Olá pessoal.
Fui mais uma vez operar o monitor de um show de Lirinha.
Esse show aconteceu na quinta-feira passada, dia 24 de abril, no Teatro RioMar em Recife, e fez parte do XI Festival RioMar de Literatura.
Eu já tinha feito algumas vezes o monitor do Cordel do Fogo Encantado, onde conheci Lirinha.
E tive meu primeiro contato mais direto com o artista no show solo dele chamado Mêike Rás Fân (MRF).
O Cordel já não tinha o conceito sonoro que o grande público acha "normal" em um show, onde era apenas violão e muita percussão.
Não tinha bateria, baixo, guitarra, teclados, instrumentos de sopro, bailarinos, VS (instrumentos gravados), etc etc etc...
E esse show MRF também fugia desse normal.
Fiquei muito contente com o convite para fazer o monitor do MRF, que aconteceu no Teatro do Parque, e com certeza devo ter falado aqui no Blog.
Vou até olhar essa postagem para não ser repetitivo aqui nessa nova postagem do novo show de Lirinha.
(Dei uma lida rápida em algumas partes dessa postagem antiga, e ainda está bem dentro do que penso atualmente.)
Eu achei o título desse show atual sensacional, e já falei até para Mauro Fernandes, que é o produtor de Lirinha.
O título do novo show é: José Paes de Lira Canta Lirinha.
Achei muito criativo, e não lembro de ver título igual antes.
Mas não me perguntem o que quer dizer Mêike Rás Fân, que eu não vou saber explicar.
Pois bem...
Como vocês podem notar, até os títulos dos shows saem um pouco do "normal", né?
Muito legal.
Eu já conhecia esse show novo de Lirinha, porque fui operar o monitor em Garanhuns tempos atrás, no teatro da cidade, acho que foi no FIG.
Tentei achar uma postagem sobre esse show aqui no Blog e não consegui.
Não escrevo sobre TODOS os trabalhos.
Bem... Eu já sabia que nesse novo show era bateria, baixo e guitarra, onde todos da banda fazem vocal.
Depois que eu fiquei sabendo qual seria a mesa de monitor, montei a cena inicial para o show.
A CL5 da Yamaha seria minha mesa no teatro.
Adriano Duprat iria usar a SD8 da DiGiCo no PA.
Todos usariam in-ear no show.
Nada de caixas de som nos monitores.
Tudo fica mais limpo, tanto para o PA como para o monitor.
Alguns músicos ainda relutam com essa ideia de usar fones, mas é fato que melhora muito o resultado sonoro do show.
E se a maioria usar in-ears com fio, aí cai muito o risco de dor de cabeça para os técnicos, pois elimina o problema de fuga de RF (Rádio Frequência), onde o AR está cada vez mais congestionado de frequências.
Meus sistemas com fio de monitor não saem do meu case (caixa, maleta), pois nem sempre encontro sistemas com fio de fones bem cuidados.
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Case que levo para a maioria dos meus trabalhos. |
E ainda por cima, meus sistemas são estéreos!
Com uma grande vantagem... Só preciso de apenas UM cabo normal de microfone para levar o sinal estéreo da mesa de monitor até a caixinha que fica com o músico.
Logicamente, tive que confeccionar um cabo curto especial, onde pego os dois sinais da mesa e junto esses dois sinais para apenas uma saída na outra ponta, como mostra a foto abaixo.
Tenho 8 sistemas da Waldman, mas tem vários sistemas no mercado bem parecidos com esses que eu estou usando.
Servem para me salvar na falta de sistemas e dos problemas de RF.
Dependendo da situação, já começo o soundcheck usando meus sistemas.
Esse da Waldman tem um defeito sério, que é o botão de Mono/Estéreo, que é muito fácil de se mudar acidentalmente, mas já estou resolvendo isso criando uma proteção para o botão.
Eita! Dar uma pausa aqui para pegar minha quentinha (PF - Prato Feito) ali na esquina.
Depois do almoço eu retomo a escrita aqui, mas antes vou passar a máquina três no cabelo, porque já estou precisando usar a escova para ajustar os poucos cabelos que tenho na cabeça.
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Hoje já é quarta-feira, véspera de feriado, e vou tentar finalizar esse texto e fazer a postagem antes das 22h.
Não devo sair de casa (pra variar...) e o vinho já está resfriando na geladeira.
Voltando ao show...
Não precisei usar meus sistemas com fio de fones, porque tinha in-ear sem fio para todos.
Mais uma vez me encontrei com Íkaro no monitor, e já fiquei despreocupado com o gerenciamento de RF no palco, onde ele já me entrega tudo redondinho.
Fora isso, como ele sabe que só uso os in-ears em estéreo, tudo já vem definido para isso, e sem limiter do sinal sonoro ou booster (reforço) nos agudos nos body-packs.
Passei minha cena inicial que fiz em casa para a mesa, e todas as entradas e saídas foram ajustadas no DANTE I/O.
Tenho que dar uma estudada nesse DANTE na CL da Yamaha, porque fico dependendo sempre do técnico da empresa para vários ajustes na mesa.
Depois que conferi tudo, fui para o in-ear de Lirinha, onde sempre coloco a voz (com um pouco de reverb) antes de começar o soundcheck.
Soundcheck.
Depois disso, vou levantando tudo para todos, mas a cena já vem com o endereçamento de todos os canais para todos os músicos.
Quando levanto o sinal de um canal para um músico, esse sinal vai para todos, incluindo o cantor, onde eu já deixei a voz dele bem definida no seu fone.
Não tive problemas para levantar tudo para todos, e o soundcheck foi bem rápido.
Lirinha não pediu absolutamente nada!!!
Ainda perguntei para ele usando meu microfone de comunicação interna se estava tudo bem, e ele falou no seu microfone a frase que qualquer técnico fica animado: --- Está tudo ótimo!
Fiz a mesma pergunta para todos os músicos, e recebi a mesma resposta.
Perguntamos para Adriano se estava ok para ele lá na frente, e como a resposta foi sim, encerramos o (breve) soundcheck.
Só nos restava aguardar pela hora do show, que seria cedinho...
Showtime.
Saímos para almoçar na praça de alimentação do shopping, e ficamos no camarim aguardando.
Deu tempo ainda de tomar sorvete e cafezinho...
Quase nada foi desligado dos nossos instrumentos.
Pelo que lembro, só o sampler de Lirinha foi desligado, mais nada!
Por causa disso, só chequei esse canal estéreo antes de começar o show.
Mas... Tivemos um problema no amplificador de guitarra, que não funcionou no começo do show.
O som do amplificador, captado por um microfone, é usado só para complementar o som estéreo da pedaleira do guitarrista.
O problema foi resolvido durante a primeira música, e o show seguiu sem mais nenhum atropelo.
Não interferiu muito no som, pois como falei, o som principal da guitarra não é o do amplificador, e sim o sinal de linha estéreo do pedal.
Foi tudo normal no show, só com pequenos ajustes para a banda.
Lirinha fez igual ao soundcheck, e não pediu absolutamente nada!
Muito bom o José Paes de Lira Canta Lirinha.
Como em todos os outros shows que participei do artista, posso até incluir o Cordel do Fogo Encantado, a palavra tem uma importância enorme.
Eu acho diferente. Opinião minha, ok?
Acho que o som dos instrumentos se encaixa nas palavras nesses shows de Lirinha. O som dos instrumentos é um complemento.
Por outro lado, em uma grande maioria de shows, a palavra é o complemento para o som... É, digamos assim, menos importante.
Nos chamados shows “normais”, muitas vezes até as palavras estão gravadas, como também várias outras “coisinhas”.
Tem hora no show de Lirinha que não tem nem instrumentos musicais rolando, só as palavras do artista ecoam pelo ambiente.
Isso é bem comum nos shows do artista de Arcoverde que participei, sempre operando o monitor.
E acho que não foi por acaso a escolha desse show para um festival de literatura...
Nem ia falar sobre isso quando comecei a escrever, queria falar mais sobre a monitoração do show, mas sempre escrevo o que me vem à cabeça, sempre com relação (ou não!) ao trabalho que eu fiz.
Queria mostrar como foi bem simples fazer o monitor, tanto nesse show como nos outros do artista em carreira solo.
O monitor do Cordel não é tão simples assim... (Risos)
Nem usei o side durante o show no Teatro RioMar.
Testei para ver se estava funcionando, mas não usei.
Só usaria numa emergência.
Ainda apareceu uma novidade antes do show...
Algumas vinhetas seriam disparadas lá da frente por Adriano, e isso teria que ir para os monitores.
Mas como tínhamos tempo sobrando, deu para fazer as ligações e testar tudo antes de começar o evento.
Copiei os canais do sampler, que já estavam endereçados para todos, e colei nos dois canais das vinhetas do PA.
Chequei o ganho, e deixei em pós-fader, onde eu teria o controle geral desse sinal para todos no palco.
Ou seja... Tudo tranquilo.
Foi tudo tão tranquilo, que fiquei até desconfiado...
E depois do show, já no camarim, vendo que ele não falava nada sobre o monitor, perguntei: --- Foi tudo certo para você no monitor?
Ele olhou pra mim e falou: --- Foi tudo ótimo.
Pensou um pouco e complementou: --- Realmente não falei nada pra você, não é? Mas na próxima eu falo.
Ahhh, se todo monitor fosse tranquilo assim...
Um abraço a todos.
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