sábado, 8 de junho de 2013

Show de Naná Vasconcelos no SESC Consolação – Pelo menos tentaram melhorar o ambiente.



Olá pessoal.
Ainda não recuperado de uma gripe desde segunda-feira, vou aproveitar este tempo final de clausura para atualizar o Blog.
A febre passou, mas ainda continuo com uma tosse dura.
A chuva continua caindo forte em cima de Recife. Caiu várias vezes nesta semana.
Ruas alagadas, caos no trânsito...
Como trabalho em casa (fora os shows logicamente), não fui afetado.
Vi tudo pela TV ou por conversas com amigos por telefone.
Coloquei uma garrafa de Porca Murça (a última garrafa de vinho) para esfriar na geladeira.
Última tentativa de acabar com a tosse!
Sinal que estou começando a ficar bom, ou sinal que estou à beira do alcoolismo. (risos)
A saudade do meu Filho ainda está controlada. Não sei por quanto tempo.
Saber que ele está feliz lá longe me faz segurar a onda.
Mesmo ficando hoje com os olhos marejados ao jogar no lixo uma massa vencida de pizza light para assar na frigideira que ele tinha comprado para seus testes culinários, vou segurando a onda.
Estou ligado aqui no Facebook para ver se encontro com Ele.
Só falta falar apenas de um trabalho para atualizar o Blog.
Embora não acho que deva sempre falar sobre os trabalhos, pois nem sempre tenho o que comentar.


Este que fiz para Naná Vasconcelos em São Paulo no SESC Consolação quase não tinha o que falar.
Foi na Virada Cultural.
Não conhecia o SESC Consolação. Fiquei impressionado com a estrutura.
Não dava para imaginar que tinham dois ginásios dentro daquele prédio.
Fora isso, no subsolo tinha ainda um teatro, mas não entrei para ver como era.
Quando falei acima ginásio, era ginásio mesmo, viu?
Pelo menos o que Naná ia se apresentar era uma quadra com tabelas de basquete e arquibancadas. O outro ginásio que estava armado para apresentações de DJs eu não observei direito, não posso comentar.
Para variar, a mesa de som não estava no local adequado, mas não foi um dos piores lugares que peguei.
Colocaram no mezanino à frente do palco, mas não colocaram no meio alegando que o meio seria para os “convidados” (prefeitos, deputados, secretários, vereadores, e afins).
Virada Cultural ou política?
Fica a pergunta.
Logo que entrei no local, notei que foram colocados alguns materiais absorvedores para dar uma enxugada no som.
Tecidos no teto, painéis com tecidos também numa das laterais (não me lembro se tinha na outra lateral).
Mesmo com esta nobre e acertada tentativa, o som reverberava bem mais que o normal.
Imaginei como seria SEM o tratamento.
Mas nada perto da reverberação (descontrolada) do teatro de Natal!
Tudo ia bem no sound check até chegar no instrumento chamado DUO.
O duo é simplesmente uma moringa, só que de vidro.
Moringa de barro.
  
Ele é o instrumento de Naná mais complicado de amplificar o som, pois o nível (volume) do som que sai é baixo, mas bastante grave.
Não é difícil realimentar, até mesmo só com o som do PA.
Normalmente Naná nem pede o som do instrumento no monitor dele, usando o som do PA como referência.
Demoramos um bom tempo tentando achar o som do duo.
Mudamos microfones, inverti fase, mas o som não chegava como ele queria.
E até entendi o que ele estava sentindo falta.
Vou tentar descrever com palavras, acho que consigo.
O som principal do duo é bem grave, e acontece quando o músico bate com a palma da mão no orifício que fica na parte de cima do instrumento.
O outro orifício fica na parte da frente do instrumento e é onde é captado o som grave, onde sai o ar após a batida com a mão.
"Onomatopeiamente" falando, este som é mais ou menos assim:
TuuuumHum
** Onomatopéia = Figura de retórica pela qual se procura sugerir a imagem auditiva de um objeto por meio de sons verbais.
Só que com a reverberação do ambiente, só se ouvia Tuuuuuuuuum.
Eu ouvia no meu fone o TuuuumHum captado pelo microfone, mas ouvindo o som do PA (junto com o som do ambiente) só se escutava Tuuuuuuuuum.
O Hum era coberto pela reverberação.
E isso só foi resolvido (resolvido para Naná), quando ele pediu para colocar o som do instrumento no monitor perto dele.
Aí sim, ele conseguiu ouvir o som completo sem a interferência do ambiente, pois o monitor estava bem perto dele.
Encerramos o sound check. 


O horário do show não era nada confortável.
Duas horas da manhã.
Para piorar, aconteceram atrasos e o show dele começou perto das três horas da madrugada.
Mesmo assim foi muito boa a apresentação.
O pessoal que estava ali dentro foi para ver o show dele, e esta interação foi visível.
Os corpos do público amenizaram um pouco mais a reverberação excessiva, ajudando no resultado final.
E Naná deve ter sentido isso no palco também.
Fui até elogiado pelo artista dentro da van na volta ao hotel depois das quatro horas da manhã.
Receber elogios de vez em quando é sempre bom.
Nunca vou me cansar de falar sobre a importância do ambiente no resultado sonoro de um show.
Ah! Não apareceu nenhum “convidado” para ver o show às três horas da manhã, e o local onde era para se colocar a mesa de som ficou absurdamente abandonada.
Um abraço a todos.

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