quarta-feira, 30 de abril de 2025

Lirinha no Teatro RioMar - Mais um monitor tranquilo.

 
Olá pessoal.
Fui mais uma vez operar o monitor de um show de Lirinha.
Esse show aconteceu na quinta-feira passada, dia 24 de abril, no Teatro RioMar em Recife, e fez parte do XI Festival RioMar de Literatura.
Eu já tinha feito algumas vezes o monitor do Cordel do Fogo Encantado, onde conheci Lirinha.
E tive meu primeiro contato mais direto com o artista no show solo dele chamado Mêike Rás Fân (MRF).
O Cordel já não tinha o conceito sonoro que o grande público acha "normal" em um show, onde era apenas violão e muita percussão.
Não tinha bateria, baixo, guitarra, teclados, instrumentos de sopro, bailarinos, VS (instrumentos gravados), etc etc etc...
E esse show MRF também fugia desse normal.
Fiquei muito contente com o convite para fazer o monitor do MRF, que aconteceu no Teatro do Parque, e com certeza devo ter falado aqui no Blog.
Vou até olhar essa postagem para não ser repetitivo aqui nessa nova postagem do novo show de Lirinha.
(Dei uma lida rápida em algumas partes dessa postagem antiga, e ainda está bem dentro do que penso atualmente.)
Eu achei o título desse show atual sensacional, e já falei até para Mauro Fernandes, que é o produtor de Lirinha.
O título do novo show é: José Paes de Lira Canta Lirinha.
Achei muito criativo, e não lembro de ver título igual antes.
Mas não me perguntem o que quer dizer Mêike Rás Fân, que eu não vou saber explicar.
Pois bem...
Como vocês podem notar, até os títulos dos shows saem um pouco do "normal", né?
Muito legal.
Eu já conhecia esse show novo de Lirinha, porque fui operar o monitor em Garanhuns tempos atrás, no teatro da cidade, acho que foi no FIG.
Tentei achar uma postagem sobre esse show aqui no Blog e não consegui.
Não escrevo sobre TODOS os trabalhos.
Bem... Eu já sabia que nesse novo show era bateria, baixo e guitarra, onde todos da banda fazem vocal.
Depois que eu fiquei sabendo qual seria a mesa de monitor, montei a cena inicial para o show.
A CL5 da Yamaha seria minha mesa no teatro.
Adriano Duprat iria usar a SD8 da DiGiCo no PA.
Todos usariam in-ear no show.
Nada de caixas de som nos monitores.
Tudo fica mais limpo, tanto para o PA como para o monitor.
Alguns músicos ainda relutam com essa ideia de usar fones, mas é fato que melhora muito o resultado sonoro do show.
E se a maioria usar in-ears com fio, aí cai muito o risco de dor de cabeça para os técnicos, pois elimina o problema de fuga de RF (Rádio Frequência), onde o AR está cada vez mais congestionado de frequências.
Meus sistemas com fio de monitor não saem do meu case (caixa, maleta), pois nem sempre encontro sistemas com fio de fones bem cuidados.

Case que levo para a maioria dos meus trabalhos.
E ainda por cima, meus sistemas são estéreos!
Com uma grande vantagem... Só preciso de apenas UM cabo normal de microfone para levar o sinal estéreo da mesa de monitor até a caixinha que fica com o músico.


Logicamente, tive que confeccionar um cabo curto especial, onde pego os dois sinais da mesa e junto esses dois sinais para apenas uma saída na outra ponta, como mostra a foto abaixo.


Tenho 8 sistemas da Waldman, mas tem vários sistemas no mercado bem parecidos com esses que eu estou usando.
Servem para me salvar na falta de sistemas e dos problemas de RF.
Dependendo da situação, já começo o soundcheck usando meus sistemas.


Esse da Waldman tem um defeito sério, que é o botão de Mono/Estéreo, que é muito fácil de se mudar acidentalmente, mas já estou resolvendo isso criando uma proteção para o botão.
Eita! Dar uma pausa aqui para pegar minha quentinha (PF - Prato Feito) ali na esquina.
Depois do almoço eu retomo a escrita aqui, mas antes vou passar a máquina três no cabelo, porque já estou precisando usar a escova para ajustar os poucos cabelos que tenho na cabeça.
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Hoje já é quarta-feira, véspera de feriado, e vou tentar finalizar esse texto e fazer a postagem antes das 22h.
Não devo sair de casa (pra variar...) e o vinho já está resfriando na geladeira.
Voltando ao show...
Não precisei usar meus sistemas com fio de fones, porque tinha in-ear sem fio para todos.
Mais uma vez me encontrei com Íkaro no monitor, e já fiquei despreocupado com o gerenciamento de RF no palco, onde ele já me entrega tudo redondinho.
Fora isso, como ele sabe que só uso os in-ears em estéreo, tudo já vem definido para isso, e sem limiter do sinal sonoro ou booster (reforço) nos agudos nos body-packs.
Passei minha cena inicial que fiz em casa para a mesa, e todas as entradas e saídas foram ajustadas no DANTE I/O.
Tenho que dar uma estudada nesse DANTE na CL da Yamaha, porque fico dependendo sempre do técnico da empresa para vários ajustes na mesa.
Depois que conferi tudo, fui para o in-ear de Lirinha, onde sempre coloco a voz (com um pouco de reverb) antes de começar o soundcheck.

Soundcheck.

Depois disso, vou levantando tudo para todos, mas a cena já vem com o endereçamento de todos os canais para todos os músicos.
Quando levanto o sinal de um canal para um músico, esse sinal vai para todos, incluindo o cantor, onde eu já deixei a voz dele bem definida no seu fone.
Não tive problemas para levantar tudo para todos, e o soundcheck foi bem rápido.
Lirinha não pediu absolutamente nada!!!
Ainda perguntei para ele usando meu microfone de comunicação interna se estava tudo bem, e ele falou no seu microfone a frase que qualquer técnico fica animado: --- Está tudo ótimo!
Fiz a mesma pergunta para todos os músicos, e recebi a mesma resposta.
Perguntamos para Adriano se estava ok para ele lá na frente, e como a resposta foi sim, encerramos o (breve) soundcheck.
Só nos restava aguardar pela hora do show, que seria cedinho...

Showtime.

Saímos para almoçar na praça de alimentação do shopping, e ficamos no camarim aguardando.
Deu tempo ainda de tomar sorvete e cafezinho...
Quase nada foi desligado dos nossos instrumentos.
Pelo que lembro, só o sampler de Lirinha foi desligado, mais nada!
Por causa disso, só chequei esse canal estéreo antes de começar o show.
Mas... Tivemos um problema no amplificador de guitarra, que não funcionou no começo do show.
O som do amplificador, captado por um microfone, é usado só para complementar o som estéreo da pedaleira do guitarrista.
O problema foi resolvido durante a primeira música, e o show seguiu sem mais nenhum atropelo.
Não interferiu muito no som, pois como falei, o som principal da guitarra não é o do amplificador, e sim o sinal de linha estéreo do pedal.
Foi tudo normal no show, só com pequenos ajustes para a banda.
Lirinha fez igual ao soundcheck, e não pediu absolutamente nada!
Muito bom o José Paes de Lira Canta Lirinha.
Como em todos os outros shows que participei do artista, posso até incluir o Cordel do Fogo Encantado, a palavra tem uma importância enorme.
Eu acho diferente. Opinião minha, ok?
Acho que o som dos instrumentos se encaixa nas palavras nesses shows de Lirinha. O som dos instrumentos é um complemento.
Por outro lado, em uma grande maioria de shows, a palavra é o complemento para o som... É, digamos assim, menos importante.
Nos chamados shows “normais”, muitas vezes até as palavras estão gravadas, como também várias outras “coisinhas”.
Tem hora no show de Lirinha que não tem nem instrumentos musicais rolando, só as palavras do artista ecoam pelo ambiente.


Isso é bem comum nos shows do artista de Arcoverde que participei, sempre operando o monitor.
E acho que não foi por acaso a escolha desse show para um festival de literatura...


Nem ia falar sobre isso quando comecei a escrever, queria falar mais sobre a monitoração do show, mas sempre escrevo o que me vem à cabeça, sempre com relação (ou não!) ao trabalho que eu fiz.
Queria mostrar como foi bem simples fazer o monitor, tanto nesse show como nos outros do artista em carreira solo.
O monitor do Cordel não é tão simples assim... (Risos)
Nem usei o side durante o show no Teatro RioMar.
Testei para ver se estava funcionando, mas não usei.
Só usaria numa emergência.
Ainda apareceu uma novidade antes do show... 
Algumas vinhetas seriam disparadas lá da frente por Adriano, e isso teria que ir para os monitores.
Mas como tínhamos tempo sobrando, deu para fazer as ligações e testar tudo antes de começar o evento.
Copiei os canais do sampler, que já estavam endereçados para todos, e colei nos dois canais das vinhetas do PA.
Chequei o ganho, e deixei em pós-fader, onde eu teria o controle geral desse sinal para todos no palco.
Ou seja... Tudo tranquilo.
Foi tudo tão tranquilo, que fiquei até desconfiado...
E depois do show, já no camarim, vendo que ele não falava nada sobre o monitor, perguntei: --- Foi tudo certo para você no monitor?
Ele olhou pra mim e falou: --- Foi tudo ótimo.
Pensou um pouco e complementou: --- Realmente não falei nada pra você, não é? Mas na próxima eu falo.
Ahhh, se todo monitor fosse tranquilo assim...
Um abraço a todos.

sábado, 26 de abril de 2025

Dica dos Amigos 034 - Usando o Input A/B na Rivage da Yamaha.

 
Olá pessoal.
Eu iria até colocar outra dica de Íkaro hoje aqui, mas achei mais interessante colocar essa do Input A/B.
Íkaro é um técnico daqui de Recife, e sempre está fazendo vídeos legais com dicas, que logicamente, vou colocar aqui no meu Blog e no meu canal do YouTube.
Endereço dele no Instagram: @ikarokaruake
Essa é uma função muito legal, que existe em algumas mesas digitais, principalmente nas mais atuais, como é o caso da Rivage da Yamaha.
E ela é perfeita para o canal do microfone reserva do cantor, que é o exemplo que ele mostra no vídeo.
Vou dar uma breve explicação (para os leigos).
Quando não temos essa função, usamos dois canais na mesa distintos, cada um com seu input respectivo, e na hora que um microfone falha, o cantor pega o outro microfone, e temos que copiar o canal do microfone principal e "colar" no canal do microfone reserva.
E se você tiver algum plugin (ou plugins!) insertado no canal da voz principal, é que a coisa complica mais um pouquinho, porque teremos que ter o mesmo plugin insertado no canal da voz reserva.
Com essa função do Input A/B nossos problemas acabaram.
Pelo menos acabaram para o canal do microfone reserva.
Acabaram por que?
Porque toda a configuração do canal de voz principal que está no fader 1 vai ser usada agora para o microfone reserva, só clicando em um botão, sem precisar fazer o Copy/Paste para outro canal (fader).
Segue abaixo o vídeo com a dica de Íkaro, onde ele explica bem esse caso que descrevi.

Valeu Íkaro.
Com certeza vou divulgar outras dicas suas aqui no Blog.
Um abraço a todos.

segunda-feira, 21 de abril de 2025

Mudança de Palco 130 - BETs: O que todos já sabem, mas ninguém tinha coragem de falar abertamente.

 
Olá pessoal.
Pois é...
Essa pra mim foi a grande surpresa que eu tive atualmente nos noticiários.
Surpresa boa.
Mas só vi pela internet.
O Filipe Luís foi muito corajoso ao falar a verdade sobre as BETs numa entrevista coletiva, onde até um dos microfones na entrevista era da Bet do time onde ele é o técnico!!! No caso, o Flamengo.
Aproveitando a notícia de hoje da morte do Francisco, seria a mesma coisa de uma freira falar num discurso no Vaticano sobre o "escanteamento" das mulheres em vários setores da igreja, como não poder votar na escolha do Papa.
Tem que ter coragem, né?

Se ninguém notou ainda, mulher não vota para escolher o Papa...
Raramente entro numa igreja, mas não lembro também de ver Freira ou Madre comandando uma missa.
Acho que mulheres não podem também comandar uma missa numa igreja!
(Os católicos que estão lendo esse texto, se quiserem, podem deixar nos comentários se pode ou não.)
Segue abaixo o vídeo da fala de Filipe Luís, que peguei num canal do YouTube chamado Ligados no Fla (Fla de Flamengo!!!)


Logicamente, não vi nada sobre esse vídeo da entrevista coletiva do Filipe nas TVs abertas e/ou fechadas.
Todo o setor esportivo virou refém das BETs, inclusive as TVs.
Clubes? Vixe Maria!!!! Aí é que dependem mesmo!!!!
Como vão falar mal, que seria falar a verdade, né?
Todo mundo se fingindo de morto.
Todo mundo se finge de morto para opinar sobre algo, onde ele depende desse algo, ou ele é apaixonado por esse algo.
Chamo isso de "opinião de acordo com a situação".
Dependendo da situação essa mesma pessoa muda a opinião.
Fica aqui meu apreço (estima, admiração) a Filipe Luís pela coragem.
Alguns podem até minimizar a atitude, falando que ele deve ter muito dinheiro e que provavelmente não depende do trabalho como treinador de futebol.
Dinheiro eu sei que ele tem muito, mas tem muita gente com dinheiro no mundo esportivo que pensa a mesma coisa que ele, mas se finge de morto na hora de dar uma opinião abertamente.
O Lucas Paquetá tem uma grande chance de ser BANIDO do futebol (não sei se do futebol Inglês ou da Europa) por causa de cartões amarelos forjados em jogos, coisa bem parecida com o que aconteceu com vários aqui no Brasil, como no caso recente de Bruno Henrique do Flamengo e Ígor Cariús do Sport.
Não sei no que vai dar o caso de Bruno, mas o de Cariús todos já sabem, né?
Pegou uma "suspensãozinha", e é ídolo no clube pernambucano, onde a torcida e os dirigentes fizeram o que é o normal...
Se fingiram de mortos!
É muita gente se fingindo de morto no futebol, política e religião.
Ahhhhh! E também no mundo dos shows e eventos!
Parece uma terra de Zumbis!!!!!

Um abraço a todos.

Caso não consigam ver o vídeo da fala de Filipe Luís que coloquei acima, clique AQUI para ver direto no YouTube, pois acho que nos programas esportivos das TVs vai ser difícil colocarem para uma discussão do tema.

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Academia da Berlinda no Clássicos do Brasil - Esquivou, adiou, relutou, usou e... Adorou!!


Olá pessoal.
Mais uma vez fui operar o monitor da banda Academia da Berlinda.
O show aconteceu na quinta-feira que passou, dia 10 de abril, no Classic Hall (chamado por décadas de Chevrolet Hall), e fazia parte da programação do Festival Clássicos do Brasil.
Fiquei pensando aqui, e notei que não fiz muitos trabalhos no Chevrolet (eita! Classic) Hall.
Mas já fiz muitos trabalhos com a Academia, que mantém o input list intacto faz um bom tempo.
Mais da metade do caminho já estava percorrido, quando fiquei sabendo da relação dos equipamentos que estariam no palco.
Monitores sobrando(!), mesas legais (e sem defeitos!), side muito bom, vários sistemas de in-ear, diversos microfones (originais!)...
Foram duas mesas CL5 da Yamaha no monitor, e tinha até cadeira alta para os técnicos nas duas mesas!
Um verdadeiro luxo, que infelizmente não é o normal que encontramos em eventos aqui em Recife ou no estado de Pernambuco.

Input List da Academia da Berlinda.

Puxei pela memória aqui, e lembrei que nada FALHOU durante o soundcheck e também no show!
Não precisei solicitar mudança de nada, tanto de microfones quanto de cabos ou vias de multicabo.
Não tem como não comentar sobre esse atendimento primoroso da empresa de som (luz e led) Luminário, que é daqui de Recife, e o proprietário começou sua caminhada alugando kits para DJ!!!
Lembro muito bem deste início...
Às vezes a gente se esquece de como é bom fazer um trabalho onde tudo funciona.
O que não funciona bem naquele lugar é a acústica.
Nem lembrava mais disso.


Durante o soundcheck notei uns estalos nos canais dos tons da bateria, e estava achando que poderia ser a vibração nos microfones que estavam presos por garras nos tambores, mas na realidade era o rebatimento do som nos camarotes, principalmente as altas (médios e agudos), que estava causando esses estalos que eu estava ouvindo no palco.
Eu já estava ligando meu "sisteminha" M-Vave, que chamo de in-ear de pobre, quando Íkaro, técnico de monitor da empresa, me falou que tinha sistema de in-ear sobrando, e que eu poderia pegar um para usar na minha monitoração.
Não uso caixa de monitor para monitorar as coisas faz um bom tempo!
Ótimo! Falei para ele, já desligando meus cabos da mesa.
Muita gente (que não é do ramo) acha que a gente só trabalha no dia do show.
Esse é um pensamento completamente errado!
Parei de escrever aqui para ver os detalhes para um show de Otto no dia 09 de maio em Salvador!!!
Recebi algumas informações de como vai ser o palco, já fui atrás de técnico local para fazer o PA do show, onde preferi ficar no monitor.
Muita água ainda vai rolar até lá... Mas o trabalho já começou.
Só quis mostrar aqui que o nosso trabalho começa bem antes do dia do show!!!
Vou voltar para o show da Academia em Recife.
Que começou bem antes do dia do show, com uma mensagem no WhatsApp de Adriano Duprat para mim: --- Titio, capricha no monitor, que Tiné vai tentar fazer o show de in-ear.
Acho que ele nunca tentou usar, nunca gostou da ideia.
Adriano é o diretor técnico da banda, e normalmente faz o PA ou o monitor também, dependendo da situação.
Tiné é um dos cantores da banda.
Ou seja... Já comecei o trabalho na pressão! (Risos)
E bem antes do show acontecer!


Na Academia, já tem dois músicos que usam in-ear. 
O baterista Irandê e o baixista Yuri, que também faz vocal.
A banda ainda tem Tom (percussão/bateria), Gabriel (guitarra), Urêa (voz/timbales) e Gila (teclados).
Enquanto o pessoal da empresa ligava as coisas no palco, e eu conversava com Adriano, me lembrei de uma frase usada no futebol, que diz que "o pênalti é tão importante, que deveria ser batido pelo presidente do clube".
Aí falei para Adriano que por ser a primeira vez que o cantor iria usar o in-ear, era para o diretor técnico fazer o serviço.
Ele riu e falou: --- Se quiser, eu faço o monitor e você vai lá pra frente fazer o PA.
Não esperava por uma resposta feito essa.
Ri do mesmo jeito, falando que eu iria fazer o monitor.
Segui para minha CL5, e fui checar os monitores e o side, enquanto Íkaro ajustava os sistemas sem fio de in-ears e microfones.
A CL tem uma coisa "chatinha" com relação ao uso do iPad via roteador sem fio.
Depois de colocar o novo endereço de IP na mesa, a gente tem que desligar e ligar a mesa, para ela poder reconhecer o novo endereço.
Meu roteador nunca sai do endereço 192.168.0.1, então eu tenho sempre que colocar na mesa o mesmo endereço, só mudando o final.
Sempre coloco nas mesas o endereço 192.168.0.128, que é o mais comum nas mesas da Yamaha, mas essa estava com outro endereço, e eu fiz os ajustes.
Conectei normalmente com meu iPad, mas como falei acima, tive que desligar a mesa e ligar novamente.
Chequei todas as vias no palco com o iPad, já fazendo uma distribuição dos canais para todos da banda, que ainda não estava no local.
Essa distribuição dos canais para as vias, já estava na minha cena, que fiz dias antes em casa.
Eu só precisava dar uns ajustes nos ganhos e nas equalizações dos canais, e esperaria a banda chegar para ajustar tudo.
E antes de começar o soundcheck com a banda, peguei o microfone de Tiné e já enviei a voz para a via de in-ear dele, colocando também um pouco de efeito (reverb).
Não tirei os dois monitores de chão que ele sempre usa, mas deixei bem baixo o volume do som, e eu só ajustaria esse volume se tivesse algum problema com a adaptação do cantor com o in-ear.
A banda chegou, e eu distribuí os in-ears para os músicos, e começamos a passagem de som.
Tiné colocou o fone, e fez uma cara de desânimo ao falar no microfone dele, e eu me assustei.
Eu tinha achado bem legal quando ajustei e testei antes.
A cara dele foi muito engraçada.
Mesmo eu assustado, achei graça.
Ele devia estar querendo falar: --- Se som de in-ear é isso aqui, é uma bosta! (Risos)
Enquanto ele não teve coragem de falar, fui checar no iPad se tinha algo errado.
E tinha!
Falei para ele que ficasse calmo, porque a via do in-ear estava fechada!
Deve ter sido numa hora que fechei todas as vias de monitores de chão para checar caixa por caixa sem ouvir as outras, e acabei fechando acidentalmente a do in-ear.
Ou pode ter sido também que fechei a via do in-ear para ouvir a soma do pouco volume que estava nos monitores dele de chão somado com som do side.
Agora não importa muito saber o que me fez fazer essa besteira...
Falei que iria abrir a via dele, e quando ele falou no microfone, se assustou!
Mas agora se assustou de alegria e não de decepção. (Ufaaa!!)
Eu já tinha distribuído os instrumentos e vozes para ele, num nível bem abaixo do nível da voz dele.
Normalmente é assim que começo, e depois vou ajustando ao gosto do "cliente".
Tiné foi me falando alguns detalhes de como ele queria o fone, e eu fui ajustando, enquanto ajustava as outras vias de monitor de todos os outros músicos.
Fiz todos os ajustes no palco, usando o iPad, escutando todos os canais e todas as vias dos músicos no meu fone com meu sistema de in-ear.
Lindo. E prático!
Tiné estava bem satisfeito com in-ear, já falando que não entendia porque demorou tanto para testar.
Todos satisfeitos, encerramos o soundcheck.
Aguardar pela hora do show, que seria o último.
Salvei tudo na mesa e nos meus dois pendrives, e fui para casa.
Não deu tempo para almoçar.
Só depois de encerrar o soundchek, foi que notei que o almoço "passou batido".
Já em casa, comi um sanduíche, tomei um banho e fui dormir um pouco.
Deu para descansar bem.
Voltei para o Classic Hall renovado.


O show aconteceu normalmente, e eu não tive atropelos no monitor.
Da mesa de monitor, notei que Tiné estava bem confortável no palco, e não tirou os fones durante todo o show.
E não toquei no volume do som dos dois monitores de chão dele.
Foi tudo normal!!!!!
Antes de terminar o show, eu já estava achando que o teste do in-ear tinha sido bom!
Quando o show acabou, eu fui me encontrar com os músicos atrás do palco, para pegar os bodypacks dos in-ears.
Mas minha primeira intenção era saber o que Tiné achou do in-ear.
E ele muito sorridente falou: --- Eu não faço mais shows sem usar in-ear!!!!
Relutou tanto, adiou tanto, mas quando usou... Adorou!!
Falou ainda que não entendeu porque demorou tanto para tentar.
Eu já estava bem feliz no final do show, por tudo ter corrido bem para todos.
Mas os comentários de Tiné me fizeram ficar muito mais feliz e recompensado!!!
Trabalho (teste?) cumprido.
E com louvor! (Sem ser no sentido religioso, logicamente)
Um abraço a todos.

PS: Corre um boato que Letrux usa in-ear atualmente, depois de ser convencida pelo técnico do Festival a experimentar o sistema num show que ela fez no Abril Pro Rock...

quarta-feira, 9 de abril de 2025

Over Point - Corre, que o microfone pifou!!!

 
Olá pessoal.
Essa semana me lembrei de um causo muito legal que aconteceu na Over Point, enquanto André Rio se apresentava no pequeno palco da Boate, antes de 1991, porque não tinha acontecido ainda a "GRANDE" reforma da casa!
Foi na Over Point que eu tive meu primeiro contato com a música ao vivo, usando uma mesa de 8 canais da Staner. Já falei sobre isso aqui no Blog.
Pois bem...
Vendo um vídeo na internet de uma sacanagem (no bom sentido) de Otaviano Costa com o operador de áudio dele, me fez lembrar do caso de André Rio.
André sempre se apresentava com sua banda no meio da semana.
A Banda Modelo Do Meu Terno.
Acho que era na quarta-feira.
Na foto abaixo, da esquerda para direita: Riva (Gtr), André, George (Teclado), Ênio (Percussão), Bira (Bateria) e Dadá (Baixo).
André Rio e a Banda Modelo Do Meu Terno no Bar Som Das Águas.
Música ao vivo na Boate só tinha na quarta ou quinta-feira.
Era uma noite bem legal, com brincadeiras, sorteios de garrafas de whisky para serem consumidas na outra semana, tinha até bingo!!
Me divertia muito nesses dias de música ao vivo.
Pois bem(2)...
Eu estava na "pequenininha" cabine de som, enquanto André Rio cantava.
Tudo tranquilo, vendo o show, olhando quem estava na boate, era uma noite normal de música ao vivo...
Em determinado momento, o som da voz de André some!!!
Me assustei, e quando eu olho para o palco, André está fazendo o sinal negativo com o polegar, apontando para o microfone, falando algo que não saía no som.
Putz! O microfone parou!!!
Peguei um cabo e um microfone na cabine e corri para o palco, passando apertado pelo público que estava dançando no salão.
E a banda tocando... E André falando no microfone, mas sem som.

Encarte do primeiro disco de André Rio (1990).

Entrei no minúsculo palco já me abaixando para trocar o cabo e/ou microfone para tentar sanar o problema, quando o safado do cantor se abaixa até meu ouvido e fala já com um sorriso na cara:
Relaxa Titio... Eu esqueci a letra da música.
Falei pra ele na hora: "Fela da Puta"!!!
O safado estava fingindo que estava cantando, só mexendo os lábios, fazendo mímica.
Mas nem cheguei a ficar 3 segundos com raiva dele!
Muito criativo o danado do cantor.
Voltei para cabine rindo ainda, e não me recordo se ele lembrou da letra e voltou a cantar a música, ou a banda parou para eu arrumar o microfone que pifou (na teoria)!
Muito provável ele ter falado: --- Agora, problema resolvido, vamos continuar com o show.
Um verdadeiro "caba safado"!
Esse era o clima da boate nos dias de música ao vivo!!!
No final dos anos 80.
Bons (excelentes) tempos...
Segue abaixo o vídeo com o talentoso (e safado) Otaviano Costa, que me fez escrever sobre essa noite na Over com André Rio.

Pela perfeição como Otaviano fez a coisa, não tenho dúvidas que eu iria fazer a mesma coisa que o técnico de som dele fez!
Como eu fiz naquela noite com André Rio (sem contexto sexual...).
Um (Over) abraço a todos.

PS: Alguns anos depois, já na Boate reformada, me "vinguei" de André Rio enquanto ele cantava New York, New York. Mas aí já é uma outra história...

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Dica dos Amigos 033 - Como abrir o equalizador gráfico nos faders da WING, usando um botão do Custom Controls.

 
Olá pessoal.
Uso muito essa função nas outras mesas digitais.
Principalmente nas da Yamaha, onde chamamos esses botões de User Defined Keys.
Tive pouco contato com a WING, mas já pude notar que o poder de fogo dela é enorme!!!
Tou devendo uma visita no Estúdio Carranca, para dar um passeio na mesa com a mão na massa.
Essa dica aqui eu encontrei na página da Behringer Brasil no Instagram (@behringerbrasil).
Deixei até um comentário lá, avisando que se eles fizessem mais vídeos com dicas sobre a mesa, eu colocaria aqui no Blog.
Segue abaixo o vídeo com a dica de hoje.

Um abraço a todos.

domingo, 6 de abril de 2025

Dica dos Amigos 032 - Passando a cena do pendrive para a DM7 da Yamaha.

 
Olá pessoal.
Mais uma dica legal do Roberto Cesar Miranda, mais conhecido como Big Joe (@eusoubigjoe).
Dessa vez ele fez um vídeo explicando como passar uma cena do pendrive para a mesa DM7 da Yamaha.
Espero que ajude meus colegas e amigos do áudio.


Como sempre faço, coloco os vídeos postados aqui no meu canal do YouTube (https://www.youtube.com/@titioaudio).
Big Joe também tem um canal lá.
Um abraço a todos.