sábado, 6 de setembro de 2025

Fernando Deluqui no Corredor 5 - Heresia indicar isso.

 
Olá pessoal.
Faz um bom tempo que não vejo as entrevistas no Corredor 5.
Nem considero uma entrevista o que Clemente faz no canal dele no YouTube.
Está mais para um bate-papo, uma conversa entre duas pessoas que entendem bem de música e do seu entorno.
Um dia desses eu estava pensando em como as pessoas estão cada vez mais não ficando muito tempo vendo ou ouvindo alguma coisa.
Por causa disso, surgiram os "cortes" no YouTube.
Pequenas partes recortadas de um conteúdo.
Eu mesmo já vi vários recortes, e fiquei chateado comigo mesmo ao perceber que estava fazendo isso.
Impressionante essa mudança.
Por causa dessa nova atitude, estão até diminuindo as introduções das músicas.
O mundo muda, né?
Por causa dessa nova "mania" popular, muitos vão achar uma heresia eu indicar esse bate-papo no Corredor 5, porque a conversa tem 4h30 de duração!
Um absurdo para os dias atuais.

Banda RPM.
Mandei a indicação para vários colegas e amigos pelo WhatsApp, e um já me falou que era muito tempo de conversa.
Eu sei, tenho vários tempos livres em relação a vários amigos que vivem da música... Eu sei.
Mesmo assim vou indicar, pois vale a pena ouvir o guitarrista da banda RPM, que surgiu no começo dos anos 80, e foi um dos maiores sucessos musicais no nosso país.
Fui dar uma pesquisada, e o disco "Rádio Pirata Ao Vivo" é o quarto colocado em número de vendas, chegando a 3 milhões de cópias vendidas.
O Deluqui fala sobre esse assunto no Corredor 5.


Logicamente esse recorde não vai ser batido, porque quase não existe mais a venda de mídias físicas.


Tinha certeza que iria ouvir boas histórias nessa conversa, e realmente dá para se ter uma ideia do que foi o estrondoso sucesso da banda e dos vários "altos e baixos" que sempre acompanharam a banda.
Vi o vídeo em dois dias.
Por isso o YouTube cresceu tanto. 
Muito conteúdo bom, que você escolhe o que vai ver, quando vai ver e como vai ver.
Vou indicar aqui para vocês, mesmo sendo uma heresia indicar isso hoje em dia.
Dividam em vários dias, como uma minissérie.
Acho que não vão se arrepender.
Clique AQUI para ver direto no YouTube.
Me empolguei com o que vi, e fui ver se Paulo Ricardo tinha ido também ao Corredor 5, mas não encontrei.
Um pena.
Seria bom ouvir outro ponto de vista de quem participou daquele estrondoso sucesso!!!
Paulo Ricardo, Fernado Deluqui, Luiz Schiavon e Paulo Antônio (conhecido como PA).
Schiavon e PA já faleceram.
O primeiro baterista (Júnior Moreno) saiu antes do lançamento do primeiro disco, porque tinha apenas 14 anos, e o pai dele não o deixou seguir na profissão.
O baterista Charles Gavin teve uma rápida passagem pela banda, mas resolveu ir para a banda Titãs.
A RPM vai ser lembrada por muito tempo ainda!
Abaixo, a capa do primeiro disco da banda, só com três integrantes.
Segundo Wikipédia:
(Abre Aspas)
A foto da capa apresenta a imagem com os seus integrantes originais, Paulo Ricardo, Luiz Schiavon e Fernando Deluqui. O baterista Paulo Pagni é o único integrante que ficou de fora da foto; conforme o vocalista e baixista Paulo Ricardo explicou em uma entrevista em 2019, a decisão foi fruto de uma revolta dos membros contra bateristas após Charles Gavin trocá-los pelos Titãs.
(Fecha Aspas)

Um abraço a todos.

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Nove trabalhos no FIG - Tinha que ser presa!!!

 
Olá pessoal.
FIG (Festival de Inverno de Garanhuns).
Garanhuns é uma cidade localizada no agreste de Pernambuco, conhecida como a "Suíça Pernambucana" devido ao seu clima ameno, situada a 230 km de Recife.
Os convites foram aparecendo e eu fui aceitando.
Não lembro qual foi o primeiro convite...
Pode ter sido Almério, Lirinha ou Otto, porque é comum eu trabalhar com eles.
Mas pode também ter sido Barro ou Del Rey...
Não importa quem me chamou primeiro. Né?
Resumindo... Participei dos shows de: Barro, Almério, Chico Chico, Del Rey, Tássia Reis, Juzé, Alessandra Leão, Lirinha e Otto.
Como muitos aqui já sabem, dificilmente eu aceito fazer dois shows em um dia, em palcos diferentes.
É uma filosofia que sigo faz tempo, principalmente para não deixar algum artista na mão, não conseguindo passar o som ou fazer o show de alguém por causa de choque de horários.
E não me arrependo desse atitude, tem dado certo sempre.
Liso... Mas feliz!
Exceto o show de Otto, todos os outros trabalhos aconteceram no Palco Pop.
E teve dois dias que fiz dois shows.
Ainda recebi um convite para um trabalho lá no mesmo palco, mas não aceitei porque era pra ajustar o monitor e correr para a frente pra fazer o PA, sem passar som.
Não tenho agilidade (nem idade) pra fazer isso.
E nem acho justo tirar o serviço de um técnico, que poderia fazer o PA ou o monitor nesse dia.
Pois bem...

Barro.

Resolvi não fazer uma postagem para cada trabalho que eu fiz no FIG.
Acho até que poderia ter assunto em cada trabalho para comentar, mas não estou afim de escrever muito.
Como apareceram vários convites para trabalhar no FIG, resolvi alugar um "quartinho" na cidade para não ter que ficar no "bate e volta" em vários dias.
É... Para quem ainda não sabe, dificilmente os artistas locais conseguem hospedagem em Garanhuns, tendo que voltar logo após o show.
Tudo fica muito caro na cidade por causa do festival.
Consegui um quartinho bem simples na periferia da cidade, distante 4 km do palco pop.
A única coisa que senti falta na minha hospedagem, foi que não tinha geladeira na casa.
Mas nada desesperador.
Com certeza voltarei lá em outras oportunidades.
Consegui esse quarto pelo Airbnb, que usei pela primeira vez.
Deu tudo certo.
Cheguei um dia antes do meu primeiro trabalho, que seria dois shows no palco pop.
Barro e Almério.
Nos dois, eu iria fazer o monitor.
Era uma PM5D no palco e uma M7CL no PA, ambas da Yamaha.
Vocês não imaginam quantas vezes eu já parei de escrever esse texto aqui.
Nem contei.
Tou me cansando rápido, e sempre paro para fazer outra coisa.
Notei também que estou falando bem pouco (ou quase nada) sobre o lado pessoal, que normalmente eu encaixava nos textos...
Deve ser porque não tenho nada interessante ou engraçada para falar sobre esse lado pessoal.
Ou não quero gerar provas contra mim. (Risos)
Sabe-se lá...
Hoje eu até fiz meu bolo de carne, para complementar as quentinhas que sempre compro no meu restaurantezinho da BR.
Resolvi fazer isso hoje para me movimentar.
Até em entrar numa academia eu estou pensando.
Tenho que me mexer! Isso eu sei.
Só falta eu ir lá fazer a inscrição!
Um dia desses, brincando com os amigos, falei: --- Tou até pensando em me casar de novo, pra agitar um pouco aqui as coisas, para o sangue correr mais rápido pelas veias, para ter DR...
Como falei acima, me mexer! (Risos)
Me mexi direitinho no FIG, viu?
Foram nove shows em dez dias.

Almério.

Fiz algumas cenas antecipadamente em casa, pois já sabia que seria uma Yamaha PM5D no monitor e uma Yamaha M7CL no PA.
Como comecei falando lá em cima, os dois primeiros shows foram no monitor, e no mesmo dia.
Passei as cenas tranquilamente do meu laptop para a mesa via USB, e fiz os dois shows tranquilamente.
Caso tivesse algum problema com o USB, tinha as mesmas cenas no meu cartão PCMCIA, que é o outro único modo de se passar a cena para a console.
Usei poucos monitores nesses dois shows, pois quase todos os músicos usaram fones, com e sem fio.
Nos dois shows, tinha um par de monitores na frente para os cantores, que usei um pouquinho com Almério, mas com Barro eu acho que não liguei a via.
Tinha até coisas endereçadas para lá, como a voz e o violão dele, mas deixei desligada.
E usei muito pouco o side, deixando bem baixo o volume, que só seria alterado se acontecesse algo com os fones dos cantores.
Não aconteceu, e o side ficou bem baixinho ou até desligado!
Já comecei bem, com dois trabalhos bem legais.
Só elogios.

Chico Chico.

Com Chico Chico eu até usei o side, porque o cantor não usa fone, mas toda a banda usa.
O side era praticamente para ele.
Nesse show, o soundcheck foi muito relax, mas na hora do show tive problemas em vários canais.
Ahhhhhhhhhhhhh!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Esqueci de falar uma coisa muito importante!
Chegou pra mim antes de viajar uma informação que me deixou preocupado.
Não iríamos poder seguir nosso mapa de palco e nem nosso input nos shows!
Vixe! E é? Complicou.
Eu acho um absurdo para um palco daquele porte no FIG.
Achei estranho porque iria ter soundcheck, mas foi o que chegou para mim.
Como fui um dia antes para Garanhuns, consegui conversar com a turma da técnica do palco, e chegamos num acordo para não seguir o mapa de palco, mas todos os canais seriam ligados de acordo com o input list de cada banda!!!
Parecia até que eu fazia parte da equipe técnica do Palco Pop na reunião... (Risos)
Manu era a diretora de palco com assistência de Miguel, Thaís era a responsável pelo patch dos canais e Hévilla seria a roadie.
Roberval era o técnico da empresa de som que fazia as ligações dos canais no palco, e acho que ele tinha um assistente, não lembro.
Gustavo "Stranger" era o técnico de PA da empresa de som.
Tudo "combinadinho", a coisa fluiu do começo até o final!
Eu adorei!
Todas as cenas que eu fiz em casa (algumas em Garanhuns) não foram em vão!
Eu até poderia fazer o patch digitalmente, seguindo as ligações que eles pensaram em deixar fixas, mas não foi difícil mostrar que seria mais fácil fazer o patch seguindo o input das bandas.
Uma coisa estava bem errada lá.
Só as bandas POP passavam som, as bandas de FORRÓ não.

Chico Chico. Soundcheck.

Era um palco só, que começava muito cedo (19h) com 3 bandas consideradas Pop, e depois tinha 3 bandas consideradas Forró.
Acho que ano passado foi desse mesmo jeito.
Dificilmente faço trabalhos com a turma do forró.
E nesse ano não foi diferente.
Dos oito trabalhos nesse palco, só teve um que fiz no horário do forró, e logicamente não passei o som.
Mas até nesse, que foi Juzé, seguiram o input list do artista de João Pessoa (PB).
Todos os outros shows eu passei o som antes.
Pois bem...
Não acho certo o esquema.
Colocam muitas atrações num dia, e não tem tempo para passar o som de todos.
Antigamente eram dois palcos separados, dentro do parque Euclides Dourado, com várias barraquinhas com bebidas e comidas legais.
E se não me falha a memória, os espaços eram cobertos!!!
Já faz alguns anos que é só esse palco, armado no fundo do parque, sem uma estrutura legal para as pessoas que vão para o festival.
Acho que o parque é fechado antes dos shows acabarem. Só acho.
Um local feio, com pouquíssimas opções para comes e bebes, com poste de luz aceso que prejudica a iluminação do show, ou seja... Sem atrativos para quem quer passar uma noite agradável vendo shows.
Pouquíssimas pessoas para ver o primeiro show e também o último, que começava depois da meia-noite.
Várias vezes vi o público debandar depois da última banda pop.
Juzé fez um belo show, com banda completa (e afiada!), com iluminador, com tudo que um artista deveria trazer para um show, e que muitos não trazem, mas não tinha 30 pessoas na frente do palco.
É desanimador para um artista ou qualquer outro profissional do ramo passar por isso.
Pra mim não é diferente.
Já fui DJ, e pista vazia dava uma dor, principalmente quando está vazia por que não deu gente no evento, ou na boate onde eu trabalhei durante quase 10 anos.
Esse foi o grande defeito do palco pop, mas que já vem assim faz um tempo, repito, não foi só esse ano.
Pior do que isso, só quando colocaram Adilson Ramos no Palco Instrumental.
Aí não tem como bater esse absurdo.
Espero que os "organizadores" consigam enxergar esses detalhes, e tentem ajustar.
Não fiquem só focados no palco principal, pois o FIG não é só o palco principal, ou não deveria ser.
Ao contrário também não fica legal, como foi no ano que quiseram colocar "música boa" no palco principal, e essa música boa (pra eles) não animou os turistas, ficando o público bem aquém do normal, que é enchendo a praça principal.
Só equilibrar isso, que voltamos a ter um belo festival.
Tudo bem, não fui uma única vez no palco principal, mas o que notei foi a cidade sem clima de FIG.
Essa foi minha impressão, ficando só lá nas redondezas do palco pop.
Mas eu ainda iria ter uma surpresa maior...
Que não foi no palco pop.
Foi massa fazer os trabalhos no Pop, mesmo com todas as adversidades técnicas e estruturais.
Voltando ao show de Chico Chico, tive sérios problemas durante o show com cabos, e no primeiro problema, o show teve que ser parado porque o ruído foi enorme(!), e eu troquei o microfone do bumbo que estava usando 48v.
Nos outros dois problemas, consegui reverter sem parar o show, trocando o canal do violão de Chico e eliminando um dos lados do teclado, que também começou a falhar.
Os técnicos da empresa de som me trataram como Rei, sempre atendendo meus pedidos, mas não tinha como eles ajustarem alguns defeitos técnicos nas mesas e cabos.
Não chegou nem perto dos problemas técnicos que já tive naquele palco em anos passados, onde pensei que iria enfartar, mas...
Mas problema sério só esse em Chico Chico.
O filho de Cássia Eller até brincou no camarim após o show, falando: --- Foi muito massa o show! Foi rock and roll!!!!! Ruídos, estalos...
O Chico é gente boa demais, mas não consegui sacar o sentido da frase dele. (Risos)
O show foi massa mesmo, mas não tenho certeza se ele ironizou os "(d)efeitos especiais" não programados.
Eu fiquei bem animado depois dos primeiros 3 trabalhos, mesmo com esses problemas no show de Chico Chico.
O próximo show seria o da banda Del Rey, e mais uma vez eu iria fazer o monitor.
Com uma grande diferença.
Todos na banda usam caixas no monitor.
Ninguém usa fone!!!!

Del Rey. Soundcheck.

Aí o trabalho foi maior, pra organizar a sonoridade das caixas, onde cada uma falava de um jeito.
Até então eu só tinha "ouvido" as duas caixas da frente, o side e uma caixa que usei para o baterista de Almério.
A equalização das caixas da frente e a equalização do side, eu sempre copiava para meus outros shows, e até fazia mais alguns ajustes, dependendo do que acontecia, mas sempre começava com a EQ que fiz no primeiro dia!
Nesse dia da Del Rey, dei uma conferida a mais nas caixas.
E foi tudo tranquilo tanto no soundcheck quanto durante o show.
Nenhum ruído apareceu, e eu estava evitando usar microfone ou DI (Direct Box) ativos, pois o risco de aparecer ruído é bem maior por causa da necessidade de enviar 48 volts nos cabos para o microfone ou DI funcionar.
Mais um trabalho legal e um show legal!
Todos felizes, aguardar o próximo show no outro dia com Tássia Reis.

Del Rey.

Nunca tinha trabalhado com ela até esse dia.
Eu já tinha feito também a cena da mesa antecipadamente, e sabia que todos usariam fones, inclusive a cantora.
Ahhh. Outro detalhe que posso falar.
Algumas cenas eu fiz em casa, e outras eu montei num dos dias que estava sem shows, lá na sala da casa onde aluguei o meu quartinho.
Quando eu estava já entrando na noite, e já tinha almoçado usando o iFood, resolvi agitar um pouco este meu isolamento na sala.
Liguei para o Zé Delivery e pedi uma vinho!!!
Logo depois, peguei novamente o iFood e solicitei "esfihas", sem ser do Habib's.
Acertei em cheio nas esfirras!!! Deixa eu ver o nome aqui da loja, pra quem quiser pedir quando estiver em Garanhuns...
Malik Esfiha's.

Podem pedir sem medo!
Logicamente, não consegui comer sete esfirras, e o proprietário da casa onde eu estava hospedado me ajudou na degustação.
Nesse dia, fiz todas as cenas das mesas de todos os trabalhos que restavam, inclusive a cena do show de Otto, que seria o último, e o subtítulo da postagem é por causa desse show.
Não montei todas as cenas em casa antes de viajar porque não sabia ainda como seriam as ligações dos canais no palco pop, e não tinha certeza absoluta ainda qual seria a mesa no show de Otto.
Sabia que seria apenas uma, mas não sabia ainda qual era a marca e modelo.
Depois de degustar meu vinho Chileno com as esfirras, fui dormir já pensando no próximo trabalho com Tássia Reis.
Tipo... Será que os músicos e a artista são "gente boa"?
Eram!!!
Mais uma coisa legal nesses trabalhos no FIG.
Todos os músicos e cantores que eu nunca tinha trabalhado, eram relax demais!!!!
Parar um pouco aqui para tomar uma sopa!
Requentada, mas ainda é boa.
Divido para dois dias a sopa (500ml) que compro no mercadinho da esquina.
---
Enquanto tomava minha sopinha de carne com legumes requentada, vejo na TV um casal chorando no hospital aqui em Recife, implorando por doações, onde o filho deles de 17 anos espera na fila por um coração...
Não tem como não lembrar de Faustão, infelizmente.
Na primeira internação do apresentador de TV famoso, eu falei com um amigo, que perdeu um filho (acho que no ano passado) por causa de problemas no pulmão, mas não sei se ele entrou em alguma fila de espera por doação de órgão, e nem sei se tem transplante de pulmão.
Esse amigo acha que não existe "esquema" nessa fila de espera, e eu falei perguntando: --- Você acha que temos todo tipo de esquema em todos os setores possíveis no nosso país "véi de guerra", só não tem nessa fila de espera de órgãos?
Infelizmente, eu não acredito.
Tem gente também que acredita que pessoas com alto grau de relacionamentos (e/ou $$$$) podem conseguir esses órgãos em outros países pelo mundo!
Bem... Não tenho a menor ideia. Só achei tudo muito rápido para UM, enquanto para o resto não é tão rápido, mesmo sabendo que existe a compatibilidade nesses casos.
Podemos concluir então também que Fausto tem um nível alto de compatibilidade, né?
Não queria falar sobre isso, mas apareceu aqui a reportagem na minha cara, e eu passei essa situação com meu amigo que perdeu o filho (talvez) aguardando na fila.
Essa dúvida não é só minha, pelo que tenho visto em comentários pela internet.
Mas vamos voltar para o que eu acredito.
Acredito que esse texto vai ficar mais longo do que eu queria, mas...
Foi tudo tranquilo no soundcheck de Tássia Reis, e deixei o side bem baixinho no palco.
Mas antes de começar o show, não vi motivos para deixar o side ligado, e desliguei-o.
Pra que? Se todos estavam de fones, e estavam confortáveis.
Oxe. Zerei o side.
Mais um dia legal de trabalho, com um show bem legal também!

Tássia Reis.

Teve músico que me chamou de "faixa preta", o que me deixou muito feliz.
Que venha outra oportunidade. Foi massa!
No outro dia seria Juzé, e sem passar o som, pois seria no Palco Forró.
Cheguei cedo no palco, mesmo sabendo que o show só aconteceria depois da meia-noite.
Como fiquei sabendo antecipadamente que o pessoal no palco seguiria o input do artista mesmo sendo no Palco Forró, me animei, e já passei minha cena para a mesa de PA no intervalo do almoço.
Isso mesmo...
Nesse, e nos próximos dois shows, eu iria operar o som do PA, mas iria passar o som dos outros dois porque eram considerados artistas Pop.
A equipe do artista Paraibano (considerado Forró) era bem grande, e a banda também.
Levaram até a mesa de monitor, onde todos usariam fones, incluindo o Juzé.
Com certeza, o show poderia ter acontecido no horário do Pop, tranquilamente.
Não conhecia o trabalho de Juzé, e tomei um susto (bom) no show.
Banda impecável, tudo bem justo.

Juzé.

Como falei antes, uma pena um show como esse para um público quase inexistente.
Num dia que fiquei para ver alguns shows do forró, teve um show com público quase inexistente também, onde tinha até um carro da polícia ao lado da house mix, com as luzes vermelhas piscando.
Fiquei imaginando o que o cantor estava pensando na hora, cantando para pouquíssimas pessoas e ainda olhando para as luzes de um carro de polícia piscando na sua frente...
Surreal.
Mostrei o absurdo para Manu, diretora de palco, que resolveu ligar imediatamente para alguém da organização do festival, e deu certo!
Os policiais desligaram as luzes, mas o carro ficou ao lado da mesa de som.
Menos constrangedor, né?
Não vão colocar um carro de polícia com luzes piscando ao lado da mesa de som do palco principal na Praça Dominguinhos, não acham???
Cheguei cedinho no outro dia para passar o som de Lirinha, e logo depois passaria o som de Alessandra Leão.
Mas acabo este texto amanhã...
Não aguento escrever mais hoje.
Ver alguma coisa na TV, Netflix ou YouTube.
Comer pipoca e chupar laranjas.
----
Onde eu estava mesmo no texto...?
Ahhh, no trabalho duplo com Alessandra e Lirinha, ok.
Quem estava comigo nesses dois trabalhos foi Bruno no monitor.
E ele veio me perguntar se poderia colocar os dois inputs na mesma cena, pois eram poucos canais de input nos dois shows.
Para mim lá na frente tudo é bem mais simples, e fui perguntar para Thaís se tinha algum problema em ligar os canais desse jeito, onde de 1 à 24 ficaria com Alessandra Leão e de 25 à 48 ligariam os canais de Lirinha.
Thaís me deu o sinal verde, e eu passei a cena para a PM5D com os dois shows.
Eu já tinha feito as 3 cenas de monitor para esses shows.
Um de cada artista separado e essa como os dois artistas juntos.
Fui passar via USB e, acreditem, não consegui mais conectar meu laptop via USB com a mesa, coisa que eu vinha fazendo em todos os meus trabalhos lá no palco.
Sem ter tempo para procurar o problema, passei a cena para meu cartão PCMCIA e transferi para a mesa.
Alessandra Leão.

No meu caso, lá no PA, resolvi fazer cenas separadas, principalmente porque alguns faders depois do canal 32 estavam com problemas.
Na M7CL da Yamaha são 48 faders fixos, onde não temos o mesmo fader para vários canais.
Não existe página de faders.
Depois de passar o som de Alessandra Leão, renomeei os canais para Lirinha, começando do fader 1, mas o input teria que ser do 25 em diante.
Então meu canal 2 receberia o input 26, o 3 seria o 27...
Fiz isso até o último canal do input do show de Lirinha.
Perfeito.
Isso é o que chamamos de patch digital.
Na era analógica, tínhamos que desplugar todos os cabos da traseira da mesa e ligar na sequência que queríamos manualmente!
Não tenho saudade desse tempo.
Deu tudo certo no soundcheck dos dois artistas e durante os shows também.

Lirinha.

Achei bem legal o PA compacto da LS Áudio, modelo Slinpec 206y, da empresa Opção Eventos.
Cobriu muito bem o espaço, sem necessidade de torre de delay.


Isso eu já tinha notado quando fui fazer o PA de Juzé.
Mas poderiam ter colocado um front, que ficaria perfeito.
E não custava nada também ter deixado a house mix no centro.
Ela ficou na frente do line array esquerdo.
Mas isso não é a empresa de som quem decide, e sim a organização do festival.
Fiquei muito feliz com o trabalho que fiz lá frente nos três shows!!
Vou repetir mais uma vez porque sou chato: --- É muito mais suave o trabalho no PA.
Técnico de monitor deveria ganhar mais.
Muitos podem até falar: --- Mas o som do PA é mais importante.
Tudo depende do ponto de vista, como diz sabiamente meu amigo Silvério Pessoa na sua música "Um Café".
Um monitor muito ruim, acaba com o show, mesmo com um som lindo na frente.
E dependendo do problema no palco, tem que parar o show.
Iza que o diga!!!
Só começou o show quando o problema no palco foi resolvido, né?
Mas meu problema agora era o show de Otto no outro dia!
Eu já sabia o que me esperava, só não sabia o teor da gravidade.

Palco Estação.

Para melhorar mais a situação, fiquei sabendo que a banda chegaria bem mais tarde do que foi combinado, diminuindo (e muito!) o tempo para passar o som.
O local desses shows no Palco Estação foi mudado de última hora.
Esse shows sempre aconteciam no teatro que fica na antiga estação de trem, bem próximo ao palco da Praça Dominguinhos.
Tão próximo, que não dá pra passar o som do teatro com a turma passando o som no palco principal da praça!
Já fiz vários trabalhos nesse palco do teatro, onde tinha até mesa de PA e de monitor!
E acreditem... Já teve torre de delay nesse teatro!!!
Lindo!
Saudade de Gera...
Não precisava dar muito volume no PA para o som chegar nas últimas poltronas.
Bons tempos, onde se preocupavam com a qualidade técnica do(s) show(s).
Pois bem...
A acústica do teatro não era 100%, mas...
Nada comparável ao novo lugar escolhido para os shows acontecerem neste ano de 2025.
Auditório da Rádio Difusora.


Pode até ser que 100 anos atrás, esse espaço da foto acima serviu para apresentações musicais, mas a amplificação dos instrumentos e vozes daquela época era bem diferente do que precisamos atualmente.
Como mostra a foto, um corredor pintado (nas pressas) de branco, um vão que parece uma sala de velório gigante...
Só faltou ter azulejos nas paredes!
O único lugar onde tinha um tratamento acústico era no palco.
Realmente, em cima do palco a reverberação estava mais controlada (amenizada), mas no salão... Era inacreditável!!!
Qualquer som que saía do palco era refletido nas paredes lisas de cimento cru pintado de branco.
Teve gente que falou que era o palco Assembleia de Deus, como esse da foto abaixo.
Muito parecido o ambiente, né?


Não me recordo de ter feito outro trabalho num ambiente parecido.
O tempo de reverberação dava pra ser medido em minutos! (Risos amarelos)
O som da banda deve estar lá rodando no ambiente até hoje!
Vamos ser justos...
À princípio, o que chegou para mim pela produção do artista foi que seria um show acústico, mais intimista, sem bateria, etc.
E pode ser que isso estava previsto também pela produção do festival.
Mas... Até um show acústico ali dentro é complicado.
Imaginem agora com banda quase completa, onde só não teve a segunda guitarra e teclados (samplers).
O resto tinha!!!!
Cheguei na hora marcada, mesmo sabendo que a banda não chegaria nesse horário.
E fui ajustando com o técnico da empresa de som, como seria o posicionamento dos músicos no palco e como seria a monitoração.
Caixas de monitor? Apenas três.
Monitoração para voz e violão.
Ok, deixo duas para Otto, e coloco a outra para o guitarrista.
Vou colocar fone no baixo, bateria e percussão.
Ao dar o primeiro "alô" na via de Otto, noto que um dos monitores estava ruim, ficava rachando.
Não tinha outro, então decidi deixar só um mesmo na frente para o cantor, pois seria melhor do que ficar ouvindo o som rachando de um lado.
Ligamos e testamos todos os canais que iríamos usar.
E fui lá pra frente com o microfone sem fio para dar uma ouvida no som.
Foi aí que a tristeza veio, e com força!!!
Até que não fiquei absurdamente triste quando coloquei Lisa Stansfield para tocar, mas quando dei um alô no microfone, aí pensei em chorar.
Não tinha como a voz ficar inteligível por causa da reverberação absurda da sala!
Era só a voz, viu?
Imagina juntar essa voz com o som dos instrumentos e amplificadores vindo do palco, mais esses instrumentos sendo amplificados no som do PA.
Fui até duro com a coordenadora do Palco Estação, que me perguntou "E aí Titio?" enquanto eu tentava achar uma saída para o problema e falava no microfone.
E aí o que, Roberta?!?! 
Falei no microfone isso, enquanto as palavras ecoavam no espaço, umas sobre as outras, fazendo um bolo sonoro confuso.
E continuei no microfone: --- Meeee digaaaaa como omomom faaaaazer ummmmsss show a a a quiiiii deennnnntro onde só aaaaaaaa voz fica desse esse esse esse esseeeeee jeitoooooo???
E completei sem usar o microfone: --- A pessoa que decidiu trazer esses shows para cá, tinha que ser presa!!!
É um crime.
E finalizei a conversa: --- Uma total falta de respeito com os artistas, músicos, técnicos, produtores e principalmente com o público!!!!
Lógico que exagerei, principalmente morando num país onde crimes absurdos acontecem e os envolvidos não são presos.
Foi um modo "figurativo" de mostrar como achei um absurdo aquele local para um show de música.
Pensei então no caos que poderia ser na hora do soundcheck.
E foi exatamente isso que aconteceu.
Não tinha como deixar a voz inteligível, e foi até pior com a banda tocando e com o pessoal da produção do local arrastando as cadeiras de metal para fora do ambiente, pois decidiram que não iria ter cadeiras, só algumas para os idosos, mas a grande totalidade foi retirada do salão.
Aí foi uma grande ideia, uma boa decisão.
Não tinha sentido um show de Otto com o público sentadinho, principalmente com a banda quase completa!
Não demoramos muito no soundcheck, porque não tinha muito o que fazer!

Otto.

O som ficou ruim, mesmo eu baixando consideravelmente toda a banda, para tentar deixar a voz de Otto mais inteligível.
Mas não ficou bom.
E olhe que eu não coloquei muitas peças de bateria e percussão no som do PA.
Tentei somar com o som natural que vinha do palco.
Mas ficou uma bosta.
Só me restava aguardar e torcer para dar muita gente, porque os corpos iriam ajudar na absorção da ondas sonoras, diminuindo as reflexões nas paredes, chão e teto de cimento.
Eu estava (triste) na mesa de som no palco aguardando, e até perguntei para o técnico da empresa de som como o pessoal tinha feito shows ali antes de mim.
Ele respondeu que todos foram com um volume bem baixo.
Ahhh, tá. Ok.
Me lasquei então, e falei (com um sorriso amarelo) que não tinha como fazer um show de Otto com banda com um volume bem baixo.
Só me animei quando a locutora falou algumas palavras antes do início do show.
O salão já estava lotado, e a reverberação que escutei do palco soou como um canto dos pássaros numa floresta silenciosa, com um lago cheio de patinhos nadando...
Um sonho.
Já achei absurdamente melhor do que estava no soundcheck, mesmo eu ouvindo o som do palco.
Lógico que eu sabia que na hora do show não seria tão ruim como foi no soundcheck, a não ser que ninguém fosse ver o show. Aí a bronca seria igualzinha.
Mas lotaram o lugar!!!
Nem sei se os idosos sentados ficaram até o final do show, pois não foi nada silencioso.
Eu estava com o iPad no meio do público quando o show começou.
E fiquei lá até o final.
Quando a banda começou a tocar e Otto cantou as primeiras frases no microfone, fiquei emocionado.
Me salvei!!!! (Pensei com meus botões)
Fui ajustando as coisas, inclusive coloquei o DCA que controlava toda a banda em zero!
Acho que deixei em MENOS 8 ou 10 durante o soundcheck.
Fora isso, coloquei as peças da bateria e percussão que eu tinha eliminado durante a passagem de som, onde até os pratos da bateria entraram no som do PA.
Resumindo...
Tudo foi para o som do PA!!!
Ainda tinha mais reverberação do que o normal, mas já estava aceitável.
Repito... Isso só aconteceu porque o local estava LOTADO, e com as pessoas em pé!
Se estivessem sentadas, não acredito que eu teria feito os mesmo ajustes.
Segundo Otto, conversando no camarim após o show, ele falou que foi o melhor show dele nesses últimos meses.
O show foi muito bom mesmo, e ele demonstrou isso durante o show, sempre conversando com o público, e chegou até a elogiar o espaço.
Realmente o local é aconchegante para quem está no palco, pois o público está bem perto, e quem vai para lá, quer realmente ver o show do artista, não está de passagem pela rua.
Diferente do que achou Zeca Baleiro no palco principal do festival, com relação a famosa passarela tipo "curral", que afasta o público da frente do palco.
Eu estava ao lado da irmã de Otto no meio do público na hora do elogio, e até falei pra ela: --- Não elogia o espaço não Otto, não elogia não... (Risos)
Mas entendi a empolgação dele.
Quando o produtor de Otto (que é irmão do cantor) me viu todo satisfeito no meio do público com a irmã deles, falou pra mim: --- Titio, além de bonito, você é bom!

Foto by Ari Falcão.
Sorrimos juntos.
Achei massa o comentário, mesmo sabendo que ele mentiu duas vezes!!! (Risos)
Mas pulamos uma fogueira.
Ele sabia disso também.

Foto By Henrich.

Depois do show, que começou às 18h, passei no MEU Palco Pop para comemorar o final dos meus trabalhos com a turma da técnica, onde acabei o resto da garrafa de vinho que estava no camarim de Otto.
Agradeci pelo profissionalismo, empenho e dedicação de todos, que ajudaram (e muito!) nos resultados dos 8 shows que fiz lá.
Manu, Miguel, Thaís, Hévilla, Roberval e Gustavo.
Foi muito massa a semana que passei aí com vocês, viu?
Mesmo com os problemas que apareceram, contornamos tudo.
Que o FIG melhore sempre!
Que nossos eventos melhorem sempre!
Essa é (sempre) minha intenção quando escrevo sobre meus trabalhos aqui no Blog.
Mas a turma que cria e organiza esses eventos tem que colaborar também, né?
Eu estou sempre tentando melhorar meu serviço.
Um abraço a todos.

PS: Dias depois, já em Recife, conversei com Roberta no WhatsApp pedindo desculpas pela forma COMO falei com ela no salão da "igreja", mas que não mudava uma vírgula do QUE falei.
Inclusive, se ela quisesse dar meu contato para a pessoa responsável pela ideia não muito feliz de ter shows naquele local, poderia dar, que eu trocaria umas ideias com essa pessoa.
E ainda falei que dificilmente eu volto ali para um trabalho sem um tratamento acústico no local.

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Monitor Pessoal PH-1 da Waldman - Resolvendo o grave problema do botão Mono/Stereo.

 
Olá pessoal.
Um tempinho atrás, comprei oito amplificadores de fone da Waldman, modelo PH-1 (Phone Hub One), como mostra a foto acima.
Falei até disso numa postagem no dia 30/04/2025, como mostra a foto abaixo.


Pois bem...
O sisteminha é muito legal e a grande vantagem é fazer uma via estéreo para o músico, levando apenas um cabo XLR até ele.
Para isso, precisamos fazer um cabo especial, como esse que aparece na foto acima.
O que eu usava antigamente, era preciso levar os dois cabos até o músico para fazer uma via estéreo.
Muito mais prático esse sistema da Waldman, e o custo/benefício é extraordinário, porque conseguimos encontrar o equipamento no mercado por menos de 200 reais.
E o som dele é muito legal!
Que é o mais importante, né?!
Meus 4 primeiros eu comprei na internet, e os outros 4 eu comprei aqui mesmo em Recife.
Pois bem...
Falei das vantagens dele até agora.
E os contras?
Bem...
O botão de on/off/volume fica mudando de cor quando está ligado (totalmente desnecessário!), o parafuso que fecha o compartimento das 2 pilhas AAA (palito) deve remoer a rosca com o tempo de uso constante, mas o grande defeito dele é com relação ao botão MONO/STEREO.
Como mostra a foto abaixo, quando ele está apertado é estéreo, e quando está solto é mono.


Aí é que o problema começa...
É muito fácil mudar a posição do botão sem querer, principalmente para sair do estéreo para mono.
Um simples esbarrão no bolso da calça pode destravar o botão, fazendo com que passe para MONO.
Acontecendo isso, simplesmente o som desaparece do fone!
Descobri isso na prática!!!
E com susto, logicamente.
E como não sabia, rodei um pouco para descobrir onde estava o problema.
Tive que ir até o músico com meu fone, e vi que estava com o botão em mono.
Quando eu apertei para estéreo, o som voltou!
Fiquei triste com o defeito, e passei então a falar para os músicos que o equipamento tinha esse problema.
E foi numa conversa aqui em casa com meu Amigo Júnior Evangelista, que começamos a resolver isso.
Mostrei pra ele o problema, e que precisava de uma proteção para esse botão.
Ele falou que não seria difícil resolver isso, com a ajuda de um impressora 3D que ele já possuía.
Então a gente foi conversando pra ver como seria essa proteção, que começou com a ideia de ser uma peça maciça que poderia ser encaixada na lateral do equipamento, cobrindo o botão, e quando precisasse apertá-lo ou desapertá-lo, era só deslizar a peça para baixo, deixando livre novamente o botão.
A ideia era até boa, mas chegamos nessa atual, que é muito mais simples, e não precisa ficar deslizando para poder ter acesso ao botão.
É uma peça com um orifício no centro, que fica na altura do botão, e para ter acesso ao botão, só usando uma coisa pontiaguda, como uma pequena chave de fenda, um palito de fósforo ou uma tampa de caneta Bic.
Evangelista me mostrando a primeira peça pronta!

Júnior levou um dos meus PH-1 para casa dele, tirou as medidas e fez o projeto da pecinha protetora.
Mas essa peça tem que ser colada no equipamento.
Não vi problema algum nisso.
Ele "imprimiu" as pecinhas e me enviou.
Vou só escolher a cola que vou usar.


Ele fez também uma pecinha de proteção para os equipamentos dele, que não é o PH-1.
No dele o som não desaparece, passa só de estéreo para mono.
O que seria o normal, né?


Como sei que muitos vão adquirir esse PH-1, e vão se deparar com esse grave problema, vou disponibilizar aqui no Blog o projeto que Evangelista fez.
É só levar em algum lugar que tenha impressora 3D, que a peça é confeccionada.
Se alguém tem outros problemas parecidos com outros equipamentos, é só entrar em contato com Júnior que ele pode ajudar num projeto, mas aí teria que ser remunerado para isso, né? (Mais que justo)
Nesse caso aqui, é só pegar o projeto e fazer a(s) peça(s).
Só pedir nos comentários pelo projeto, informando o email, que eu envio.
Se alguém quiser o contato de Júnior Evangelista, só pedir também nos comentários, ou me solicitar pelo WhatsApp (81-988417408).
Obrigado Júnior pela atenção absurda que você sempre me dá.
E você é como Duprat (e mais alguns outros)... Confia mais em mim do que eu mesmo!
Gratidão sempre (a todos).
Um abraço a todos.

PS: 
1- Tá vendo como beber vinho com amigos rende coisas boas? Foi numa farrinha aqui em casa com Evangelista que tudo começou.
2- Fica aqui as sugestões para o fabricante aperfeiçoar o produto dele.
3- Fiz testes hoje (04/08/2025) aqui em casa, e o som não SOME como eu falei no texto lá em cima. Fica fora de fase, causando cancelamentos. Vou colocar as observações nos comentários.

quinta-feira, 31 de julho de 2025

Show do Padre Fábio de Melo em Sousa - O alívio veio na primeira música!!!

 
Olá pessoal.
Ainda pensei em fazer uma postagem falando (resumidamente) sobre os 10 trabalhos que eu fiz no mês de julho, mas mudei de ideia.
Resolvi fazer essa postagem sobre o trabalho operando o PA do show de Fábio de Melo, e depois eu acho que faço um resumo sobre os 9 trabalhos que eu fiz no FIG (Festival de Inverno de Garanhuns).
O convite para fazer o PA do show de Fábio de Melo no São Julho apareceu de supetão!
O técnico oficial dele, meu amigo Aurélio Kauffmann, que estava fora do país com outro trabalho, não iria chegar à tempo para a viagem até Sousa na Paraíba.
Ele teve problemas com atrasos do voo de volta ao Brasil.
Isso a produção só teve a certeza uns dois dias antes da viagem de ônibus para Sousa, que sairia de Recife.
Foi por isso que recebi o convite no susto!
E aceitei.
Foram 10h para ir e 10h para voltar.
Dormimos no ônibus, que era do tipo leito bem confortável, onde a parte de baixo tinha uma cama para o Fábio.
Na parte de cima, várias poltronas que se transformavam (quase) em pequenas camas.
Saímos de Recife na madrugada do dia 10 para o dia 11/08.
Só deu tempo de colocar as coisas no hotel, tomar um banho e almoçar.
Logo depois seguimos para o palco, onde faríamos o soundcheck.
Me entregaram a chave do quarto de Aurélio.
Para vocês terem uma ideia de como foi no susto o convite para o trabalho...
O espaço era bem grande, e não tinha torre de delay, mas merecia.
Tinha uma passarela enorme, que saía do palco por um lado e voltava pelo outro lado.
Passarela igual a da polêmica no FIG, quando o cantor Zeca Baleiro fez um comentário durante o show dele, falando como era ruim uma passarela daquele tamanho na frente do palco, afastando muito o artista do público.
Quando vi que teria essa passarela no evento em Sousa, perguntei na mesma hora ao técnico de monitor de Fábio de Melo se o padre/cantor costumava "passear" nessas passarelas.
Chicletinho respondeu que ele passava um bom tempo do show nessas passarelas, o que me desanimou um pouco, principalmente quando eu soube que o microfone que seria usado era com a cápsula V7 MC1 da sE Eletronics.

Eu tive um contato anterior com essa cápsula, e não foi legal.
Nesse primeiro contato que eu tive, passei o monitor usando outro microfone sem fio, acho que um SM58, e quando o microfone do cantor chegou eu fui conferir novamente os monitores e tomei um susto!
Não adiantou muito eu ter feito o trabalho com o microfone anterior, pois tudo estava mais "espirrado" nas médias-altas e altas.
Achei um exagero.
Pois bem...
Fui olhar hoje aqui as especificações dessa cápsula, e o fabricante já avisa que ela tem realmente esse acréscimo onde falei.


Além disso, quanto mais perto da fonte sonora (boca), as frequências graves aparecem.
É o chamado "Efeito Proximidade".
Não tinha olhado essas informações até hoje, mas acabei seguindo no soundcheck o que eu estava ouvindo, como podem ver na equalização que eu tive que fazer no microfone do Fábio de Melo para chegar num ponto que eu achasse legal.


Fora essa equalização no microfone, com certeza eu mexi no equalizador do PA, para amenizar ainda mais esse excesso das frequências do microfone, principalmente para a hora que estaria cantando na passarela.
O soundcheck foi bem tranquilo, até peguei o microfone sem fio do padre para escutar como soaria no PA.
Já dei os primeiros ajustes nessa hora, colocando até um PAD (atenuação) no canal do microfone, pois com minha voz o sinal chegava muito alto, acendendo muitas vezes o nível "vermelho" na mesa de som.
O sinal estava "clipando".
Fábio normalmente não passa som, só a banda faz isso, como acontece também com Alceu Valença.
Passei o som da banda, onde Chicletinho ia me passando alguns detalhes do show com o microfone reserva.
Tudo estava indo bem, até eu pedir no final para Chicletinho ir para a passarela com o microfone sem fio de Fábio, enquanto a banda tocava.
Não consegui de jeito nenhum colocar o som da voz no meio da banda!!!!!
Realimentava toda vez que eu tentava fazer a mixagem.
Desanimei.
Não teve jeito.
Baixei muito a banda para poder colocar a voz, e não ficaria legal naquela arena aberta enorme, e sem torre de delay.
Fiquei muito desanimado, e nem para o hotel eu fui!
Fiquei lá na mesa de som imaginado uma saída.
E depois de um bom tempo pensando, decidi tirar a atenuação do canal do microfone, e eu ajustaria o ganho na primeira música já com o padre cantando.
E torci (muiiiiiiiito) para ele emitir mais som do que foi emitido para mim no soundcheck.
Eu não vi outra solução.


Aguardei pela hora do show, e a turma notou meu desânimo, porque não consigo disfarçar.
As pessoas que me conhecem sabem disso...
É muito difícil (ou quase impossível!) eu falar que está tudo bem, sem realmente achar que está tudo bem!
Chicletinho falou que nas primeiras 5 músicas o padre fica no palco cantando fixo no centro, para só depois começar a passear pela passarela.
Esse era o tempo que eu teria para ajustar as coisas.
Se eu fosse religioso, teria rezado 10 Ave Maria.
Como não sou, respirei fundo várias vezes e torci outras várias vezes, aguardando pelas primeiras palavras cantadas de Fábio, e já com a mão no ganho do canal da voz dele.
Fora isso, já tinha baixado a banda vários dBs no final do soundcheck, usando o DCA.
O alívio veio na primeira música!!!
E chegou tão forte, que tive que baixar o ganho da voz e não subir!!!!!
Quase choro de emoção...
Já com a voz controlada, fui subindo a banda.
Agora só teria que ter cuidado na hora que ele fosse para a passarela.
Mas não foi complicado, só tive que fazer pequenos ajustes para segurar as realimentações.
Já tinha dado uma geral nisso no soundcheck, né?
Perguntaram numa página do Instagram na semana passada, o que achamos das passarelas nos shows, onde respondi:
"Como técnico de som, odeio passarela na frente do palco!".
Para os artistas pode ser bem legal passear pelo público, mas por mim seria proibido ter passarela em shows, com os cantores passeando na frente das caixas de som do PA.
Mas como não tenho esse poder, tenho que usar a equalização para amenizar o problema!
Eu e todos os outros técnicos que estão operando o som do PA, com o som das caixas entrando pelo microfone do cantor, que volta para a saída das caixas de som, que entra de novo no microfone e sai pelas caixas novamente... Um loop!
Aí usamos várias "manobras" para segurar a microfonia, como equalizador, ganho, e até o PAN (panorâmico)!!!
Quando o cantor fica em frente de um lado do PA, mandamos a voz dele um pouco mais para o outro lado.
Não lembro de ter usado o PAN nesse show de Fábio de Melo, mas com certeza eu usaria se fosse necessário.
Usei muito essa técnica no SESI Bonecos, onde o apresentador do evento, usando pernas de pau, ficava muito tempo na frente das caixas do PA (triplo), e para complicar mais, usava microfone tipo headset, como esse da foto abaixo.
Bons tempos...


Acho que o tempo passou até rápido durante o show do Padre Fábio de Melo.
Como sabemos, se fosse um caos, demoraria uma eternidade!


Foi perfeito meu trabalho?
Responderia NÃO.
Mas antes de começar, achei que poderia ser um caos, principalmente por causa do resultado do soundcheck.
Não foi perfeito, mas também não foi ruim!
E até comemorei depois no camarim com umas taças de vinho (no copo de plástico).
Lembrei agora... Chicletinho chegou ao meu lado durante o show, e falou que estava legal.
Tomei um susto ao vê-lo, mas foi legal o comentário.
Achei que deu para compensar (salvar) a ausência de Aurélio.
E isso é o mais importante.
Já falei em algumas postagens que não é confortável substituir colega e/ou amigo técnico, onde ele sempre faz o trabalho do artista.
Mas faz parte da profissão.
Se me chamaram, não foi porque bebo vinho toda semana, né?
Mas é impressionante como não é confortável.
Impressionante também foi notar que esse primeiro trabalho com o Padre Fábio de Melo no dia 11/07 foi muito parecido com o último trabalho que fiz no FIG com Otto no dia 26/07!
Como pode?
Depois explico.
Só não sei ainda se vou fazer um resumo dos trabalhos no FIG, ou vou fazer algumas postagens individuais.
Só sei que fiquei bem feliz com os trabalhos em Garanhuns!
Um abraço a todos.

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Nove trabalhos em junho - O justo seria ganhar mais!

 
Olá pessoal.
Trabalhos marcados até agora para julho, só começando no dia 18, e todos no FIG, o Festival de Inverno de Garanhuns.
Se nada mudar, tenho duas semanas de férias, forçadas. (Risos)
Mas como já devo ter falado várias vezes aqui no Blog, o nosso trabalho começa bem antes do dia do show!
Acertamos vários detalhes antes do dia de um trabalho, seja ele num show ou evento.
Já penso, faz um bom tempo, em fazer uma postagem falando sobre esse assunto: A produção técnica.
Principalmente porque na maioria dos casos, essa função é incorporada pelos contratantes ao serviço de operador de áudio (ou técnico de som), sem nenhum custo adicional, o que está errado.
Mas não vou falar sobre isso agora.
Com certeza esse assunto vai virar título de uma postagem no Blog, pois é muito importante discutir o tema.
Já conheço colegas e amigos que já cobram por esse serviço "extra", mas é muito raro ainda esse reconhecimento por parte dos contratantes.
Mas já está nos meus planos falar sobre esse custo adicional pelo serviço de produção técnica, quando me chamarem para algum trabalho de operador de áudio.
Operador de áudio (PA ou Monitor) é uma coisa, produtor técnico é outra coisa... É outra função.
Vou falar hoje sobre os trabalhos de operador de áudio que eu fiz em junho, mesmo fazendo as duas funções em alguns desses trabalhos.
Já comecei o mês com um trabalho que não estava agendado.
Um amigo perguntou no nosso grupo de técnicos de Recife quem estaria disponível no dia 14 de junho.
Eu!!! Respondi no grupo.
Só tinha show marcado à partir do dia 20 em Caruaru.
Ele então passou meu contato para o produtor de Lucy Alves, e em menos de 20 minutos o trabalho foi acertado.

Lucy Alves.

Fui fazer o monitor da artista num show em Goiana, aqui pertinho de Recife.
Não vou falar dos detalhes dos shows, pois passaria o dia escrevendo, e não é isso que eu quero falar aqui.
Foi muito legal fazer o monitor de Lucy, mesmo sem ter ideia de como era o show.
Melhor ainda foi receber o convite depois desse trabalho para fazer os outros shows da artista em junho!
Muito bom saber que fiz um trabalho legal, mas infelizmente não pude aceitar fazer os outros shows dela porque já estava com vários trabalhos agendados.
Fiz nove trabalhos em junho.
E se não me engano, seriam mais oito shows de Lucy Alves, depois desse que teve em Goiana.
Os nove trabalhos que eu fiz foram todos de artistas diferentes, com estilos diferentes.
Lucy Alves, Banda Zé do Estado, Rogéria Dera, Almério, Academia da Berlinda, Lirinha, Siba e A Fuloresta, Forró na Caixa e Mestre Ambrósio.
Acho muito legal isso, participar de vários trabalhos diferentes!

Banda Zé do Estado.

Nos shows de Zé do Estado e Rogéria Dera, pude confirmar a importância do horário de início de um show, principalmente quando esse show é de um "artista local".
Ano passado fiz o mesmo show da Zé do Estado no mesmo palco em Caruaru, só que num horário bem cedo, onde a maioria das pessoas ainda está se arrumando em casa...
Muitos ainda estão jantando!
Esse ano foi num horário bom, e o resultado do mesmo show foi absurdamente diferente (pra melhor!).
Pode ser o melhor show do mundo, mas sem público, fica parecendo um ensaio.
Os organizadores desses eventos não ligam pra isso.
O show da Zé do Estado foi no Polo Camarão e os shows de Rogéria Dera e Almério aconteceram no outro dia (21/06) no Polo Azulão, todos em Caruaru.
Nos três shows, operei o som do PA, ou seja, o som que vai para o público.

Rogéria Dera.

Faço muitos trabalhos de monitor, ou seja, o som que vai para os músicos.
Os shows de Rogéria Dera e Almério foram muito legais!
Os dois artistas são de Caruaru.
Mesmo Almério nascendo em Altinho, ele se considera um Caruaruense.
Como eu iria operar o som do PA dos dois artistas, fiz só a cena da mesa Venue de Almério antecipadamente em casa.
Passei o som de Almério e depois copiei essa cena e ajustei-a para o show de Rogéria Dera, enquanto o pessoal desmontava uma banda para armar a outra.
Geralmente faço isso quando vou operar o som de PA para mais de uma banda no mesmo palco.
E até agora está dando certo.
Fiz a mesma coisa nos meus dois últimos trabalhos do mês, como vocês vão poder comprovar lá no final desse texto.

Almério.

No dia 22 fui fazer o som do PA da banda Academia da Berlinda em Correntes (PE), bem pertinho de Garanhuns.
Só que eu tive que voltar para Recife na van de Almério logo após o show, para pegar o micro-ônibus da Academia que seguiria para Correntes.
Não consegui dormir na van, e quando subi no ônibus para o outro show na Fazenda Macuca, o relógio já passava de 6h da madrugada.
E o pior... O micro-ônibus passou por Caruaru na ida para Correntes, o que não foi o combinado, pois estava acertado ir por outra BR, por causa de informações de congestionamentos na BR 232, o que não aconteceu.
Por causa dessa ida que seria pela BR101, tive que voltar para Recife logo após o show de Almério.
Dancei.
Eu ia dormir em Caruaru para esperar a turma da Academia na rodoviária, que fica bem pertinho da casa onde eu estava hospedado, dos meus Amigos André e Fabiana.
Fiquei mais amassado do que roupa de cama de motel.
Seguimos direto para o palco, pra fazer o soundcheck.
Mas consegui dormir no ônibus.
Depois do soundcheck, fui almoçar perto do hotel em Garanhuns e deu tempo para dormir bem, e com as pernas esticadas!
Recarreguei as baterias.

Academia da Berlinda.

Pelo que recordo, acho que só nesse show na Macuca eu sofri operando o PA.
O som estava bem diferente do soundcheck, tinha muita gente na minha frente, e como a mesa de som era no chão e o pequeno palco fixo de alvenaria era bem baixinho, eu não via absolutamente nada do que estava acontecendo no palco, só as cabeças dos músicos que tocavam em pé.
Os que estavam sentados, como bateria e percussão, nem a sombra deles eu enxergava.
Logicamente a quantidade de pessoas no salão na hora do show influenciou nessa mudança sonora.
No soundcheck o salão estava vazio, acentuando as reflexões do som, e ainda tem a questão da temperatura, que influencia na velocidade do som.
Não sabiam? Pois é...
Quanto maior a temperatura, maior é a velocidade do som.
Como tinha menos reflexões no ambiente na hora do show, por causa dos corpos das pessoas que lotavam o salão, tudo ficou meio abafado, fechado, ou como nós costumamos falar, ficou "velado".
Tive que puxar muito as médias altas e altas para deixar as coisas inteligíveis, principalmente as vozes.
Realmente acho que foi o único trabalho de junho em que eu me senti desconfortável durante uma boa parte do tempo de show.
Mas é isso. Nem sempre a gente consegue deixar como quer.
Pelo menos comigo, nem sempre eu acho que foi 100% o resultado.
Ainda bem que consegui recarregar as baterias (do corpo) depois do soundcheck, porque no outro dia segui cedinho para Arcoverde, pegando uma carona no carro de um dos vocalistas da Academia da Berlinda, que ia visitar a família dele.
Cem quilômetros separa Garanhuns de Arcoverde.
Como o show da Academia no São João da Macuca foi muito tarde, acho que não deu pra dormir mais que 3 horinhas.
Dei um pequeno cochilo no carro durante a pequena viagem, mas só deu para fechar os olhos algumas vezes.
Bruno, que fez o monitor da Academia, também iria fazer o monitor de Lirinha em Arcoverde.
Tiné já deixou a gente no palco para esperar a trupe de Lirinha, que passaria o som perto do meio-dia.
Nunca fiz tantos trabalhos de PA, principalmente num curto espaço de tempo!

Lirinha. Soundcheck.

O palco em Arcoverde era minúsculo, mas nesse show de Lirinha é apenas bateria, baixo e guitarra.
A turma que foi tocar nesse palco e que tinha uma formação maior, deve ter sofrido um pouco com a pequena estrutura...
Não sofremos, e o show foi espetacular!
Olha aí como tem casos onde eu acho que foi 100%.
Tá vendo?
Só tinha uma caixa de monitor no palco para o guitarrista Dizin, e o restante usou fones com fio.
Ahhh... Bruno ainda colocou uma caixa para o baterista Chapa, mas decidiram não usar, e ele ficou só no fone mesmo, como o baixista Rogê.
Lirinha sempre usa in-ear sem fio.
Isso deixa o palco bem mais silencioso, evitando vazamentos para o som do PA.
Lindo!

Lirinha.

Para quem estava esperando zabumba, triângulo e sanfona, se assustou!
O show é bem pesado, com muita guitarra distorcida.
Mas quase todos que estavam na plateia já sabiam qual era o som que iriam escutar.
E o resultado foi perfeito.
Já falei várias vezes desse palco em Arcoverde, e nas vezes anteriores que eu passei por lá, foi um caos!
Esse ano, mesmo o palco diminuindo, foi muito tranquilo.
Mesas legais de PA e monitor (sem problemas graves), palco sem dar choque, todos os canais chegaram certinhos...
Foi bem diferente dos anos anteriores, mesmo o pessoal piorando a estrutura do palco, tornando-o minúsculo.
Mas é melhor um palco pequeno com tudo funcionando, do que um espaço enorme dando choque, com cabos emaranhados espalhados pelo chão, com a turma "batendo cabeça" para ligar as coisas.
Só tinha uma pessoa para fazer isso no palco, mas viram que seria um problema, e a empresa colocou outro para ajudar nas mudanças no palco.
Decisão mais do que acertada!!!!
O show não foi tarde, mesmo assim o espaço ficou lotado, e antes das 23h já estávamos no hotel, comemorando.
E já sabíamos que tinha um hambúrguer colado à recepção.
Só não imaginávamos que o hambúrguer era muito bom!!!!!!
Gatão Burgers.

Ainda tentei beber o resto da garrafa de vinho que abrimos no camarim, mas não aguentei usar o hambúrguer como tira-gosto, e deixei o resto do líquido alcoólico para degustar a especiaria com pão e carne artesanal.
Pedi um com abacaxi e molho "barbecue", e ainda veio um pequeno recipiente com molho tipo tártaro (acho que tinha alho no meio).
Show de bola!
Fui dormir feliz, pelo belo trabalho no show, pelo vinho e pelo excelente hambúrguer!
Dormimos no hotel.
No outro dia a van seguiu para Recife, mas eu desci num posto de gasolina em Caruaru, pois minha mala com o resto das roupas estava lá na casa dos meus Amigos, e eu iria ainda fazer uma farrinha antes de voltar para Recife no outro dia.
Só que esqueci de pegar minha mochila ao descer da van, que ficou nos últimos bancos.
Lembrei de pegar minhas coisas no maleiro da van, mas esqueci da mochila.
Como eu não tinha trabalhos marcados nesses dois dias que iria ficar por lá, relaxei.
Mas só relaxei ao constatar que minha carteira com documento e cartão de crédito estava no bolso lateral da minha bermuda!
Comprei a passagem de ônibus de volta para Recife no dia em que cheguei em Caruaru (19/06) para fazer o segundo show do mês que aconteceu no outro dia.
Depois da farrinha em Caruaru, voltei tranquilamente para Recife no dia 25 de junho, e Bruno já tinha deixado a mochila na recepção do meu prédio.
Nem precisei ir na casa dele para reaver minhas coisinhas...
Os próximos 3 trabalhos seriam em Recife.
Siba e A Fuloresta no dia 27 no Poço da Panela, e mais dois trabalhos no dia 28 no Sítio da Trindade, com Forró na Caixa e Mestre Ambrósio.

Siba e A Fuloresta. Soundcheck.

Em Siba operei o monitor, num palco bem parecido com o de Arcoverde!
Era bem pequeno, onde nem tinha espaço para montar o side, as caixas que ficam nas laterais do palco.
Mesa? Era só uma para fazer PA e monitor.
Uma CL5 da Yamaha.
Quando cheguei ao local, já estava acontecendo uns probleminhas no som, que apareceram também na minha hora de soundcheck.
Perdemos um bom tempo para ajustar as coisas no palco, aí todos ficaram com o tempo espremido.
Como é bem simples o monitor de Siba e A Fuloresta (pelo menos eu acho), deu tempo para todos ficarem satisfeitos, e não demorou muito para encerrarmos o soundcheck.
Demorou muito mais tempo para começar, mas para encerrar foi rápido.
Fiquei direto no local, porque o show era bem cedo.
Com 20 minutos de show, a mesa congelou, e eu não podia mexer em nada, pois ela não respondia.
O som não parou, mas os ajustes só poderiam ser feitos no iPad.
Só que... Meu iPad estava com meu colega Kêu, que estava lá na frente do palco fazendo o PA, e eu fiquei de mãos atadas no palco.
Como o monitor estava bem estabilizado, onde ninguém estava pedindo nada, eu relaxei, e fiquei só olhando para a cara da mesa com os LEDs congelados, e prestando atenção se algum músico estava querendo algo.
Se aparecesse algum pedido, eu tentaria achar Kêu lá na frente com o iPad, e tentaria passar a informação por mímica.
Se ele não entendesse, teria que vir no palco para eu fazer o ajuste usando o iPad.
Mas não precisou.
Ele só apareceu no palco porque perdeu o sinal de wifi.
Ainda bem que eu consegui refazer a conexão, porque alguns canais estavam fechados e não teria como abrir mais eles até o final do show.
Eu conseguia ainda navegar pela tela da mesa, mas não tenho certeza se conseguiria ligar os canais.
O resto eu já sabia que não funcionava, mas não testei o On/Off.
Sobrevivemos, e como disse minha amiga produtora (Paula) que estava na frente do palco vendo o show: --- Titio, ninguém na plateia imaginava o que estava passando no palco. Estava tudo certinho lá na frente.
Essa é a graça! (Risos)
Esse show no Poço da Panela foi bem cedo, mais cedo do que merecia, comprovando o que falei sobre a questão de horário lá no começo do texto...
Cheguei cedo em casa, e deu tempo de tomar meu vinho, acompanhado de pão de queijo.
Mas não me estendi, e acho que deitei antes da meia-noite.
No outro dia cedo, iria passar o som do Forró na Caixa e logo após teria o soundcheck de Mestre Ambrósio, no mesmo palco.
Nesses dois shows eu iria fazer o som do PA!!
Ou seja... Desses show de junho, só operei o som do monitor de dois shows: Lucy Alves e Siba e A Fuloresta.
Nos outros 7, fiquei na mesa de PA.

Forró na Caixa.

Cheguei no Sítio da Trindade antes das 9h da manhã.
Eu já sabia que seria uma Vi6 da Soundcraft no PA, e fiz uma cena inicial em casa apenas para Mestre Ambrósio, me lascando todo, porque não lembrava como funcionava o editor offline.
Só tive UM contato com essa mesa antes, e já fazia um bom tempo.
Demorei uns 20 minutos só para achar como colocava o nome nos DCAs.
Não quis ir na internet.
Levei um bom tempo para montar a cena, mas consegui.
O técnico da empresa de som só ajustou as mandadas do Matrix para o PA, Sub (nem lembro se o front estava pela mesa ou pelo processador).
O resto foi o que eu fiz em casa mesmo.
Ahhh... Confundi uma configuração nos nomes dos canais, mas ajustei tudo na mesa depois da breve explicação de Íkaro.
Acho muito legal a mesa, mesmo ela sendo bem antiga.
Eu tinha planejado passar o som de Mestre Ambrósio, e no final eu iria copiar essa cena para outra posição, com o nome de Forró na Caixa, onde eu ajustaria os nomes e equalizações dos canais de acordo com a nova relação de canais do Forró, enquanto a turma fazia as mudanças no palco.
E foi exatamente isso que eu fiz!
O soundcheck de Mestre Ambrósio não foi relax.
Apareceram ruídos em alguns canais, os monitores estavam falando diferentes, a montagem e ligação dos canais demoraram mais do que o previsto, e isso tudo foi afunilando o tempo reservado para a passagem de som.
E eu lá na frente, só esperando... Já com a cena de Mestre Ambrósio toda ajustada.
PA é PA... (Risos)
Lá na frente, basicamente, são duas vias!!! 
Left e Right!
No palco???
Varia de banda para banda.
Seis, sete, dez... doze, dezesseis vias... E por aí vai.
Ahhh... Fora que cada via pode ter uma mix diferente, pois cada músico tem uma preferência, e se for caixas nos monitores, até a distância entre os músicos interfere na mixagem, porque o músico já está escutando algumas coisas acusticamente, através do som do instrumento (bateria/percussões) ou através do som de outros monitores ou amplificadores espalhados pelo palco.
Tudo é mais complicado no monitor.
Monitores sem fio, os chamados in-ears, tem que ajustar o RF, para evitar as falhas de transmissão/recepção.
Tem que ajustar as configurações dos transmissores e receptores, posicionar antenas pelo palco, testar via por via de caixa... E por aí vai.
E esses dois últimos shows no Sítio da Trindade mostraram bem essa diferença entre estar no palco fazendo o monitor da banda e estar lá na frente operando o som do PA para o público.
Não tem estresse no PA?
Lógico que tem, mas acredito que não chega perto dos perrengues que acontecem no palco.
Muitas vezes, o técnico de monitor carrega até caixa de som para colocar no lugar certo.
E tem caixas bem pesadas ainda nos palcos, viu?
Pois bem...

Mestre Ambrósio.

Mesmo com algumas tensões no soundcheck das duas bandas onde operei o som do PA no Sítio da Trindade, na hora dos shows tudo foi bem mais calmo.
Mas pelo que notei, foi mais calmo para mim no PA!
Ainda vi meus amigos técnicos lá no palco arrumando as coisinhas durante os shows...
Eu também fiquei arrumando minhas coisinhas na mesa de PA, mas podem ter certeza que nada era parecido com o que a turma estava tentando ajustar no palco para poucas pessoas, mesmo existindo uma multidão na plateia!
Basicamente o que o público estava escutando, eu também estava.
E nada estava falhando.
No show de Mestre Ambrósio, na última música, parou o canal da alfaia.
Não tinha comunicação entre PA e monitor, o que é uma falha grande para um evento daquele porte, mas eu sempre ando com meus rádios comprados na Shopee, que já me tiraram e ainda tiram, de várias roubadas onde não existe o sistema de comunicação entre as duas mesas de som.
Ainda mandei mensagem pelo WhatsApp para a produtora da banda, avisando que o canal da alfaia tinha "morrido".
Meu amigo Marcílio, que estava fazendo o monitor, resolveu o problema, e encerramos o show com a alfaia funcionando!


Ando sempre também com minha mini luminária, porque já peguei várias mesas de som que custam uma fortuna, mas não estão com suas respectivas luminárias.
Já no camarim, fiquei sabendo do ocorrido no palco das duas bandas, e não foi nada tranquilo.
Eu sabia que não tinha sido calmo no palco nos dois shows, com dois técnicos diferentes, com vários tipos de monitores (caixas, fones com e sem fio, side) mas foi além do que eu imaginei.
Meus amigos técnicos foram me falando dos acontecimentos nos shows, e eu fui sofrendo junto, imaginando eu no palco, como normalmente acontece na maioria dos meus trabalhos em shows.
Cada vez que faço trabalhos no PA, mais sinto vontade de não fazer mais monitor.
Conheço técnicos que adoram fazer o monitor, mas na grande maioria, eles levam todo o sistema de fones, com e sem fio.
Só eles usam.
Em alguns casos, levam até a mesa de monitor, onde eles tem certeza que nada está com defeito.
Já ajuda muito essa atitude.
Como não faço trabalhos de monitor com esses equipamentos próprios, estou ficando desanimado com o que encontro pelos palcos, principalmente os chamados palcos descentralizados.
Não está nada fácil trabalhar no monitor, principalmente na minha região...
O desgaste é grande.
Conheço técnico que não aceita fazer trabalhos no monitor, só trabalhos no PA.
Eu sou do tempo em que o técnico de PA ganhava o dobro do que o técnico de monitor.
Ainda bem que acabaram com essa injustiça!
Eu sempre achei que era pra ser o mesmo valor, mas esse pensamento já mudou!
Hoje em dia, o justo seria o técnico de monitor ganhar mais!!!!
Não tenho a menor dúvida sobre isso.
O justo seria ganhar mais!
E esses trabalhos que eu fiz operando o som do PA de vários estilos musicais no mês de junho só corroboram para esse meu novo pensamento e/ou posicionamento.
Não sofri nem 20% do que meus amigos sofreram nos palcos nesses trabalhos do mês de junho!
Mas na maioria dos trabalhos agendados de julho que vou fazer no FIG (Festival de Inverno de Garanhuns), estarei no monitor. (Nem vou rir)
Um abraço a todos.

PS: Mas que penso em não fazer mais monitor... Ah... Isso eu penso.