Olá pessoal.
Depois do show de Alessandra Leão em Gravatá, fiz quatro trabalhos antes desse aqui de Otto.
Teve Lirinha e Mestre Ambrósio em Arcoverde (PE) nos dias 29 e 30/08, e dois shows da Academia da Berlinda nos dias 12 e 13/09, sendo um em Belo Horizonte (MG) e o outro em Salvador (BA).
Não está dando para escrever sobre todos os trabalhos, e como sempre falo, nem sempre tem algo interessante (ou importante) de falar para quem está lendo as postagens.
Até que aconteceram algumas "coisinhas" pontuais nesses trabalhos anteriores, como no show de Mestre Ambrósio, onde um dos integrantes passou mal durante a viagem entre Recife e Arcoverde.
Foi internado para exames, e foi constatado uma crise de apêndice!
Não participou do show, e foi operado no outro dia.
Tudo correu bem e ele foi para casa um ou dois dias após a cirurgia.
Esses da Academia da Berlinda foram bem puxados, fisicamente falando, onde dormimos a maior parte do tempo nos aviões.
E falar de show da Academia no Trapiche Barnabé, é chover no molhado!
Tudo dá muito certo lá, desde o atendimento do pessoal dos eventos feitos naquele local, que não canso em elogiar.
A postagem anterior não me deixa mentir!
Sou suspeito agora para falar de shows no Trapiche Barnabé.
Na sexta-feira passada, dia 26/09, operei o PA do show de Otto no Teatro do Parque, aqui em Recife, e no outro dia fui para Fortaleza com a Academia da Berlinda, onde operei o monitor do show no anfiteatro do Dragão do Mar.
Devo até falar sobre esse trabalho em Fortaleza...
Mas hoje vai ser sobre o belo show de Otto, conhecido de longas datas, onde eu nem pensava em trabalhar com áudio, e acho que ele também não imaginava se tornar um artista nacionalmente conhecido.
A gente jogava futebol de salão pelo Náutico, clube do coração do artista e de seu irmão Guilherme, que também jogava nesse time infantil e depois infanto-juvenil.
Eu sempre fui torcedor do Santa Cruz.
Consigo separar isso tranquilamente.
Torcer por um clube e jogar por outro, que é seu adversário nas conquistas por títulos em Pernambuco.
Os caminhos da vida nos levaram a trabalhar juntos.
Para ser mais detalhado, fui casado com Janaísa, grande amiga de infância de toda a família de Otto, que é de Belo Jardim, mas residiu por um bom tempo aqui em CDU (Cidade Universitária).
Vim para o bairro perto da UFPE porque Janaísa queria ficar perto dos seus pais quando engravidou de Raian, nosso Filho único.
Moro em CDU até hoje!
Os avós de Raian também estão aqui do lado, como a irmã de Otto que se chama Katharina.
Ahhhh! O produtor de Otto é seu irmão Henrich, que ainda passa aqui na rua para beber uma cerveja ali na esquina.
Pois bem... Depois dessa pequena explicação sobre CDU, vamos ao show.
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| Teatro do Parque - Aguardando o soundcheck. |
Já fiz vários trabalhos com Otto, tanto no PA como no monitor, e até fazendo as duas coisas, como foi no FIG desse ano.
Dessa vez eu fui operar o PA, e Bruno (técnico do teatro) foi contratado para operar o monitor.
Gosto muito de fazer trabalhos lá, pois tudo é bem controlado.
A mesa é a mesma, o line array é o mesmo, o sub é o mesmo, nada mudou desde que comecei a fazer os trabalhos no belo teatro, que passou muito tempo fechado, infelizmente.
Parecia até promessa de Copa do Mundo, que nunca acabam o que prometem, ou nem chegam a começar!!
Nem sei quantos anos ele passou fechado com uma promessa de reforma.
Mais de 10 anos eu acho que foi!
Vou ver aqui no Google.
Foram 10 anos de espera.
Fechou em 2010 e reabriu em 2020.
E é um teatro centenário!
Acho que fiz mais trabalhos no monitor do que no PA lá no Teatro do Parque.
Mas lembro que tive um resultado muito bom em vários trabalhos operando o som da frente.
Acho que Lula Queiroga foi o primeiro show que operei o som do PA.
Mas esse trabalho já faz um bom tempo.
Teve Lucas dos Prazeres, que fui substituir o técnico do teatro...
Aí lembrei do show de Almério.
Fui olhar no meu pendrive e a cena ainda estava lá, e o show aconteceu no começo desse ano.
Como o resultado foi muito bom lá frente, não pensei duas vezes...
Vou usar todo a alinhamento que eu fiz para o line array!
Acabei usando muitas coisas além desse alinhamento, como efeitos, canais da bateria etc.
Decidi duplicar essa cena, coloquei os canais do show de Otto em cima, e salvei como Otto.
No dia eu iria dar os ajustes que eu achasse necessário.
E foi isso que eu fiz.
Eu lembrava que no show do começo do ano pedi para Bruno diminuir no processador o nível do sub-grave.
Mas fui ouvir primeiro o som do PA com minha música de Lisa Stansfield, para comprovar se daria para usar as mesmas configurações do show de Almério.
No primeiro som de bumbo da música, já vi que teria que baixar novamente o nível do sub.
Pedi para Bruno baixar no processador e ele me perguntou se eu poderia baixar isso no equalizador gráfico que normalmente insertamos na saída máster da mesa de som, que facilitaria a vida dele.
Concordei e diminuí esse excesso no equalizador.
Fui testar o resto do espectro sonoro da saída máster, que já estava equalizada do outro show que fiz de Almério.
Tudo soou muito legal, e não mexi em mais nada além das frequências do sub, que não estavam nessa equalização, porque da outra vez Bruno diminuiu no processador.
Ok, fui checar o som usando meu SM58, onde fui dar uma geral também nos efeitos, que eu usaria igualzinho aqui nesse show.
Um room para a bateria e percussão, um hall para instrumentos como guitarra e trompete, e um stage e delay para as vozes.
Conferi todos eles, fazendo pequenos ajustes, nos tempos de reverberação e delay.
Não demorou muito para eu ter certeza, que daria para usar a cena de Almério para esse show de Otto!!!
Foi só aguardar a banda chegar para começar o soundcheck.
E mais uma vez veio o pensamento na cabeça: Como fazer monitor é muito mais complicado e desgastante!!!!!
Cada vez que faço PA, mais acho esse pensamento correto.
E cada vez piora mais para quem faz o monitor, por causa dos equipamentos sem manutenção, que não foi o caso aqui, mas que é comum nos shows pelas estradas da vida.
Enquanto o cara do PA fica lá na frente "esperando o som chegar", o cara do palco fica correndo de um lado para o outro, tentando fazer as coisas funcionarem para o som poder chegar!
Se eu pudesse, não faria mais trabalhos de monitor.
Conheço amigos que não aceitam fazer o trabalho no palco.
Estou indo para esse caminho também, mas não cheguei ainda numa estabilidade para decidir isso, e a maioria dos meus trabalhos ainda é no monitor.
A banda chegou e o soundcheck começou.
Tudo foi se encaixando como uma luva lá na frente.
O som da bateria já estava quase pronto!
Tudo foi soando bem aos meus ouvidos, e fui fazendo poucos ajustes na equalização dos canais, onde alguns já vieram equalizados de casa, seja aproveitando a equalização do show anterior, ou eu ajustando alguns detalhes que sempre faço, como já colocar os filtros nos graves (HPF) e nos agudos (LPF).
Só esses ajustes cortando graves e agudos que tenho certeza que não vou usar nos canais, dão uma acelerada no trabalho.
O som das congas de Otto foi basicamente o som das congas de Almério, mesmo não sendo os mesmos instrumentos, mas encaixou bem as equalizações.
O que vale é o que estou ouvindo, e se eu subir o fader do canal com a equalização do outro show e soar bem, vou inventar de mexer?
Vou nada.
Segue o baile...
E foi seguindo.
Seguindo bem!
Passei tudo, e tudo ficou como eu queria, e a banda saiu do palco.
Oxe... E o cantor e sua convidada, Lavínia?
Eu testei os microfones dos dois, mas não com eles cantando, e pelo jeito eu iria fazer isso na hora, feito caldo de cana, coisa que não gosto muito de fazer, mas...
Mas antes de eu ficar um pouco desanimado, os dois entraram no palco, e logo depois a banda voltou.
Uh uhhhhhhhhhhhhh.
Vamos passar uma geral com todos!!!
E acho que passamos duas músicas...
Fechou!!!!
Soundcheck encerrado.
Ainda deu tempo de comer uns petiscos no camarim antes do show começar.
Já tinha deixado em casa uma garrafa de vinho resfriando na geladeira para uma comemoração de um belo trabalho, mas ainda faltava o show acontecer.
Seria uma injustiça aquele som do soundcheck não se repetir durante o show.
Pode acontecer? Pode. Tudo pode acontecer num show!
Já fiz passada de som horrível e na hora foi muito bom. Como já teve o contrário...
No Festival de Inverno de Garanhuns, Chico Chico foi um soundcheck absurdamente tranquilo e um show com correrias no palco, onde vários problemas técnicos aconteceram durante todo o show!
Falei desse caso aqui no Blog, só procurar lá atrás nas postagens.
Para mim, o som do show de Otto foi quase perfeito!!!!
Pelos elogios que recebi, foi perfeito para a plateia.
Só eu sei onde não obtive a perfeição.
Se é que ela existe.
Mas isso não importa no contexto geral, né?
Só serve pra mim, para tentar aperfeiçoar o que não achei legal.
Até a ex elogiou o som! (Ela odeia essas piadinhas)
Mas faz parte dos meus textos.
Escrever como realmente foi, do meu ponto de vista, logicamente.
Achei massa o termo que meu Filho Raian usou recentemente para falar dos meus textos: Texto Temporal.
Achei chiquérrimo!
Realmente eu tento sempre escrever seguindo a linha do tempo.
Usando um texto simples, tentando escrever o que eu falaria numa conversa com amigos.
E se me perguntassem como foi o show, eu responderia:
Foi simplesmente emocionante!
Um artista está no palco com uma banda tentando passar sua mensagem para uma turma que está na frente querendo ouvir essa mensagem.
E você está controlando essa ligação? Essa ponte, esse caminho?
Esse sentimento não encontro no monitor, mesmo sabendo da absurda importância do som no palco para um som legal na frente.
Mas esse sentimento lá na frente é único!!!
Foi show!
Não demorei muito após o show, porque teria que chegar às 5h no aeroporto no outro dia para viajar com a Academia da Berlinda para Fortaleza.
Mas comemorei muito feliz em casa com algumas taças de vinho!!!
E enquanto sorvia o vinho e passeava pelos pensamentos, passou pela minha cabeça que não fiquei nem um pouco constrangido em ter usado uma cena de outro artista para fazer esse trabalho de Otto.
Principalmente porque quem fez as cenas foi a mesma pessoa.
Né?
Sábado vou fazer outro trabalho no PA.
Agora com Paulo Miklos, onde já fiz alguns trabalhos no monitor.
Muito provavelmente vou ter histórias para contar.
Um abraço a todos.










