sábado, 27 de outubro de 2012

Show de Renata Rosa e Cláudio Rabeca em Bom Jesus (PI) – Como um técnico de monitor faz falta!



Olá pessoal.
Como falei anteriormente, vou resumir estes textos sobre os trabalhos que eu fiz entre Agosto e Outubro.
Este trabalho com Renata e Cláudio aconteceu no dia 9 de Agosto, e foi o único trabalho que fiz no mês.
Meu Amigo Júnior Evagelista, que é o técnico de Renata Rosa, me ligou para pedir que eu o substituísse neste trabalho porque ele não poderia ir.
Ele me falou que eu iria de avião até Teresina, e de lá seguiria numa van até a cidade de Bom Jesus.
Fiquei um pouco desanimado com o tempo que ele me falou (4 horas) que seria a viagem de van até Bom Jesus, mas não tinha como dizer NÃO para ele.
Estou tentando evitar viagens muito longas de van. Muito desconfortável e perigoso.
Perigoso porque na maioria das vezes os motoristas estão querendo chegar em casa com duas horas ou mais de antecedência! Parece que estão indo salvar algum familiar!
E toda vez o chato sou eu porque ninguém tem coragem de falar para o motorista ir mais devagar. Tou cansando de ser o chato.



Fiquei mais desanimado quando descobri que Júnior errou em mais de 4 horas no tempo que ele tinha me falado!
Foram mais de 8 horas de van! Num calor infernal! Com o ar-condicionado funcionando “meia-boca”!
Resumindo... Chegamos mais amassados do que roupa quando sai da máquina de lavar!
Foi duro.
Quando entrei no quarto, já imaginei a volta!
Vamos resumir o texto, não é? Vou tentar.
Falando em roupa amassada... 
Amanhã vou usar pela primeira vez um paletó!
Usei um “blazer” quando tinha uns 12 anos de idade, e nem lembro porque foi.
Estarei usando um paletó pela primeira vez com 46 anos!
Tinha que ser por causa de filho!
Vou para festa de formatura (?) dele no ensino médio, que no meu tempo era chamado de “científico”, e que não lembro de ter esta festa para comemorar tal fase.
Vai ser legal, fiquei até bem no paletó, mesmo achando que só faltava o caixão para completar a cena.
Meu Filho ficou muito bem de “smoking”, mas ele não gostou também da ideia de vestir tal traje.
Logicamente vou tirar fotos da dupla “empacotada”.

Faz tanto tempo que fiz este show que não lembro se o sistema Line Array era “caseiro” ou era industrializado.
Mas meu problema nem foi o som da frente. Deu para fazer legal. A mesa era uma M7CL.
O único problema que eu tive na frente foi a mesa que estava com problema nos faders MASTER, onde alguns ficavam doidos quando mudava a página de funções destes faders.
E estes faders controlam os botões do equalizador gráfico que usamos para “alinhar” o PA.
Seria muito arriscado usar estes faders para controlar o equalizador gráfico, por isso eu conectei meu laptop à mesa e quando precisava mexer no equalizador gráfico eu fazia isso pelo laptop.
Deu para me virar.
A bronca foi no monitor.
Para ficar razoável, faltou muito!
Renata Rosa e Cláudio Rabeca não levaram técnico de monitor.
Não costumo fazer os dois trabalhos, ou seja, arrumar os monitores e depois correr pra frente para fazer o PA.
Primeiro, não acho justo, e segundo, acho que não consigo fazer direito os dois ao mesmo tempo.
Enquanto o técnico de PA da empresa de som ia ligando os equipamentos da frente, fiquei ajudando o técnico de monitor da empresa ligar o palco.
O colega estava sozinho no palco para fazer tudo, e isso fez com que tudo ficasse muito lento.
Depois de levar um bom tempo para ligar as coisas no palco, inclusive os monitores, notei que o som do side estava absurdamente estranho.
Meu colega não dominava as ligações e nem os equipamentos que gerenciavam o som no palco.
O tempo foi passando e nada de arrumar o som do side.
Estava tudo trocado.
E levamos um tempo enorme para chegar num ponto que eu considerei “menos ruim”.
Tive que ir lá pra frente adiantar a outra parte.
Dei uma rápida “alinhada” no sistema ao meu gosto e começamos o sound check.
No meio do caminho, os músicos me pediram para dar mais uma ajuda no palco porque não estavam achando legal o resultado.
Não gosto de falar sobre como um colega trabalha, pois nem sempre o que é errado pra mim pode ser errado pra ele.


Mas vou tocar neste assunto hoje aqui porque já vi muita gente se complicar num trabalho apenas por não ter usado o GANHO dos canais como acho que deve ser usado.
Na minha humilde opinião, a primeira coisa que deve ser feito num canal é ajustar o ganho, principalmente em mesas digitais, onde quanto mais ganho melhor. Mas sem exageros!
Afinal, as diferentes cores (verde, laranja, vermelho) que existem no VU dos canais não são para enfeitar! É como um sinal de trânsito.
O verde quer dizer siga... O laranja atenção... O vermelho PARE!
Sempre ajusto o ganho dos canais para ficar entre o finalzinho do verde e início do laranja, nunca no vermelho.
Depois vou ver outras coisas, como equalização, compressor, filtros, etc. E só depois de fazer isso tudo, envio o sinal para as vias de monitor.
Meu colega não fez isso, e quase todos os canais não modulavam, ou seja, o ganho estava bem AQUÉM do normal.
E com este ganho reduzido, ele se complicou para enviar os sinais dos canais para os monitores dos músicos. Mesmo ele colocando no máximo o potenciômetro para enviar o sinal para o monitor, o som não chegava no volume necessário para o músico escutar.
E se nessa hora ele mexer no ganho novamente do canal, este sinal vai mudar em todos os monitores. Vira uma bola de neve! Ajusta para um e piora para outro músico.
Já vi técnico de banda com “um certo nome” cometer este erro, e o show foi sofrível para os músicos no palco. Era só uma mesa para fazer o PA e monitor, o que piorou mais a situação porque quando ele aumentava o ganho para poder enviar mais sinal para alguns monitores, a mixagem do PA ia para o espaço!
Foi sofrimento durante todo o show. Os músicos sem escutar direito e o som do PA tendo que ser ajustado a toda hora.
Falei para um dos músicos de Renata que para consertar o que estava acontecendo no palco só começando de novo do zero!
Como não tínhamos tempo sobrando, decidiu-se continuar do jeito que estava e seja o “que deus quiser”.

Voltei para frente e depois de um certo tempo encerramos o sound check.
Conseguimos fazer o show, e pelo que lembro não teve muitas realimentações (microfonias).
Sorte? Pra mim foi.
Ou deus ajudou, como muitos devem achar.
Tinha tudo para ser um desastre, principalmente em certo momento do show quando vi o técnico de monitor da empresa de som conversando com o colega dele do PA que estava ao meu lado na mesa de som.
Continuo achando muito importante dois técnicos (PA/Monitor) para um trabalho bem feito.
Não gosto de depender dos técnicos das empresas, pois nem sempre são profissionais como gostaríamos que fossem, chegando ao ponto de deixar o palco na hora do show.
E continuo me achando muito mais operador de áudio do que técnico de áudio.
Por quê?
Porque um técnico de áudio teria consertado aquele problema no som do side, coisa que não consegui fazer.
Mas pior mesmo foi a volta de van para Teresina! Pareceu-me mais longa!
Teve músico que conseguiu se deitar no chão num espaço minúsculo para dormir num clima nada agradável!
O calor do Piauí não é nada agradável, principalmente quando o ar-condicionado não funciona direito!
Um abraço a todos.

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