quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Alessandra Leão no Pernambuco Meu País - Acho que foi a primeira vez que fiquei atrás.

 
Olá pessoal.
Primeiramente, gostaria de falar que me sinto um privilegiado.
Trabalho em muitos shows legais, onde a grande maioria "briga" para mostrar os seus trabalhos autorais.
Alessandra é uma dessas artistas.
Conseguiria enumerar vários outros, mas esse não é o assunto dessa postagem.
Fiz vários outros trabalhos depois do último que postei aqui, que foi falando sobre os trabalhos que eu fiz no FIG.
Estou acabando de rejeitar três trabalhos nesse fim de semana por falta de uma estrutura decente, e para não escutar uma frase famosa que ecoa nos nossos palcos.
Isso está se tornando comum aqui no estado de Pernambuco.
Vou falar sobre esse assunto mais uma vez em outra postagem, mas aqui eu já toco no assunto, levemente.
Como falei antes, fiz vários trabalhos depois do FIG, e estava pensando em algum assunto que eu poderia escrever sobre esses trabalhos.
Teve Del Rey, Alessandra Leão, Lirinha, Mestre Ambrósio, e dois shows recentes da Academia da Berlinda fora de Pernambuco.
Vi que nesse trabalho com Alessandra Leão no Festival Pernambuco Meu País tem um assunto bom pra falar, principalmente porque acho que nunca aconteceu antes comigo.
Esse festival aconteceu em várias cidades de Pernambuco, e esse que eu participei foi no dia 24/08 na cidade de Gravatá, que fica a menos de uma hora de carro de Recife.
Pois bem...
Já vou comentar sobre a estrutura, pois só fiquei sabendo poucos dias antes da data marcada que o show aconteceria num "caminhão-palco".
Esse palco sobre rodas está ficando famoso nos eventos do governo pelas cidades do interior.
Ainda bem que não chegou por aqui (ainda).
Se eu soubesse com antecedência, eu acredito que eu não iria aceitar o trabalho.
Estou começando a cansar dessas estruturas...
Nesses casos, o normal é o artista só levar um técnico, porque só tem uma mesa de som, e a mesma fica em cima do palco.
Ainda corria o risco de não passar o som, e de não seguirem o input da artista, o que me deixou bem desanimado.
Mas conseguimos reverter isso.
Como seria o primeiro show do dia, poderíamos passar o som, e começaríamos o show alguns minutos depois.
Também consegui com o técnico da empresa de som, que meu input fosse respeitado.
Mesmo se não fosse possível isso, eu usaria minha cena e ajustaria o input digitalmente.
Mas não foi preciso.
Passei minha cena para a mesa, eles foram ligando os canais seguindo meu input list, e fui dar uma escutada nos monitores.
Eu combinei tudo antecipadamente com o técnico da empresa.
Já sabia que seria apenas 4 monitores lá no palco.
Deixei 2 para a via de Alessandra, um para a via do Synth1 e outra caixa para a via do Synth2.
O baterista usaria fone.
A banda era bem enxuta, com apenas esses três músicos, que ajudou na minha decisão de aceitar o convite, depois de saber dos detalhes finais.
Levei meus sistemas de monitor com fio para garantir, mas não precisei usar.
Outra coisa que estou fazendo ultimamente, é usar o roteador da empresa de som, que já está conectado à mesa.
Estou ganhando tempo com essa atitude, pois em algumas mesas a gente tem que desligar e ligar a mesa para ela reconhecer o novo endereço de IP, como é o caso da linha CL da Yamaha.
Eu sempre levo meu roteador e meu iPad, mas só estou ligando meu roteador quando não tem roteador já ligado na mesa.
Deu tudo certo na conexão usando o roteador da empresa de som, e segui em frente.
Sabia que o PA seria um LS Áudio, igual ao que peguei no Palco Pop lá no FIG.
Sabia que não teria problema com isso. O line é bem legal.
Coloquei Lisa Stansfield para tocar enquanto o pessoal arrumava as posições dos músicos no palco, e fui dar uma conferida lá na frente.
Acho que nem mexi no equalizador gráfico do PA.
Voltei para o palco e fui ajustar a monitoração dos músicos.
Coloquei meu Shure SM58 com fio para a cantora, e usei os dois microfones sem fio da empresa de som para os vocais.
Na cena que eu montei em casa da X32 da Behringer, já deixei alguns ajustes nos envios dos instrumentos para as vias dos músicos, o que já ajudou.
Depois de deixar todos confortáveis no palco, fui para a frente fazer a mix.
Ajustei do jeito que eu queria, tentando fazer poucos ajustes na equalização dos canais, porque se eu mudasse algo nessa equalização dos canais lá na frente, também seria mudada no som que os músicos estavam escutando.
Se não me engano, só dupliquei o canal da voz de Alessandra Leão, onde um canal eu usei para o monitor e o outro canal usei para o PA.
O ganho é o mesmo, mas fazendo isso, posso usar uma equalização para o monitor independente do que estou equalizando para o som da frente.
Na X32 não podemos duplicar todos os 32 canais, mas conseguimos isso na LS9 da Yamaha.
No finalzinho da passagem de som, deu uma microfonia lá no palco.
Subi e fui conferir a via da cantora, pois na frente já estava bem legal.
Ajustei a equalização do microfone de Alessandra e da sua via, e encerramos o soundcheck.
Só teríamos um pequeno intervalo de tempo antes de começar o show.
Nas minhas contas, eu iria operar o som do show lá na frente com meu iPad, como sempre faço nesses trabalhos quando a única mesa fica em cima do palco.
Mas mudei de ideia.
Decidi tentar fazer todo o trabalho em cima do palco, ao lado da mesa de som.
Mas só decidi isso porque passei o som do PA antes lá na frente com o iPad.
Conheço técnicos que chegam na hora do show, ligam as coisas e operam o som do PA sem ir lá na frente conferir como está soando a mixagem.
Toda minha admiração para esses colegas e amigos.
Eu não consigo fazer isso. Infelizmente.
Já fiquei muitas vezes imprensado no meio da multidão, tentando ajustar as coisas no iPad, me protegendo dos empurrões e dos copos de bebidas.
Nada confortável, mas eu faço questão de fazer assim.
Dessa vez, resolvi tentar fazer o trabalho do palco.
Usei meu fone tipo in-ear, que acho bem melhor nesses casos, porque diminui bastante o vazamento do som externo.
Estou usando meu KZ AS16 em todos meus trabalhos de monitor.
Só estou usando meu Audio-Technica quando estou fazendo só o PA, com a mesa lá na frente, como sempre deveria ser!!

Audio-Technica ATH-M50x / KZ-AS16 PRO

Foi tudo muito tranquilo durante todo o show, e não fui uma única vez lá na frente!
Muito legal o show de Alessandra Leão, mas isso eu já sabia.
Primeira vez que faço isso, que opero o som do PA de um show atrás das caixas de som direcionadas ao público.
De vez em quando tirava um pouco os fones dos ouvidos, para checar o som geral, mas por um pequeno espaço de tempo.
Mas sem ouvir a mixagem antes lá na frente, com certeza eu não ficaria durante todo show lá atrás, no palco.
Gostei.
Tenho até outros trabalhos marcados com um única mesa de som, mas em locais fechados e bem pequenos.
Diferente de um show na rua, "ao relento", sem área coberta para o público (e para o técnico que vai usar o iPad).
Nem estou levando em conta a grande dificuldade de sair e de voltar para a mesa de som em cima do caminhão.
Falando em público...
A intenção é até boa do festival.
Levar eventos musicais para as periferias, em palcos descentralizados, mas...
Como diz o famoso ditado popular: "De boas intenções, o inferno está cheio."
Acho que estão pecando em alguns detalhes (não é de hoje, e não é só nesse caso aqui).
As estruturas (palco, som e luz) que estão levando para esses locais.
Tem uma famosa que o palco é um mini tablado no chão, que até já fiz uma postagem exclusiva para o assunto!
Os horários que estão colocando para os artistas "locais" se apresentarem nesses locais, muitas vezes afastados dos polos principais.
A pouca divulgação que fazem desses palcos descentralizados.
A grande quantidade de atrações nesses palcos sem estrutura para recebê-los, onde muitos não podem passar o som.
A estrutura montada para o público.
Quando esses fatores vão se somando, o número final de público vai diminuindo.
Uma pena.
Vários shows legais, para um público bem aquém do merecido.
E ainda tem a frase famosa ecoando nos locais: "Desculpa, mas é o que temos."
Ou seja... No final das contas, as pessoas não ficam muito animadas para se deslocarem até esses locais.
No Palco Pop lá no FIG, se alguém do público quisesse beber um chocolate quente, não tinha onde encontrar!!!
O famoso chocolate quente do friozinho de Garanhuns? Lá não tinha.
O que chegava mais perto disso naquele local esquecido era o caldinho de mocotó!!!
Que estava ótimo, por sinal!
Adoro caldinho de mocotó, mesmo com minhas taxas dos exames não concordando com isso.
Resumindo, a única taxa que está em dia aqui comigo é a do condomínio!
E torço muito (e todos os dias) para que a taxa de pronúncia da frase "desculpa, mas é o que temos" diminua vertiginosamente na minha região.
Não se enganem... Essa frase faz um mal absurdo para área de shows e eventos.
Como o caldinho de mocotó para minha saúde.
A diferença é que eu reconheço que estou fazendo besteira, e que só eu vou me lascar com isso!!!
Um abraço a todos.

PS: Hoje já é segunda-feira, dia 22/09/2025.
Deitado aqui no sofá, lembrei que fiz um trabalho antes deste aqui, onde não fui lá na frente com o iPad operar o som do PA.
Fiz um show de Martins em maio desse ano no Plaza Shopping.
Segue o link da postagem desse primeiro trabalho onde operei o som do PA atrás das caixas endereçadas ao púbico.
https://titioeosbastidoresdeumshow.blogspot.com/2025/05/show-de-martins-no-plaza-shopping-curti.html
Foi um show bem mais simples, mas... Operei da mesa ao lado do palco.

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