terça-feira, 28 de outubro de 2025

O Teatro Mágico na UFPE - Esqueci até que eu estava trabalhando.

 
Olá pessoal.
Eu já tinha trabalhado com O Teatro Mágico (OTM), mas fazia um tempinho e foi uma única vez.
Operei o som do PA no FIG (Festival de Inverno de Garanhuns) em julho de 2023.
Então eu já conhecia o trabalho do grupo.
Dessa vez recebi o convite para fazer o monitor do show.
Nesse show, Nardão fez a produção técnica, acertando os detalhes com a produção local e com a empresa de som contratada.
Eu só escolhi a mesa de monitor, numa relação que me passaram.
Optei pela M32 da Behringer.
O input era bem enxuto, com menos de 32 canais, e todos iriam usar fones.
Nenhum monitor de chão, nem caixa de subgraves para a bateria.
Só o side, que seria usado em alguma emergência.
Como falei no final da postagem anterior, combinei com Nardão (produtor e técnico do OTM), que chegaríamos às 10h na Concha Acústica da UFPE, que fica bem pertinho da minha casa.
Mas eu resolvi pegar um carro de aplicativo porque estava levando muita coisa, e não seria uma boa ideia sair puxando meu case pelas ruas, mesmo ele possuindo rodinhas.
Além de dificultar a caminhada, tinha o risco de ser assaltado.
Como não fiz farra grande de comemoração na noite anterior, após o trabalho no show de Otto, acordei tranquilo, tomei um banho morno, fiz uma vitamina de banana com aveia e Toddy, e segui sem agonia para o local do evento.
Nardão já estava no palco organizando os praticáveis.


Tínhamos tempo de sobra para ajustar as coisas, porque só era o show do OTM, sem banda de abertura ou DJs antes ou depois do show.
Passei minha cena inicial que montei em casa, e fui ligar os equipamentos.
O Fernando Anitelli, voz principal do OTM, iria usar um in-ear sem fio, que seria fornecido pela empresa de som.
A banda anda com um sistema de in-ear sem fio, mais simples, e seria usado no violinista.
Baixo, bateria e teclado usariam sistema de in-ear com fio.
Dois sistemas sem fio para instrumentos também seria fornecido pela empresa de som, e seriam usados no violão de Anitelli e no violino.
Quando eu cheguei no local, esses sistemas ainda não tinham chegado, então eu fui ligando as vias dos sistemas com fio e fui conferir o side.
Deixei também os cabos prontos para ligar o in-ear de Anitelli.
Quando eu fui testar o side, não consegui enviar o sinal de jeito nenhum...
Nem modulava o meter (medidor de volume do sinal) do side quando eu levantava o fader do microfone que eu estava usando para testar as coisas.
Oxe. Não entendi.
Tentamos de tudo e não achamos onde estava o problema.
Quando a gente chamava a cena inicial da empresa de som, funcionava normalmente.
Ou seja... O problema estava na minha cena! Deduzi na hora.
Conferimos várias vezes o output patch da minha cena, e nada!
Achando que poderia ser alguma coisa errada nas saídas físicas 15/16.
Depois de várias tentativas sem êxito, resolvi usar os auxiliares 11/12 que estavam usando as saídas físicas 11/12 da mesa.
Funcionou perfeitamente, e eu segui em frente.
O problema não poderia ser nas saídas 15/16 porque na cena da empresa funcionava normalmente.
Hoje, escrevendo o texto, abri a cena que usei lá, e fui procurar o erro.
Tinha que ser na minha cena!
E achei.
Não era problema no patch, estava tudo correto.
Tinha um insert ativado no LR, que não era para estar ali. (Foto abaixo)

Clique na imagem para ampliar.
O fader do máster está abaixado porque nessa hora eu já tinha desistido de usar o L/R e já estava com o side pelos auxiliares 11/12.
Vou até ligar para os técnicos da empresa de som para falar onde estava o problema. (Liguei)
Com o side nos auxiliares, fui seguindo em frente.
Uma das caixas de subgrave de um dos lados do side não estava funcionando, e não tinha caixa reserva.
Como eu não usaria o side "pra valer", só numa emergência, pedi para desligar uma das caixas do outro lado, que daria para eu fazer o trabalho tranquilamente.
Usei o EQ gráfico para dar uma ajustada na sonoridade do side, e finalizei essa etapa.
Deu tempo de almoçar ainda.
Como falei, tínhamos tempo de sobra.
Quando voltei do almoço, fui ligar os sistemas sem fio que tinham acabado de chegar.
Liguei também meu in-ear de pobre, o sistema M-Vave, para eu poder me locomover no palco com o iPad na hora do soundcheck, ajustando os monitores dos músicos ao lado deles.
Resolve que é uma maravilha, principalmente quando o palco não é gigantesco.
Num palco de grandes proporções, falha muito.
Mas se não tem sistema de in-ear disponível para o técnico, é melhor usar o M-Vave.
O soundcheck foi bem tranquilo.
Eu já tinha feito em casa uma distribuição dos sinais para os músicos, e na hora eu faço os ajustes finos.
Por exemplo... Quando fui fazer o monitor do tecladista, a primeira coisa que ele me pediu foi para cortar todas as peças da bateria, deixando bem evidente seu teclado, e o resto poderia ficar bem abaixo, que ele iria ajustar os volumes durante o soundcheck.

Via do tecladista. Clique na imagem para ampliar.
Segui normalmente com o serviço, até todos falarem que estava tudo certo.
Na realidade, quase que normalmente, pois apareceu um probleminha no monitor da bateria, e como não tínhamos mais muito tempo sobrando, resolvemos deixar a via mono, mesmo eu ouvindo perfeitamente o estéreo dessa via no meu sistema de escuta.
Ainda vou falar com Rapha para ver se deu o mesmo problema em outros shows.
Dei uma olhada aqui também na cena, mas o problema era lá mesmo.
Ou nos cabos, ou no plugue adaptador do fone dele, ou no sistema que ele leva para ligar seu fone, onde enviamos o L/R da via dele por dois cabos XLR.
Fora isso, não tinha mais o que fazer no soundcheck, e encerramos.

Iria ter duas participações durante o show.
Silvério Pessoa iria cantar duas músicas, sendo que na primeira usaria violão, e Flaira Ferro cantaria uma música.
Ainda passamos o som de Silvério, onde usei o side para ele poder escutar sua voz e violão, porque não tinha mais nenhum monitor no palco.
Coloquei um pouco da banda também no side para ajudar Silvério e Flaira na hora deles.
Mas eu só usaria nessas horas o side, deixando fechado no restante do show.

Marcação onde eu deveria abrir o side.

Nem precisei abrir na hora de Flaira, porque ela cantou lá na frente com Anitelli no violão, fora do palco e perto do público.
Ela teve que se guiar pelo som do PA, mas deu certo.
Na hora de Silvério, o som do violão teimou em chegar, e foi algum problema no encaixe do cabo, no violão dele ou no DI.
No soundcheck não tivemos problema com isso, mas o violão não ficou ligado direto.
O cabo ficou lá no chão e foi plugado novamente no violão na hora que ele entrou no palco para se apresentar.
Coisas do "ao vivo".


Ainda aconteceram algumas coisinhas fora do roteiro, como a corda do violão que quebrou, e o sistema sem fio do violão se auto-desligou algumas vezes, onde nosso roadie Neto tinha que ir lá para ressuscitar o transmissor.
Nada disso conseguiu diminuir a animação do show, e do público.
Foi uma verdadeira festa!
Como falei, eu já tinha participado de um show do OTM, mas esse foi diferente!
Mesmo eu estando no monitor, foi bem diferente do que presenciei e senti no Festival de Inverno de Garanhuns.
Quais as diferenças?


Vou falar só de uma...
No FIG era um festival aberto e gratuito, onde seriam vários shows diferentes no mesmo dia.
Na UFPE era um show fechado com pagamento de ingresso.
Ou seja...
Quem foi para esse show na Concha Acústica da UFPE, foi para ver o show do OTM.
Ou queria muito conhecer o show, ou já conhecia e já gostava, e tinha ainda a turma que era fã nível máximo!
Além disso, aqui em Recife o público ficou praticamente dentro do palco.
Lá em Garanhuns a coisa foi mais fria, mais distante.
Muitos ali naquela praça foram para lá por hábito, e nem sabiam quem era OTM, e muito menos Lula Queiroga, que se apresentou antes.
Nesse show na UFPE, Fernando Anitelli tocou violão e cantou no meio do público, e fazer isso lá em Garanhuns era bastante complicado, e acredito que nem pensaram nisso.
Nesse aqui ninguém sentiu falta de bandas de abertura ou DJs.
Foram para ver o show.
E isso pode fazer uma diferença absurda.
E fez!!!!!!


O público interagiu durante todo o show, onde tem várias apresentações circenses em muitas partes do show.
É uma mistura de show musical, teatro e circo.
Como foi também lá no FIG, mas aqui o clima foi outro!
Só teve um pedido do baterista para aumentar alguma coisa que nem lembro o que foi, e teve aqueles "probleminhas" no violão de Anitelli e Silvério.
Fora isso, não toquei mais na mesa de som.
Tomei vários sustos com a reação do público, e acabei me tornando um espectador, como o pessoal que estava na plateia.
Aquilo ali estava mais para uma festa de confraternização do que um show propriamente dito, por causa do nível elevado de interação entre público e artistas.
Esqueci completamente por várias vezes, que eu estava ali trabalhando.
E o final, como vocês vão poder conferir no vídeo, foi uma verdadeira adoração!
Uma seita?
Pode ser...
Uma seita do bem, como acontece também com Los Hermanos, Codel do Fogo Encantado...
Dessas seitas eu gosto.

Quando o show acabou, ainda inebriado com o que vi e senti, fui desligar, desmontar e guardar nosso equipamento.
Ainda cantarolava nos meus pensamentos um pedaço da última música do show, O Anjo Mais Velho.
Tenho várias frases de músicas que levo comigo na vida, como por exemplo:
* Estava mais angustiado do que um goleiro na hora do gol. * Comparo sua chegada com a fuga de uma ilha, tanto engorda quanto mata, feito desgosto de filha. * Foi assim como ver o mar, a primeira vez que meus olhos se viram no seu olhar. * Nem o sol, nem o mar, nem o brilho das estrelas... Tudo isso não tem valor sem ter você. * Eu queria tanto estar, no escuro do meu quarto. À meia-noite, à meia luz. Sonhando. Daria tudo, por meu mundo e nada mais!
Essas acima são algumas que sempre me pego cantarolando...
E mais uma frase entrou para essa minha lista.
* Só enquanto eu respirar, vou me lembrar de você. Só enquanto eu respirar...
Falar o que dessa frase?
Nada, só curtir, admirar.
Como todos que estavam ali dentro da concha acústica fizeram.
Em alto e bom som!!!!!!!!!!
Muito bom participar de momentos como esse.
Que venham outros!
E... Enquanto eu respirar, vou me lembrar de você... (Risos)
Nem demorei muito no local depois que guardei todo o equipamento.
Tinha muita gente ainda querendo tirar foto com "A Trupe".
Nem falei com o pessoal... Chamei um Uber e fui para casa descansar, que no outro dia eu iria fazer o monitor de duas bandas no mesmo palco, no centro de Recife.
Academia da Berlinda e Cordel do Fogo Encantado.
Acho que nem uma taça de vinho eu bebi para comemorar o show do OTM.
A idade vai chegando, e o cansaço aparece mais fácil.
Nem sei se vou escrever sobre esses outros dois trabalhos. Assunto tem, mas...
Falta é coragem para escrever!
Vou finalizar aqui com uma frase de uma propaganda bem antiga da moto Honda que está nessa minha lista de frases que levarei na minha vida:
"Viva para ter o que lembrar... Pois vai chegar o dia, em que a sua maior riqueza serão as lembranças. E são elas que te manterão vivo."
Um abraço a todos.

PS: Vou "arrumar as coisinhas" para o próximo trabalho que vai ser nesse sábado. Monitor do show de Lucy Alves em Porto de Galinhas. Não divulguei nada porque o show vai ser numa festa privada.

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Operando o PA do show de Otto no RECn'Play - GO não!!! Vixe, me lasquei.

 
Olá pessoal.
O final de semana que passou foi bem "puxado" para o rapaz que está escrevendo esse texto para vocês.
Teve esse show de Otto na quinta (16/10) no REC'nPlay, O Teatro Mágico na sexta na Concha Acústica da UFPE, e no sábado finalizei com Academia da Berlinda e Cordel do Fogo Encantado, também no REC'nPlay, mas em outro palco.
Só no show de Otto operei o som do PA, nos outros três trabalhos operei o som do monitor.
Muita gente acha que o trabalho do operador de áudio (técnico de som, como queiram chamar) só acontece no dia do show, mas isso é um engano absurdo!
Normalmente, já estamos fazendo alguma coisa uma semana antes, ou até mais que isso.
Chamamos isso de "pré produção".
Essa função existe, e já é assumida por uma pessoa que não é o técnico que vai operar o som do show, tanto no PA como no monitor.
Existe um produtor (ou diretor) técnico, que recebe por isso, e é responsável por fazer o contato antecipadamente com a produção do evento e/ou com o responsável técnico do evento, para acertar todos os detalhes técnicos do show do seu artista.
Ele só faz isso, não opera o som do show.
Pode até operar, se for acertado antes, mas recebe dois cachês.
Aqui na região isso ainda é bem difícil de acontecer, onde a função do diretor técnico está "embutida" no cachê do operador.
Mas estamos tentando mudar isso.
E isso não é o assunto de hoje.
Uma semana antes, já fui atrás das informações técnicas dos 4 shows que eu iria fazer.
Nesse de Otto, seria a mesa Heritage-D 96HD da Midas no PA e a CL5 da Yamaha no monitor.
Só tive um breve contato com essa mesa da Midas, quando fui fazer uma visita ao meu amigo Monteiro no Teatro RioMar, aqui em Recife.
E nunca usei uma em algum show ou evento.
Acho que nem fui lá no teatro para ver a Heritage, mas tinha uma lá e Monteiro me mostrou os primeiros passos.
E o primeiro passo era baixar o programa, instalar no laptop e abrir uma conta no mCloud!
Pois é...
Tem que abrir essa conta.
Vou até pegar mais informações sobre isso com Monteiro, para não falar besteiras aqui, pois o contato foi tão breve que nem lembro dessa parte.
(Pausa para colher informações)
Falei com Jaksandro, Monteiro e Íkaro sobre o assunto.
Não precisa ter a conta no mCloud.
Boa notícia.
Mesmo o editor usando "Online Editor" na descrição, como mostra a foto abaixo, o usuário não precisa estar conectado na internet e nem é obrigado a ter que abrir conta no mCloud.


O editor também funciona no modo offline.
Ter essa conta, e montar a cena online, ajuda se der algum problema na entrada USB da mesa, ou se você perder o pendrive com suas cenas.
Montando ou editando suas cenas conectado à conta do mCloud, tudo fica guardado na "nuvem".
Se aparecer um desses problemas que eu falei acima, é só o usuário rotear seu sinal de internet do celular, conectar a mesa e entrar na sua conta do mCloud, baixando seu show diretamente para a mesa!
É uma boa ferramenta, né?
Mas vou mostrar como montar sua cena sem está online.
No primeiro contato com o editor, é só criar um novo usuário, seguindo os passos:
Select User > Local Users > Create a New User.


Ir na aba Local Users e clicar em Create a New User.
Coloque o nome que você quiser (com no máximo 12 caracteres) e digite uma senha (PIN) de 4 dígitos.
Foto abaixo.
Pronto. Você criou um usuário.

Clique na imagem para ampliar.
Agora você pode entrar no editor e montar suas cenas sem precisar de internet, mas sempre vai ter que fazer o "login" usando o usuário e senha que você criou.

Clique na imagem para ampliar.
Lembrando que...
Nesse modo, nada do que você estiver montando ou editando está sendo salvo na nuvem do mCloud.
Isso só será possível criando uma conta no mCloud e criando um usuário para essa conta.
Aí você decide se vai querer usar o editor online ou offline.
Como eu já tinha criado a conta no mCloud lá no Teatro RioMar, e não sabia que era possível montar cenas sem acessar a internet, foi assim que comecei a montar a cena em casa do show de Otto.

Fui achando na intuição as coisas, colocando nomes, cores nos canais, ligando os compressores e gates onde era preciso, ligando o filtro de graves (HPF), ajustando pequenas coisas na equalização...
Fiz um pouco mais do que o básico, mas não demorou muito para chegar num ponto onde eu precisava de mais informações para seguir em frente.
Fui onde?
YouTube!!!
Não demorou muito e achei um vídeo onde Jaksandro Silva, Endorser Midas Pro/Brasil, falava sobre os primeiros passos para configurar e montar uma cena de um show na HD96 da Midas.
Coloquei esse vídeo na postagem anterior, na seção Dica dos Amigos 037.


Com esse vídeo de Jaksandro, consegui criar o show, criar a cena inicial para fazer o soundcheck, e ainda salvar a cena no final de tudo, que lá o termo usado para isso é "Overwrite" (sobrescrever, gravar por cima), como mostra o vídeo abaixo.
O GO que eu dou no vídeo foi só para chamar a minha cena inicial.
Depois das mudanças, só ir usando o overwrite.


Fiquei com algumas dúvidas ainda depois que montei a cena, porque não encontrei as respostas no vídeo de Jaksandro, mas eu iria tirar essas dúvidas na empresa Selva Nua, onde marquei com West para passar meu show para a mesa e ajustar as "coisinhas", antes do dia do evento.
Consegui tirar quase todas as dúvidas lá com West, e já deixei o show na mesa, onde dentro desse show estava a cena inicial para o soundcheck.
Também transferi esse show para meu pendrive, o que é bem simples.
Você não passa só a cena para dentro da mesa. Tem que passar o SHOW.
Dias depois, ainda vasculhando a internet, encontrei outro vídeo, onde meus amigos West e Íkaro falam durante duas horas sobre a mesa.
Clique AQUI para ter acesso a esse vídeo no YouTube.


O soundcheck seria corrido, porque o palco é montado no centro da cidade (Recife), e não podemos abrir o som do PA na maior parte do tempo, para não incomodar o comércio da região.
Acho muito chato isso.
Montam os eventos onde não podemos fazer normalmente o trabalho.
Das três atrações da noite, só Otto poderia passar o som...
E mesmo assim, eu só poderia abrir o som do PA às 13h.
De 12 às 13 era montagem, e de 13 às 14h era o tempo para passar o som com o PA aberto.
Enquanto West foi almoçar, começamos a checar as coisas, para ver se estava tudo certo nas ligações.
Mas a mesa de PA estava com alguma configuração errada, e não estava reconhecendo direito o stage que estava no palco.
Adriano, que estava no monitor, veio me ajudar e conseguiu achar o problema, e hoje eu tenho quase certeza que esse conflito na conexão deve ter acontecido quando chamei meu "show" na mesa.
Nessa hora, aparece uma janela onde o usuário escolhe o que vai ser mexido ou não na mesa quando esse show for "loadeado" (carregado), como mostra a foto abaixo.

Clique na imagem para ampliar.
Como não marquei nada, algumas configurações devem ter saído do lugar.
Ajustado isso, esperamos pela hora para começar nosso soundcheck.
Vocês não imaginam quantas vezes eu dei pausas aqui nesse texto.
Tá parecendo Jack (O Estripador), texto feito por partes...
E nessas pausas, só vejo as notícias ruins aumentando.
A coisa mais sensata que ouvi ultimamente foi: Enquanto os governos (municipal, estadual e federal) não tratarem a violência armada como uma questão de saúde pública, estamos ferrados.
Tratar como uma pandemia.
Concordo plenamente, mas...
Não sei se conseguimos mais reverter isso.
Se serve de consolo, já sabemos os resultados de uma pandemia, principalmente quando não é tratada como uma questão de saúde pública!
Fazia bastante calor quando o soundcheck começou.
Achei a Heritage-D HD96 bastante legal.
Tela "touch" enorme, mas várias funções também estão ao lado, com seus botões coloridos.
Achei massa!

E não tive problemas quanto ao manuseio.
Ok, me deparei com alguns detalhes que atrasaram um pouco a ação, mas podemos fazer vários atalhos para isso.
Só não tinha tempo para ficar criando atalhos.
Fiz alguns atalhos lá no galpão da Selva Nua, como colocar as páginas de faders nos botões com janelinhas que ficam no meio da mesa, usando a função POP.
As janelas com botões, é o User Define da Heritage.
Tem 24 POPs disponíveis para o usuário definir quais canais ele quer que apareçam nos 16 faders do lado esquerdo, quando esse POP é chamado.
Na foto abaixo, determinando os 16 canais para o POP 1.
Clique na imagem para ampliar.


Então eu defini assim: POP 1 (1-16), POP 2 (17-32), POP 3 (33-48) e POP 4 (49-56 Volta Efeitos).
E coloquei esses 4 POPs nos botões.
Acho indispensável essa configuração, e pode ser feita em casa usando o editor, como mostro na foto abaixo.

Clique na imagem para ampliar.

Inclusive, quando ajustei isso no galpão, apaguei uma janelinha que tinha o nome STORE, e isso ajudou para eu me lascar.
Fiquei sabendo (depois) que essa configuração com o STORE em um dos botões é o DEFAULT da mesa, já vem assim.
Você muda se quiser.
Ela serve para colocar a opção STORE TO > Current Scene.
E com um simples toque nesse botão, você salva a cena sem precisar ir lá na seção de cenas, e não precisa ficar segurando o botão para confirmar, como acontece quando você escolhe salvar usando a opção overwrite.
No dia eu não sabia disso.
O lance de clicar e segurar o botão para confirmar uma ação, está em várias (várias mesmo) partes da console, como por exemplo, para confirmar um link entre canais.
Outra coisa legal que achei, é  que o que você está vendo no editor é exatamente o que você vai encontrar na gigantesca tela da mesa.
É EXATAMENTE IGUAL!
Isso facilita muito no entendimento do funcionamento da console!
Dá para estudar em casa tranquilamente, e vendo vídeos explicando é melhor ainda.
Pois bem...
Mesmo na correria, o soundcheck aconteceu, e mesmo eu não achando ainda que estava ao meu gosto, resolvemos encerrar.
O som que a gente escutava na house mix era bem diferente do que o público iria ouvir, porque a mesa ficou de lado, na frente do PA R (direito), como é o normal nos eventos feitos naquele local, o Cais da Alfândega, em Recife.
É o normal, mas não é o certo! 
Que isso fique bem claro.
Nem tudo que é normalizado, está correto.
Lugar de house mix é no centro, mas em muitos casos (infelizmente) esse detalhe importante não é levado à sério pela produção dos eventos.
Ok, soundcheck encerrado, vou salvar a cena.
Foi nesse momento que o "cancão piou"...!!!


Na correria para passar o som, não fui salvando a cena durante o soundcheck.
Como eu não sabia da função STORE que vem como default num dos botões do user define, e que eu apaguei no galpão, tinha que ir sempre na janela das cenas para dar o overwrite, como mostro no vídeo abaixo, que fiz aqui no editor enquanto escrevia.


É exatamente assim que deve ser feito na mesa!
A outra opção, e que vai ser como vou usar agora, é o STORE direto, usando a opção Store To > Current Scene.
Esse GO que eu fiz no vídeo anterior no meio da postagem, foi só para simular como chamamos a cena no início do trabalho.
É o LOAD da Heritage-D, e só é para fazer isso quando você vai começar o soundcheck, chamando sua cena inicial.
Depois disso, vai salvando no modo overwrite ou current scene, como está no vídeo.
Achei que a marcação da cena é muito sutil, poderia ser mais agressiva a linha ao redor, para o usuário ter a certeza visual mais clara da cena que ele vai salvar por cima.
Se você não vai usar Snapshots durante seu show, só deve apertar esse GO quando for a hora de começar o show do seu artista.
Essa seção de cenas da Heritage-D tem mais jeito de Snapshot do que Cenas de shows.
Por isso o GO é instantâneo!
Eu já sabia disso com relação ao GO, mas mesmo assim me lasquei!
A Heritage-D HD96 tem um Auto Save, que eu jurava que estava salvando tudo, mas não está!!!!
O ícone está fixo na aba principal, como mostra a foto, e de tempo em tempo salva o SHOW.

Auto Save habilitado.

Se salva o show, e as cenas estão dentro do show, tá tudo salvo, né?
Tá não... (Tristeza total)
Fiquei sabendo disso um pouco depois que fiz a merda.
Mesmo sabendo o que eu deveria fazer, dando o overwrite na minha cena inicial, acabei clicando direto no GO, pensando na filosofia da maioria das outras mesas de som digitais, onde vamos no local das cenas e clicamos no botão SAVE.
E quando eu cliquei no GO, e eu não salvei nada durante o soundcheck, minha cena inicial, aquela que usei para começar o trabalho, foi carregada na mesa instantaneamente!
Quando eu vi todos os faders baixando rapidamente, já sabia que tinha feito besteira, e grande!!!
E gritei para mim só no pensamento: GO nãããããooo! Porra, me lasquei!!!
Olhei na hora para West e falei: --- Me lasquei West!!!!
E fui explicar o que tinha feito, já perguntando: A mesa tem UNDO???
Ou seja, voltar um passo atrás do que foi feito.
Ele respondeu que achava que não tinha, e ficou com a cara de desespero igual a minha.
Solidariedade.


Um outro técnico de áudio, vendo a situação, tem ideia do desespero.
West ligou para alguém para tentar achar uma solução, saber se realmente não teria um jeito para reverter a situação, se teria o UNDO em algum lugar...
Acho que ligou para Jaksandro, e a resposta foi não, não tem como voltar atrás.
Lembrei do Auto Save, chamei novamente meu SHOW (Otto), e fui novamente nas cenas e dei GO na Cena Inicial.
Mesma coisa, não mudou absolutamente nada na cena!
Foi nesse momento que tive a certeza que o SAVE SHOW não salva tudo.
Lascou. Não tem o que fazer, falei para West.
Vou ter que fazer os ajustes na hora do show.
Fiquei tão triste que nem para casa eu voltei.
Fiquei direto no local das 15 às 22h, que era o horário marcado para começar o show de Otto.
E fiquei pensando o que fazer durante esse tempo.
Só falei para os técnicos o que tinha acontecido, e resolvi não falar para o produtor de Otto e nem para os músicos.
Não ia adiantar nada eu falar, e poderia até complicar mais, causando uma insegurança na banda.
Mas dependendo da situação, eu falo para todos, caso eu ache que realmente vai ajudar na solução de um problema.
Conversando com Adriano na house mix depois do acontecido, resolvemos que eu baixaria muito o DCA que comandava o volume de todos da banda, deixando só o DCA da voz de Otto lá em cima.
Fiz isso, e dei overwrite na cena.
Começaria assim, e iria ajustando as coisas enquanto acontecia o show.
Mas não demorou muito para eu mudar de ideia.
Como ninguém poderia passar o som com o PA aberto, a mesa ficou lá paradinha, e eu aproveitei essa oportunidade para fazer alguns ajustes dos canais "no olho", colocando os faders dos canais em zero, ou perto dele, e fui ajustando as equalizações de acordo com o que eu lembrava.
E West me incentivando: --- Vai dar certo Titio, vai dar certo. Vai ficar melhor do que no soundcheck. Você vai ver.
Achei massa o incentivo dele, mesmo achando que não seria bem assim na hora... (Risos, mas só agora enquanto escrevo)


Sabia que não tinha mexido muito nas equalizações dos canais, pois o som já chegou soando bem  quando eu levantei os faders.
Eu teria que ajustar os ganhos na hora, pois isso variou muito entre os canais.
Enquanto fazia isso, resolvi então mudar a estratégia, e coloquei o DCA da banda no mesmo nível do DCA da voz de Otto.
O show iria começar, e eu correria nos ajustes dos ganhos, ajustando também as equalizações.
Eu não tinha outra opção!!!!
Mudei de ideia novamente quando vi meus colegas técnicos das outras duas bandas fazendo o linecheck na hora dos shows, com o PA aberto.
Ahhhhhhh... Oxe! Vou fazer igual!!!!
Combinei então com West e com Adriano que eu iria fazer isso.
O público vai achar que eu não passei o som também! (Risos, mas só agora enquanto escrevo)
Fiz o linecheck junto com Adriano.
Enquanto ele conferia os canais no palco, tocando em cada peça dos instrumentos e falando nos microfones das vozes, eu ia abrindo na frente, ajustava o ganho e ajustava alguma coisa na EQ quando achei necessário.
Mas o foco principal era ajustar os ganhos.
Fui canal por canal, fazendo linecheck e ajustando os detalhes.
Tudo conferido e (mais ou menos) ajustado, o show começou.
Treino é treino, jogo é jogo, né?
Fazendo agora uma analogia da situação, veio na cabeça aquele cara que monta em touros em rodeio, que não acho a menor graça, mas veio na cabeça isso.
O portão abrindo (o show começando), e o touro saindo em disparada dando pulos, com o rapaz (Eu na mesa de som) tentando se equilibrar no lombo do animal.
No começo da primeira música eu já estava com um pressentimento que iria conseguir ficar o tempo todo montado, quer dizer, conseguiria controlar a coisa...
E quando Otto começou a cantar, vi que eu estava certo, e que a decisão tomada deu certo!
Acho que foi no final da primeira música ou no começo da segunda, que West olhou para mim com um sorriso e falou: --- Eu não disse? Não falei que iria ser melhor do que o soundcheck?
Rimos juntos, e eu dei uma dedada (tirando onda) pra ele, pensando: Será que o soundcheck foi tão ruim assim???!!!!
Nem cheguei mais perto da janela onde fica a palavra GO durante todo o show!
Jathyles, que estava operando a luz do show atrás de mim, e que viu todo o problema e agonia desde o começo, falava o tempo todo, mais entusiasmado do que eu: --- É nessas horas que a gente vê a diferença do menino para o homem.
E no meio do show, o iluminador das outras duas bandas (Aluísio), que também viu minha agonia mais cedo, subiu na house mix, e falou com o mesmo entusiasmo de Jathyles: --- Titio, eu estava ali no meio do público, e o som está muito bom! Falei até para um amigo que estava ao meu lado que você tinha apagado a cena do show e que estava fazendo toda a mixagem na hora, e ele não acreditou! 
Muito bom ouvir essas coisas depois de uma bronca grande.
Por isso quase não falei sobre o show. Notaram?
Quis mostrar esse meu caso, para que outros não passem pelo que passei.
O show foi muito bom!!!!!


Parecia até que eu não tinha apagado a cena do soundcheck!!!
Depois do show, fui lá atrás do palco falar com a turma e beber água, pois nunca mandam água para a house mix.
Contei o caso para algumas pessoas, como o produtor de Otto, e outras já sabiam do que tinha se passado lá na frente.
Não tenho ideia se alguém falou o que aconteceu na house mix para Otto ou para a banda depois do show.
Dei umas risadas no backstage e não demorei muito no local.
Fui logo atrás de um Uber (ou 99Pop) para voltar pra casa.
No outro dia eu tinha um trabalho no monitor com O Teatro Mágico na concha acústica da UFPE, aqui do lado de casa, onde estava marcado para chegar lá às 10h da manhã.
Mesmo assim ainda bebi duas taças de vinho em casa para comemorar o trabalho (tenso) no Cais da Alfândega.
Antes disso, tomei um banho morno, que se tivesse um banco de madeira no banheiro, eu sentava embaixo do chuveiro.
Degustei meu vinho com uma alegria imensa, sem saber que no outro dia eu levaria um outro susto grande!!!!!
Mas aí já é uma outra história...
E já escolhi até o título dessa próxima postagem.
Um abraço a todos.

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Dica dos Amigos 037 - Criando uma cena na Midas Heritage HD96.

 
Olá pessoal.
Estou escrevendo sobre o trabalho que eu fiz na quinta-feira passada, onde operei o som do PA do show de Otto aqui em Recife.
E usei a Midas Heritage HD96 para fazer o trabalho.
Nunca tinha usado, e fui na internet procurar informações de como montar em casa uma cena inicial de um show no editor online (que é offline também).
Achei esse vídeo no YouTube de Jaksandro Silva (@jaksandrosilva), Endorser Midas Pro/Brasil.
Esse vídeo me ajudou muito, e só montei quase tudo da cena em casa por causa dele.
Ajustei os detalhes da cena na empresa de som Selva Nua, onde meu amigo Westinghouse sempre convida os técnicos para montar as cenas dos seus artistas, ou até para estudar as mesas digitais adquiridas pela empresa.
Aproveitem o vídeo, que eu tenho certeza que vai ajudar, e muito!

Como sempre faço, coloquei o vídeo de Jaksandro no meu canal do YouTube.
Obrigado Jaksandro pelo vídeo.
E obrigado West pelos incontáveis convites para eu ir na Selva Nua montar cenas ou estudar as mesas.
E o show de Otto?
Ahhhh, já estou escrevendo sobre isso e vai ser a próxima postagem...
Parei só para dar essa dica.
Um abraço a todos.

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Dica dos Amigos 036 - Como ouvir o tempo todo os canais de comunicação junto com o Cue na DM7 da Yamaha.

 
Olá pessoal.
Nessa semana recebi uma mensagem do meu amigo Duda Lopes, que atualmente faz o monitor da Nação Zumbi, me mostrando um vídeo curto feito por Matheus Madeira (Yamaha), onde ele explica rapidamente como fazer a configuração na DM7 para o técnico ouvir o tempo todo os canais de microfones de comunicação da sua equipe junto com o Cue (solo).
Na primeira vez que vi, achei o caminho longo.
Estamos acostumados hoje em dia com imediatismo, né?
Apertar um botão apenas para resolver tudo.
Pensei até na hora que meu método "analógico" que uso sempre, seria a melhor opção.
Mas não demorei muito tempo para ver que a dica de Matheus é absurdamente melhor do que meu método.
Qual meu método?
Tenho um cabo P10>XLR, onde tiro o sinal da saída de fone da mesa (estéreo) e entro em dois canais da mesa (Ex: 31/32).
Vamos supor que eu tenha 2 microfones com os roadies, que estão ligados nos canais 29/30.
Então pego esse canais (29/30/31/32) e envio (pré fader) para um auxiliar estéreo (Ex: Aux 23/24).
Os canais 29 e 30, mais meu microfone que está no canal 28 eu envio (pré fader) para um auxiliar mono (Ex: Aux 22 - Out 22) que alimenta o sistema de fone sem fio dos roadies.
Feito isso, pego as duas saídas da mesa (Out 23/24) e entro num in-ear ou no meu M-Vave.
Geralmente uso meu M-Vave porque é muito difícil ter in-ear sobrando para eu usar.
Todos os quatro canais (29/30/31/32) ficam ligados o tempo todo na mesa, e os microfones dos roadies tem chave on/off.
Então, quando eu solo um canal de entrada (instrumentos) ou saída (vias dos músicos), esse sinal vai para os canais 31/32 da mesa, que estão indo para meus ouvidos através das saídas 23/24 do auxiliar estéreo.
Como os microfones estão indo também para esse auxiliar estéreo, é só o roadie ligar o microfone para falar, que esse sinal vai também direto para meu fone, independente se estou solando ou não alguma coisa durante o show.
Como esses microfones dos roadies tão indo também para o Aux 22, os roadies se escutam.
Qual a vantagem desse meu método?
Posso usar em qualquer mesa de som, independente de marca ou modelo, desde que tenha entradas e saídas suficientes.
Qual a desvantagem?
Nesse meu método vou perder duas entradas e três saídas.
Duas entradas para receber o sinal da saída de fone da mesa (In 31/32), uma saída para o sistema de fone que fica com os roadies (Out 22), e duas saídas para meu sistema (Out 23/24), onde posso escutar tudo e todos.
Nessa dica de Matheus, não vou precisar mais dos dois canais de entrada, e só vou perder uma saída!!
Muito melhor, né?
Segue abaixo o vídeo onde Matheus explica como fazer isso na DM7.


Como sempre faço, disponibilizei esse vídeo também no meu canal do YouTube.
Obrigado mais uma vez ao meu colega Matheus Madeira.
Tenho certeza, que vai ajudar muitos colegas e amigos que fazem monitor pelas estradas da vida.
Valeu Duda por ter me enviado o vídeo.
Eu, por exemplo, já incorporei a dica na minha cena de monitor do show do Cordel do Fogo Encantado, que vou fazer no sábado aqui em Recife, como mostra a foto abaixo.

Clique na imagem para ampliar.
Um abraço a todos.

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Show de Paulo Miklos em Jaboatão - Falhas no gerador da luz não tiram o brilho do show.

 
Olá pessoal.
Mais uma vez fui fazer um trabalho num show de Paulo Miklos.
Fiz dois trabalhos anteriormente no monitor, e dessa vez fui chamado para operar o som do PA.
Normalmente, quem faz esse show por aqui é Fumato e Adriano.
Nos dois trabalhos que eu fiz no monitor, foi sempre um dos dois amigos no PA.
Como dessa vez nenhum dos dois poderia fazer o show em Jaboatão dos Guararapes (leia-se Prazeres), fui remanejado para o PA e chamaram Letícia Arruda para fazer o monitor.
O show aconteceu no dia 4 de outubro, sábado passado, dentro do evento Jaboatão Motor Fest.
Recebi normalmente a diária de alimentação, mesmo o show sendo aqui na região metropolitana do Recife.
Mas esse é um outro assunto, que vou fazer uma postagem exclusiva para o tema.
Recebi o rider técnico de Paulo Miklos, e vi que era a mesma formação dos dois shows anteriores que eu fiz.
Bateria, baixo, guitarra e teclado, onde todos eles(as) fazem vocal.
A banda de Paulo Miklos é composta por mulheres, exceto no baixo.
Todos usariam in-ears sem fio, exceto o baixista, que prefere usar caixa de som na sua monitoração.
A única coisa que sugeri para a produtora do artista foi alugar um sistema de microfone sem fio para Miklos, depois que eu vi no contra rider da empresa quais seriam os microfones disponibilizados.
Sugestão atendida, fui montar minha cena da Venue, mas antes liguei para meu colega da empresa de som, só para confirmar as informações que eu li no documento que chegou para mim.
Não custa nada, né?
Combinei com a produtora Xan que eu iria para o hotel que fica na frente do aeroporto da cidade, onde a banda estava hospedada, e de lá seguiria com a van para o local do evento com os equipamentos.
Tudo combinado, fiz um lanche rápido em casa, porque nosso horário de início de soundcheck era exatamente na hora do almoço.
Segui tranquilamente para o hotel.
Cheguei meia hora antes do que eu tinha combinado.
Sempre coloco um tempinho a mais para o engarrafamento, mas era sábado, onde o trânsito é bem mais ameno na cidade.
Mesmo assim, melhor sobrar tempo do que faltar, não é verdade?
Ahhh...
A produção alugou também uma bateria e os sistemas de in-ears.
Dei uma pequena geral no palco, olhando e posicionando os microfones, e fui lá para frente ajustar minhas coisas no PA.

Passei a cena (quase) normalmente para a mesa de som, e ajustei as saídas de L/R e Subgrave.
A mesa demorou um pouco para reconhecer meu pendrive, por isso coloquei o "quase".
Depois de reconhecido, fiz o que normalmente faço...
Coloquei primeiro Lisa Stansfield para tocar, ajustei o volume do sub, e alguns detalhes no equalizador gráfico do máster.
Conectei meu SM58 na mesa e escutei novamente o som do PA, fazendo ainda pequenos ajustes ouvindo minha voz.
Depois disso, ainda usando meu SM58, fui ajustar os efeitos.
Esse é o procedimento que faço sempre, quando tenho tempo para isso, logicamente.
Fiquei aguardando Letícia organizar o palco para começarmos o linecheck.
Depois de tudo conferido, passei mensagem para a produtora, avisando que poderia antecipar a chegada da banda no palco, pois havíamos terminado os ajustes.
O soundcheck foi bem tranquilo.
Paulo Miklos não passa som.
Mas o baixista passa o microfone dele, e passa de um jeito, que chega bem perto do nível de emissão do cantor, o que deixa o trabalho bem mais relax.
Na hora do show, só precisei fazer pequenos ajustes na equalização do canal da voz...
Tudo bem simples.
Quanto ao nível dessa voz, não foi preciso baixar ou subir exageradamente o ganho, como acontece em alguns casos onde o cantor não vai passar o som.
Encerramos o soundcheck dentro do horário previsto, e segui com a van para o hotel, onde solicitei um Uber (pode ser Pop 99 também) para voltar pra casa.
A van sairia para o show às 22h.
Cheguei em casa perto das 16h.
Minha irmã mora ao meu lado, e ainda comi um pão com a carne moída que ela fez para o almoço dela.
Ainda vi um pouco de futebol na TV, mas resolvi dar um cochilo até perto das 20h, quando eu iria começar a me arrumar para voltar pro hotel.
Notaram que já estou usando minha diária de alimentação nos deslocamentos?
Cheguei mais uma vez bem antes do horário combinado no hotel, e seguimos tranquilamente para o local do show, que estava marcado para começar às 23h30.
Vou dar uma pausa aqui para ir na academia.
Vou forçado, mas vou. Tenho que ir.
Fortalecer os músculos para subir e descer de palcos dando pulinhos... Né?
Quarta-feira já deve ter vinho com besteiras!
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E teve sim o vinho na quarta!!!
Quanto ao lance da academia...
Eu fui, mas...
Acho que academia de musculação surgiu nos tempos medievais, quando criaram as salas de tortura...
Só pode ser isso.
Não tem que me faça gostar, mas é o jeito.
Chegamos no local do show tranquilamente, e aguardamos a nossa hora de atacar.
Não demorou muito, e tivemos um bom tempo para ajustar tudo.
Segui lá para frente, puxei minha cena, dei uma coferida, e coloquei o microfone do locutor num canal lá para frente, onde eu não tinha nada.
Aguardei pelo linecheck...


Chequei todos os canais, e Letícia foi checar as vias de monitores.
Eu, particularmente, confiro primeiro as vias de monitores (caixas e inears), para só depois conferir os canais.
Tenho uma tese, que não adianta muito os canais chegarem certos, mas as vias não estão funcionando ou pior... Estão trocadas!!!
Depois de conferir todas as vias, o LR dos inears, aí faço o linecheck.
Enquanto aguardava a finalização no palco, para começar o show, o meu amigo Jathyles (iluminador) olha pra mim e olha para o chão na minha frente onde tinha uma régua de AC e fala:
--- Oxe, desligaram a mesa de luz!
Antes de eu falar qualquer coisa, ainda olhando para meus pés para conferir que eu não tinha chegado perto daquela régua de energia, que deveria estar ali para alimentar as baterias dos celulares do pessoal da empresa de som, Jathyles completou:
--- Não foi só a mesa, desligaram foi tudo da luz!!!!
Todos os refletores de luz no palco estavam desligados também.


Eita!
Só pode ser o gerador... Pensamos.
Uma explicação para os leigos...
Normalmente, num evento tem um gerador para o som, outro para a luz, e deveria ter um reserva para cada um também.
Deveria...
Em muitos casos, só colocam um para ser o reserva dos dois.
Ou seja... Se os dois pararem, lascou.
E em alguns casos não colocam geradores reservas!
Piorou, né?
Quando colocam o som e a luz num único gerador, que consideramos bastante errado, é muito fácil aparecer ruídos no som!
Quando tomamos o susto antes de começar o show, não tínhamos a menor ideia do que estava acontecendo, só imaginamos, mas após retornar a energia para os equipamentos de luz, chegou a informação que foi mesmo no gerador que aconteceu o problema.
Jathyles, organizou as coisas na mesa de luz dele e aguardamos o início do show.
Acho que ainda apareceu mais uma vez o problema antes do show começar.
Não lembro agora.


O show começou, e para mim foi bem normal. 
Paulo Miklos começou a cantar e fiz só pequenos ajustes na voz dele.
O som estava como deixei, e tinha achado bem legal já no soundcheck.
Mas... Não demorou muito para o problema no gerador acontecer novamente!
Apagão geral no palco!
Aí fiquei triste, principalmente ao ver a cara do meu amigo iluminador.
E com o susto, tomei outro susto.
Paulo Miklos não deu um "ai", ou falou qualquer outra coisa.
Ele seguiu com o show como se todos os refletores do mundo estivessem apontados para o palco!
Nem sei como ele enxergou o "setlist" (relação das músicas) que estava colado no chão do palco.

Setlist do show com minhas anotações.
Só sei que ele cantou normalmente até a luz voltar.
E foi seguindo com seu show.
E eu me sentindo "o cara", pilotando o som do show de um dos integrante da importantíssima banda chamada Titãs.
A turma tá aí ainda se reunindo para show até hoje!
O que falar de Titãs, né?
Só agradecer pelo que a banda fez (e ainda faz) pela música do nosso país.
Eu já operei o som do PA onde Miklos era um dos convidados no show de Silvério Pessoa no carnaval do Recife, lá no Marco Zero.
Mas operar o som do PA do show do Paulo Miklos é uma outra históóóóóóóóóória.
Tava feito uma criança quando recebe um presente que ela sempre desejou.
Nunca me imaginei fazendo trabalhos com áudio para vários artistas, e isso já falei inúmeras vezes aqui no Blog.
Deve ser por isso que sempre me emociono muito ao fazer esses trabalhos.
Minha emoção não foi maior por causa da bronca no gerador, que deixou meu amigo iluminador com cara de velório.
E não poderia ser de outro jeito!!!
O pessoal da empresa fez de tudo para amenizar o problema, mas a estrutura não permitia.
A falha começou bem antes, na montagem da estrutura, na escolha por não ter geradores reservas...
Não deveria ter geradores reservas, e o problema aconteceu mais de duas vezes durante o show.
Numa dessas, tiveram que subir na estrutura para fazer uma ligação direta na luz.
Não me pergunte o que foi feito, que não entendo direito de som, imaginem de luz!
O que eu sei foi que o show continuou, sem nenhuma pausa, desde o começo até o final.
Com ou sem luz, Paulo Miklos foi cantando normalmente suas músicas!
Filmei algumas partes do show, quando tinha luz funcionando...


Jathyles é espetacular no que faz, mas não deixaram ele fazer direito.
Queria eu ter os ouvidos para o som como ele tem os olhos para a luz.
Tou longe do nível profissional dele.
Mas sou esforçado, e tento sempre dar o meu melhor nos trabalhos.
Achei o resultado desse com Paulo Miklos bem legal.
Não vou diminuir o que achei... Achei muito bom!
O show foi massa! Mesmo com a bronca na luz.
Bronca séria, que poderia ser evitada, se a turma lá seguisse regras básicas de montagem de estruturas de eventos, para que os problemas fossem amenizados.
E repito: Tomei um susto com a reação do artista, que seguiu normalmente com o show, como se não estivesse acontecendo nada de anormal.

Foto by Xan.
Realmente, as falhas no gerador que causaram escuridão total durante vários momentos, não conseguiram tirar (ou diminuir) o brilho do show!
Só me resta parabenizar Paulo Miklos e sua banda pela atitude.
E espero ter ajudado nesse brilho.
Um abraço a todos.

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Academia da Berlinda no Dragão do Mar - Esqueço que tenho quase 60, bebo vinho toda semana e como besteiras.



Foto by Klenilton de Araújo (Raí).

Olá pessoal.
Quem leu a postagem anterior, sabe que logo após o show de Otto, viajei no outro dia cedinho para Fortaleza com a banda Academia da Berlinda, onde eu fui fazer o monitor de mais um show da turma.
Deu ainda para dormir quatro horinhas, que poderia ter sido mais, se eu não tivesse comemorado com vinho o excelente trabalho no show de Otto.
Mas não me arrependi muito da comemoração, só alguns segundos após acordar para me arrumar para seguir pro aeroporto.
Já sabia que dessa vez a técnica não iria descer do avião direto para o palco, o que me deixou mais aliviado.
Nos shows anteriores da Academia em Belo Horizonte e logo depois Salvador, foi complicado para meu "corpinho".
Nesse de Fortaleza, daria tempo pra esticar as pernas no hotel, almoçar tranquilo, para só depois seguir para o palco, onde iríamos montar nossos equipamentos para fazer o soundcheck.
Mas não voltaríamos para o hotel, só depois do show.
Não conhecia o espaço.
Um anfiteatro no conhecido Dragão do Mar.
Anfiteatro Sérgio Motta.
Eu já tinha ido várias vezes no Dragão do Mar com o SESI Bonecos, mas nem lembrava desse anfiteatro.
O festival de bonecos usava toda a área externa do Dragão, e eu realmente não lembro daquele espaço com arquibancadas.
A área externa está até em reforma, mas o anfiteatro estava lá intocável, meio que separado por tapumes.
Ainda deu tempo de conhecer um restaurante muito legal na cidade.
Cantinho do Frango.
Um espaço enorme e aconchegante, com um cardápio regional sensacional!
Não deixem de conhecer ao passar por Fortaleza.
Cantinho do Frango. (Clique AQUI)
Pedimos três pratos e não teve um ruim.
E para finalizar, pedi um sorvete de queijo com creme de pistache, com uma pequena quantidade de farofa de castanha (ou amendoim, não lembro).
Show de bola!
Clique na imagem para ampliar.
Fui para o hotel triste, pois não iria dar tempo para um cochilo.
E nesse momento eu estava querendo uma rede para dormir!
Fazer o que, né?
Rapadura é doce mas não é mole.
Seguimos para o local do show pra armar nossas coisas.
O ponto (mais que) positivo era que nada seria desarmado ou desligado.
Era só o show da Academia da Berlinda.
E isso é um outro ponto a ser destacado.
Esse show não teve ajuda de edital, de prefeitura ou governo.
Pelo que vi, foram na raça fazer um show em outra cidade, onde a viagem foi de avião!!!
Levaram ainda um técnico de som, um de luz e um roadie!!!
Além de um produtor!
Contrataram em Fortaleza outro técnico de som para fazer o PA e mais um roadie!
Realmente não lembro de ver mais gente daqui de Recife fazendo isso.
Louvável (e corajosa) atitude.
O local é muito legal.


Parecendo com a Concha Acústica da UFPE aqui de Recife, mas a área das cadeiras é descoberta.
Ruim para o público, bom para o som.
A acústica da Concha da UFPE é sofrível, principalmente para quem está no palco, onde o som é refletido na coberta e retorna para o palco.
Vou ali comprar minha quentinha no meu novo fornecedor.
Dezenove reais já com a embalagem, e consigo dividir para dois dias de almoço.
E lá tem uma "quiabada" sem carne, só o quiabo, que é imoral!
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Vixe, hoje já é segunda-feira, dia 06/10.
Vou tentar finalizar esse texto hoje.
Logo quando cheguei no espaço, já notei uma coisa não muito interessante para mim, que iria fazer o monitor.
A mesa de monitor estava fora do palco, numa área improvisada no mesmo piso do público.
Devia ter 1,5m de altura o piso do palco.
E logicamente, como não foi projetado para isso, não tinha uma escada de acesso para palco onde a mesa de monitor estava.
Como não fui eu quem conversou com o pessoal do som, alguns detalhes estavam fora do que eu iria usar.
Mas eles seguiram quase tudo como está no Rider da banda.

Mapa by Adriano Duprat.
Seis monitores na frente, um monitor para a percussão, um monitor para os teclados...
Mas não colocaram um monitor para a bateria mais a caixa de subgrave.
Não estou mais usando as caixas para Tiné e para Yuri, vias 3 e 4.
Os dois usam in-ears, como também o baterista Irandê.
Mas... Nesse show não teríamos sistemas de in-ears, e por isso deixei as caixas nos lugares, só retirando uma caixa da via 3 para dobrar a via 5 da percussão, que sempre estou colocando duas caixas.


Vou até falar com Adriano para ajustar isso no Rider, colocando duas caixas na percussão, mas mantendo as caixas das vias 3 e 4.
Melhor sobrar do que faltar.
Quando não disponibilizarem in-ears, as caixas estarão lá para o serviço.
Tiné comprou um sistema de in-ear para ele, e pedi para ele levar.
Foi por isso que retirei uma das caixas da sua via de chão.
Ele com in-ear, eu desligo a caixa, só usando numa emergência.
Como eu sabia que não teríamos os sistema de in-ear, levei meus sistemas da M-Vave, para ver se resolveria o problema.
Sempre levo na mochila, independente do show.
Chamo o sistema de "in-ear de pobre".
Não se comparam aos sistemas profissionais de in-ears, mas já me salvaram várias vezes.
Resolvi testar.
Mas usaria MONO, porque quando ele está em estéreo, tem um atraso de 10ms (milissegundos), que me incomodou quando eu testei em casa.
Quando ele está em mono, esse atraso cai para 4ms, e não dá para perceber.
O grande problema do M-Vave é a estabilidade da conexão sem fio, porque ele trabalha na banda de transmissão 2,4 GHz (Giga Hertz). É um sistema amador, para uso caseiro.
Já usei em shows? Usei. Várias vezes.
Mas foi para "salvar a pátria", o sistema não foi feito para isso.
O fabricante até diz que foi feito para isso, mas não foi!
Os sistemas profissionais de transmissão sem fio trabalham na banda de transmissão em MHz (Mega Hertz).
Não tem como comparar a estabilidade de transmissão e recepção.
Mas nesse caso em Fortaleza eu iria usar, e se desse muita bronca com fuga de sinal, usaria as caixas de monitor.
Fora esse problema da transmissão sem fio, ainda tem o problema de ajustar o nível do sinal que entra no M-Vave, onde num pequeno descuido, o sinal fica distorcido.
Ele não tem um medidor de entrada de sinal.
Como falei antes... Não é um sistema profissional!
Para diminuir o risco na conexão dos dois sistemas que coloquei no palco para o baixista e baterista, deixei os transmissores ao lado dos músicos, e levei o sinal por cabos até os dois transmissores.
Tenho um cabo especial XLR>P2 para esse serviço, como mostra a foto abaixo.


O sinal da via vai por um cabo XLR normal de microfone e entra nesse cabo especial, onde na outra ponta é P2 macho.
Esse P2 entra no transmissor M-Vave.
Deixei o transmissor da bateria em cima da caixa de subgrave, que foi providenciada posteriormente, e o transmissor do baixista eu fixei no pedestal do microfone de voz dele.
Ou seja... Os dois músicos iriam ficar bem pertinho dos seus transmissores.
Se eu deixasse esses transmissores na mesa de monitor, que é o local normal onde colocamos os transmissores de in-ears, com certeza não iria ter uma conexão estável.
Os músicos não conseguiriam tocar com as várias falhas na recepção do sinal.


Eu fico com receio até deixando os transmissores perto dos músicos, pois é muito fácil ter interferências externas nessa transmissão em MHz.
E quanto mais aparelhos M-Vave no local, mais aumenta o risco de interferências, e temos que ficar mudando os canais dos aparelhos.
Depois de tudo ajustado, inclusive o sistema de in-ear de Tiné, começamos o soundcheck.
Eu perdi as contas de quantas vezes desci e subi no palco, dando pulos!
Já estava bem cansado do exercício quando começamos a passar o som.
Esqueci completamente de solicitar uma escada improvisada com caixotes ao lado da mesa de som.
Achei que conseguiria fazer o trabalho tranquilamente, dando os pulinhos...
Logicamente, usei o iPad no palco para alinhar os monitores e também na hora do soundcheck.
Se fosse uma mesa que não permitisse essa conexão com o iPad, eu estaria lá até hoje tentando ajustar as coisas no palco!
E sem andar por causa das dores no joelho esquerdo, que operei mas não cuidei depois.
Esse show aconteceu no dia 27 de setembro.
Eu estava usando também um sisteminha M-Vave no palco, e como o transmissor ficou na mesa de som, meu sinal cortava o tempo todo.
Só para ratificar o que eu falei acima sobre esse assunto.
Mas consegui fazer o serviço no palco, ajustando tudo para todos os músicos.
Não teve uma reclamação de falhas de sinal nos sistemas sem fio, tanto no in-ear mais profissional quantos nos sistemas M-Vave.
Que bom...
Alguém pode perguntar: O baterista usa caixas de monitor mesmo usando fone?
Usa, mas as caixas são usadas mais quando o percussionista Tom vai para a bateria, eles revezam.
E Tom não usa fone.
Por enquanto!
Esse dia ainda vem. (Risos)
Tudo ok no palco, encerramos o soundcheck, e fomos para o camarim, aguardar pela hora do show.
Nem esperamos muito, viu?
O show começou, e eu fiquei na frente da mesa de som com o iPad, ainda dentro do meu espaço, mas colado no palco, onde eu podia ver todos os músicos.
Continuei usando meu sistema sem fio para poder ouvir os canais e as vias dos músicos.
Pego esse sinal da saída de fone da mesa de som, onde tenho um cabo P10>P2 estéreo, como mostra a foto abaixo.


E ajusto o sinal de entrada no transmissor do M-Vave com o botão de volume da saída de fone da mesa.
Lindo.
E como eu estava bem perto do transmissor, meu sinal estava estável!
O nosso roadie (Chapa) me ajudou nos pedidos dos músicos durante o show, que foram poucos.
Mas a grande maioria dos pedidos foi de quem não estava usando fones!!!!!
Acho que só Irandê pediu para aumentar um pouco a caixa da bateria no seu fone.
Mais nenhum pedido da turma que estava usando os sistemas de in-ear.
Coincidência?
Lógico que não.
Foi tudo muito tranquilo no show.
E mais uma vez fiquei impressionado com a força da música dos meninos, num show fora de Recife, e fora do estado de Pernambuco!
Nem vou falar mais, que me tornarei repetitivo.
Durante o show, enquanto eu me divertia na beira do palco com meu iPad, uma garota veio me pedir para aumentar as vozes no som, que não estava dando para escutar direito na frente do palco.
Expliquei que eu estava operando o som do palco e não o som da frente, mas ainda expliquei que não iriam mesmo escutar o som das vozes naquele local, porque não tinha caixas de som para cobrir aquele ponto, as chamadas caixas do FRONT.

Exemplo de um Front Fill num palco de grandes proporções.
Tinha até um cluster central, que nem sei se foi usado, mas as pessoas estavam coladas no palco, abaixo dessas caixas que estavam suspensas no centro, e também quase atrás da linha das caixas do PA.
Não tinha como escutar muita coisa ali, só o som que vinha do palco, e um pouco das caixas do PA.
E tinha pouca voz no palco, principalmente a de Tiné e Yuri, que estavam usando os in-ears e suas caixas estavam desligadas.
Quanto menos caixas de monitor no palco, menos som para o pessoal que está colado no palco.
Isso pode ser evitado com a colocação de barreiras para o público ficar mais afastado do palco, tanto por segurança para os músicos, como para eles ficarem numa posição onde o som do PA consiga chegar.
Quanto mais distante as caixas do PA (esquerdo e direito) ficarem entre si, menos som para quem está mais próximo ao palco.
É para esse público do "gargarejo" que existe as caixas de Front Fill.
Até dei uma dançadinha na beira do palco durante o show, de tão animado que eu estava com o resultado do trabalho e da animação do show e do público.


Vai que arrumo uma namorada, né?
Uma boyzinha de 50...
Resumindo... O show foi muito legal!
Voltamos todos felizes para o hotel.
O  plano era só comer e dormir, mas resolvi comemorar pelo show, e pedi uma garrafa de vinho Foye pelo Zé Delivery.
Gosto muito desse vinho!



Meu parceiro de quarto Chapa gostou da ideia, e rachou o valor da compra.
Pegamos o tira-gosto numa "hamburgueria" ao lado do hotel, e bebemos todo o líquido da garrafa no quarto.
Chapinha adorou o vinho!
A parte ruim dessa comemoração foi que só dormimos 1h30 antes de seguirmos para o aeroporto!
Mas o show merecia uma comemoração.
Quando acordei do breve cochilo para me arrumar pra sair do hotel, me lembrei que estou perto dos 60 anos, que bebo vinho toda semana e como muitas besteiras...
O corpinho levantou da cama com uma certa dificuldade e resistência.
Por mim, dormiria mais umas 6h, acordando só para o café da manhã.
Mas isso não estava no cronograma.
Mais uma vez dormiria no avião.
Só que nem deu tempo, pois o tempo de voo é curto.
E quando cheguei em casa, pensei: --- Deveria ter solicitado uma escada provisória com caixotes ao lado da mesa de som!!!!
Com certeza, iria fazer diferença nas condições físicas de como cheguei em casa!
Me sentindo mais amassado do que roupa de cama de motel depois de uma orgia!
Mas nem pensei muito.
Joguei toda minha roupa do corpo no chão, liguei o ar-condicionado e fui dormir!
Sem hora para acordar.
E ainda sem um homem ao meu lado!
Isso não tem preço!
Um abraço a todos.