Ontem apareceu para mim esse vídeo no Instagram, que achei legal colocar aqui como dica.
Eu nunca cheguei a usar o OBS.
Tenho ele instalado aqui no meu laptop faz um bom tempo e na época da pandemia fiz até alguns testes, mas nunca usei-o para uma transmissão ao vivo.
Muita gente já usou e ainda usa essa ferramenta chamada OBS.
Outras mesas digitais devem fazer essa conexão direto com o OBS, sem usar uma placa de áudio para receber o sinal, mas vou colocar esse da WING porque apareceu pra mim.
Espero que ajude algumas pessoas.
Segue o vídeo.
Agradecer ao canal @wingbehringer (Wing Academy Brasil) pelo vídeo.
Inclusive, posso adiantar que lá tem vários vídeos dando dicas sobre a WING.
Caso não consigam ver o vídeo por aqui, segue o LINK para ver na página @wingbehringer.
Clique na imagem para ampliar.
Sigam esse canal no Instagram, tem muita coisa legal sobre a WING.
Como sempre faço, coloquei esse vídeo também no meu canal do YouTube.
Mas ele foi bloqueado por causa de direitos autorais.
Só tinha feito um trabalho em junho desse ano, e esse foi o segundo, que aconteceu no dia 01/11/2025. Ou seja, no início desse mês em que estou escrevendo esse texto.
Já foi legal receber o segundo convite, pois me leva à conclusão que fiz direitinho o primeiro trabalho, né?
Eu já conhecia Lucy quando ela passou rapidamente pela banda de Alceu Valença, e participei de um show no monitor aqui em Recife, no estádio do Santa Cruz.
Não lembro o que era o evento, só sei que teve um show de Alceu lá dentro do campo, e Lucy Alves fazia parte da banda, tocando sanfona, violino e fazendo ainda o backing vocal.
Antes de Alceu, ela participou de uma banda "familiar", chamada Clã Brasil.
Onde dividia o palco com os pais e duas irmãs.
Não lembro também quem me indicou para fazer o show dela em junho desse ano em Goiana (PE), aqui pertinho de Recife.
Até recebi proposta para fazer mais shows em junho no monitor dos shows de Lucy, mas eu já tinha vários trabalhos fechados, e não tinha como conciliar as datas.
Resumindo...
Fiquei bem contente com esse segundo convite que recebi no mês passado, e não pensei duas vezes para aceitar.
Só sabia que o show seria em Porto de Galinhas.
Mais na frente chegaram as informações finais... O local era em Toquinho, uma praia bem perto de Porto de Galinhas, e era um evento privado, uma festa de aniversário.
Consegui as informações dos equipamentos, onde seria uma CL5 da Yamaha para mim no monitor e uma Venue MixRack para André Víctor, técnico de PA da cantora.
Só não contava que a gente iria um dia antes para Porto de Galinhas, onde ficava nosso hotel, porque não poderíamos passar o som no dia do evento, que começaria cedo.
Por isso, acabei rejeitando uma indicação para um trabalho, que seria exatamente no dia da minha ida para a praia.
Quando eu soube qual seria a mesa de monitor, fui conferir qual era a cena que eu tinha do show anterior que fiz em junho, e era exatamente de uma CL5.
Também não pensei muito para decidir se eu usaria essa cena para começar o soundcheck do novo show na festa de aniversário.
Fui conferir o input da cena antiga com o rider técnico que eu recebi para esse novo show, e era exatamente o mesmo input!
Oxe. Vai ser ela mesmo!
Dei uma olhada para ver como estavam as coisas, e resolvi baixar alguns ganhos de canais, onde alguns até estavam com 48v ligado, o que indicava que foi usado DI ativo nesses canais.
Ajustaria esses ganhos na hora do soundcheck.
Depois de fazer os pequenos ajustes, incluindo até dois canais de comunicação para os roadies, salvei a cena com outro nome e coloquei no pendrive.
A mesa de PA ficaria ao lado da mesa de monitor, ou seja, ao lado do palco.
Isso é muito comum nessas festas de aniversário.
Como a van iria passar pela BR101 aqui perto de casa, fiquei num posto esperando.
Estava indo tudo bem, até a gente pegar um engarrafamento grande!
À medida que a gente não andava direito na BR, comecei a fazer as contas e vi que a gente chegaria bem atrasado.
Se não me falha a memória, era pra gente chegar perto das 17h, mas chegamos passando das 18.
Não sabia direito até que horas poderíamos passar o som, principalmente porque o local da festa era uma casa dentro de um condomínio, cercada por várias outras casas, num pequeno espaço entre elas.
Mas nem fui atrás dessas informações na hora que cheguei, e fui logo arrumando minhas coisas na mesa de monitor.
O sistema de som e luz ainda estava sendo testado, então relaxei um pouco, e à medida que a turma testava tudo, a gente ia montando e ligando nossas coisas.
No rider técnico de Lucy Alves, é solicitado sistemas de in-ear com fio da Shure para a banda, mas como esses sistemas são bem antigos, e nas vezes que me deparei com eles, sempre tinha uns "defeitinhos", já combinei antecipadamente com meu amigo Ítalo, que era o diretor técnico do evento, que eu usaria meus sistemas com fio.
Ele levaria os sistemas da Shure, mas ficariam de reserva.
Passei minha cena para a CL5, e ajustamos as entradas e saídas.
Dei um "alô" rápido para ouvir o side, ajustei um pouco a equalização, mas não estava nos meus planos usar.
Deixaria fechado e só usaria numa emergência, pois todos no palco iriam usar fones, incluindo Lucy Alves, que usaria um sistema de in-ear sem fio.
Testei com Ítalo todas as vias de fone, e meus sistemas arrasaram!!!
Tudo perfeito.
Alguns ruídos apareceram, mas era problema nos cabos que faziam as ligações.
Eliminamos esses problemas e começamos o soundcheck.
Todos os canais já estavam distribuídos para os músicos, mas...
Alguns músicos não eram os mesmos do show anterior que eu fiz, e por causa disso algumas coisas foram totalmente diferentes do show anterior.
Por exemplo... O baterista pediu para deixar só o bumbo no fone dele, retirando todas as outras peças do instrumento.
E na percussão foi diferente.
O percussionista anterior não usou nada da percussão no fone, e esse atual precisava de todas as peças no seu monitor.
Mas foi bem rápido para fazer esses ajustes, pois eu estava (mais uma vez) ao lado dos músicos com meu inseparável iPad.
Logicamente, eu escutava peça por peça no meu fone, antes de enviar o sinal para os músicos.
Ajustava a equalização, que já estava soando bem legal, pois os canais já vieram equalizados do show anterior.
Isso agilizou muito o serviço.
Depois de organizar os fones dos músicos no palco, fui para a mesa de som, onde eu iria fazer os ajustes do fone de Lucy Alves.
Eu não dispenso mais os microfones dos roadies no palco para comunicação.
Mesmo que não tenha no rider técnico do artista onde vou participar, eu já informo ao pessoal da empresa de som que vou ligar dois microfones, um em cada lado do palco.
Já levo meus microfones com chave liga/desliga, para evitar vazamentos constantes no meu fone.
Independente do que eu esteja fazendo na mesa de som, o roadie ligou o microfone e falou, essa voz vem na hora no meu ouvido.
Também consigo falar com os roadies, e já levo meu sistema próprio para o serviço, incluindo mais um microfone com chave, para não depender de sistemas das empresas de som.
Os roadies só precisam levar os fones, pois levo meu M-Vave, que chamo carinhosamente de in-ear sem fio de pobre.
Ainda levo dois fones de reserva, para ajudar nas emergências.
Exagero?
Não acho.
Tento diminuir o aparecimento de problemas.
E quanto menos problemas no palco, mais rápido é o soundcheck.
Enquanto eu ajustava o fone da cantora, os roadies foram passando os pedidos dos músicos para eu fazer os ajustes finais, e fui fazendo isso junto com os ajustes para Lucy.
Quando ela chegou para passar o som, a banda já estava com seus monitores estabilizados!
Soundcheck.
Passei a focar agora nos ajustes do in-ear de Lucy, onde ela iria tocar seus instrumentos (sanfona, violino e guitarra baiana) um por um, junto com banda.
Ela ainda toca baixo, mas nesse show não iria ter.
Essa parte foi bem rápida também, e finalizamos o soundcheck bem antes do que a gente tinha imaginado.
Foi tão rápido que a responsável pelo nosso jantar se assustou, e avisou que teríamos que aguardar um pouco para a finalização das coisas na cozinha.
Voltamos para o hotel logo após o jantar.
O show só seria à noite no outro dia.
Pedi o cronograma aqui para Dani Boy (Roadie e Anjo da Guarda da cantora no palco) porque não lembrava a hora da nossa saída para o local do show.
Depois das 18h!!!!!
Ou seja...
O dia todo livre para curtir Porto de Galinhas!!!!
Logicamente, todos sabiam que não dava para exagerar, pois tinha trabalho ainda.
Mas daria pra dar uma relaxada...
Mandei mensagem para um amigo que tem um flat em Porto (a gente tira o "de Galinhas" para encurtar), que ele sempre aluga no Airbnb, para avisar que eu teria o dia livre, e que poderíamos fazer uma farrinha "light".
Achei que ele estaria por lá nesse fim de semana.
Acabei foi arrumando serviço extra!!!! (Risos)
Ele estava em Recife, mas teria que ir em Porto no sábado só para retirar um recipiente com molho vinagrete que esqueceram dentro da geladeira, porque no domingo o flat estava alugado para um turista.
Me pediu para ir lá no flat, retirar o recipiente da geladeira, jogar fora o conteúdo sem ser dentro do apartamento, lavar o recipiente, enxugar ele e guardar no armário.
Oxe. Tás ficando doido? Perguntei.
E como vou entrar?
Todas as fechaduras eram eletrônicas, com senhas que a pessoa digita no painel!
Uma para entrar no condomínio e outra para entrar no apartamento.
Ahhhhhhh, ok.
Dava para fazer tranquilo, porque tinha o dia todo livre.
Acordei cedo, tomei meu café da manhã, e segui para o flat.
Pensei em ir andando, mas desisti porque não tinha levado o boné para proteger a careca.
Não estava nos meus planos tomar sol e passear como um turista.
Chamei um Uber e cheguei rapidinho no local.
Abri tranquilamente as duas fechaduras, fiz meu trabalho de serviços gerais, e joguei o saquinho plástico com a "prova do crime" numa lixeira fora do prédio.
Voltei andando, para ver como estava Porto de Galinhas, que fazia tempo que não ia por lá.
Cresceu muito...
Quando eu ia, quase todas as ruas eram sem calçamento.
O flat era bem perto da rua principal, que na "hora do rush", é absurdamente movimentada!
Mas como ainda era cedo, a rua estava praticamente vazia, e muitas lojas ainda nem estavam abertas.
Como o sol estava esquentando, resolvi comprar um boné para proteger a área central da minha cabeça, onde não existe mais pelos.
Tinha uma lojinha pequena abrindo onde vendia exatamente o que eu queria.
Achei que a senhora iria me cobrar uns 50 reais no mínimo pelo boné, mas fiquei feliz quando ela falou 25.
Já estava me sentindo um turista.
Ri sozinho no meio da rua, coloquei o boné e fiz uma coisa que é muito difícil eu fazer.
Quem me conhece sabe que é quase impossível.
Tirar uma SELFIE!!!
Fiz isso para assustar os amigos e mostrar minha cara de turista.
Foi um sucesso!
Voltei para o hotel andando, e acho que não deu 15 minutos de caminhada.
Quando cheguei lá, me encontrei com a turma, que estava querendo descer para praia, e fui junto com eles.
Nos sentamos embaixo de um guarda-sol, pedimos água de coco, e o produtor pediu um balde com algumas cervejas.
Não levei roupa para tomar banho de mar.
Fiquei na minha água de coco, contemplando a praia e contando histórias para a turma, de quando eu ia para Porto beber cerveja acompanhado do famoso ensopado de aratu.
Estávamos distante uns 400 metros do "point", que é exatamente o local onde "deságua" a rua principal da famosa praia.
Falei que lá no meio daqueles amontoados de guarda-sóis coloridos que a gente via à distância, vários carrinhos de ensopado de aratu estavam batendo uns nos outros.
Quando eu ia na juventude, não lembro se já usavam carrinhos, acho que eram sacolas de nylon, aquelas que as senhoras levavam para fazer a feira.
É uma marca registrada de Porto.
Onde a gente estava, só chegou um carrinho!
Todos tem o nome da pessoa, para diferenciar os vendedores.
As vendedoras.
Ensopado da Marlene, ensopado da Luzia, da Zefinha, da Jurema, da Maria...
Não lembro de ter visto ensopado de algum homem!
É sempre nome de mulher!!!!
E sempre é uma SENHORA empurrando o carrinho, que deve ser a cozinheira da iguaria.
Essa que chegou até nós, já tinha uma filha (ou neta) ajudando, servindo os turistas, com os pratinhos de plástico.
Não tem só ensopado de aratu, tem sururu também.
Mas o famoso é o aratu.
Meus colegas da equipe me perguntaram se o ensopado do carrinho que estava perto da gente era bom.
Falei que no meu tempo, QUALQUER UM era bom!
Depois desse comentário, pediram um pratinho.
Eu não queria, pois me vem logo a imagem da cerveja na cabeça, quando eu tinha 20 anos.
Fiquei quieto e aguardei a reação dos dois músicos que iriam experimentar...
Já na primeira "colherada", falaram assustados: Muiiiiiiiito bommmm!!!!!!!!!!!
Sorri de alegria por ter proporcionado o momento, e segurei bravamente a vontade de entrar na degustação.
Nem cerveja eu bebo mais, e pedir uma vodka ali era imprudente, por causa dessa onda do metanol, e porque ainda tinha trabalho mais tarde.
Mas não resisti por muito tempo...
As lembranças fervilharam na memória, e antes das duas se afastarem da gente com o carrinho, pedi mais um pratinho.
Aquele momento merecia um pratinho de ensopado de aratu, com uma latinha de Heineken.
Se eu voltasse a beber cerveja, voltaria com Stella Artois!
Mas não está nos meus planos.
Deixa eu no vinho tinto seco, ou na vodka quando é uma emergência.
Pode parecer "romantismo" da minha parte, mas no primeiro gole da cerveja (não muito gelada), acompanhado de uma colherada cheia do ensopado, me veio à mente as lembranças...
Com a turma em Porto de Galinhas.
Eu magrinho de sunguinha, lá no meio da "muvuca" com minha turma, sem usar guarda-sol (logicamente), tostando na areia, rindo com as conversas, bebendo minha cerveja gelada...
Mas nesse dia aqui do show não poderia fazer mais isso.
O tempo era outro, e o motivo de estar ali também era outro.
Lucy apareceu para tomar uma água de coco e comer um peixe frito!
Aí foi a gota d'água!
Peixe frito seria uma tortura maior para mim.
Decidi comer um filé de peixe ao molho de camarão no restaurante do hotel.
Almoçar normalmente. (Risos)
Saí logo daquele ambiente propício para uma farra grande e boa!
Enquanto aguardava meu prato no restaurante, conversando com alguns músicos que já estavam acabando de almoçar, a cantora apareceu no restaurante e notei que ela não tava muito feliz...
Perguntei: Oxe! E o peixe inteiro frito??
No que ela respondeu: Titio, tu não imagina... Esperamos tanto e chegou iscas de peixe!!!
Sacanagem... Deu até pena.
Pra compensar um pouco, ela resolveu pedir um filé de peixe grelhado, e ficamos lá jogando conversa fora.
Até de Michael Jackson a gente falou.
Farrinha boa, mesmo sem o peixe frito.
Conversa boa também.
Deu tempo ainda de dar um cochilo bom antes de seguir para o local do show.
Chegamos com tempo de sobra, e a banda que estava tocando nem usou as mesas de PA e monitor.
Levaram um sistema próprio, onde enviavam só o L/R da mesinha deles para o som do PA.
Ainda fiz uns ajustes na minha cena, onde enviei a voz de comunicação interna do diretor musical, mais a voz do maestro gravada que saía do VS para o nosso iluminador Jathyles, pois ele nunca tinha trabalhado nesse show, e as dicas do diretor e do maestro iriam ajudar muito no trabalho dele.
Ajudou mesmo, segundo ele me falou depois do show.
Gostou tanto que vai comprar um sistema (M-Vave + fone) para andar com ele.
Nesse show, coloquei um dos meus sistemas com fio para ele, emprestando até o fone, porque o dele era ruim demais!!!! (Risos)
Teríamos muito tempo para organizar as coisas no palco quando a banda de abertura parasse.
E foi tudo tranquilo mesmo.
Ítalo voltou para o lugar as poucas ligações que foram utilizadas pela banda anterior, e eu conferi tudo novamente antes de começar o show.
Ficamos aguardando tranquilamente pelo começo, como mostra o vídeo abaixo.
Acho que o show foi um reflexo de tudo que aconteceu com a gente, desde o dia anterior quando chegamos em Porto de Galinhas!
Foi uma festa!
Lucy só me pediu para aumentar a voz do maestro no seu fone, e mais nada!
Parecia que a gente ainda estava na praia, com os pés na areia, na farra do peixe frito (que não apareceu!).
Showtime.
Dava para notar todos no palco se divertindo, inclusive a cantora.
Pelo menos, foi isso que consegui enxergar.
Se não estavam curtindo, são excelentes atores.
Ela eu já sei que também é atriz. (Risos)
Será que estava atuando? (...)
Não tivemos surpresas durante todo o show.
Tudo funcionou como deveria funcionar.
Cada dia gosto mais dos sistemas com fio da Waldman que sempre levo para meus trabalhos.
Não dispenso mais também o uso dos microfones de comunicação dos roadies.
Agilizam absurdamente o trabalho no monitor.
Resumindo...
Achei muito massa o trabalho!!!
Vídeo by Valério Lima.
Foi só curtir o momento, como se fosse um turista!!
Realmente me senti um turista na maior parte do tempo em que estive em Porto.
Voltei para Recife com Jathyles logo após o show.
Só deu tempo de passar no hotel para pegar as roupas que ficaram no quarto.
Nem consegui falar com a cantora...
Já em casa no domingo, depois de dormir menos do que era preciso, recebo uma mensagem da cantora no Instagram, onde ela envia um gráfico relacionado a um dos assuntos que a gente conversou no almoço.
Respondi: Tá vendo como a gente estava certo nas opiniões? (Rimos)
Aproveitei o contato e agradeci por mais uma vez ela ter me aceitado como técnico de monitor.
Onde ela respondeu: Eu que te agradeço. Fico confortável demais no palco!
Ou seja... Ela não estava atuando!!!!!!!!!!!!!!!!
Passei o resto do domingo relaxando, feliz pelo fim de semana, como um turista que volta de uma farra boa na praia!!!
Tão legal, que lembrei até da minha juventude!
Só faltou o peixe frito.
E eu não poderia deixar de colocar a foto abaixo...
Para vocês terem uma "breve" ideia de como foram as farras que fiz com essa turma lá em Porto, e em outros lugares!
Um abraço a todos.
PS1: Tenho contato com essa turma da juventude até hoje!
Infelizmente os dois mais "safados" faleceram.
Carlos (Cabeça de Bagre) e André Guerreiro.
Parece até que eles sabiam que iriam morrer cedo, pois só viviam rindo e fazendo a gente rir.
Em todos os nossos encontros, os dois são lembrados, e rimos muito lembrando o que eles "aprontavam".
Magão, o terceiro cabra-safado, ainda está com a gente.
Carlos (camisa vermelha) e Magão (no fundo de bigode) estão na primeira foto na mesa do bar.
Sábado devo estar mais uma vez com alguns dessa turma, já com seus filhos(as) bem crescidos.
O meu já tem 30 anos.
PS2: Muito provável também eu passar meu Réveillon com Lucy Alves e sua banda, num show em algum lugar de Pernambuco...
Não ia escrever sobre esse dia, pois estava sem coragem para escrever, mas pensei direitinho e tem dois assuntos que eu acho legal comentar.
Vou tentar ser muito breve, mas nem sempre consigo.
Poderia até falar muito mais sobre esse dia "corrido" que aconteceu em 18 de outubro, no centro do Recife, dentro do REC'nPlay.
Mesmo evento onde participei com Otto, mas nesse caso aqui foi em outro palco, coordenado pelo governo do estado.
O palco onde Otto se apresentou foi de responsabilidade da prefeitura do Recife.
Eu acho até engraçado isso, palcos dentro de um único evento com duas coordenações distintas, mas...
Lembro agora do caso do único cachê do carnaval que ainda não recebi...
Show em Olinda no palco Pernambuco Meu País, que normalmente é de responsabilidade do governo de Pernambuco, mas fiquei sabendo depois que o pagamento dos cachês de quem se apresentou nesse palco seria de responsabilidade da prefeitura de Olinda!!!!
Não sei se a prefeitura pagaria todos os cachês, ou alguns.
O que eu sei é que a banda com quem trabalhei no dia 4 de março ainda não recebeu da prefeitura de Olinda, e por causa disso eu também não recebi.
Isso tá virando o normal.
Nem vou entrar nesse assunto, porque é longo.
Voltando aos trabalhos... Dois palcos grandes foram montados no REC'nPlay.
Palco Recife Cidade da Música (prefeitura) e palco Pernambuco Meu País (governo).
Mais palcos foram montados no evento, mas esses dois foram os maiores.
Já tinha recebido a lista de equipamentos do palco, onde eu iria fazer o monitor das bandas Academia da Berlinda (ADB) e Cordel do Fogo Encantado (CFE).
E quando recebi o documento, fui confirmar com o diretor técnico do palco, entre outras coisas, os 6 sistemas de in-ears que eu precisaria para fazer o monitor do CFE.
Guardem essa palavra: SISTEMAS.
Nesse contato ele me confirmou 4 sistemas Sennheiser e que estava providenciando mais dois.
Quando ele me falou que os outros dois seriam o PSM700 da Shure, falei que esse sistema é do tempo em que eu era DJ, e que eu não confiava no funcionamento, mas não consegui reverter isso.
Tá cada dia mais complicado exigir o mínimo nos eventos.
Nem lembrei na hora que esses equipamentos estão fora do range de frequência permitido no país.
Nem poderiam estar no evento!
Se eu tivesse lembrado disso no primeiro contato, com certeza mudaria esse equipamento.
Esse é um dos assuntos que eu queria falar, e mais na frente falo o que aconteceu.
Eu acho que só fiz um trabalho com o CFE, e foi no monitor, e sem passar som!
Nesse teria um tempo para passar o som.
Pouco, mas teria.
Isso não iria acontecer com a ADB, que só teria tempo de ligar as coisas, fazer o linecheck e começaria o show logo em seguida.
Esses eventos montados no centro do Recife tem esse problema com o soundcheck, por ter muitos escritórios e lojas comerciais.
Não preciso falar o que penso sobre isso, né?
Não curto.
Pois bem...
Já sabendo do pouco tempo para passar o som, o produtor do CFE falou comigo que iria pegar uma cena de monitor feita por meu amigo Adriano, que é quem normalmente faz esse trabalho, para agilizar o meu serviço.
Falei que por mim tudo bem, mas antes fui falar com Adriano, para combinar com ele isso, e para pegar mais detalhes da cena.
A mesa de monitor seria uma DM7 da Yamaha.
Mas a cena que Adriano tinha era da CL5, também da Yamaha.
Ok, vou converter usando o Yamaha Console File Converter.
Yamaha Console File Converter.
Como eu não iria nem passar o som com a ADB, não pensei duas vezes e fui procurar uma cena recente onde fiz o monitor da banda, e encontrei uma de CL5.
Converti também a cena para DM7.
Esse é o primeiro assunto que eu queria comentar.
Não comecei do zero nesses trabalhos.
Na grande maioria dos meus trabalhos, não começo do zero, vou sempre com uma cena inicial.
Nos dois shows, usei cenas convertidas de CL5 para DM7.
Mas... Os ganhos não vem na cena convertida.
Deveria vir, mas não vem.
Então eu anotei (foto) todos os ganhos da cena original de CL e coloquei um por um manualmente na nova cena de DM7.
Fiz alguns ajustes, principalmente na cena do CFE, porque foi feita por outro técnico, e cada um tem um jeito de trabalhar.
Na cena da ACB eu quase não mexi, pois estava do meu jeito, mas sempre tem que passar um "pente fino" para acertar todos os detalhes.
Depois de deixar as coisas como eu queria, passei as duas cenas para meu pendrive.
Não tive problema para passar as cenas para a mesa, e já passei as duas no primeiro contato com a mesa no palco.
Chamei a cena do CFE, e fui conferir o patch de entrada e saída.
Estava tudo nos devidos lugares.
Aproveitando o assunto patch... Vou encaixar um comentário aqui.
Tudo fluiu na maior tranquilidade no palco com relação às ligações dos instrumentos (e vozes) e das vias de monitores nos dois shows!!!!
A equipe do evento fez um trabalho perfeito, o que ajudou muito no resultado final, onde não tínhamos muito tempo para errar.
Pois bem...
Fui escutar os monitores e o side, enquanto a banda não estava no palco.
Fiz equalizações corretivas nos monitores e side.
A ideia principal era a banda chegar e tocar uma música, para eu ir ajustando as coisas.
Mas mudei de ideia no primeiro acorde do violão!
Absurdamente alto.
Por causa disso, fui passando peça por peça, ajustando principalmente os ganhos.
Mesmo a cena convertida não encaixando perfeitamente nesse novo show do CFE, ajudou bastante.
Tudo estava equalizado e enviado para as vias dos músicos.
Eu nem esperava que o encaixe fosse perfeito, mas tomei um susto com o volume do violão no palco.
Segui ajustando para a banda os canais de instrumentos e vozes, que não são poucos, como mostra a foto abaixo.
Input do CFE (45 canais). Cena da DM7.
Não vou entrar em mais detalhes sobre isso, só falar que o iPad mais uma vez fez a diferença no trabalho.
Considero uma ferramenta indispensável no trabalho de um técnico de monitor!
Principalmente no caso do CFE, onde temos caixas de som e in-ears na monitoração dos músicos.
Não sei como teria sido o resultado se eu não tivesse ficado no palco o tempo todo durante o soundcheck, controlando a mesa pelo iPad.
Duvido muito que eu conseguiria um resultado melhor fazendo tudo direto na mesa de som, longe dos músicos.
Eu sempre levo meu sistema (iPad + roteador) na mochila, mesmo quando vai ser uma PM5D, que não aceita a conexão.
Vai que dá uma bronca na mesa e trocam por uma que aceita o iPad, né?
Mesmo na correria, com o produtor da banda ao meu lado sempre olhando para o relógio no meio do palco, conseguimos deixar todos confortáveis na monitoração.
Fui na mesa de som, salvei as equalizações dos monitores e side na biblioteca interna, salvei mais uma vez a cena na mesa, e salvei a cena no meu pendrive.
Quer dizer, nos meus... Tenho dois.
O segundo assunto que eu queria comentar, aconteceu ainda no trabalho com o CFE.
Lembram dos 6 SISTEMAS de in-ears?
Quando fui ligar os sistemas, só vi 2 da Sennheiser e os 2 PSM700.
Cadê o resto? Perguntei ao meu colega da empresa.
E ele respondeu: Que resto? Estão aqui as 6 VIAS que você pediu.
Quatro nos sistemas da Sennheiser, mais os dois PSM700.
Vou explicar para os leigos...
Nos sistemas da Sennheiser que estavam no palco, tem uma função onde podemos dividir um sinal estéreo em dois sinais mono independentes.
No PSM700 não tem essa função.
Então 1 sistema Sennheiser pode fazer a monitoração independente de 2 músicos, só que em MONO.
Mas todas as minhas vias de in-ear no CFE são estéreo!
Seis músicos usam in-ear estéreo.
Por isso sempre falo que preciso de 6 sistemas!
Sistema é uma coisa, via é outra!
Preciso de 6 equipamentos.
O diretor técnico estava ciente desse detalhe, e levou um susto também quando eu falei que só tinha 4 sistemas de in-ear no palco.
E... Os dois PSM700 não estavam funcionando direito!!!
Aí eu não me assustei. Normal. Já tinha levantado a bola.
Resumindo... Dois músicos ficaram sem in-ear e os outros quatro iriam escutar a mixagem MONO.
Fiquei impressionado em passar por isso em pleno final de 2025!
Até comentei para o diretor técnico do evento na hora, que dependendo do artista ou banda, não iriam nem começar o soundcheck!
Ele sabia que tinha sentido o que eu estava falando, pois é técnico de áudio também.
Como eu não tinha mais o que fazer, segui em frente com o que eu tinha em mãos.
Para ficar mais emocionante, tudo seria desligado e retirado palco, para montar a Academia da Berlinda!
Isso mesmo...
Fazer o que, né?
Não é o normal, mas...
Enquanto a turma trocava as coisas no palco, chamei a cena da ADB, fui na biblioteca e puxei as equalizações dos monitores e side.
Não iria checar tudo de novo, né?
Conferi o patch de entrada e saída. Tudo certo.
Aqui a cena convertida encaixou como uma luva de seda!!!!
Fiquei muito impressionado à medida em que eu ia conferindo as coisas no palco com meu fiel escudeiro, o iPad.
Tudo estava soando bem e no volume certo nos monitores, e apenas 3 músicos usariam in-ears.
Literalmente, a banda fez o linecheck e começou!
E fiz pouquíssimos ajustes durante o show, enquanto escutava as vias dos músicos no meu fone.
Foi impressionante.
Só fiz rir na mesa de som. (Risos)
Ainda apareceu um probleminha de fuga de sinal num dos in-ears perto do final do show, onde a gente fez um novo SCAN, mas o músico nem quis mais usar, por estar perto do encerramento.
Foi lindo!!!
O show aconteceu sem atropelos ou sustos.
Vamos desmontar tudo para armar o Cordel do Fogo Encantado de novo!
Como já falei bem lá no começo, todas as ligações no palco foram perfeitas.
Tanto dos canais de instrumentos e vozes como as vias de monitores de chão e in-ears.
Tudo voltou muito rápido, e no seu devido lugar.
Aí foi correr para o abraço também nesse segundo trabalho.
Ri mais uma vez na mesa de som. (Risos)
Só ajustes normais durante o show, que começou e acabou normalmente.
Acho que o público não considerou dois shows normais.
Pela reação da plateia que eu vi nos dois shows, não tinha nada de normal ali naqueles shows.
A empolgação da plateia era contagiante.
Muito legal ter conseguido pular as barreiras encontradas durante o serviço, e deixar tudo meio que normalizado, estabilizado.
Normais... Normalizado... Normal...
O que seria normal hoje em dia?
O normal vai mudando, não acham?
O que era normal antes, não é mais hoje.
Era normal andar sem cinto de segurança no carro e fumar durante um voo.
Aula de datilografia era normal.
Muita gente hoje em dia nem sabe o que é datilografia!!!!
A S D F G espaço A S D F G espaço... (Risos)
Eu e minha irmã viajamos muito para Natal com nosso pai, onde a gente ia dormindo nos colchões, que ele colocava na parte de trás da Variant, que ficava plana quando deitava os bancos, como mostra a foto abaixo.
Estamos vivos ainda por que nosso pai nunca foi de correr, ia passeando, nunca teve acidente, e a gente só acordava quando chegava na nossa terra natal.
Nascemos lá.
Era normal beber e dirigir.
Fiz muito isso!!!!
E muitos colegas e amigos ainda fazem isso até hoje!
Eu não tenho mais carro, uso Uber, 99 ou InDrive para quase tudo.
Quando preciso viajar, alugo um carro.
Ainda bem que sempre fui um "bebinho" consciente quando eu bebia e dirigia.
A velocidade do carro era inversamente proporcional ao teor alcoólico.
Mais álcool, menos velocidade no veículo.
Pelos meus exemplos acima, muitos NORMAIS melhoraram, né?
Mas...
Pelo que estou observando e passando no mundo dos shows e eventos, muitas coisas que estão se transformando no novo normal, estão piorando em vez de melhorarem.
Não ter o mínimo necessário para fazer o trabalho, não poder passar o som, equipamentos diferentes do que foi combinado ou completamente danificados...
Esses são alguns casos em que eu prefiro o normal de antes!
Ou será que eu é que sou anormal?
Estou perdendo a referência do que seria o normal.
É normal isso?
Um abraço a todos. (Normalmente)
PS: Fui dormir depois dos shows ainda pensando no caso (ANORMAL) dos in-ears!!!!!
Eu já tinha trabalhado com O Teatro Mágico (OTM), mas fazia um tempinho e foi uma única vez.
Operei o som do PA no FIG (Festival de Inverno de Garanhuns) em julho de 2023.
Então eu já conhecia o trabalho do grupo.
Dessa vez recebi o convite para fazer o monitor do show.
Nesse show, Nardão fez a produção técnica, acertando os detalhes com a produção local e com a empresa de som contratada.
Eu só escolhi a mesa de monitor, numa relação que me passaram.
Optei pela M32 da Behringer.
O input era bem enxuto, com menos de 32 canais, e todos iriam usar fones.
Nenhum monitor de chão, nem caixa de subgraves para a bateria.
Só o side, que seria usado em alguma emergência.
Como falei no final da postagem anterior, combinei com Nardão (produtor e técnico do OTM), que chegaríamos às 10h na Concha Acústica da UFPE, que fica bem pertinho da minha casa.
Mas eu resolvi pegar um carro de aplicativo porque estava levando muita coisa, e não seria uma boa ideia sair puxando meu case pelas ruas, mesmo ele possuindo rodinhas.
Além de dificultar a caminhada, tinha o risco de ser assaltado.
Como não fiz farra grande de comemoração na noite anterior, após o trabalho no show de Otto, acordei tranquilo, tomei um banho morno, fiz uma vitamina de banana com aveia e Toddy, e segui sem agonia para o local do evento.
Nardão já estava no palco organizando os praticáveis.
Tínhamos tempo de sobra para ajustar as coisas, porque só era o show do OTM, sem banda de abertura ou DJs antes ou depois do show.
Passei minha cena inicial que montei em casa, e fui ligar os equipamentos.
O Fernando Anitelli, voz principal do OTM, iria usar um in-ear sem fio, que seria fornecido pela empresa de som.
A banda anda com um sistema de in-ear sem fio, mais simples, e seria usado no violinista.
Baixo, bateria e teclado usariam sistema de in-ear com fio.
Dois sistemas sem fio para instrumentos também seria fornecido pela empresa de som, e seriam usados no violão de Anitelli e no violino.
Quando eu cheguei no local, esses sistemas ainda não tinham chegado, então eu fui ligando as vias dos sistemas com fio e fui conferir o side.
Deixei também os cabos prontos para ligar o in-ear de Anitelli.
Quando eu fui testar o side, não consegui enviar o sinal de jeito nenhum...
Nem modulava o meter (medidor de volume do sinal) do side quando eu levantava o fader do microfone que eu estava usando para testar as coisas.
Oxe. Não entendi.
Tentamos de tudo e não achamos onde estava o problema.
Quando a gente chamava a cena inicial da empresa de som, funcionava normalmente.
Ou seja... O problema estava na minha cena! Deduzi na hora.
Conferimos várias vezes o output patch da minha cena, e nada!
Achando que poderia ser alguma coisa errada nas saídas físicas 15/16.
Depois de várias tentativas sem êxito, resolvi usar os auxiliares 11/12 que estavam usando as saídas físicas 11/12 da mesa.
Funcionou perfeitamente, e eu segui em frente.
O problema não poderia ser nas saídas 15/16 porque na cena da empresa funcionava normalmente.
Hoje, escrevendo o texto, abri a cena que usei lá, e fui procurar o erro.
Tinha que ser na minha cena!
E achei.
Não era problema no patch, estava tudo correto.
Tinha um insert ativado no LR, que não era para estar ali. (Foto abaixo)
Clique na imagem para ampliar.
O fader do máster está abaixado porque nessa hora eu já tinha desistido de usar o L/R e já estava com o side pelos auxiliares 11/12.
Vou até ligar para os técnicos da empresa de som para falar onde estava o problema. (Liguei)
Com o side nos auxiliares, fui seguindo em frente.
Uma das caixas de subgrave de um dos lados do side não estava funcionando, e não tinha caixa reserva.
Como eu não usaria o side "pra valer", só numa emergência, pedi para desligar uma das caixas do outro lado, que daria para eu fazer o trabalho tranquilamente.
Usei o EQ gráfico para dar uma ajustada na sonoridade do side, e finalizei essa etapa.
Deu tempo de almoçar ainda.
Como falei, tínhamos tempo de sobra.
Quando voltei do almoço, fui ligar os sistemas sem fio que tinham acabado de chegar.
Liguei também meu in-ear de pobre, o sistema M-Vave, para eu poder me locomover no palco com o iPad na hora do soundcheck, ajustando os monitores dos músicos ao lado deles.
Resolve que é uma maravilha, principalmente quando o palco não é gigantesco.
Num palco de grandes proporções, falha muito.
Mas se não tem sistema de in-ear disponível para o técnico, é melhor usar o M-Vave.
O soundcheck foi bem tranquilo.
Eu já tinha feito em casa uma distribuição dos sinais para os músicos, e na hora eu faço os ajustes finos.
Por exemplo... Quando fui fazer o monitor do tecladista, a primeira coisa que ele me pediu foi para cortar todas as peças da bateria, deixando bem evidente seu teclado, e o resto poderia ficar bem abaixo, que ele iria ajustar os volumes durante o soundcheck.
Via do tecladista. Clique na imagem para ampliar.
Segui normalmente com o serviço, até todos falarem que estava tudo certo.
Na realidade, quase que normalmente, pois apareceu um probleminha no monitor da bateria, e como não tínhamos mais muito tempo sobrando, resolvemos deixar a via mono, mesmo eu ouvindo perfeitamente o estéreo dessa via no meu sistema de escuta.
Ainda vou falar com Rapha para ver se deu o mesmo problema em outros shows.
Dei uma olhada aqui também na cena, mas o problema era lá mesmo.
Ou nos cabos, ou no plugue adaptador do fone dele, ou no sistema que ele leva para ligar seu fone, onde enviamos o L/R da via dele por dois cabos XLR.
Fora isso, não tinha mais o que fazer no soundcheck, e encerramos.
Iria ter duas participações durante o show.
Silvério Pessoa iria cantar duas músicas, sendo que na primeira usaria violão, e Flaira Ferro cantaria uma música.
Ainda passamos o som de Silvério, onde usei o side para ele poder escutar sua voz e violão, porque não tinha mais nenhum monitor no palco.
Coloquei um pouco da banda também no side para ajudar Silvério e Flaira na hora deles.
Mas eu só usaria nessas horas o side, deixando fechado no restante do show.
Marcação onde eu deveria abrir o side.
Nem precisei abrir na hora de Flaira, porque ela cantou lá na frente com Anitelli no violão, fora do palco e perto do público.
Ela teve que se guiar pelo som do PA, mas deu certo.
Na hora de Silvério, o som do violão teimou em chegar, e foi algum problema no encaixe do cabo, no violão dele ou no DI.
No soundcheck não tivemos problema com isso, mas o violão não ficou ligado direto.
O cabo ficou lá no chão e foi plugado novamente no violão na hora que ele entrou no palco para se apresentar.
Coisas do "ao vivo".
Ainda aconteceram algumas coisinhas fora do roteiro, como a corda do violão que quebrou, e o sistema sem fio do violão se auto-desligou algumas vezes, onde nosso roadie Neto tinha que ir lá para ressuscitar o transmissor.
Nada disso conseguiu diminuir a animação do show, e do público.
Foi uma verdadeira festa!
Como falei, eu já tinha participado de um show do OTM, mas esse foi diferente!
Mesmo eu estando no monitor, foi bem diferente do que presenciei e senti no Festival de Inverno de Garanhuns.
Quais as diferenças?
Vou falar só de uma...
No FIG era um festival aberto e gratuito, onde seriam vários shows diferentes no mesmo dia.
Na UFPE era um show fechado com pagamento de ingresso.
Ou seja...
Quem foi para esse show na Concha Acústica da UFPE, foi para ver o show do OTM.
Ou queria muito conhecer o show, ou já conhecia e já gostava, e tinha ainda a turma que era fã nível máximo!
Além disso, aqui em Recife o público ficou praticamente dentro do palco.
Lá em Garanhuns a coisa foi mais fria, mais distante.
Muitos ali naquela praça foram para lá por hábito, e nem sabiam quem era OTM, e muito menos Lula Queiroga, que se apresentou antes.
Nesse show na UFPE, Fernando Anitelli tocou violão e cantou no meio do público, e fazer isso lá em Garanhuns era bastante complicado, e acredito que nem pensaram nisso.
Nesse aqui ninguém sentiu falta de bandas de abertura ou DJs.
Foram para ver o show.
E isso pode fazer uma diferença absurda.
E fez!!!!!!
O público interagiu durante todo o show, onde tem várias apresentações circenses em muitas partes do show.
É uma mistura de show musical, teatro e circo.
Como foi também lá no FIG, mas aqui o clima foi outro!
Só teve um pedido do baterista para aumentar alguma coisa que nem lembro o que foi, e teve aqueles "probleminhas" no violão de Anitelli e Silvério.
Fora isso, não toquei mais na mesa de som.
Tomei vários sustos com a reação do público, e acabei me tornando um espectador, como o pessoal que estava na plateia.
Aquilo ali estava mais para uma festa de confraternização do que um show propriamente dito, por causa do nível elevado de interação entre público e artistas.
Esqueci completamente por várias vezes, que eu estava ali trabalhando.
E o final, como vocês vão poder conferir no vídeo, foi uma verdadeira adoração!
Uma seita?
Pode ser...
Uma seita do bem, como acontece também com Los Hermanos, Codel do Fogo Encantado...
Dessas seitas eu gosto.
Quando o show acabou, ainda inebriado com o que vi e senti, fui desligar, desmontar e guardar nosso equipamento.
Ainda cantarolava nos meus pensamentos um pedaço da última música do show, O Anjo Mais Velho.
Tenho várias frases de músicas que levo comigo na vida, como por exemplo:
* Estava mais angustiado do que um goleiro na hora do gol. * Comparo sua chegada com a fuga de uma ilha, tanto engorda quanto mata, feito desgosto de filha. * Foi assim como ver o mar, a primeira vez que meus olhos se viram no seu olhar. * Nem o sol, nem o mar, nem o brilho das estrelas... Tudo isso não tem valor sem ter você. * Eu queria tanto estar, no escuro do meu quarto. À meia-noite, à meia luz. Sonhando. Daria tudo, por meu mundo e nada mais!
Essas acima são algumas que sempre me pego cantarolando...
E mais uma frase entrou para essa minha lista.
* Só enquanto eu respirar, vou me lembrar de você. Só enquanto eu respirar...
Falar o que dessa frase?
Nada, só curtir, admirar.
Como todos que estavam ali dentro da concha acústica fizeram.
Em alto e bom som!!!!!!!!!!
Muito bom participar de momentos como esse.
Que venham outros!
E... Enquanto eu respirar, vou me lembrar de você... (Risos)
Nem demorei muito no local depois que guardei todo o equipamento.
Tinha muita gente ainda querendo tirar foto com "A Trupe".
Nem falei com o pessoal... Chamei um Uber e fui para casa descansar, que no outro dia eu iria fazer o monitor de duas bandas no mesmo palco, no centro de Recife.
Academia da Berlinda e Cordel do Fogo Encantado.
Acho que nem uma taça de vinho eu bebi para comemorar o show do OTM.
A idade vai chegando, e o cansaço aparece mais fácil.
Nem sei se vou escrever sobre esses outros dois trabalhos. Assunto tem, mas...
Falta é coragem para escrever!
Vou finalizar aqui com uma frase de uma propaganda bem antiga da moto Honda que está nessa minha lista de frases que levarei na minha vida:
"Viva para ter o que lembrar... Pois vai chegar o dia, em que a sua maior riqueza serão as lembranças. E são elas que te manterão vivo."
Um abraço a todos.
PS: Vou "arrumar as coisinhas" para o próximo trabalho que vai ser nesse sábado. Monitor do show de Lucy Alves em Porto de Galinhas. Não divulguei nada porque o show vai ser numa festa privada.
O final de semana que passou foi bem "puxado" para o rapaz que está escrevendo esse texto para vocês.
Teve esse show de Otto na quinta (16/10) no REC'nPlay, O Teatro Mágico na sexta na Concha Acústica da UFPE, e no sábado finalizei com Academia da Berlinda e Cordel do Fogo Encantado, também no REC'nPlay, mas em outro palco.
Só no show de Otto operei o som do PA, nos outros três trabalhos operei o som do monitor.
Muita gente acha que o trabalho do operador de áudio (técnico de som, como queiram chamar) só acontece no dia do show, mas isso é um engano absurdo!
Normalmente, já estamos fazendo alguma coisa uma semana antes, ou até mais que isso.
Chamamos isso de "pré produção".
Essa função existe, e já é assumida por uma pessoa que não é o técnico que vai operar o som do show, tanto no PA como no monitor.
Existe um produtor (ou diretor) técnico, que recebe por isso, e é responsável por fazer o contato antecipadamente com a produção do evento e/ou com o responsável técnico do evento, para acertar todos os detalhes técnicos do show do seu artista.
Ele só faz isso, não opera o som do show.
Pode até operar, se for acertado antes, mas recebe dois cachês.
Aqui na região isso ainda é bem difícil de acontecer, onde a função do diretor técnico está "embutida" no cachê do operador.
Mas estamos tentando mudar isso.
E isso não é o assunto de hoje.
Uma semana antes, já fui atrás das informações técnicas dos 4 shows que eu iria fazer.
Nesse de Otto, seria a mesa Heritage-D 96HD da Midas no PA e a CL5 da Yamaha no monitor.
Só tive um breve contato com essa mesa da Midas, quando fui fazer uma visita ao meu amigo Monteiro no Teatro RioMar, aqui em Recife.
E nunca usei uma em algum show ou evento.
Acho que nem fui lá no teatro para ver a Heritage, mas tinha uma lá e Monteiro me mostrou os primeiros passos.
E o primeiro passo era baixar o programa, instalar no laptop e abrir uma conta no mCloud!
Pois é...
Tem que abrir essa conta.
Vou até pegar mais informações sobre isso com Monteiro, para não falar besteiras aqui, pois o contato foi tão breve que nem lembro dessa parte.
(Pausa para colher informações)
Falei com Jaksandro, Monteiro e Íkaro sobre o assunto.
Não precisa ter a conta no mCloud.
Boa notícia.
Mesmo o editor usando "Online Editor" na descrição, como mostra a foto abaixo, o usuário não precisa estar conectado na internet e nem é obrigado a ter que abrir conta no mCloud.
O editor também funciona no modo offline.
Ter essa conta, e montar a cena online, ajuda se der algum problema na entrada USB da mesa, ou se você perder o pendrive com suas cenas.
Montando ou editando suas cenas conectado à conta do mCloud, tudo fica guardado na "nuvem".
Se aparecer um desses problemas que eu falei acima, é só o usuário rotear seu sinal de internet do celular, conectar a mesa e entrar na sua conta do mCloud, baixando seu show diretamente para a mesa!
É uma boa ferramenta, né?
Mas vou mostrar como montar sua cena sem está online.
No primeiro contato com o editor, é só criar um novo usuário, seguindo os passos:
Select User > Local Users > Create a New User.
Ir na aba Local Users e clicar em Create a New User.
Coloque o nome que você quiser (com no máximo 12 caracteres) e digite uma senha (PIN) de 4 dígitos.
Foto abaixo.
Pronto. Você criou um usuário.
Clique na imagem para ampliar.
Agora você pode entrar no editor e montar suas cenas sem precisar de internet, mas sempre vai ter que fazer o "login" usando o usuário e senha que você criou.
Clique na imagem para ampliar.
Lembrando que...
Nesse modo, nada do que você estiver montando ou editando está sendo salvo na nuvem do mCloud.
Isso só será possível criando uma conta no mCloud e criando um usuário para essa conta.
Aí você decide se vai querer usar o editor online ou offline.
Como eu já tinha criado a conta no mCloud lá no Teatro RioMar, e não sabia que era possível montar cenas sem acessar a internet, foi assim que comecei a montar a cena em casa do show de Otto.
Fui achando na intuição as coisas, colocando nomes, cores nos canais, ligando os compressores e gates onde era preciso, ligando o filtro de graves (HPF), ajustando pequenas coisas na equalização...
Fiz um pouco mais do que o básico, mas não demorou muito para chegar num ponto onde eu precisava de mais informações para seguir em frente.
Fui onde?
YouTube!!!
Não demorou muito e achei um vídeo onde Jaksandro Silva, Endorser Midas Pro/Brasil, falava sobre os primeiros passos para configurar e montar uma cena de um show na HD96 da Midas.
Coloquei esse vídeo na postagem anterior, na seção Dica dos Amigos 037.
Com esse vídeo de Jaksandro, consegui criar o show, criar a cena inicial para fazer o soundcheck, e ainda salvar a cena no final de tudo, que lá o termo usado para isso é "Overwrite" (sobrescrever, gravar por cima), como mostra o vídeo abaixo.
O GO que eu dou no vídeo foi só para chamar a minha cena inicial.
Depois das mudanças, só ir usando o overwrite.
Fiquei com algumas dúvidas ainda depois que montei a cena, porque não encontrei as respostas no vídeo de Jaksandro, mas eu iria tirar essas dúvidas na empresa Selva Nua, onde marquei com West para passar meu show para a mesa e ajustar as "coisinhas", antes do dia do evento.
Consegui tirar quase todas as dúvidas lá com West, e já deixei o show na mesa, onde dentro desse show estava a cena inicial para o soundcheck.
Também transferi esse show para meu pendrive, o que é bem simples.
Você não passa só a cena para dentro da mesa. Tem que passar o SHOW.
Dias depois, ainda vasculhando a internet, encontrei outro vídeo, onde meus amigos West e Íkaro falam durante duas horas sobre a mesa.
Clique AQUI para ter acesso a esse vídeo no YouTube.
O soundcheck seria corrido, porque o palco é montado no centro da cidade (Recife), e não podemos abrir o som do PA na maior parte do tempo, para não incomodar o comércio da região.
Acho muito chato isso.
Montam os eventos onde não podemos fazer normalmente o trabalho.
Das três atrações da noite, só Otto poderia passar o som...
E mesmo assim, eu só poderia abrir o som do PA às 13h.
De 12 às 13 era montagem, e de 13 às 14h era o tempo para passar o som com o PA aberto.
Enquanto West foi almoçar, começamos a checar as coisas, para ver se estava tudo certo nas ligações.
Mas a mesa de PA estava com alguma configuração errada, e não estava reconhecendo direito o stage que estava no palco.
Adriano, que estava no monitor, veio me ajudar e conseguiu achar o problema, e hoje eu tenho quase certeza que esse conflito na conexão deve ter acontecido quando chamei meu "show" na mesa.
Nessa hora, aparece uma janela onde o usuário escolhe o que vai ser mexido ou não na mesa quando esse show for "loadeado" (carregado), como mostra a foto abaixo.
Clique na imagem para ampliar.
Como não marquei nada, algumas configurações devem ter saído do lugar.
Ajustado isso, esperamos pela hora para começar nosso soundcheck.
Vocês não imaginam quantas vezes eu dei pausas aqui nesse texto.
Tá parecendo Jack (O Estripador), texto feito por partes...
E nessas pausas, só vejo as notícias ruins aumentando.
A coisa mais sensata que ouvi ultimamente foi: Enquanto os governos (municipal, estadual e federal) não tratarem a violência armada como uma questão de saúde pública, estamos ferrados.
Tratar como uma pandemia.
Concordo plenamente, mas...
Não sei se conseguimos mais reverter isso.
Se serve de consolo, já sabemos os resultados de uma pandemia, principalmente quando não é tratada como uma questão de saúde pública!
Fazia bastante calor quando o soundcheck começou.
Achei a Heritage-D HD96 bastante legal.
Tela "touch" enorme, mas várias funções também estão ao lado, com seus botões coloridos.
Achei massa!
E não tive problemas quanto ao manuseio.
Ok, me deparei com alguns detalhes que atrasaram um pouco a ação, mas podemos fazer vários atalhos para isso.
Só não tinha tempo para ficar criando atalhos.
Fiz alguns atalhos lá no galpão da Selva Nua, como colocar as páginas de faders nos botões com janelinhas que ficam no meio da mesa, usando a função POP.
As janelas com botões, é o User Define da Heritage.
Tem 24 POPs disponíveis para o usuário definir quais canais ele quer que apareçam nos 16 faders do lado esquerdo, quando esse POP é chamado.
Na foto abaixo, determinando os 16 canais para o POP 1.
Clique na imagem para ampliar.
Então eu defini assim: POP 1 (1-16), POP 2 (17-32), POP 3 (33-48) e POP 4 (49-56 Volta Efeitos).
E coloquei esses 4 POPs nos botões.
Acho indispensável essa configuração, e pode ser feita em casa usando o editor, como mostro na foto abaixo.
Clique na imagem para ampliar.
Inclusive, quando ajustei isso no galpão, apaguei uma janelinha que tinha o nome STORE, e isso ajudou para eu me lascar.
Fiquei sabendo (depois) que essa configuração com o STORE em um dos botões é o DEFAULT da mesa, já vem assim.
Você muda se quiser.
Ela serve para colocar a opção STORE TO > Current Scene.
E com um simples toque nesse botão, você salva a cena sem precisar ir lá na seção de cenas, e não precisa ficar segurando o botão para confirmar, como acontece quando você escolhe salvar usando a opção overwrite.
No dia eu não sabia disso.
O lance de clicar e segurar o botão para confirmar uma ação, está em várias (várias mesmo) partes da console, como por exemplo, para confirmar um link entre canais.
Outra coisa legal que achei, é que o que você está vendo no editor é exatamente o que você vai encontrar na gigantesca tela da mesa.
É EXATAMENTE IGUAL!
Isso facilita muito no entendimento do funcionamento da console!
Dá para estudar em casa tranquilamente, e vendo vídeos explicando é melhor ainda.
Pois bem...
Mesmo na correria, o soundcheck aconteceu, e mesmo eu não achando ainda que estava ao meu gosto, resolvemos encerrar.
O som que a gente escutava na house mix era bem diferente do que o público iria ouvir, porque a mesa ficou de lado, na frente do PA R (direito), como é o normal nos eventos feitos naquele local, o Cais da Alfândega, em Recife.
É o normal, mas não é o certo!
Que isso fique bem claro.
Nem tudo que é normalizado, está correto.
Lugar de house mix é no centro, mas em muitos casos (infelizmente) esse detalhe importante não é levado à sério pela produção dos eventos.
Ok, soundcheck encerrado, vou salvar a cena.
Foi nesse momento que o "cancão piou"...!!!
Na correria para passar o som, não fui salvando a cena durante o soundcheck.
Como eu não sabia da função STORE que vem como default num dos botões do user define, e que eu apaguei no galpão, tinha que ir sempre na janela das cenas para dar o overwrite, como mostro no vídeo abaixo, que fiz aqui no editor enquanto escrevia.
É exatamente assim que deve ser feito na mesa!
A outra opção, e que vai ser como vou usar agora, é o STORE direto, usando a opção Store To > Current Scene.
Esse GO que eu fiz no vídeo anterior no meio da postagem, foi só para simular como chamamos a cena no início do trabalho.
É o LOAD da Heritage-D, e só é para fazer isso quando você vai começar o soundcheck, chamando sua cena inicial.
Depois disso, vai salvando no modo overwrite ou current scene, como está no vídeo.
Achei que a marcação da cena é muito sutil, poderia ser mais agressiva a linha ao redor, para o usuário ter a certeza visual mais clara da cena que ele vai salvar por cima.
Se você não vai usar Snapshots durante seu show, só deve apertar esse GO quando for a hora de começar o show do seu artista.
Essa seção de cenas da Heritage-D tem mais jeito de Snapshot do que Cenas de shows.
Por isso o GO é instantâneo!
Eu já sabia disso com relação ao GO, mas mesmo assim me lasquei!
A Heritage-D HD96 tem um Auto Save, que eu jurava que estava salvando tudo, mas não está!!!!
O ícone está fixo na aba principal, como mostra a foto, e de tempo em tempo salva o SHOW.
Auto Save habilitado.
Se salva o show, e as cenas estão dentro do show, tá tudo salvo, né?
Tá não... (Tristeza total)
Fiquei sabendo disso um pouco depois que fiz a merda.
Mesmo sabendo o que eu deveria fazer, dando o overwrite na minha cena inicial, acabei clicando direto no GO, pensando na filosofia da maioria das outras mesas de som digitais, onde vamos no local das cenas e clicamos no botão SAVE.
E quando eu cliquei no GO, e eu não salvei nada durante o soundcheck, minha cena inicial, aquela que usei para começar o trabalho, foi carregada na mesa instantaneamente!
Quando eu vi todos os faders baixando rapidamente, já sabia que tinha feito besteira, e grande!!!
E gritei para mim só no pensamento: GO nãããããooo! Porra, me lasquei!!!
Olhei na hora para West e falei: --- Me lasquei West!!!!
E fui explicar o que tinha feito, já perguntando: A mesa tem UNDO???
Ou seja, voltar um passo atrás do que foi feito.
Ele respondeu que achava que não tinha, e ficou com a cara de desespero igual a minha.
Solidariedade.
Um outro técnico de áudio, vendo a situação, tem ideia do desespero.
West ligou para alguém para tentar achar uma solução, saber se realmente não teria um jeito para reverter a situação, se teria o UNDO em algum lugar...
Acho que ligou para Jaksandro, e a resposta foi não, não tem como voltar atrás.
Lembrei do Auto Save, chamei novamente meu SHOW (Otto), e fui novamente nas cenas e dei GO na Cena Inicial.
Mesma coisa, não mudou absolutamente nada na cena!
Foi nesse momento que tive a certeza que o SAVE SHOW não salva tudo.
Lascou. Não tem o que fazer, falei para West.
Vou ter que fazer os ajustes na hora do show.
Fiquei tão triste que nem para casa eu voltei.
Fiquei direto no local das 15 às 22h, que era o horário marcado para começar o show de Otto.
E fiquei pensando o que fazer durante esse tempo.
Só falei para os técnicos o que tinha acontecido, e resolvi não falar para o produtor de Otto e nem para os músicos.
Não ia adiantar nada eu falar, e poderia até complicar mais, causando uma insegurança na banda.
Mas dependendo da situação, eu falo para todos, caso eu ache que realmente vai ajudar na solução de um problema.
Conversando com Adriano na house mix depois do acontecido, resolvemos que eu baixaria muito o DCA que comandava o volume de todos da banda, deixando só o DCA da voz de Otto lá em cima.
Fiz isso, e dei overwrite na cena.
Começaria assim, e iria ajustando as coisas enquanto acontecia o show.
Mas não demorou muito para eu mudar de ideia.
Como ninguém poderia passar o som com o PA aberto, a mesa ficou lá paradinha, e eu aproveitei essa oportunidade para fazer alguns ajustes dos canais "no olho", colocando os faders dos canais em zero, ou perto dele, e fui ajustando as equalizações de acordo com o que eu lembrava.
E West me incentivando: --- Vai dar certo Titio, vai dar certo. Vai ficar melhor do que no soundcheck. Você vai ver.
Achei massa o incentivo dele, mesmo achando que não seria bem assim na hora... (Risos, mas só agora enquanto escrevo)
Sabia que não tinha mexido muito nas equalizações dos canais, pois o som já chegou soando bem quando eu levantei os faders.
Eu teria que ajustar os ganhos na hora, pois isso variou muito entre os canais.
Enquanto fazia isso, resolvi então mudar a estratégia, e coloquei o DCA da banda no mesmo nível do DCA da voz de Otto.
O show iria começar, e eu correria nos ajustes dos ganhos, ajustando também as equalizações.
Eu não tinha outra opção!!!!
Mudei de ideia novamente quando vi meus colegas técnicos das outras duas bandas fazendo o linecheck na hora dos shows, com o PA aberto.
Ahhhhhhh... Oxe! Vou fazer igual!!!!
Combinei então com West e com Adriano que eu iria fazer isso.
O público vai achar que eu não passei o som também! (Risos, mas só agora enquanto escrevo)
Fiz o linecheck junto com Adriano.
Enquanto ele conferia os canais no palco, tocando em cada peça dos instrumentos e falando nos microfones das vozes, eu ia abrindo na frente, ajustava o ganho e ajustava alguma coisa na EQ quando achei necessário.
Mas o foco principal era ajustar os ganhos.
Fui canal por canal, fazendo linecheck e ajustando os detalhes.
Tudo conferido e (mais ou menos) ajustado, o show começou.
Treino é treino, jogo é jogo, né?
Fazendo agora uma analogia da situação, veio na cabeça aquele cara que monta em touros em rodeio, que não acho a menor graça, mas veio na cabeça isso.
O portão abrindo (o show começando), e o touro saindo em disparada dando pulos, com o rapaz (Eu na mesa de som) tentando se equilibrar no lombo do animal.
No começo da primeira música eu já estava com um pressentimento que iria conseguir ficar o tempo todo montado, quer dizer, conseguiria controlar a coisa...
E quando Otto começou a cantar, vi que eu estava certo, e que a decisão tomada deu certo!
Acho que foi no final da primeira música ou no começo da segunda, que West olhou para mim com um sorriso e falou: --- Eu não disse? Não falei que iria ser melhor do que o soundcheck?
Rimos juntos, e eu dei uma dedada (tirando onda) pra ele, pensando: Será que o soundcheck foi tão ruim assim???!!!!
Nem cheguei mais perto da janela onde fica a palavra GO durante todo o show!
Jathyles, que estava operando a luz do show atrás de mim, e que viu todo o problema e agonia desde o começo, falava o tempo todo, mais entusiasmado do que eu: --- É nessas horas que a gente vê a diferença do menino para o homem.
E no meio do show, o iluminador das outras duas bandas (Aluísio), que também viu minha agonia mais cedo, subiu na house mix, e falou com o mesmo entusiasmo de Jathyles: --- Titio, eu estava ali no meio do público, e o som está muito bom! Falei até para um amigo que estava ao meu lado que você tinha apagado a cena do show e que estava fazendo toda a mixagem na hora, e ele não acreditou!
Muito bom ouvir essas coisas depois de uma bronca grande.
Por isso quase não falei sobre o show. Notaram?
Quis mostrar esse meu caso, para que outros não passem pelo que passei.
O show foi muito bom!!!!!
Parecia até que eu não tinha apagado a cena do soundcheck!!!
Depois do show, fui lá atrás do palco falar com a turma e beber água, pois nunca mandam água para a house mix.
Contei o caso para algumas pessoas, como o produtor de Otto, e outras já sabiam do que tinha se passado lá na frente.
Não tenho ideia se alguém falou o que aconteceu na house mix para Otto ou para a banda depois do show.
Dei umas risadas no backstage e não demorei muito no local.
Fui logo atrás de um Uber (ou 99Pop) para voltar pra casa.
No outro dia eu tinha um trabalho no monitor com O Teatro Mágico na concha acústica da UFPE, aqui do lado de casa, onde estava marcado para chegar lá às 10h da manhã.
Mesmo assim ainda bebi duas taças de vinho em casa para comemorar o trabalho (tenso) no Cais da Alfândega.
Antes disso, tomei um banho morno, que se tivesse um banco de madeira no banheiro, eu sentava embaixo do chuveiro.
Degustei meu vinho com uma alegria imensa, sem saber que no outro dia eu levaria um outro susto grande!!!!!