistas.
Essas palavras de Conan são pensamentos dele, imaginando que Elvis estaria passando também por essa situação.
Mesmo sabendo que minhas situações estão ano-luz de distância das de Elvis e Conan, eu tenho esses mesmos medos quando vou operar o som de algum show, que variam de intensidade.
Acho até que senti mais isso operando o som do PA do que no monitor...
Décadas atrás, teve um show de Silvério Pessoa num grande festival na Bélgica chamado Esperanzah!, que minhas pernas tremiam no caminho para a house mix.
E eu falando comigo mesmo pelo caminho: O que é que eu tou fazendo aqui? Não tinha nada que ter vindo pra essa turnê...
O desespero foi grande. Acho que foi um dos maiores que eu senti.
Já falei aqui de outro caso bem mais recente, onde fui operar o som do PA de Lula Queiroga no Teatro do Parque uns poucos anos atrás... Foi difícil também.
As mãos tremiam quando eu ia mexer nos faders.
Por incrível que pareça, esse ano no Downtown, essas sensações não vieram fortes, mesmo eu sabendo que iria fazer Camisa de Vênus (e Supla) sem passar som!
Tudo bem... Bateria, baixo, duas guitarras (sendo uma estéreo), dois vocais e a voz principal de Marcelo Nova...
Tudo bem... Poucos canais.
Mas... As sensações geralmente aparecem, independente do número de canais. (Risos)
Depois que começou o evento, o medo (receio) foi diminuindo, dissipando.
Nem era grande, viu? E foi ficando cada vez menor.
Só na hora do show de Camisa de Vênus que aconteceu uma troca nas ligações dos canais na guitarra estéreo, que agitou um pouco a coisa, principalmente porque os rádios que estávamos usando para comunicação entre PA e monitor descarregaram.
Exatamente na hora das ligações dos instrumentos da banda Camisa de Vênus.
Mas conseguimos nos falar por telefone, e eles já sabiam onde estava o problema nas ligações.
Fora esse probleminha, não teve UM canal que veio trocado na hora dos shows!!!!!
Como era só eu lá na frente, pulando de uma mesa para a outra durante quase todo o evento, em muitos casos eu não podia fazer o linecheck na outra mesa porque estava operando o show de outra banda na outra mesa.
Confiei cegamente na plugação de Carioca e Samuel, e no linecheck de Eduardo (Selva Nua) que estavam lá no palco.
Não erraram UMA ÚNICA VEZ.
É muito bom trabalhar assim!
O contratempo na Camisa de Vênus foi porque a banda trocou a posição dos guitarristas no palco na hora, diferente do que estava no mapa de palco que foi seguido à risca pela equipe técnica do festival.
Mas começamos o show com tudo certinho, nos seus devidos lugares.
Os velhos ajustes nos ganhos um pouco antes de começar... E vamos em frente!!!!!!!!

Camisa de Vênus - Showtime - Palco 1.

Pra variar, foi mais complicado para ajustar os monitores.
Se eu pudesse escolher, ficaria só fazendo PA, mas...
1- Não posso me dar ao luxo.
2- Sou chamado mais para fazer o monitor.
3- Acho que opero "melhorzinho" o monitor do que o PA.
Falei até desse assunto de monitor na postagem anterior, onde reafirmo aqui: Se é para um técnico ganhar mais do que o outro, que seja o técnico de monitor!!!!! (Risos)
Pulei um pouco mais de mesa em mesa esse ano, comparando com o ano anterior.
Achei até engraçado em determinado momento, eu passando de uma mesa para outra durante todo o evento.
Fechava o máster da mesa no final do show e dava quatro passos para o lado, onde estava a outra mesa.
Mas... Ainda tem um detalhe.
O sinal das duas mesas de som entravam num equipamento chamado APB Mix Switch (foto abaixo), onde entrava também o sinal do locutor e o sinal de áudio dos vídeos dos patrocinadores que passavam nos telões de LED. Ainda teria outra entrada para o DJ, mas nesse evento não teve a participação desse profissional.

Clique na imagem para ampliar.

Íkaro era o responsável por abrir e fechar esses canais, com um simples toque nas teclas verdes.
Foi tudo uma maravilha...
Gostei muito do resultado do trabalho, das decisões que tomei.
Funcionaram!
E no meio do último show (Supla) do festival, que não tive trabalho algum para levantar o som, mesmo sem soundcheck, meu diretor geral Lulinha apareceu na house mix me perguntando se eu queria beber um vinho.
Agora eu posso!!! Respondi em tom de celebração. Pode trazer a taça!
Taça? Retrucou ele.
Vou trazer uma garrafa!!!!
E assim foi o final desse meu trabalho no Downtown Aldeia Festival 2024.
Bebendo um vinho Argentino na house mix.
Bebi metade da garrafa, e a outra metade foi em casa, com banho tomado, sentado no sofá com as pernas ardendo em cima de uma mesinha de plástico que uso aqui para várias funções.
A prova da comemoração ainda está aqui no apartamento, como mostra a foto abaixo.

Como é boa a sensação de dever cumprido...
Bem cumprido, eu achei.
Um abraço a todos.

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Otto, Estesia e Silvério Pessoa - Uma coisa em comum entre eles?

 
Olá pessoal.
Pensando aqui o que posso falar sobre esses três trabalhos...
Os shows de Otto e Estesia aconteceram no mesmo palco no RECn'Play, na quarta-feira passada, dia 06 de novembro.
Eu já estava com a data agendada com Otto, e uns dias antes fui convidado também pela produção do Estesia.
Ia fazer o monitor de Otto e no Estesia foi acertado para eu fazer o som do PA.
Só fechei com o Estesia porque os shows seriam no mesmo palco.
Quem me conhece, sabe que raramente fecho dois shows no mesmo dia com artistas diferentes em locais diferentes.
Não corro risco de deixar alguém na mão!
Já cheguei a fechar 4 shows no mesmo palco durante um carnaval.
Muito desgastante, mas...
Nesses dois trabalhos no RECn'Play, eu já sabia que seria bem fácil ter problema para abrir o som do PA, por causa do entorno do local, com muitos prédios com escritórios, bancos etc.
Toda vez é uma novela isso.
E foi mais uma vez. Mas nem foi por causa dos prédios no Recife Antigo, e sim por causa de palestras do próprio festival que estavam sendo realizadas no prédio AO LADO do palco!!!
Aí é lasca, né?
Mesmo com essa falta de "criatividade" da produção, até que a novela não foi tão dramática assim.
Deu para passar as duas bandas sem muito atropelo.
Também não posso deixar de falar que pode ter sido por falta de outra opção, o palco ficar tão próximo do local das palestras. Cada um com seus problemas.
Passei o som do PA do Estesia, fui almoçar, e voltei para passar o som do monitor de Otto.
Tudo funcionando perfeitamente, aí facilita o serviço.
Fiquei direto no local do show, pois estava previsto começar bem cedo o evento.
A previsão não deu certo, e teve um pouco mais de uma hora de atraso nos horários dos shows.
No outro dia eu iria viajar bem cedo para Arcoverde, onde iria operar o som do PA do show de Silvério Pessoa no Festival SESC de Economia Criativa.
Mesmo com esse atraso, deu para dormir um pouco antes de seguir para Arcoverde.
No monitor do festival em Recife tinha uma PM5D, e no PA uma Venue.
Todas as duas em perfeito estado!!! Adoro quando não tenho surpresas com as mesas de som.
Não sou muito fã de usar a PM5D no monitor, porque não posso usar o iPad conectado, para agilizar no alinhamento dos monitores no palco.
O iPad é uma ferramenta bastante útil quando se fala em monitoração em shows.
Como nesse dia fiz PA e monitor, mais uma vez comprovei minha tese que: Se é para um técnico ganhar mais do que o outro, que seja o técnico de monitor!!!! (Risos)
É muito mais trabalhoso!!

Otto - Soundcheck - RECn'Play. Participação de Junio Barreto.

Não comecei do zero no monitor de Otto, peguei uma cena de um show anterior, zerei os ganhos, e fui subindo esse ganho de canal por canal no palco, ajustando alguns detalhes na equalização.
Mas tudo bem simples.
Quando eu subia o ganho do bumbo até o baterista falar que estava ok, esse canal já estava indo para todos que pediram o bumbo nos seus monitores no show anterior.
E isso eu fiz com todos os canais, inclusive na voz principal de Otto.
Depois foi só ir dando os ajustes finos enquanto a banda tocava uma música com todos os instrumentos.
Foi bem rápido.
Nem tudo são flores... Alguns probleminhas no microfone sem fio que no começo do show deu "tilt", e a gente trocou pelo reserva. 
Mas na segunda música conseguimos colocar de volta o microfone principal na mão de Otto.
(Não canso em falar com as produções dos artistas com quem trabalho para comprarem um sistema de microfone sem fio, para não depender dos microfones disponibilizados nos eventos.)
Outro probleminha foi com relação aos monitores.
Me passaram que seriam 12 de uma mesma marca e modelo.
Quando cheguei lá só tinha 8 monitores.
Quatro da marca que me falaram, e mais 4, sendo 2 de uma marca e 2 de outra marca.
Ou seja... Monitores falando completamente diferentes entre si!!
Isso eu notei quando fui passar o som do Estesia logo pela manhã.
E já solicitei mais monitores para o show de Otto, pois iria faltar monitores.
Fui prontamente atendido.
Só perdi um pouco mais de tempo para alinhar os vários monitores diferentes.

Otto - Showtime - RECn'Play.

Ahhhh! Lembrei!
Na montagem dos nossos equipamentos para começar o show, tive que organizar alguns monitores e vias que foram trocados na hora da montagem.
Na agonia para arrumar a casa, uma pessoa com a camisa do evento olhou para mim com cara de insatisfação e fez um sinal com a mão falando para eu baixar o volume daquela voz no side, porque estava muito alto o volume.
Oxe. Pensei eu... Quem é?
Alto pra quem??? Não entendi nada.
Eu não sabia qual era a função dele ali no evento.
Só no outro dia em Arcoverde, conversando com amigos técnicos, eu soube que era um dos roadies do palco.
Ah tá... Ok... Mesmo assim não é da função dele pedir para o técnico do artista fazer qualquer ajuste no som do palco, onde teve um soundcheck antes.
Eu estava usando esse microfone para me comunicar com todos os roadies e técnicos do evento, para ajustar as vias com suas respectivas caixas.
Certo. Até aí eu não tinha falado para ele que aquela voz era a de Otto, e que eu tinha ajustado essa voz no soundcheck com todos os músicos.
E ele fez um segundo pedido com a mesma fisionomia de insatisfação: Baixe a voz no side, por favor, tá alto.
Várias vias e caixas trocadas e o rapaz agoniado com o volume da voz no palco?
Aí ele completou: O público não precisa ouvir isso.
Ahhhhhhhhh. Agora entendi.
A preocupação dele era para que o público não soubesse que tinha algo de errado no palco!
Cada um com suas preocupações. A minha era outra.
Procurei pela minha paciência e não a encontrei.
Ele já estava na minha frente, atrás da mesa de som, quando falei que essa voz que estava no side era o voz de Otto, que eu tinha ajustado anteriormente durante o soundcheck.
Dito isso, apertei a mão dele e falei que não iria baixar, e fui consertar as vias de monitor.
Nem olhei mais pra ele.
Segue o jogo.
Será que era o presidente do Festival? Pensei na hora.
Lembrei do meu caso num festival de música no Marco Zero, com o Presidente da Philips no Brasil! (Vixe!)
Esse caso FAMOSO está registrado no Blog, só procurar.
Voltando ao evento em Recife...
Nunca é demais lembrar...
Marquem sempre as caixas de monitor e chequem todas as vias antes do show, para que as mesmas caixas estejam nas mesmas vias que estavam no soundcheck!
Não comecem o show antes disso!!!!
Depois de tudo ajustado, o show começou.
Ahhhh! Outra coisa...
Em nenhum momento de todo o show, Otto pediu para baixar a voz dele no side, e nem os músicos fizeram esse pedido!
Fico vagando aqui nos meus pensamentos, imaginando o roadie do evento pedindo isso para o técnico de Roupa Nova, Frejat ou Paralamas... Será que pediria?
Acredito que não, infelizmente.
Já falei também sobre esse assunto aqui no Blog.
Bem... Depois desse pequeno atropelo, o show seguiu normalmente.
Aí... Foi só correr pro abraço!!!!
Mas nem tive tempo para comemorar no camarim com todos, corri pra house mix para fazer o PA do outro show.
E fazendo o PA do Estesia é que não tive agonia mesmo!!!!
Foi tudo dentro da normalidade, com um som completamente diferente do de Otto, que cantou músicas de Reginaldo Rossi.
O som do Estesia é quase 100% eletrônico.
Acústico? Só um violão. E mais nada!!!
Fora o violão, teve o sax do Maestro Spok, que participou do show.

Estesia - Showtime - RECn'Play.
Mesmo o evento começando com atraso, ainda consegui dar uma cochilada boa de 4 horas em casa antes de seguir para Arcoverde, pra o show de Silvério Pessoa.
Lá é que foi tranquilo mesmo!
Equipamentos em perfeito estado, tudo funcionando, e eu... No PA novamente! (Risos!!)
Passamos o som (quase) tranquilamente.
Coloquei o "quase" porque o sol batia na cara do palco, e só conseguimos passar o som com a cortina fechada.
Ainda bem que tinha cortina.
Nenhum dono de barraca veio me pedir para baixar o som do PA no soundcheck e nem durante o show... (Perco o amigo, não a piada.)
Falei para passar só no final do soundcheck uma música com a cortina aberta, mas acho que nem isso aconteceu.
Foi tudo com cortina fechada mesmo.
E tem diferença? Tem.
O som no palco é outro, e isso vai para o PA também.
Fiz igual ao roadie do palco no RECn'Play, pedindo para meu Amigo Normando, que estava fazendo o som do palco, segurar um pouco nos monitores, pois estava alto, vazando muito nos microfones, atrapalhando um pouco no som do PA.
Mas nesse caso, faz parte da minha função fazer tal pedido, como Normando poderia pedir também pra eu segurar mais o som do PA porque tá voltando muito para o palco.
Uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa... (Risos)
Cada um com sua função!
Finalizamos o soundcheck com todos satisfeitos, e já compramos os vinhos para "molhar o bico" à noite.
Deu tempo de dar um cochilo legal no hotel.
Ainda bem que a chefe do "catering" no palco em Arcoverde não me pediu para não beber antes do show!!!
Trauma do RECn'Play!
Vai que essa moda pega, né?
Catering = Serviço que fornece todos os insumos necessários para a alimentação em um evento.
Bebi só uma tacinha de vinho antes do show.

Silvério Pessoa - Showtime - Festival SESC de Economia Criativa.

Mas nem deu tempo de beber direito o resto das garrafas depois do show para comemorar.
Merecia comemoração, por ter saído tudo certinho, mas vários componentes da banda iriam voltar de ônibus para Recife, porque tinham compromissos logo cedo.
Até Silvério voltou de ônibus com a turma um pouco depois da meia-noite.
A van iria voltar para o Recife às 6h30 da manhã, onde iríamos chegar perto do meio-dia.
Para mim estava tranquilo, pois eu só precisaria chegar no local do meu próximo trabalho no final da tarde, o Downtown Aldeia Festival.
Mas... Esse "final da tarde" se transformou em 11h30 da manhã!!!!
Só deu tempo de passar em casa, deixar a bolsa com as roupas sujas, lavar o rosto, fazer xixi e beber um copo d'água.
Vi na Uber e 99 POP qual era o menor preço pelo trajeto, e segui para Aldeia, agora para operar o som do PA de várias bandas de rock!!!!
Mas aí é uma outra história...
Conto depois.
Ahhh!
E o que tinha os três shows em comum, já que são bem diferentes as músicas que eles produzem?
Eu! 
(Né?)
A única coisa em comum era eu.
Muito prazeroso participar de trabalhos completamente diferentes, sonoramente falando, e obter resultados bem satisfatórios.
E é isso que me faz ainda seguir pelo caminho dos shows e eventos, pois de vez em quando me bate um desânimo...
Mas nem o roadie do RECn'Play conseguiu me desanimar!
Um abraço a todos.

PS: Repito!! Marquem o que puderem no palco para evitar problemas. Marco até os microfones para voltarem nos mesmos músicos. Já quebrei muito a cara por falta dessas marcações.