Olá pessoal.
Ainda não recuperado de uma gripe desde segunda-feira,
vou aproveitar este tempo final de clausura para atualizar o Blog.
A febre passou, mas ainda continuo com uma
tosse dura.
A chuva continua caindo forte em cima de
Recife. Caiu várias vezes nesta semana.
Ruas alagadas, caos no trânsito...
Como trabalho em casa (fora os shows
logicamente), não fui afetado.
Vi tudo pela TV ou por conversas com amigos
por telefone.
Coloquei uma garrafa de Porca Murça (a última
garrafa de vinho) para esfriar na geladeira.
Última tentativa de acabar com a tosse!
Sinal que estou começando a ficar bom, ou
sinal que estou à beira do alcoolismo. (risos)
A saudade do meu Filho ainda está controlada.
Não sei por quanto tempo.
Saber que ele está feliz lá longe me faz
segurar a onda.
Mesmo ficando hoje com os olhos marejados ao
jogar no lixo uma massa vencida de pizza light para assar na frigideira que ele tinha
comprado para seus testes culinários, vou segurando a onda.
Estou ligado aqui no Facebook para ver se
encontro com Ele.
Só falta falar apenas de um trabalho para
atualizar o Blog.
Embora não acho que deva sempre falar sobre os
trabalhos, pois nem sempre tenho o que comentar.
Este que fiz para Naná Vasconcelos em São
Paulo no SESC Consolação quase não tinha o que falar.
Foi na Virada Cultural.
Não conhecia o SESC Consolação. Fiquei
impressionado com a estrutura.
Não dava para imaginar que tinham dois
ginásios dentro daquele prédio.
Fora isso, no subsolo tinha ainda um teatro,
mas não entrei para ver como era.
Quando falei acima ginásio, era ginásio mesmo,
viu?
Pelo menos o que Naná ia se apresentar era uma
quadra com tabelas de basquete e arquibancadas. O outro ginásio que estava
armado para apresentações de DJs eu não observei direito, não posso comentar.
Para variar, a mesa de som não estava no local
adequado, mas não foi um dos piores lugares que peguei.
Colocaram no mezanino à frente do palco, mas
não colocaram no meio alegando que o meio seria para os “convidados”
(prefeitos, deputados, secretários, vereadores, e afins).
Virada Cultural ou política?
Fica a pergunta.
Logo que entrei no local, notei que foram
colocados alguns materiais absorvedores para dar uma enxugada no som.
Tecidos no teto, painéis com tecidos também
numa das laterais (não me lembro se tinha na outra lateral).
Mesmo com esta nobre e acertada tentativa, o
som reverberava bem mais que o normal.
Imaginei como seria SEM o tratamento.
Mas nada perto da reverberação (descontrolada) do teatro de
Natal!
Tudo ia bem no sound check até chegar no
instrumento chamado DUO.
O duo é simplesmente uma moringa, só que de
vidro.
Moringa de barro. |
Ele é o instrumento de Naná mais complicado de
amplificar o som, pois o nível (volume) do som que sai é baixo, mas bastante grave.
Não é difícil realimentar, até mesmo só com o som
do PA.
Normalmente Naná nem pede o som do instrumento
no monitor dele, usando o som do PA como referência.
Demoramos um bom tempo tentando achar o som do
duo.
Mudamos microfones, inverti fase, mas o som
não chegava como ele queria.
E até entendi o que ele estava sentindo falta.
Vou tentar descrever com palavras, acho que
consigo.
O som principal do duo é bem grave, e acontece
quando o músico bate com a palma da mão no orifício que fica na parte de cima
do instrumento.
O outro orifício fica na parte da frente do
instrumento e é onde é captado o som grave, onde sai o ar após a batida com a
mão.
"Onomatopeiamente" falando, este som é mais ou menos assim:
TuuuumHum
** Onomatopéia = Figura de retórica pela qual se procura sugerir a imagem auditiva de um objeto por meio de sons verbais.
Só que com a reverberação do ambiente, só se
ouvia Tuuuuuuuuum.
Eu ouvia no meu fone o TuuuumHum captado pelo
microfone, mas ouvindo o som do PA (junto com o som do ambiente) só se escutava
Tuuuuuuuuum.
O Hum era coberto pela reverberação.
E isso só foi resolvido (resolvido para Naná),
quando ele pediu para colocar o som do instrumento no monitor perto dele.
Aí sim, ele conseguiu ouvir o som completo sem
a interferência do ambiente, pois o monitor estava bem perto dele.
Encerramos o sound check.
O horário do show não era nada confortável.
Duas horas da manhã.
Para piorar, aconteceram atrasos e o show dele
começou perto das três horas da madrugada.
Mesmo assim foi muito boa a apresentação.
O pessoal que estava ali dentro foi para ver o
show dele, e esta interação foi visível.
Os corpos do público amenizaram um pouco mais
a reverberação excessiva, ajudando no resultado final.
E Naná deve ter sentido isso no palco também.
Fui até elogiado pelo artista dentro da van na
volta ao hotel depois das quatro horas da manhã.
Receber elogios de vez em quando é sempre bom.
Nunca vou me cansar de falar sobre a
importância do ambiente no resultado sonoro de um show.
Ah! Não apareceu nenhum “convidado” para ver o
show às três horas da manhã, e o local onde era para se colocar a mesa de som
ficou absurdamente abandonada.
Um abraço a todos.
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